Editorial: OUVIR MÚSICA É PREJUDICIAL AO ESTUDO?

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Quem tem filhos ainda em idade escolar certamente irá ler com redobrada atenção esse editorial. E aos nossos leitores da Audiofone, ainda envoltos com os estudos do nível médio e superior, idem.

Segundo uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da UFMG, com 76 jovens de 10 a 12 anos, sendo 34 com diagnóstico de TDHA e 42 sem o déficit de atenção, todos os submetidos ao teste erraram menos em tarefas que exigiam atenção, quando ouviram música. Ou seja, escutar música durante o estudo ou qualquer tarefa que exige concentração, a música não atrapalha.

Para chegar a esse resultado (para mim nada surpreendente, já que sempre realizei todo tipo de atividade ouvindo música, desde meus 5 anos de idade), os pesquisadores dividiram os adolescentes em dois grupos: Com Música e Sem Música. E os resultados foram que a música não interferiu na velocidade de resposta, e diminuiu a quantidade de erros.

E para a surpresa dos pesquisadores, esse efeito foi similar também para os jovens com TDHA. Para um dos organizadores da pesquisa – Camila Guimarães Mendes – terapeuta ocupacional e pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia, o efeito direto da música talvez não aja especificamente na atenção, porém no aumento do interesse e da motivação para realizar os exercícios propostos, resultando em um maior engajamento e índice menor de erros.

O artigo completo pode ser lido no Journal of Medical Research.

E ainda que se necessite de mais estudos, com mais participantes, para se avaliar melhor se a música pode ser utilizada em todo tipo de atividade, com os mesmos benefícios, o que cada dia fica mais evidente é que não se pode mais negar os benefícios de se ouvir música para diversos Distúrbios Físicos (na diminuição da dor), Mental (na manutenção da memória de longo prazo) e Emocional (para o nosso bem-estar e equilíbrio).

A reclamação que mais escuto até os dias de hoje é que a audiofilia é um hobby solitário e que afasta o audiófilo do convívio familiar. E constatei essa realidade ao longo dos meus 66 anos. E acho que todo audiófilo que esteja vivenciando essa situação pode, com a ajuda da neurociência, reverter esse quadro e trazer a família para audições coletivas em que haverá troca intensa de experiências e vivências musicais, em benefício de todos!

Mas antes de convidar seus familiares, tenha a certeza de que seu sistema esteja absolutamente ajustado, para que todos, ao ouvirem suas músicas preferidas, sejam tocados pela magia da inteligibilidade e conforto auditivo pleno.
Pois sem esses dois ‘alicerces’, não há como seduzir aqueles que nunca foram tocados pela beleza de um sistema hi-end correto! Falo com propriedade, pois em dezenas de consultorias nos últimos 20 anos, presenciei como a família se comportou e se interessou em escutar, depois que os sistemas foram ajustados corretamente.

E, por diversas vezes, escutei desses familiares: “agora sim é prazeroso ouvir música nesse sistema”!

Como escrevi a um leitor – que elogiou nossos textos em que retratamos os diversos aspectos dos benefícios da música em nossas vidas: o equipamento é apenas o transporte, a música é que é a estrada!

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