Editorial: O QUE O PESQUISADOR DAVID SNOWDON DESCOBRIU COM A AJUDA DAS FREIRAS DE UM CONVENTO

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

David Snowdon, em 1991, conheceu a freira Mary, uma irmã com 101 anos com uma boa memória e ainda bem ativa para sua idade. Ele conseguiu convencer, com a ajuda dela, todas as freiras do convento a participarem de um estudo, com uma série de testes que se repetiriam por vários anos, na tentativa de revelar segredos de longevidade. No final, cada freira recebeu uma pontuação, sendo o máximo 30 pontos para as que tivessem uma cognição preservada, ainda que com mais de 80 anos. O estudo se repetiu por uma década, para ver como a pontuação mudava ao longo do tempo. Ao final dos estudos, Snowdon tinha em mãos uma compilação de dados impressionante. Depois de analisado criteriosamente esse material, a maioria das freiras com mais de 80 anos tiveram uma pontuação surpreendente para a idade e para condições físicas gerais. Snowdon comprovou que a teoria do “use, senão você perde”, uma vez não trabalhado, era realmente irrecuperável. No entanto, como em toda regra, existe uma exceção, a irmã Mary mostrou ao longo dos estudos, que sua função cerebral era de alguém 20 anos mais nova. Quando ela faleceu com 106 anos, ela aceitou doar seu cérebro para Snowdon e sua equipe estudarem, e ficaram surpresos ao ver que seu cérebro estava profundamente danificado com placas retorcidas e os emaranhados de tecido proteico mostraram claramente que a irmã Mary tinha demência avançada. Como alguém poderia não mostrar sinal de declínio com um cérebro tão comprometido? Depois de se debruçar por anos na resposta, Snowdon e sua equipe desenvolveram a Teoria de Reserva Cognitiva, em que o cérebro ligado por um conjunto de neurônios protetores, quando corretamente exercitados ao longo da vida, através de aprendizagem, compensam os danos causados pelo Alzheimer. Para provar sua teoria, Snowdon e sua equipe passaram a estudar a resposta aos longos questionários respondidos pelas freiras por uma década, e perceberam que as freiras com maior capacidade e complexidade gramatical pareciam resistir aos sintomas de perda cognitiva com o avançar da idade. As conclusões são impressionantes, pois as freiras com maior habilidade de escrita e comunicação, foram as que tiveram menor declínio cognitivo após os 80 anos!

A pesquisa por uma década contou com 678 freiras!

A música é capaz de sinapses ainda mais complexas que a leitura e a comunicação, então, meu amigo, se você é adepto da prevenção, passe o mais rápido possível a ampliar seu repertório musical, para garantir um final de vida mais lúcido e prazeroso!

Matéria publicada pela BBC.

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