JOGO DOS ERROS DAS SALAS & SISTEMAS – VII

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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Por que ter um sistema de áudio superior e sofisticado, se não é para tirar o melhor que ele pode prover em matéria de Qualidade de Sonora?

Quanto mais salas e sistemas eu vejo na Internet, mais eu fico triste de ver algo que poderia estar tocando bem mas, só de olhar, já se sabe que não tem como.

Vendo a foto acima, são sempre erros básicos:

Acústica – Condições acústicas onde o chão de madeira reflete agudos e médios – deixando-os brilhantes, irritantes e estragando o timbre (para não falar do equilíbrio tonal) – e a mesma coisa se aplica à muita parede e móveis com superfícies reflexivas. E no meio, um pedaço de algo que só pode ser uma cama, atrapalhando mais ainda (apesar de ser o único elemento absorvedor visível). Esse arranjo também pode causar ondas estacionárias de graves por falta de absorção, ainda mais que essas caixas têm um grave cheio e forte.

Posição do Sistema na Sala – A posição é péssima, com caixas encostadas na parede e muito perto uma da outra, acabando com o palco, embolando e saturando os graves.

Posição do Ouvinte na Sala – Essa simplesmente não existe. Com a cama no meio, e ainda com jeito de estar localizada de maneira não-simétrica na frente do sistema, esse é um caríssimo ‘som ambiente’.

O que se ouve nessa sala acima, da foto? Algo saturado em médios e agudos, com o timbre todo sujo, sem equilíbrio tonal, com graves sujos e embolados, com zero de efeito de palco. Nível ‘microsystem’. A não ser que se ouça em volume muito baixo, aí vai ter alguma clareza nos médios, mas ainda assim nada de palco. Alta-Infidelidade!

Solução? Mudar os móveis desse quarto de lugar – como por a cama de lado em relação ao sistema. Afastar essas caixas em 30 a 60 cm das paredes atrás delas, afastar uma caixa da outra em uns 10 cm, fazer uma pequena angulação de toe-in das caixas para o centro, em direção onde vai ser a posição do ouvinte: em triângulo equilátero com as caixas. E por um pequeno tapete no chão, perto e em frente das caixas, para pegar suas primeiras reflexões no chão. Trocar os cabos de força por algo que tenha melhor qualidade que simplesmente os ‘cabos originais emborrachados’, que vieram com os aparelhos, assim como provavelmente um cabo de caixa um pouco mais grosso, de melhor qualidade também, irão ajudar muito a aproveitar as qualidades que esse sistema pode prover.

Me perguntaram porque estou escrevendo esta série de artigos – e o intuito é puramente educacional, de ajudar as pessoas a perceberem que, sobre esses sistemas aqui mostrados, não há a menor maneira em todo o universo deles tocarem minimamente bem desse jeito que estão nas fotos! E a quantidade de pessoas que não sabem utilizar seus sistemas corretamente, e assim extrair a melhor qualidade de som deles, é inacreditável.

E, claro, a maior e quase única ferramenta a ser usada nesse ajuste, são os ouvidos – e um pouco de suor na camisa.
Obter um melhor resultado sonoro – e isso todos nós queremos – às vezes só demanda um pouco de trabalho, e quase nenhum custo significativo. Não fazer isso, é desperdício de dinheiro.

Tem dúvidas em relação à sua sala e à utilização de seu sistema? Entre em contato conosco pelo e-mail: christian@clubedoaudio.com.br.

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