Teste 1: PRÉ-AMPLIFICADOR AUDIOPAX REFERENCE

Teste 2: CAIXAS ACÚSTICAS BLUEKEY ACOUSTICS MODEL 1
outubro 7, 2024
TOP 5 – AVMAG
outubro 7, 2024

Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Às vezes o tempo necessário para o desenvolvimento de um novo produto pode parecer, para quem não está envolvido com o projeto, tempo demais.

Porém essa espera de espectador, some em uma fração de segundo, quando o que ouvimos se encontra muito acima das mais exigentes expectativas.

Foi o que ocorreu, quando no Workshop, em abril, no sábado pela manhã, antes de abrirmos o evento, pude ter o privilégio de uma audição sozinho com a equipe Audiopax.

O silêncio reinante na sala, antes do primeiro play, foi um sinal de que deveria estar atento às mais ínfimas nuances.
E, enfim, a música se apresentou de maneira íntegra, pulsante e vívida!

Foram apenas um pouco mais de 60 minutos, que me fizeram rever toda a minha história com a Audiopax – que também se iniciou no nosso segundo Hi-End show em 1997 – em que o Eduardo de Lima, em um espaço que não deveria jamais ser usado para uma apresentação musical, nos mostrou o que viria a ser a Audiopax no Brasil e no mundo.

Voltando ao presente, só tive tempo de agradecer aquele momento sublime, antes da emoção cortar-me a voz, e levar algum tempo para restabelecer a razão e tentar em palavras dizer o que achei daquela apresentação tão emocionante.

E saí de lá com a certeza de que precisávamos testar cada um daqueles produtos, para poder também compartilhar nossas impressões com quem lá não esteve.

À medida que as semanas se passaram, e fui aguardando a vinda do setup completo apresentado no Workshop, fiz o seguinte exercício mental, que meu pai nos fez praticar desde muito cedo: me colocar no lugar do outro.

Pois ele nos dizia que só assim seríamos capazes de desenvolver algo essencial no convívio coletivo: a empatia.
Imagine você ser convidado para ser sócio de uma empresa já estabelecida, e que existe um reconhecimento total dos produtos, com excelentes reviews mundo afora, e seu CEO e peça central desse sucesso morre prematuramente sem lhe dar condições de absorver todo aquele conhecimento.

Pois quem conheceu o querido Eduardo de Lima, sabe que sua genialidade o levava a desenvolver em sua mente vários projetos paralelamente e, como ele os aplicava, só ele mesmo sabia a razão de ser assim e não ser assado. E, aparentemente, nada daquilo fazia muito sentido, mas de alguma maneira soava divino.

Cansei de ouvir seus protótipos e produtos acabados, e me chocar como ele traduzia de maneira primorosa o ‘menos’ virar ‘mais’.

E aí você assume a empresa tendo que administrar a dor da perda de um amigo e sócio, e uma empresa que estava em franco crescimento internacional, necessitando honrar compromissos e prazos.

A sorte da Audiopax, amigo leitor, é que esse sócio se chama Silvio Pereira e tem um currículo também brilhante. Pois antes de aceitar o desafio Audiopax, trabalhou 34 anos na área de engenharia da TV Globo, inicialmente como especialista em suporte de equipamentos digitais e, posteriormente, como responsável pela área de Pesquisa & Desenvolvimento da empresa, supervisionando uma equipe de mais de 60 profissionais dedicados ao estudo de novas tecnologias e à implementação de soluções tecnológicas.

Como o MIT (Massachusetts Institute of Technology), NHK-STRL (o maior laboratório de pesquisa em Broadcast do mundo) e a Sony.

Para os apaixonados por Fórmula 1, saibam que o primeiro sistema de telemetria nessa modalidade foi desenvolvido pela sua equipe, e também o primeiro sistema integrado de captura, armazenagem e edição baseados no uso de Servidores de Vídeo, pelo qual recebeu o prestigiado prêmio- Broadcast Engineering Excellence Award.

Mas, ainda que com toda essa bagagem considerável, ter que assumir uma empresa em que praticamente todos os produtos consagrados tinham como mentor o Eduardo de Lima, manter a empresa em pé, continuar produzindo e olhar para o futuro, é como trocar as rodas com o carro em movimento.

Sabemos que, como na Fórmula 1, com o grau de desenvolvimento e a concorrência no áudio hi-end ninguém se mantém no pódio se não estiver constantemente atualizando seus produtos.

E não falo de mudanças cosméticas, e sim de avanços efetivos em termos de performance.

Felizmente os anos de TV Globo deram a ele a frieza necessária para não perder o foco e montar uma equipe coesa e de profissionais de alto nível, como o Fábio Timi (que teve sua própria empresa, a Timi Audio) que fez brilhantes prés de phono (que tive a sorte de escutar na casa do meu querido amigo Vicenzo) e o Flávio Mauro, engenheiro também da equipe da TV Globo.

Mas existe o lado artístico também. Silvio foi aluno por uma década do mestre Hans Joachim Koellreutter, e o acompanhou em apresentações de música e estética musical pelo Brasil, Japão e Índia. Além de ser um exímio luthier de instrumentos musicais.

Ou seja, um currículo invejável, que possibilitou estarmos aqui a falar de uma nova linha de produtos Audiopax: a série Reference.

E aí, em meu último ato de me imaginar nessa situação, eu me fiz a seguinte pergunta: quando é o momento propício de virarmos a chave e darmos à empresa sua nova identidade?

Eu já participei da mudança de geração em empresas familiares, e posso garantir que se trata de um momento crítico e extenuante.

Agora, imagine transportarmos essa questão para o mercado de áudio hi-end. Em que cada um dos produtos Audiopax ainda hoje são referências para seus usuários, e que na opinião deles poderiam se manter os mesmos por mais uma década!

Eu, como editor da revista, ouvi algumas vezes essa opinião.

O que posso dizer é que esse momento deve ter tirado o sono do Silvio e sua equipe por muito tempo.

Mas, chega um momento que é preciso fixar a visão na estrada e parar de olhar para o retrovisor, e felizmente esse momento chegou para a Audiopax. E pela repercussão que teve do público no Workshop, o acerto foi preciso!

Ao trazerem até nossa Sala de Referência todo o setup apresentado no evento, a Audiopax me deu a oportunidade de ouvir com calma, e entender o DNA sonoro do sistema, ver o potencial de cada produto, juntos e separados – então propus um calendário para o teste de todos, que claro irá se adequar à entrega dos produtos que foram vendidos no evento e disponibilidade de ficarem conosco por pelo menos três semanas, desde que integralmente amaciados.

Com esse calendário montado, a primeira joia que ficou dessa grata apresentação, foi o Reference Preamplifier Audiopax.

E já está comigo a tempo suficiente para se tornar íntimo com todos os equipamentos que estão chegando para teste.
Então, se prepare amigo leitor, que inúmeros produtos avaliados e apresentados até a edição Melhores do Ano, tiveram a sua companhia.

Eu não ouvi o pré anterior em linha em nossa sala, mas tive o Model 5 original por mais de seis anos como minha referência, e sei de todos os benefícios do genial Timbre Lock para o casamento perfeito com qualquer power, então a primeira coisa que adorei no Reference foi ele continuar existindo, pois se trata de um baita diferencial em relação a qualquer pré de linha, independente do seu preço.

Mas em relação aos prés anteriores da Audiopax, as semelhanças acabam aí.
Pois o Reference é um pré híbrido, pois utiliza um módulo valvulado ligado como “cathode follower”, uma topologia pouco utilizada, mas que na forma implantada, garante um absoluto isolamento entre sua entrada e sua saída. A escolha recaiu nas válvulas ECC82/12AU7, que além de atenderem as premissas técnicas, também foram as com melhor resultado em termos de performance – e o Reference possui ajuste automático de bias.
Segundo o fabricante, outros fatores para seu nível de performance são: ausência de realimentação global negativa, Mosfets utilizados em configuração muito similar à que normalmente seria aplicada à circuitos valvulados, uso minimalista de estágios no caminho do áudio (existem apenas dois componentes ativos entre sua entrada e sua saída de áudio), fontes de alimentação com valores extremamente altos (164VDC) e com regulação em shunt (topologia que permite atingir ao mesmo tempo estabilidade e velocidade nos transientes) e o inovador uso de indutores como carga final do pré-amplificador.
Segundo a Audiopax é essa combinação de características que permitem uma dinâmica visceral, se a música exigir, mas que também possui uma capacidade de exposição das mais sutis nuances musicais.

Deixarei minhas observações pessoais para mais adiante.

Bem, e para o nosso leitor que jamais teve ou ouviu um Audiopax, tenho que dar um resumo ao menos do Timbre Lock, criação de Eduardo de Lima que lhe abriu as portas ao mundo. Em resumo, trata-se de um controle que age diretamente na sinergia entre o pré de linha e qualquer power. Algo tão desejado por qualquer fabricante, pois compatibilidade é escolha decisiva de um audiófilo na hora da compra.

Com o Timbre Lock, o usuário consegue o ajuste fino entre pré e power, sem alterar a resposta de frequência, e sim a otimização das distorções harmônicas residuais de qualquer sistema de áudio. Parece difícil assimilar? Então pule essa etapa e ouça na prática o que ocorre. Pois quando você pacientemente busca o ajuste perfeito para o seu power, as melhorias audíveis são: a percepção dos timbres como se os instrumentos mudassem de qualidade, maior resolução microdinâmica, a sustentação e decaimento dos graves e, quando o ponto certo foi encontrado, aquela maravilhosa sensação de maior naturalidade, conforto e realismo.

Antes de irmos para as observações auditivas, já que essa introdução se tornou muito extensa, vou falar sobre o gabinete do Reference. Foi o melhor gabinete que a Audiopax já fez. Tanto para o pré como o da fonte independente. Prima pela qualidade na escolha do painel frontal, dos botões, da suavidade no manuseio e da iluminação acima de cada um dos cinco botões. O primeiro da esquerda mantém o pré em stand-by ou ‘on’, o segundo é o ajuste do Timbre Lock do canal esquerdo, o botão do centro é o de volume, seguido do Timbre Lock do canal direito e, por fim, o botão de seleção das cinco entradas (uma XLR e quatro RCA).

No painel traseiro, temos as saídas balanceada e RCA, e as entradas já citadas. E os dois cordões umbilicais que ligam o Reference à sua robusta e silenciosa fonte externa.

Já contei minha experiência com o Timbre Lock pela primeira vez, quando testei o Model 5 original. Na época meu pré era o Jeff Rowland Coherence, que custava seis ou sete vezes mais que o Audiopax. Estava ouvindo o disco da Zizi Possi – Mais Simples, faixa sete. E estava buscando o ajuste perfeito para o meu power da Jeff também, o Model 8 com bateria.

De repente achei o ponto ideal, e imediatamente o violão encorpou, ganhou uma riqueza harmônica, como se fosse outro violão, de um patamar acima do usado na gravação. E a voz da Zizi ganhou um realismo impressionante.

Chamei minha esposa, que não sabia o que eu estava fazendo, e toquei a faixa sete para ela, no pré e power Jeff, que ela gostava muito. Depois passei para o Model 5, e ela assim como eu demorou a entender a quantidade de detalhes, riqueza harmônica, sutis decaimentos das notas sumindo, sem se perder nas novas, e o realismo da voz, que surgiram como em uma outra masterização.

Resultado: vendi meu Jeff Rowland e fiquei com o Audiopax feliz, por seis anos!

Para o teste do pré Reference, ouvimos com os monoblocos Reference Audiopax, com as caixas também Audiopax e, posteriormente, com os Nagra HD. Tudo com TUBE DAC e Streamer também Nagra, e DAC Ferrum Wandla. O pré de phono foi o Soulnote E-2, toca-discos Origin Live Sovereign Mk4, braço Enterprise 4, e cápsula ZYX Ultimate Astro. Cabos Dynamique Audio Apex, e cabo de força Transparent Audio Reference G6.

Minha curiosidade era grande de associar o Reference ao meus powers HD. E a primeira surpresa: o Timbre Lock ficou exatamente no mesmo ajuste usado nos powers da Audiopax.

Qualquer tentativa de ajustar um ponto, e a magia e correção se perdiam.

No final do teste, liguei o power da Gold Note, e aí sim foi necessário ajustar em 10 pontos o Timbre Lock, para se extrair a melhor sinergia desse setup.

O que quis provar com isso? Que o Timbre Lock continua sendo um incrível diferencial para extrairmos o melhor casamento possível entre esse magnífico pré, e qualquer power de nível existente no universo hi-end.

Seu equilíbrio tonal tem características muito interessantes, pois permite não só avaliarmos a qualidade da gravação, como também do DAC, e do cabo que está entre a fonte digital e o pré. Nesse nível de pré de linha, a última coisa que você terá que se preocupar é com o equilíbrio tonal. Nada falta e nada excede, é simples assim! Se tiver algo faltando, pode rever fontes e cabos.

Foi notório ouvir em diferentes caixas com tweeter de diamante, domo de tecido e AMT, como os agudos em qualquer desses tweeters se mostra com uma extensão e um decaimento preciso e natural.

Seu trabalho é apenas escolher qual tipo de caixa lhe agrada mais e está dentro de seu orçamento.

Para o teste dos agudos, ouvi inúmeras gravações das violinistas Hilary Hahn e Vilde Frang, e zero de fadiga auditiva.

Na outra ponta usei o mais recente trabalho do baixista Brian Bromberg – LaFaro (leia Playlist de novembro), em que o sistema será realmente colocado a prova, principalmente para avaliação de extensão do grave, sustentação, corpo e velocidade.

Novamente, não existe problema em o pré Reference reproduzir com maestria baixas frequências com total conforto auditivo e inteligibilidade.

E a região média, aí é covardia meu amigo! Pois todos os Audiopax que ouvi, tive e testei sempre primaram por uma região média divina! No Reference, essa exuberância se manteve intacta!

Quer um exemplo matador para avaliar se seu pré é realmente excelente na região média? Ouça o disco Vivaldi In Furore, Laudate pueri e Concerti Sacri, da soprano francesa Sandrine Piau com a Accademia Bizantina – faixas 1 e 2. Trata-se de um belo exemplo para avaliar o equilíbrio tonal do seu pré de linha.

Mas não pense que é apenas ouvir a voz e as cordas, OK? Tem um cravo que precisa ser escutado o tempo todo, também. E nos fortíssimos da Sandrine Piau, o som não pode endurecer, muito menos frontalizar a voz!

Na faixa 2, tem um órgão de tubo para complicar ainda mais esse equilíbrio tonal. Ouvir esse disco no Reference pré da Audiopax foi um dos momentos mais sublimes desse teste!

O soundstage do Audiopax possui um 3D impressionante. Claro que na reprodução de LPs, o palco é imensamente maior que na reprodução digital – mas seja em que fonte, tanto a largura, quanto a profundidade são de nível referencial.

Foco, recorte, possuem projeção cirúrgica, enganando nosso cérebro desde a primeira nota.

Mas o que mais me deixou feliz, foi a capacidade de recriação das ambiências de cada sala de gravação, e até a qualidade técnica das reverberações digitais – na maioria das gravações são tão excessivas, que chegam a criar sibilação irreal na voz, muito comum nas gravações de MPB, e alguém precisava mostrar a esses engenheiros que além de feio, estraga o equilíbrio tonal da voz nas altas frequências, e nosso cérebro não relaxa.

O Audiopax é primoroso em detalhar tanto os acertos como os erros em qualquer gravação, e não o faz de maneira analítica ou ultra-transparente, e sim pela sua capacidade de não alterar o sinal que recebe, e entrega ao power o mais fidedigno que recebeu.

Falar da apresentação de texturas nesse pré é uma das melhores ferramentas para se explicar esse quesito ao nosso leitor, que ainda não assimilou o que precisa ouvir para avaliar.

Um excelente pré sempre terá a capacidade de mostrar as paletas de cores de cada instrumento, e até mesmo nos deixar observar a qualidade desse instrumento, e quanto à virtuosidade ou não do executante.

Mas somente os superlativos nos permitem ‘enxergar’ mais além, e vermos a intencionalidade no momento da execução.

Uma grande amiga musicista e pianista esteve nos visitando, e ao ouvir no sistema gravações de duos de piano e violonistas, fez uma observação muito pertinente: que alguns virtuoses já em plena capacidade e domínio do instrumento e da obra que estão tocando, conseguem ter em mente tudo que precisam realizar uma fração de nanosegundo antes de executar.

Isso dá a quem está ouvindo uma sensação de precisão e inteligibilidade plena.

E aqueles que ainda estão na busca desse grau de domínio, hesitam – e se conhecemos bem a obra, podemos perfeitamente observar onde ocorreu o vacilo.

O pré Reference tem a capacidade de nos ampliar essa capacidade de observação, não sei se pela soma de suas qualidades ou pela escolha do caminho mínimo de sinal enquanto ele é o responsável por esse sinal.

Mas é audível o quanto as intencionalidades parecem muito mais presentes que em outros prés, também de nível superlativo.

Ainda mais intensa e realista a apresentação de intencionalidade, só escutei no pré Nagra HD, que custa muito mais caro que o Audiopax!

Então, meu amigo, se esse é um quesito essencial na escolha de seu pré definitivo, não esqueça esse detalhe!
Intencionalidade sem transientes precisos, não existe. Então para esse grau que descrevi, imagina como é o nível de precisão e marcação de tempo e ritmo do Audiopax? Primoroso.

Ouvi todos os nossos mais difíceis exemplos para fechar nota deste quesito, CDs e LPs, e o Audiopax passou com louvor!

Esqueça notas comidas, ou mastigadas em solos virtuosos. Se não houve vacilo na captação e nem foi destruída por uma mixagem e masterização mal-feita, você ouvirá sem alterar um músculo do rosto!

Aí chegamos na macro e micro-dinâmica. Meu amigo, o Audiopax irá jogar toda a responsabilidade para seu power, pois da parte dele o que entrou irá sair perfeitamente sem nenhuma compressão da dinâmica ou clipagem.

E a micro é impressionante pela reconstituição e precisão. Inúmeros ‘ruídos’ de gravações de música clássica irão surgir, mas sem tirar sua atenção ou desviar o foco – surgirão apenas.

O que estiver escrito na partitura, mas foram escritos com os famosos três ‘pps’ (pianíssimo), você não terá que se contorcer para ouvir.

Em termos dinâmicos, se seu sistema responde, seu trabalho é achar o volume correto da gravação e se deleitar com o que irá ouvir.

O corpo harmônico nas audições de LPs foram tão belos que passei dois dias apenas escutando para fazer minhas anotações pessoais, de como algumas características de tamanho de bumbo, contrabaixo em solo ou naipe de contrabaixos, soaram em nossa sala.

Mas a gravação de corpo mais impressionante foi uma Fuga de Bach em órgão de tubo. Não tinha ideia da magnitude do corpo dos graves daquela gravação, e aí me animei e fui escutar a Sinfonia no.3 – Órgão, de Saint-Saens. Ficará guardado em minha memória auditiva como um dos pontos altos desse teste.

Com esse grau de coerência em todos os quesitos, o que você imagina que será a organicidade nesse pré? Não imagine meu amigo, vá a sala da Audiopax no próximo Workshop Hi-End Show (leia Eventos nesta edição), e escute!
Não há o que descrever em palavras – é preciso ouvir e vivenciar a música materializada à sua frente, e senti-la não apenas no seu sistema auditivo, mas também no seu corpo.

Não perca essa oportunidade, meu amigo: é em momentos assim que a audiofilia recupera seu real objetivo, de trazer a música de forma plena até nós.

CONCLUSÃO

O Reference Preamplifier Audiopax é, de todos os prés de linha superlativos que escutei e que testei nos últimos três anos, o mais impressionante pelo seu grau de versatilidade graças ao seu Timbre Lock, performance pelo conjunto de acertos nas escolhas feitas pelo projetista, e preço, por ser o mais acessível de todos que estão no Top 5.

Essa tríade de acertos o coloca como um Best Buy a ser batido. Tarefa que julgo ser árdua e que, com uma moeda tão desvalorizada, impossível de se alcançar para qualquer produto importado em termos de valores finais.

Se você está à procura de seu pré de linha Estado da Arte final, não ouvir o Audiopax Reference será motivo de muitas cobranças posteriores, acredite.

Tenho absoluta certeza de que esse pré terá uma carreira internacional magnífica! Podem me cobrar!

E espero que aqui também!


PONTOS POSITIVOS

Uma conjunção perfeita entre conceito e resultado.

PONTOS NEGATIVOS

Absolutamente nada.


ESPECIFICAÇÕES

Resposta de frequência5Hz a 140kHz (-3dB)
Ganho14dB (low) / 20dB (high)
Relação Sinal/RuídoMelhor do que 95db (Weighted Ref, 1V)
Impedância de entrada70 Kohms (mínimo)
Impedância de saída• 1500 ohms (máximo)
• 500 ohms (típico)
Distorção total<0.08%
Tensões de entrada120V, 127V, 220V, 230V ou 240V (factory set, +- 5%)
Fusível (main)1A (120Vou 127V) ou 500mA (220V, 230V, 240V), slow, 3AG (6.3mm)
Fusíveis (canais left/right)250mA, fast, 3AG (6.3mm)
Dimensões (L x A x P)
(pré-amplificador)
44 x 12 x 43 cm
Dimensões (L x A x P)
(fonte)
34 x 10 x 30 cm
Peso• 18 Kg (Pré-amplificador)
• 5 kg (Fonte)
AcabamentoAlumínio anodizado em preto

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