Talvez essa seja a descoberta mais revolucionária deste século! Pois o pensamento ocidental sempre se baseou na superioridade da razão sobre as emoções.
Já que sempre nos foi ensinado que a razão é fria, precisa, racional e sofisticada. E que as emoções humanas são, por natureza, impulsivas, inconstantes e perigosas.
E construímos toda nossa cultura ocidental afirmando que pessoas sábias são as usam a razão e controlam suas emoções. Os cientistas, educadores e os bons administradores, precisam ser sempre objetivos e totalmente desapegados das emoções que os assaltam.
E, agora, a neurociência vem nos dizer que as emoções são, com frequência, sábias – e que na maioria das vezes, as emoções guiam a razão e nos tornam mais racionais.
O que a neurociência descobriu é que, na verdade, são nossas emoções que colocam nosso cérebro em um modo particular de operação que ajusta seus objetivos, direciona nossa atenção e modifica o peso e medida que você atribui a vários fatores, enquanto faz inúmeros cálculos mentais.
O que faz com que seja a emoção, e não a razão, que faz a escolha em uma direção ou outra, dependendo das circunstâncias que nos são apresentadas.
Segundo a neurociência, na indignação é que surge a concentração necessária para buscarmos justiça, na admiração é que temos a real dimensão de nossas vidas frente ao universo, e nos motiva a sermos melhores conosco e com os outros. O estado eufórico nos possibilita assumirmos riscos, e no estado de felicidade nos tornamos mais criativos e plenos. A repulsa nos alerta da necessidade de rejeitarmos e questionarmos comportamentos imorais, e a principal emoção de sobrevivência – o medo – nos deixa em alerta total.
Foram citados outros estados de emoção como: ansiedade que coloca nossa mente a ser mais pessimista, e a tristeza que nos faz aguçar nossa memória, nos tornando mais atentos aos fatos que geraram esse sentimento.
Para a neurociência, a melhor maneira de você usar suas emoções a seu favor é verbalizando esses sentimentos, para colocá-lo sobre a perspectiva racional.
O artista faz isso o tempo todo, e devemos aprender a fazê-lo no nosso dia a dia.
E aí entra uma ferramenta primordial que pode nos ajudar a organizar melhor nossas emoções antes de tentar racionalizá-las: a música!
Shakespeare escreveu, na obra Macbeth: “Dê palavras à dor, porque a tristeza que não fala, murmura ao coração até que ele se parta”.
A música tem esse poder de organizar as nossas emoções, até que se tornem claras a luz da razão!
Quem, em sã consciência, renunciará a tão poderosa ferramenta?
(O texto sobre essa descoberta da neurociência foi publicado no portal R7- Tecnologia e Ciência).