Eng. Angelo N. F. Gabriel
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Em um sistema de áudio & vídeo, tudo que você vê e ouve depende de Acústica, Eletrônica e Energia. Então, de agora em diante, vamos ‘ouvir a rede elétrica’ e nos ater à essa palavra ‘mágica’, descrita pela primeira vez em 1600 por William Gilbert em sua obra De Magnete, onde relata a propriedade do âmbar e de alguns metais magnéticos, descobertos na Grécia antiga e na Ásia Menor. A partir dessa data, uma série de estudos, descobertas e inventos realizados por gênios, discorrem sobre o magnetismo, energia estática, voltáica, luminotécnica, entre outras, e, até hoje, carregam merecidamente o nome atrelado a cada feito, como Benjamin Franklin, Luigi Galvani, Alessandro Volta, Michael Faraday, Charles Coulomb, André Ampere, George Ohm, Karl Gauss, Graham Bell, Joseph Henry, Thomas
Edison, James Maxwell, Nikola Tesla, entre outros.
Observada por muitos como pura magia na tomada de força da nossa casa, a energia elétrica é um fenômeno eletromagnético vital para este mundo cada vez mais cibernético e tecnológico. Nos dias de hoje, após a geração e distribuição da energia elétrica, picos de tensão, ruídos, descargas atmosféricas, variações de voltagem e transitórios são verdadeiros carrascos, e bastante familiares a todos nós. Não bastasse, soma-se a tudo isso também as interferências eletromagnéticas e de rádio frequência, geradas por aparelhos ligados à rede elétrica, os chamados harmônicos que, gerados por diferentes cargas, desencadeiam diferentes eventos em diferentes frequências com diferentes amplitudes, e diferentes atributos em cada bairro da cidade.
Mas qual a influência e as consequências de tudo isso em nosso sistema de áudio & vídeo? É uma dúvida simples que requer uma explanação detalhada!
Então vamos lá: um país com dimensões continentais como o Brasil, que tem um sistema energético amplo, diversificado e suscetível a tantas anomalias elétricas e atmosféricas, no mínimo nos impõe ou sugere a necessidade de ‘algo’ entre a tomada elétrica de casa e os aparelhos de AV conectados. Pois bem, algo que seja capaz de proteger, gerenciar, compatibilizar tensões e fornecer as condições ideais ao pleno funcionamento do sistema como um todo. Uma espécie de ‘Guardião’ que resolva os problemas e que não venha a se somar a eles!
O uso generalizado da energia elétrica, elevou a consciência sobre a qualidade do fornecimento e seus efeitos. Cada vez mais os aparelhos são ‘dirigidos’ por microprocessadores altamente velozes e altamente sensíveis aos distúrbios presentes na rede elétrica. Sabemos que se dispõe de soluções econômicas para limitar ou eliminar os efeitos da má qualidade da energia elétrica mas, essas soluções têm que ser dedicadas e especificamente projetadas para o fim a que se destinam. Equipamentos de áudio & vídeo nos impõe, no projeto, características diferentes dos de informática que, por sua vez, requerem especificações diferentes dos eletrodomésticos e assim sucessivamente – então cada segmento requer um ‘Guardião’ treinado especificamente para cada batalha que se apresenta, ou seja, o tratamento de energia requerido varia conforme o equipamento a ser alimentado. É o caso dos filtros, estabilizadores e transformadores de tensão que, no caso de áudio & vídeo, têm que ser especificamente projetados para esta aplicação sob pena de comprometerem a coloração do som e imagem, o equilíbrio tonal, o corpo harmônico, entre outros prejuízos. Esse ‘Guardião’, no caso do som e da imagem, se chama Condicionador Estabilizado de Energia, que tem seu funcionamento capaz de tratar a rede elétrica, estabilizando, eliminando ruídos, ondas eletromagnéticas e cujo funcionamento seja transparente, neutro e que traga vantagens sonoras e visuais, ou seja, que proporcione significativa melhora do áudio e do vídeo. Como radiografia básica do Condicionador, destacamos:
Circuitos destinados à eliminação dos harmônicos da rede elétrica, tanto os de corrente quanto os de tensão, que inibem o palco sonoro dando a impressão que todos os instrumentos estão num mesmo plano sonoro. Um bom estágio de filtragem melhora o palco sonoro, melhorando a imagem e o contorno dos personagens.
Dispositivos contra surtos, combinados a elementos de proteção externos, que farão o desvio do surto de energia para o sistema de aterramento, protegendo desta forma a instalação. O sistema de aterramento tem que ser eficiente para que produza resultado.
Circuitos micro-controlados, dentro de limites especificados, realizam o autodiagnóstico da rede elétrica local, reagindo de forma rápida e automática à todas as oscilações, lentas ou rápidas, que se apresentem na rede elétrica. Tal controle permite que os equipamentos AV funcionem na tensão para o qual foram projetados e, com isto, transfiram mais potência e eficiência.
Aparelho autônomo que se apresenta como solução para regiões críticas e/ou com deficiência de aterramento, pois separa fisicamente a rede elétrica de entrada da rede elétrica de saída, constituindo-se em um importante ‘air-bag’ para toda a instalação. Também gera um ponto de referência comum para todo o sistema eletrônico, evita o looping de terra e, ainda, elimina a indesejável tensão entre neutro e terra, presente em redes elétricas bifásicas. Para complementar toda a proteção, o Módulo Isolador pode ser acoplado ao Condicionador ou Condicionador Estabilizado, que irá cuidar dos estágios de filtragem EMI/RFI, estabilização da voltagem e demais proteções contra sobrecarga, curto-circuito e surtos de energia. Os Condicionadores de Energia também podem ser utilizados em separado do Módulo Isolador, se a indicação técnica assim o permitir.
Finalizando, tão perigoso quanto, e com frequência de incidência diária, são os surtos e sobretensões transitórias de energia, causados por manobras na rede elétrica, acionamento de motores, elevadores, ligamento de máquinas, aparelhos de ar-condicionado e por blecautes. Estes eventos podem causar danos imediatos, ou a médio e longo prazos, aos equipamentos conectados à rede elétrica e, neste sentido, é de fundamental importância a utilização de aparelhos de proteção e tratamento de energia como o Módulo Isolador, associado ou não a Condicionadores ou Condicionadores Estabilizados de Tensão, para garantir a eficácia energética de todo o sistema.