Christian Pruks
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Todo mês um LP com boa música & gravação
Gênero: Rock
Formatos Interessantes: Vinil Importado / Nacional
Está cada vez mais frequente me perguntarem sobre discos com prensagens nacionais em vinil que têm boa qualidade sonora.
Acho que todo mundo está questionando a dificuldade de se comprar discos novos – cuja importação demora uma eternidade – e seus preços, que são ‘ajudados’ pelos altos impostos e dólar. Aí você vai procurar importados usados, e os vendedores descobriram esse interesse, e às vezes os preços são até maiores que os dos novos (é o famoso ‘disco raro’ que tem 10 pra vender no Mercado Livre). E como muita gente não tem tempo ou as manhas para garimpar, o interesse por discos de vinil nacionais cresceu.
E os audiófilos querem, claro, discos que tenham boa qualidade de som – para usufruírem de seus bons sistemas. Então, se você é fã de rock, não arranque seus cabelos: procurem adquirir uma cópia do disco Communiqué, o segundo álbum da banda inglesa Dire Straits, de 1979, em prensagem nacional, brasileira – e surpreendam-se com a qualidade sonora!
Aliás, o problema do vinil nacional sempre foi baseado, primeiro, em fitas máster de má qualidade, ou mal manipuladas, mal reproduzidas, mal transferidas na hora de se prensar o LP – e esse é o motivo para um disco em edição nacional tocar mal. O material vinil de má qualidade com o qual o disco é feito, pode fazê-lo ser ruidoso, assim como ser muito fino pode fazê-lo ter menos graves – mas o som ruim vem de máster ruim.
O Dire Straits é aquela banda cuja musicalidade é tão boa – respeito e admiro muito o Mark Knopfler – que não tem ninguém que não goste. O primeiro disco, e a clássica Sultans of Swing, foram lançados no início de 1978, e seu sucesso foi acontecendo vagarosamente ao longo desse ano e de 1979, com exposição nas rádios e turnês inclusive dos EUA. Logo a música do Dire Straits chegou ao topo das paradas de sucesso – segundo lugar nos EUA e 132 semanas nas paradas britânicas, por exemplo. Tanto que, posteriormente, a banda foi nomeada para dois prêmios Grammy, incluindo o de Melhor Novo Artista.
Essa exposição, e sucesso, levou ao segundo disco, Communiqué, ser gravado nas Bahamas (em 15 dias apenas!) nos estúdios Compass Point – onde, ao longo dos anos, álbuns famosos foram gravados, como Back in Black do AC/DC, além de discos do Talking Heads, David Bowie e Emerson Lake & Palmer, entre muitos outros.
Communiqué segue o mesmo estilo, mais despojado, do primeiro disco – o que mudaria nos discos seguintes com a adição de músicos convidados no estúdio e estilo mais elaborado. Rapidamente chegou a número 1 nas paradas de vários países europeus, e no 11o. lugar nos EUA.
Esses primeiros discos da banda, como o Communiqué, soam bastante como uma mistura de rock, blues, rockabilly, pitadas de surf rock e de reggae, country e folk. Acho que a melhor definição que já li sobre eles é ‘rock raiz’.
E, mesmo com várias pérolas, como Once Upon a Time in the West, Where Do You Think You’re Going, e a excelente Single Handed Sailor, alguns críticos disseram que ele parecia uma mera cópia do disco anterior. Deve ser a tal ‘Maldição do Segundo Disco’, onde a coisa mais difícil que tem é agradar todos com um segundo disco após um clássico, após um imenso sucesso.
Seja do jeito que for, é um disco obrigatório para fãs da banda e fãs do gênero.
A formação que toca no Communiqué é a mesma do primeiro disco: Mark Knopfler nos vocais e guitarra líder, David Knopfler na guitarra, John Illsley no baixo, e Pick Withers na bateria. David, irmão de Mark, sairia da banda no álbum seguinte.
Mark Freuder Knopfler nasceu em Glasgow, na Escócia, filho de um imigrante judeu húngaro que era jogador de xadrez e arquiteto. Após se mudar para Newcastle, na Inglaterra, começou como jornalista, mas sempre se dedicou à música. Anos depois, em Londres, fundou com seu irmão e o amigo John Illsley, a banda Café Racers. E, em 1977 trouxeram o baterista Pick Withers e mudaram seu nome para Dire Straits.
Inclusive, pouco tempo após o primeiro disco, Bob Dylan ouviu Sultans of Swing, acabou assistindo um show da banda, e no final chamou Knopfler para tocar em seu álbum seguinte, Slow Train Coming, de 1979, levando também o baterista Pick Withers.
Para quem é esse disco? Para todos os fãs de rock raiz, fãs de Dire Straits e de blues-rock.
Prensagens boas? Esse, como disse, é um que pode ser comprado em prensagem nacional, facilmente encontrável em bom estado. Para os mais aventurosos, as prensagens inglesas e americanas são excelentes, e a prensagem japonesa é o famoso ‘Santo Graal’, o objetivo de todo fã de vinil. Existem prensagens recentes em 140 e 180 gramas nas quais eu não confio na masterização. E existe uma remasterização e prensagem da MFSL – Mobile Fidelity – que eu não sei como soa, mas gostaria de ouvir!
Bom Natal e um 2025 musical a todos!