Teste 3: CABO DE FORÇA VIRTUAL REALITY ARGENTUM

Teste de Vídeo: TV SAMSUNG 55Q60D
agosto 5, 2024
Teste 2: AMPLIFICADOR INTEGRADO PRIMARE i35 PRISMA
agosto 5, 2024

Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Quando o Ebert, no final do ano passado, me falou que estava lançando um novo cabo de força e de caixa, fiquei curioso em ouvir já que tenho o cabo de caixa Trançado e o uso frequentemente para testar equipamentos, e também o apresentei no Workshop Hi-End Show, em abril passado.

Tenho muito respeito pelo trabalho do Ebert, e sua linha de cabos Virtual Reality, por ter conquistado um patamar de custo/performance muito consistente.

E fiquei muito feliz de ver o carinho e interesse dos visitantes no Workshop Hi-End Show, em poder falar com o projetista, e ter um contato tátil e visual com seus cabos.

É muito importante para o nosso leitor esse contato real, de poder tirar dúvidas, avaliar visualmente o produto e poder constatar o esmero na fabricação de cada um dos modelos.

Mesmo antes de ouvir e testar os cabos deste fabricante nacional, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a qualidade final do produto, e quando soube dos preços ao consumidor, fiquei ainda mais impressionado!

Poder ouvir o seu melhor cabo de força, foi muito interessante, pois o Ebert costuma deixar seus cabos conosco pelo tempo que acharmos necessário (ainda que eu saiba que cada cabo é fabricado manualmente, e que muitas vezes ele não tenha mais esse modelo para levar na casa dos clientes). Por isso mesmo procuro ser o mais rápido possível.

Ainda que o ideal nesses casos, para agilizar o tempo de avaliação, seja contar com um set completo de cabos, quando isso não é possível, tenho que me adequar a realidade.

Então meu ritual com qualquer cabo de força que recebo, sendo um único exemplar, eu tenho uma primeira impressão geralmente ligando-o ou no pré-amplificador ou em alguma das nossas fontes, seja analógica ou digital, e depois o coloco em queima de pelo menos 100 horas, alimentando alguma régua ou algum produto eletrônico que também esteja em amaciamento.

Felizmente, com a chegada do Argentum, também estiveram em amaciamento diversos integrados – e o amplificador de fone, fonte de alimentação e o DAC da Ferrum Audio (leia teste do Oor nesta edição na Audiofone). Então pude deixá-lo ligado 24 horas com todos esses equipamentos e, depois de 100 horas, quando senti que estava estabilizado tonalmente, passei para a segunda parte do meu ritual: ver a compatibilidade do cabo em teste com os cabos de força que utilizo em nosso Sistema de Referência.

Felizmente, o Argentum se mostrou de uma enorme compatibilidade com o Dynamique Apex, o Sunrise Quintessence Aniversário, e os Transparent Reference G6.

Checada essa segunda etapa, comecei a avaliar a performance do Argentum com os inúmeros equipamentos em teste.

E foi possível detectar duas coisas: ele tem um grau de compatibilidade enorme, mas como só tínhamos um a disposição, os melhores resultados foram alimentando fontes como a Hypsos da Ferrum Audio (teste na edição de setembro de 2024), as fontes PSU Nagra tanto do pré de linha e TUBE DAC, como do Transporte Nagra, e todos os digitais: DAC Wandla da Ferrum Audio, TUBE DAC e streamer Innuos ZENmini Mk3.

E já no final do teste, também conseguimos um excelente resultado no pré de phono E-2 da Soulnote (teste edição 308) e também no integrado da Soulnote A-2 (teste na edição de setembro de 2024).

Como precisaríamos de dois para ligar nos powers HD da Nagra, ou nos powers Gold Note PA-1175, não pudemos saber como o Argentum se comportaria neles.

Sua construção e acabamento são de primeira linha, não ficando nada a dever comparado com cabos importados muito mais caros e de renome.

Ainda que seja um cabo de bitola larga, ele é bastante flexível. Internamente são 4 bitolas diferentes de condutores de cobre puro, trançados, sendo um deles banhado em prata com isolação em Teflon. Possui baixa capacitância e baixa indutância. E segundo o fabricante não há necessidade de blindagem, uma vez que a geometria do cabo cancela os campos magnéticos evitando interferências. O acabamento é em malha náutica e os plugs são Furutech FI-50 NCF.
As fotos não fazem justiça ao primor de construção e acabamento, então sugiro a todos que tenham interesse em conhecê-lo, que o façam testando-o em seus sistemas.

O modelo enviado foi de 1.5m, e seu preço para o consumidor é de R$4.750. Um valor impressionante pela performance do cabo.

Eu sugiro 150 horas mínima de queima, para que o cabo estabilize, e o ideal é deixá-lo quieto depois de instalado no sistema, enquanto faz o amaciamento.

Aos ansiosos, deixe o cabo estabilizar antes de sair ligando em todos os componentes do sistema.

E não tire conclusões apressadas, OK?

Isso para os que acreditam em diferenças de cabo de força e em amaciamento. Pois aos que não acreditam, serão inúteis essas dicas de ouro!

O Argentum tem a qualidade de não sair tocando torto ou abafado. O que falta a ele antes do amaciamento é uma correta profundidade, abrir as duas pontas para o cabo respirar tanto em cima quanto em baixo, e ganhar melhor foco, ambiência e planos.

Mas nada de sair com excesso de brilho ou graves sem bordas definidas ou região média congestionada.
Mas, Andrette, um cabo de força sem amaciar, pode ter todas essas limitações?

Pode, e isso não é algo raro de ocorrer.

E depois ir tudo para o lugar? Aí depende, meu amigo, alguns irão e outros ficarão no meio do caminho, se as limitações forem muito grandes.

O que muitos não entendem é que, às vezes há, desde o início, uma incompatibilidade entre o cabo e a eletrônica. E certamente a culpa irá cair sempre sobre o cabo, nunca na eletrônica (principalmente se a eletrônica for o xodó do audiófilo).

Mas essas dicas só servem para os que acreditam que cabos de força fazem diferença real, e não ‘efeito placebo’ (a maneira que os objetivistas ortodoxos costumam se referir às observações auditivas de quem percebe diferenças audíveis).

Mas a esses objetivistas ortodoxos, sempre haverá a famosa frase que eles repetem como papagaios treinados: “Como que o último metro de um cabo de força, pode fazer alguma diferença?”.

E se invertermos a pergunta para: “O quanto o último um metro pode fazer de diferença?”.

As pessoas experientes e com a curiosidade tão elementar ao ser humano, só saberão obviamente ouvindo.

Só não o farão aqueles que apenas olham para um osciloscópio e se contentam com o que as medições lhe dizem.
Essas pessoas me lembram os personagens da Caverna de Platão, que se contentam em experimentar o mundo e tirar suas conclusões olhando apenas as sombras e nunca diretamente para a realidade.

Ou aqueles que não perdem seu tempo olhando para os detalhes de uma floresta, já que na sua cabeça o verde é suficiente para saber onde estão.

E dão de ombros quando alguém lhes diz que existem diferenças no azul do céu, dependendo da estação.

Quando eu cruzo com algum objetivista ortodoxo, eu não perco tempo em discussões estéreis, eu apenas me convido para ouvir seu sistema. Pois ele me dirá tudo a respeito de suas crenças e de seus equívocos.

E tive a sorte de conseguir que alguns me permitissem ouvir seus sistemas, e entender plenamente a sua dificuldade de compreender a razão de não escutarem diferenças entre cabos e, em alguns casos, nem mesmo de amplificadores ou caixas acústicas.

Pois para eles as medições é que irão definir suas escolhas, então ouvir é uma total perda de tempo.

Mas voltemos ao Argentum, seu equilíbrio tonal depois de amaciado é de alto nível, graves corretos com energia, excelente deslocamento de ar e velocidade. Médios naturais, com excelente silêncio de fundo, e agudos limpos, corretos e com ótima extensão e decaimentos suaves.

Andrette, o que você quer dizer com decaimento suave?

Para você saber se seu sistema, ou um componente de seu sistema, possui boa extensão nos agudos e o decaimento suave, os melhores exemplos serão sempre pratos de condução. Pegue boas gravações, em que os pratos foram bem gravados, e ouça-os – você se surpreenderá como eles soam diferentes em diversos tweeters, cabos de caixa e até pelas limitações na fonte digital ou analógica.

Eu uso um famoso exemplo de uma gravação da Shirley Horn, em que o baterista utiliza um prato de condução com rebite, e no último toque esse prato fará no mínimo 13 ondas sonoras até não se ouvir mais. O problema é que muitos sistemas não se ouvem nem as 13, cessando em 10 ou 11 ondas.

E, pasmem, à medida que o sistema tem melhor extensão e decaimento mais suave, temos mais de 13 ondas (só não irei contar quantas o microfone utilizado captou na gravação).

O decaimento suave está associado ao respiro das altas frequências, essencial para o nosso conforto auditivo. Pois somos muito sensíveis às altas frequências, quanto a brilho, aspereza e endurecimento.

Outra questão da importância do decaimento suave, é que ele nos mostra melhor a localização dos instrumentos no espaço entre as caixas, e a qualidade de captação da ambiência.

O que vocês precisam compreender é que nosso cérebro não se engana facilmente, se ele espera uma apresentação realmente hi-end, na ‘prática’ todos os detalhes são essenciais.

Um sistema Estado da Arte é como uma volta perfeita de um carro de Fórmula 1, para ser o Pole Position.

Se no automobilismo o que separa o primeiro do segundo são os milésimos, no hi-end Estado da Arte, é o cuidado com todos os detalhes. Somente assim nosso cérebro realmente irá se interessar pelo que está ouvindo, plenamente.
Pois bem, o Argentum em termos de equilíbrio tonal, chegou lá!

Sua construção do palco sonoro é muito convincente, tanto em termos de largura, como de profundidade e altura.
Já dei essa dica dezenas de vezes: quer saber o quanto seu sistema é bom em profundidade, então jogue fora sua resistência em ouvir música clássica por um tempo, e veja se ele é capaz de manter os naipes da orquestra em sua correta posição nos fortíssimos.

Se os contrabaixos no fortíssimo pularem por cima dos cellos, virando tudo uma massaroca no seu canal direito, seu sistema precisa de ajustes.

E saiba que cabos são um dos elementos que podem ajudar a solucionar o problema (desde que o sistema não esteja incorreto, claro).

E cabos de força podem contribuir para que os naipes e solistas tenham melhor respiro e espaço entre cada fileira.

Óbvio que falo de gravações que sejam referência nesse quesito. Eu mostrei uma gravação excelente no Workshop, do Copland – feita pelo selo Telarc, é impecável para foco, recorte, planos, ambiência e macro-dinâmica.

O Argentum cumpriu seu papel com segurança e autoridade!

As texturas foram retratadas com todo seu espectro de cores de cada instrumento acústico ou vozes, e ficou evidente sua facilidade em nos mostrar as intencionalidades em cada gravação.

Velocidade, tempo e ritmo costumam ser uma pedra no sapato de muitos cabos de força (principalmente aqueles que os objetivistas ortodoxos utilizam, os emborrachados originais de fábrica), deixando o som arrastado, letárgico e sem graça de se ouvir.

E, pior, que ‘comem’ notas ou deixam a passagem totalmente turva!

Mas se não aparece no osciloscópio, não há razão para se preocupar, não é verdade?

O Argentum, ao contrário, é de uma precisão ‘metronômica’ (termo usado por um querido amigo músico ao se referir aos transientes corretos). Mesmo em passagens complexas, como dos violonistas Paco de Lucía e Al Di Meola, no Friday Night in San Francisco, você ouvirá nota por nota!

A gravação que citei acima, do Copland, também uso para fechar a nota de macro-dinâmica, e com o Argentum a reprodução dos tímpanos foi com absoluta autoridade e, o mais importante: folga!

As pessoas muitas vezes se contentam em ouvir passagens fortíssimas, como se fosse um vulto em alta velocidade a passar em frente ao nosso campo de visão. E assim acham que sua reprodução de macro dinâmica está perfeita.

Não, meu amigo, um bom sistema irá te mostrar como aquela passagem musical foi realizada, o quanto de esforço, precisão e concentração foram usados.

E o mais essencial: não nos fazer deixar de ouvir aquele momento dentro do contexto completo da obra.

Ouvi centenas de vezes os tiros de canhão da Abertura 1812 de Tchaikovsky, e raramente os tiros me deixaram continuar ouvindo toda a orquestra. Sim! A orquestra continua tocando enquanto os tiros de canhão ocorrem! Pois em muitos sistemas não existe folga para reproduzir os tiros e a orquestra continuar sendo ouvida.

Isso se chama Folga!

Ou o sistema tem ou não tem!

O Argentum não sofre dessa limitação.

O corpo harmônico se mostrou excelente em qualquer equipamento em que ele foi utilizado, e sua reconstrução do acontecimento musical (organicidade) foi de alto nível.

CONCLUSÃO

De todos os cabos de força Estado da Arte nacionais, o Argentum consegue novamente estabelecer a melhor relação custo/performance.

Conseguir esse feito com esse valor é algo realmente digno de nota.

Se você deseja ou busca, para o seu sistema, um cabo de força definitivo com um orçamento restrito, ele deve ser sua primeira opção.

Ouça-o, e veja se ele pode dar ao seu sistema aquele ajuste fino que você tanto almeja.

Méritos ele mostrou ter de sobra!


PONTOS POSITIVOS

Uma excelente opção Estado da Arte Superlativo.

PONTOS NEGATIVOS

Absolutamente nada.


CAIXAS ACÚSTICAS YAMAHA NS-5000
Equilíbrio Tonal 12,0
Soundstage 13,0
Textura 12,0
Transientes 13,0
Dinâmica 12,0
Corpo Harmônico 13,0
Organicidade 12,0
Musicalidade 12,0
Total 99,0
VOCAL                    
ROCK, POP                    
JAZZ, BLUES                    
MÚSICA DE CÂMARA                    
SINFÔNICA                    
ESTADO DA ARTE SUPERLATIVO



Virtual Reality
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(12) 99147.7504
R$ 4.750 (1,5 m)

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