Christian Pruks
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Ferruccio Busoni: nascido em Empoli, na região da Toscana, na Itália, em 1866, sendo filho único de dois músicos profissionais: um clarinetista e uma pianista. Criança prodígio, começou aprendendo piano aos sete anos de idade com os pais, e dois anos depois apresentou-se em Viena, onde conheceu Liszt, Brahms e o pianista virtuoso Anton Rubinstein. Estudou em Graz e, depois, em Leipzig, com um pupilo de Mendelssohn e Schumann. Em 1888, foi trabalhar em Helsinque, onde conheceu sua esposa, Gerda, filha de um escultor sueco, e onde iniciou uma grande amizade com Sibelius. Como pianista virtuoso, ganhador do Concurso Anton Rubinstein, foi a Moscou, aos EUA e depois a Berlim. Depois trabalhou como professor de música e regente em Bologna e Zurique. Entre seus pupilos estavam músicos famosos como Kurt Weill, Edgard Varèse e Dmitri Mitropoulos. Busoni deixou algumas gravações onde toca piano, além de vários rolos para pianola. Faleceu em 1924, em Berlim, de doença renal.
Darius Milhaud: nascido em Marselha, na França, em 1892, de uma família de judeus de Aix-de-Provence. Estudou primeiro para ser violista, mas depois passou a dedicar-se à composição. Estudou composição no Conservatório de Paris – onde fez amizade com Arthur Honegger – sob a tutela de Charles Widor, e harmonia e contraponto com André Gedalge. Depois, teve aulas particulares com o célebre Vincent d’Indy. Em 1917, morou durante dois anos no Brasil, retornando em seguida à França. Três anos depois, em viagem aos EUA, tomou contato pela primeira vez com o jazz legítimo, no Harlem, em Nova York. Em 1925, casou-se com sua prima Madeleine e, cinco anos depois, nasceu seu único filho. Com a ascensão do Nazismo, Milhaud e a família mudaram-se para os EUA, onde passou a dar aulas. Entre seus famosos alunos estiveram Burt Bacharach e o pianista de jazz Dave Brubeck. Até 1971, deu aulas também no Conservatório de Paris. Confinado a uma cadeira de rodas, faleceu em 1974, em Genebra, aos 81 anos.
Arthur Honegger: nascido em Le Havre, na França, em 1892, onde logo começou a aprender harmonia e violino. Após dois anos no Conservatório de Zurique, entrou para o Conservatório de Paris em 1911, onde foi aluno de Charles Widor e Vincent d’Indy. Sua estreia como compositor foi em 1916 e, dez anos depois, casou-se com a pianista Andrée Vaurabourg. Filho de pais suíços, com a dominação nazista sobre a Suíça, Honegger acabou não podendo visitar o País, permanecendo em Paris, onde fez parte da Resistência Francesa. Porém, acabou conseguindo compor sem muita interferência dos nazistas, escrevendo alguns de seus trabalhos mais importantes. Com a saúde deteriorada, faleceu em Paris, em 1955, de um ataque cardíaco. O quarto Quarteto de Cordas, do compositor Darius Milhaud, foi dedicado ao seu amigo Arthur Honegger.
Francis Poulenc: nascido em Paris, na França, em 1899. Sua mãe, uma pianista amadora, deu-lhe as primeiras lições no instrumento. Aos 15 anos conheceu o pianista espanhol Ricardo Viñes, intérprete das obras de Debussy e Ravel, e passou a ter aulas com ele. Sua primeira composição conhecida, de 1917, Rapsodie Nègre, teve ajuda de Stravinsky, que ajudou em sua publicação – e logo ele, Satie e Debussy seriam as principais influências de Poulenc. Em 1924, Diaghilev, da célebre companhia Ballets Russes, encomendava-lhe o balé Les Biches. A morte do compositor Pierre-Octave Ferroud, em 1936, despertou sentimentos religiosos que passaram a influenciar sua música. Durante a Segunda Guerra, juntou-se ao ‘Comité de Front National des Musiciens’, ligado ao Partido Comunista Francês. Compondo prolificamente após a guerra, apresentou várias de suas obras nos EUA e, em 1961, publicou um livro sobre o compositor Emmanuel Chabrier. Faleceu de parada cardíaca em Paris, em 1963.
Kurt Weill: nascido em Dessau, na Alemanha, em 1900. Começou a ter aulas de piano aos 12 anos de idade e, também, a fazer suas primeiras tentativas de composição. Dois anos depois iniciou aulas particulares com Albert Bing, o mestre de capela de Dessau e, no mesmo ano, já se apresentou em público, ao piano. Aos 18 anos entrou para a Universidade das Artes de Berlim, onde estudou composição com Engelbert Humperdinck, entre aulas também de regência e contraponto. Mas, devido a problemas familiares, voltou a Dessau, onde passou a trabalhar como correpetidor. Logo, tornou-se mestre de capela em Lüdenscheid. De volta a Berlim, estudou composição com Ferruccio Busoni, entre outros. Em 1924, conheceu sua futura esposa, a cantora e atriz austríaca Lotte Lenya. Com suas primeiras obras influenciadas por Mahler e Schoenberg, Weill passou a dedicar-se mais ao teatro musical. Fugido do Nazismo, trabalhou em Paris e, depois, Londres e, finalmente, Nova York, naturalizando-se norte-americano em 1943. Faleceu de um ataque cardíaco aos 50 anos de idade, em 1950, em Nova York.
Olivier Messiaen: nascido em Avignon, na França, em 1908, filho de uma poetiza e um professor de inglês que havia traduzido as obras de Shakespeare para o francês. Durante a Primeira Guerra morou com seu tio em Grenoble. Já autodidata no piano, iniciou aulas no instrumento e logo começou a compor, interessado na obra de Debussy e Ravel. Aos 11 anos entrou para o Conservatório de Paris, onde obteve vários prêmios e demonstrou habilidade para improvisação ao órgão. Sua estreia em público foi com a obra Les Offrandes Oubliées, em 1931. Logo assumiu como organista da Igreja da Santa Trindade, em Paris, e em seguida casou-se com a violinista Claire Delbos. Em 1941, tornou-se professor de harmonia e, depois, composição, no Conservatório de Paris. Boa parte de sua obra utiliza inspiração mística, ritmos e elementos exóticos. Entre seus alunos mais famosos estão o maestro Pierre Boulez, o compositor alemão Karlheiz Stockhausen e o compositor brasileiro Almeida Prado. Faleceu em Paris, aos 83 anos, em 1992.
Paul Hindemith: nascido em Hanau, na Alemanha, em 1895. Começou a aprender o violino ainda criança. Entrou para o Conservatório Hoch, em Frankfurt, onde aprendeu também composição e regência. Em 1914, entrou para a Orquestra de Ópera de Frankfurt, da qual se tornou líder três anos depois, além de tocar em vários quartetos de cordas durante esse período. Começou a ganhar notoriedade internacional quando suas peças foram apresentadas em um festival de música contemporânea em Salzburgo. Em 1927, tornou-se professor da Universidade das Artes de Berlim. Na década de 1930 esteve no Cairo e em Ankara, onde ajudou na reorganização da educação musical turca. Em 1938, imigra para a Suíça e, dois anos depois, para os EUA, onde passou a dar aulas na Universidade de Yale e a dar palestras em Harvard, o que resultou em um livro chamado ‘A Composer’s World’. Em 1946, tornou-se cidadão norte-americano, mudando-se, porém, para Zurique sete anos depois. Após um longo declínio em sua saúde, faleceu de pancreatite, em Frankfurt, aos 68 anos.
Benjamin Britten: nascido em Lowestoft, na Inglaterra, em 1913. Demonstrou desde pequeno interesse e talento musical, herdado de sua mãe, que foi quem lhe deu as primeiras noções de piano e notação musical, sendo que aos cinco anos ele já tentava compor, aos sete passou a ter aulas de piano e, aos dez, de viola. Foi criado em um ambiente exclusivamente de música ao vivo. Ao conhecer o compositor Frank Bridge, Britten passou a ter aulas com ele, contanto que continuasse a frequentar a escola pública. Logo passou três anos no Royal College of Music, em Londres, onde ganhou vários prêmios por suas composições. A partir de 1935, passa a compor uma série de trilhas para o departamento de música da BBC. Em 1937, conhece o tenor Peter Pears, que viria a ser seu companheiro por toda a vida. Suas subsequentes viagens para Bali e o Japão, e depois para a Rússia, passaram a influenciar seu estilo musical. No início da década de 1970 começou a sentir problemas cardíacos, mas continuou compondo e até foi nomeado pela Rainha da Inglaterra como Lorde Britten de Aldeburgh. Faleceu em 1976, aos 63 anos, em Aldeburgh, na Inglaterra.
1866 – Nasce o compositor Ferruccio Busoni, em Empoli, na Itália.
1883 – Morre o compositor Richard Wagner, em Veneza, na Itália.
1891 – Abre o Carnegie Hall, em Nova York.
1892 – Nasce o compositor Darius Milhaud, em Marselha, na França.
Nasce o compositor Arthur Honegger, em Le Havre, na França.
1895 – Nasce o compositor Paul Hindemith, na Alemanha.
1900 – Nasce o compositor Kurt Weill, na Alemanha.
1908 – Nasce o compositor Olivier Messian, na França.
1909 – Stravinsky compõe o balé O Pássaro de Fogo.
1910 – Busoni compõe a Fantasia Contrappuntistica.
1913 – Nasce o compositor Benjamin Britten, na Inglaterra.
1918 – Morre Debussy, em Paris.
1921 – Milhaud compõe Saudades do Brasil.
1924 – Morre Busoni.
1928 – Kurt Weill compõe o musical A Ópera dos Três Vinténs.
1937 – Pablo Picasso pinta seu famoso quadro Guernica. Carl Orff compõe Carmina Burana.
1938 – Hindemith compõe Mathis der Maler.
1940 – Messiaen compõe seu Quarteto para o Fim dos Tempos.
1945 – Britten compõe a ópera Peter Grimes.
1950 – Morre Weill, em Nova York.
1953 – Honegger compõe A Christmas Cantata.
1955 – Morre Honegger.
1956 – Poulenc compõe a ópera Diálogos das Carmelitas.
1963 – Morre Hindemith, em Frankfurt. Morre Poulenc, em Paris.
1971 – Morre Stravinsky, em Nova York.
1974 – Morre Milhaud.
1976 – Morre Britten, na Inglaterra.
1992 – Morre Messiaen, em Paris.