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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Eu sempre achei muito engraçado quando algum acadêmico (e eu tenho alguns na família), falava de trazer algo do passado, chamavam de “resgate”, do tipo “Fizemos o resgate desses documentos e tradições orais da tribo dos Phulanos-de-Tal”.

A ideia que me vinha à cabeça sempre foi a de que os tais documentos estavam numa ilha deserta, náufragos, ou perdidos na selva Amazônica, ou coisa parecida – sempre achei uma terminologia um tanto ou quanto dramática – e engraçada.

Enfim, com o termo ‘resgate’ na cabeça, comecei a me lembrar da quantidade de discos que um dia foram considerados como gravações ‘audiófilas’, que tocavam bem em nossos sistemas, mas que foram por algum motivo ou outro abandonados pelo caminho.

Acho que um dos motivos desse abandono tem a ver com o que o Fernando Andrette tem falado bastante nos últimos tempos: o deixar de lado discos que passaram a não soar mais tão bem à medida que fomos fazendo nossos upgrades, simplesmente porque nossos sistemas se tornaram mais reveladores – tornando essas gravações fatigantes e irritantes – e se esqueceram de trazer mais organicidade para o sistema como um todo.

Lembro bem do auge do chamado ‘analítico’, coincidentemente a mesma época do CD hiper-relevelador, dos transistorizados hiper-transparentes, de tweeters de domo de metal para tudo quanto é lado. Não considero que foi um caminho bom, e a volta do vinil acabou por trazer um gosto de maciez e musicalidade para os ouvidos dos audiófilos, mudando bastante o cenário.

Só que aí começaram a vilificar o CD e o digital como um todo. Tremenda bobagem! Os primeiros streamings, que usavam computadores como armazenamento e transporte, antes do aparecimento de serviços como Tidal e Qobuz, começaram a mostrar que o digital não era um erro. Bons CD-Players também trouxeram a mesma ideia. E a mudança na sonoridade e acerto das equipamentos mais recentes solidificaram a noção de que digital e analógico podem conviver em um mesmo sistema sem entristecer o dono do mesmo.

O Fernando dá ênfase em que as pessoas devam adquirir e acertar seus sistemas para que, cada vez mais, o conforto auditivo deles permita que se escute tanto gravações boas quanto sofríveis – e num termo geral, é preciso de um bom investimento para se obter esse nível de Organicidade.

Minha ideia aqui é de mover menos e menores montanhas. Tenho pensado já há algum tempo em começar a resgatar discos que já foram considerados audiófilos em décadas passadas, gravações que já foram consideradas top, mas foram deixadas de lado ao longo dos anos.

Fuçando no streaming em busca de adições à minha discoteca, tanto de coisas novas quanto de velhas que passaram desapercebidas ou foram esquecidas, acabei selecionando três discos sensacionais – ou, pelo menos, lembrando que eles existiam – chegando sem planejamento à uma seleção que agrada gregos, troianos e quem quer que tenham sido os vizinhos do lado esquerdo desses.

Até à edição anterior eu meio que banquei o burro. Deve ter sido a falta de querer abraçar o mundo de uma vez só, os pelos brancos da barba ou as ‘forças ocultas’. Na edição passada eu passei a inserir um link do YouTube possibilitando ao leitor ouvir uma faixa de cada um dos discos que são sugeridos nesta seção. Claro que eu deveria ter pensado nisso antes, já que a revista é em PDF, mas, enfim… É interessante para o leitor ouvir um trecho do disco, para ver se simpatiza ou não com a música oferecida, com o gênero musical, poupando o trabalho tanto dos mais inteirados tecnologicamente em procurar tais trechos por conta própria, quanto dos que consideram ainda a Internet como uma caixinha de surpresas. Escolhi publicar aqui links do YouTube, que é o mais fácil, a qualidade sonora tem honestidade suficiente, e todos os computadores podem acessar esse link facilmente, assim como todos os smartphones possuem o aplicativo do YouTube instalado – então, basta clicar, ouvir, xingar o Christianzinho pelo ‘mau gosto’, ou mesmo pensar “como aquela música é legal!”, mas manter isso em segredo e não dar nenhum feedback.

Portanto, vamos passar dos ‘Entretantos para os Finalmentes’ – como dizia o saudoso Odorico Paraquaçu. No menu-degustação de hoje temos: um clássico do século XX muito interessante, um jazz homenagem à um grande nome e, por fim, um rock que está mais para World Music com um pouco de folk-rock.

Vamos à eles:

Igor Stravinsky – The Firebird – Atlanta Symphony – Robert Shaw (Telarc, 1978)

A Telarc consegue ser o meu selo preferido – em matéria de qualidade de gravação de música clássica. Parte porque eu cresci em uma casa de pai audiófilo, que adorava as gravações da Telarc em vinil (sempre importado e prensado na Alemanha ou no Japão), assim como de muitos outros selos de música clássica da década de 60 em diante. O sistema em casa tocava grande (meu pai querendo que o lugar parecesse uma sala de concerto) e as gravações da Telarc nesse quesito de realismo e organicidade superam quase todas as outras.

Quando eu, anos depois, comecei a frequentar salas de concerto, por gosto e conta próprios, trouxe às minha audições novamente as gravações da Telarc, agora em CD – que sempre me acompanharam na vida audiófila, tanto na como amador como na profissional. Não cheguei a entrar para a era do SACD, uma mídia que nunca me convenceu, mas cheguei a ouvir algumas gravações da Telarc em SACD no Sistema de Referência da revista, com excelentes resultados.

Alguns anos atrás publiquei aqui na revista uma matéria contando a história da Telarc. Resumindo: o engenheiro de gravação Jack Renner, na década de 70, montou a Telarc com o intuito de fazer gravações especiais em matéria de qualidade sonora. A primeira gravação deles foi, entretanto, Direct-to-Disc, nos idos de 1976 ou 77. Na mesma época, Renner travou conhecimento com um sistema de gravação de áudio em digital chamado SoundStream – que ainda estava em seu protótipo. Aí você deve pensar, então, que sendo anos antes da criação do CD como mídia digital para música, esse tal SoundStream só pode ter sido o primeiro gravador digital.Não, o primeiro selo a gravar em digital – com um gravador próprio fabricado por eles para a ocasião – foi o selo japonês Denon PCM, nos idos de 1974 (sim, a mesma empresa que fabrica equipamentos de áudio até hoje).

Quando Jack Renner pôs suas mãos em um gravador SoundStream, após testá-lo, a primeira gravação em digital de uma orquestra sinfônica completa, nos EUA, em 1978, foi a que está aqui em questão: The Firebird (O Pássaro de Fogo), do compositor russo Igor Stravinsky, executado pela Orquestra Sinfônica de Atlanta, sob a regência de Robert Shaw.

A Telarc, sendo americana, sempre privilegiou gravar com orquestras americanas, que são, em geral, bem estruturadas, bem financiadas (e são mais ‘tradicionais’ do que admitem alguns fãs ferrenhos das orquestras européias em arroubos de bairrismo) e frequentemente com sedes próprias em salas de concerto de alta qualidade e excelente acústica.

Por pagar bem, essas orquestras sempre empregaram bons regentes, americanos e estrangeiros de primeiro time. O americano Robert Shaw fez seu nome tendo como especialidade a preparação e regência de corais, que incluía a regência de grandes obras sinfônicas com côro e orquestra, assim como foi um grande regente sinfônico, com extenso trabalho à frente de grandes orquestras americanas, como as Sinfônicas de Cleveland e de Atlanta – além de ter fundado seu próprio côro, o Robert Shaw Chorale, em 1948.

A música para balé The Firebird – que não só testa a capacidade de seus sistemas de áudio, mas também as capacidades de uma boa orquestra sinfônica – foi composta por Stravinsky para a temporada de 1910 dos Ballets Russes de Sergei Diaghilev, em Paris. O compositor estava despontando na Rússia nesse período, e suas obras estavam começando a tomar a Europa – parte com admiração, parte com uma certa rejeição à novidade estilística chocante para a época de seus balés The Firebird e, depois em 1913, A Sagração da Primavera.

Robert Shaw & Sinfônica de Atlanta

Stravinsky, após ter feito nome na Europa e vivido durante anos na França, mudou-se para os EUA em 1939, onde fez parte da cena cultural, musical e intelectual, compôs para várias orquestras e foi influência e mestre de uma grande variedade de músicos e compositores, até falecer em abril de 1971, de edema pulmonar.

Uma curiosidade: ouvindo The Firebird com atenção, você poderá facilmente perceber a grande influência que ele teve em obras do compositor americano de trilhas John Williams, como fica claro no tema de Guerra nas Estrelas (Star Wars), por exemplo.

Sobre a estadia de Igor Stravinsky na América, vale contar a historinha sobre quando ele alterou ligeiramente a instrumentação do Hino Nacional Americano, em 1944, e a polícia da cidade de Boston queria que ele pagasse uma multa, porque isso não seria permitido por lei. Depois de longas discussões, descobriu-se que o que ele fez não era proibido, que o que lei previa era que o Hino não fosse usado como música de dança ou que fosse usado como parte de um medley. O incidente todo ganhou um certo status de mito, dizendo-se que o compositor havia sido algemado, preso, fotografado pela polícia e fichado!

Este disco aqui sugerido, com suas excelentes macrodinâmicas, seu realismo, suas belíssimas texturas e timbres corretos, além dessa obra de Stravinsky, traz também interessantes e, por vezes, bombásticos trechos da ópera Prince Igor, do também russo Alexander Borodin. Os trechos em questão, com um excelente trabalho da Orquestra de Atlanta combinada com seu côro completo, são a Overture, e a Polovetsian Dance.

Além do belíssimo completo balé The Firebird, o destaque vai para a faixa Polovetsian Dance – que é excelente com seu poderio de orquestra e côro sinfônico combinados.

Pode ser encontrado em: CD / SACD / Vinil / Sites de Streaming selecionados.

Paul Simon – Graceland (Warner, 1986)

Meu primeiro conhecimento travado com o disco Graceland, do cantor e compositor americano Paul Simon, foi através de um amigo aficionado por música, fã de rock progressivo e de bons expoentes do rock da década de 80. Um dia ele me ligou e falou: “Descobrimos o melhor baixista do mundo! Do disco novo do Paul Simon!”. O baixista em questão é o músico e compositor sul africano Bakhiti Kumalo, tocando baixo fretless na maior parte das faixas do disco (porque quatro outros baixistas, incluindo o próprio Paul Simon, fazem participações no disco). Aliás, Kumalo também viria a participar do outro disco ‘étnico’ de Simon, o The Rhythm of the Saints, de 1990 (altamente recomendado).

O trabalho de Kumalo é excelente (nota mental: procurar mais trabalhos dele), e isso em conjunto com a qualidade de gravação que esse disco tem – muito melhor que a maioria esmagadora dos discos de rock/pop da época – deixava a sonoridade do baixo dele cheia e bem destacada. Um bom músico com uma boa gravação!

Paul Frederic Simon, nascido em 1941, tem uma estrada um bocado longa. Sua fama aconteceu, digamos assim, por sua participação no duo de folk-rock Simon & Garfunkel, formado em 1956 com o igualmente americano Art Garfunkel. Aliás, na dupla, Simon foi o compositor da maioria das canções e da maioria dos sucessos, como Bridge Over Troubled Water e Mrs Robinson, entre outras.

Acho que tirando o ápice dessa dupla (da qual todo mundo lembra até do The Concert in Central Park), na carreira toda de Simon seu maior sucesso foi Graceland – inclusive muito bem falado pela complexidade e seriedade do trabalho. E o álbum vendeu 14 milhões de cópias mundialmente!

Chamei de ‘étnico’ o álbum para resumir. Na verdade, Graceland é um disco de World Music da melhor estirpe. Quando citei meses atrás Peter Gabriel – ex fundador e vocalista do grupo de rock progressivo inglês Genesis – também citei na mesma frase Paul Simon, por causa deste trabalho. Considero ambos – junto com Ry Cooder e seu Buena Vista Social Club – os três melhores expoentes do que ‘eu’ chamo de World Music: a junção, a mescla de música de duas ou mais tradições diferentes. No caso de Peter Gabriel, seu trabalho e fascinação com ritmos e instrumentistas africanos e do oriente médio, e a mescla deles com a tradição ocidental do rock progressivo, experimental e alternativo, é notória em quase todos seus álbuns solo, de 1977 até hoje.

O segundo músico que, para mim, fez um trabalho fora do comum juntando tradições, ritmos e instrumentistas em um trabalho World Music foi Simon com o disco Graceland (com músicos africanos) e o seguinte, The Rhythm of the Saints (com músico africanos e brasileiros, principalmente de percussão).

Graceland pega a qualidade de Simon como compositor e letrista, junta uma série de ritmos e instrumentistas sul-africanos de altíssima qualidade – além de vários músicos de estúdio e de outras bandas, misturando pop, rock, a cappella, zydeco (do sul dos EUA), e isicathamiya e mbaqanga (da África do Sul), perfazendo um disco absolutamente bem feito, temperado, cheio de classe e qualidade.

Paul Simon & Banda

Entre os músicos conhecidos que trabalham no disco estão: o guitarrista Adrian Belew (King Crimson), o baterista Steve Gadd (Simon & Garfunkel, Steely Dan, Eric Clapton, Chick Corea, Chet Baker, Al di Meola), Youssou N’Dour (Peter Gabriel, Bruce Springsteen, Tracy Chapman, Branford Marsalis, Ryuichi Sakamoto), e um time de mais de 50 músicos convidados, principalmente africanos. O resultado é realmente especial.

Por causa da política segregacionista do Apartheid na África do Sul, quando Graceland fez sucesso, Paul Simon foi duramente criticado por personalidades que apoiavam o boicote cultural contra o Apartheid, chegando a envolver o Comitê Anti-Apartheid da ONU, e o Congresso Nacional Africano, com acusações de violação do boicote, banimento da África do Sul e críticas fortes de apropriação cultural não aceitando que o destaque que tenha sido dado à música sul africana no exterior tenha sido feito por um homem branco. Alguma acusações posteriores davam conta que a exposição da música sul africana feita por Simon poderia até ser responsável por aumentar a duração do Apartheid.

A declaração de Simon, no lançamento do disco foi: “Eu estou com os artistas. Eu não pedi permissão para o Congresso Nacional Africano. Eu não pedi a permissão de Buthelezi (líder tribal), de Desmond Tutu, ou do governo de Pretória. E para falar a verdade, eu tenho a sensação de que quando há transferências radicais de poder seja na esquerda ou na direita, os artistas sempre se ferram”. Graceland ganhou o prêmio Grammy de melhor álbum do ano de 1987.

Destaque para as faixas The Boy in The Bubble, Graceland e Homeless, particularmente interessantes.

Pode ser encontrado em: CD / LP / Sites de Streaming selecionados.

Andy Summers – Green Chimneys – The Music of Thelonious Monk (BMG Classics, 1999)

Conheci esse disco em uma audição do Sistema de Referência da revista, anos atrás, pelas mãos do Fernando Andrette. Isso vários anos depois dele ter sido lançado – ou seja, muito tempo depois de 1999. Não sei quais são as fontes secretas que o Fernando usa para obtenção de gravações especificamente interessantes – ou se ele tem um galpão onde ele guarda todos os milhares de discos ruins que ele comprou junto com as dezenas de bons (rs!).

Quando ouvi com o Fernando, ele pôs direto a faixa Round Midnight – sem falar o que era – e veio um belo arranjo com guitarra elétrica em evidência (guitarra de jazz, sem efeitos ou distorções), tudo bem tocado, e muito bem gravado. De repente entra uma voz masculina cantando a letra… “Pô, que estranho, essa voz parece o Sting… E não é que ficou bom!”.

Tirando o suspense logo de cara, esse disco trata-se do guitarrista do grupo The Police, Andy Summers, em um disco inteiro em homenagem à música do mestre pianista e compositor de jazz Thelonious Monk. As reações ao ver esse disco pela primeira vez podem ser: “Quem raios é Andy Summers e por que ele está tocando a música do Monk?!!”, ou mesmo “Por que o guitarrista de uma banda de rock/pop está tocando a música do Monk?”, ou ainda: “Quem raios é Thelonious Monk?”. Se a reação for esta última, bom… nunca é tarde para se aprender mais um pouco sobre jazz. Ou mesmo, se não é sua praia, para virar a página da revista.

Se você perguntou quem é Andy Summers, a resposta é um pouco mais complexa. Lendo sobre sua carreira e ideias, me parece claro que ele escolheu, quando pode, tocar aquilo que lhe desse satisfação e realização do que fazer um nome como ‘guitar hero’.

Summers é inglês, nascido em 1942, na mesma região onde nasceu Robert Fripp – guitarrista nível ‘master’ do grupo de rock progressivo King Crimson. Aliás, eles se conheciam desde a juventude e sempre foram amigos, tanto que no início da década de 80, depois que o The Police se dissolveu repentinamente, Summers e Fripp gravaram dois discos instrumentais juntos – no que acho que só pode ser definido de art-rock.

A carreira de Summers começou bastante cedo. A gente só ouviu falar dele no The Police, mas na verdade ele começou profissionalmente no meio da década de 60 em uma banda de R&B inglesa chamada Zoot Money’s Big Roll Band – que vivia de fazer shows, não de gravar discos. Summers desde jovem sempre foi aficionado de jazz e sempre estudou e treinou para ser um jazzista, mas era um jovem precisando de um emprego, feliz por conseguir, ainda que minimamente no início, ganhar a vida tocando guitarra. Na sequência ele participou da banda psicodélica Dantalian’s Chariot.

A presença de Summers na cena rock inglesa desde o final da década de 60 até a constituição do The Police no fim da década de 70, é clara – apesar dele ali não ter atingido o estrelato. O interessante dessa época da carreira dele são ‘causos’ como, por exemplo, ele ter sido o primeiro guitarrista a fazer contato com Jimi Hendrix quando este chegou à Inglaterra em 1966, assim como ele visitou Hendrix alguns anos depois em uma gravação dele em estúdio, e ambos fizeram uma jam session, com Summers tocando guitarra e Hendrix tocando baixo! Não seria o máximo descobrir que alguém gravou isso?

Andy Summers

Os empregos da vida musical mais low profile de Andy Summers, na década de 70, incluem: guitarrista do célebre Soft Machine, guitarrista do The Animals (inclusive Eric Burdon e ele eram bons amigos), e um período de cinco anos ‘longe do radar’, estudando violão clássico na Universidade Estadual da Califórnia.

Ao retornar para a Inglaterra, apresentou a obra completa Tubular Bells, do multi-instrumentista Mike Oldfield, solando sua guitarra com uma orquestra, em uma versão sinfônica da obra. Seu próximo trabalho fixo foi como integrante do trio The Police, à partir de 1977, quando conheceu o baixista Sting e o baterista Stewart Copeland, resultando em fama internacional – e estabilidade financeira.

A partir da dissolução da banda, Summers teve a liberdade de tocar e gravar o que lhe desse na telha, e isso inclui, além dos trabalhos com Robert Fripp, duetos com o guitarrista argentino radicado no Brasil Victor Biglione, trilhas para vários filmes, alguns discos solo de rock/pop principalmente instrumentais, participação no discos Nothing Like the Sun do colega Sting, e uma turnê ao vivo de mais de um ano com o The Police, entre 2007 e 2008 – considerada uma das turnês mais rentáveis da história e, infelizmente, não resultou no retorno permanente da banda.

No meio desse caminho, em 1999, sem alarde algum, Andy Summers montou uma banda com Hank Roberts no cello, Dave Carpenter no contrabaixo, Bernie Dresel na bateria, Joey De
Francesco no Hammond B-3, Steve Tavaglione no sax e clarinete, e Walt Fowler no trompete – além de, claro, Sting fazendo os vocais de Round Midnight. Tudo isso só para gravar um disco: sua homenagem à prolífica música de um de seus ídolos, Thelonious Monk, música pela qual Summers se apaixonou ainda adolescente, quando ganhou de presente o disco The Thelonious Monk Orchestra at Town Hall, de 1959.

Destaque especial para as faixas Round Midnight, Bemsha Swing, e Green Chimneys, dentre várias outras.

Pode ser encontrado em: CD / Sites de Streaming selecionados.

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