Teste 4: CABO DYNAMIQUE AUDIO ZENITH 2 XLR
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Teste 2: CAIXA REVEL PERFORMA M126Be
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Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

Aparelhos ‘tudo-em-um’ não são uma novidade no mercado hi-fi, mas poucos são os que realmente cumprem com o prometido com alguma dignidade. Não que marcas chinesas que vendem toca-discos com cara de móvel antigo em quiosques de shopping, com agulhas que mais parece um prego de alvenaria, prontas para destruir LPs – não tentem este feito. Eles tentam, mas estão mais para um sentimento nostálgico que para apreciação da música.

O Pro-Ject Juke Box E é um sistema ‘tudo-em-um’ que não tenta te convencer pela nostalgia do vinil, aquela vontade que te dá vontade de procurar os discos velhos e mofados na garagem de casa. Ele está mais para pessoas que querem apreciar seus discos com o mínimo de qualidade e segurança para com eles. É também para aqueles que não abrem mão da conveniência da música por streaming, e que possuem pouco espaço e não querem ‘estragar’ o visual da sala de estar com um amontoado de aparelhos e cabos rolando pelo chão.

Começando pelo toca-discos, este é montado em uma base de MDF com acabamento em laca, em três cores: preta, branca ou vermelha. O prato, de compensado de madeira, tem tapete de feltro e a tração é feita por correia com velocidades de 33 e 45 RPM ajustados na polia. O braço de 8,6 polegadas, feito em alumínio, calçado com uma cápsula OM5e da Ortofon, completa o conjunto elevando a qualidade geral do aparelho. Todos os ajustes estão pré-configurados de fábrica, inclusive anti-skating – preocupação zero na hora da montagem. Dentro da embalagem, além da tampa acrílica, também acompanha a fonte de 12V.

Dentro do gabinete encontramos a seção de amplificação, de 50 W por canal em 4 Ohms. Na parte de trás temos bornes de caixa e uma antena Bluetooth 2.1 para streaming e UPnP (já poderia ser a última versão, não?), duas saídas RCA – uma direta (linha) para ligar o toca-discos à um outro amplificador, e uma “phono” caso queira adicionar um pré externo – além de uma entrada de linha caso queira adicionar um CD-Player ou outra fonte digital.

Entre o braço e o prato está uma tela de cristal líquido com informações da seleção entre toca-discos, Bluetooth e entrada Direta.

Na frente, ao centro, o botão seletor de funções e, embaixo do toca-discos, duas chaves: uma liga/desliga e a outra que aciona o prato do toca-discos. Ah! Lembram que sempre reclamo que os toca-discos de entrada nunca vêm com balança para aferição da força de rastreio? Pois é, este vem com balança analógica e gabarito para ajuste da posição da cápsula.

Além da comodidade do Bluetooth, o Juke Box E vem com controle remoto, que não é muito amistoso: é um pouco confuso de usar, mas tem funções de ligar/desligar o aparelho, seletor turntable seleção de entrada de linha e ajuste de ‘loudness’, além de volume.

COMO TOCA

Para este teste utilizamos os seguintes aparelhos. Amplificador: Integrado Sunrise Lab V8 MkIV SS. Fontes digitais: Innuos Zen Mini com fonte separada, smartphone Samsung S10+. Cabo de força: Sunrise Lab Illusion MS, Cabo de interconexão: Sunrise Lab Reference MS. Cabos de caixa originais e Sunrise Lab Premium MS. Caixa acústica: JPW mini monitor e Q Acoustics 3020i.

O aparelho vem embalado em caixa dupla, muito bem acondicionado. A tampa eu nunca uso, então voltou para a caixa de papelão. Tudo vem montado e pronto para usar, após colocar no rack, ligar os cabos de caixa e, por fim, a fonte de alimentação, e pôr o bolachão para rodar.

Com aproximadamente 30 horas, e conhecendo a OM5e, já sabíamos que estava amaciada a cápsula, mas faltava a parte de amplificação e amaciar o restante, o que demorou cerca de 190 horas.

Amaciar todas as entradas e saídas demandou horas de audições, coisas que, em uso normal, não precisaria acontecer com tanta urgência. Seu som é quente e com um pouco de reforço no grave, os ajustes loudness não funcionam muito bem para uma audição mais concentrada, mas se por acaso as caixas forem magrinhas e quiser apenas curtir um bom pop e dançar muito, até que vai bem.

O conjunto do braço não apresenta folgas no manuseio, porém a alavanca do lift não possui uma descida progressiva: é preciso baixar a alavanca toda que, aí sim, o lift desce suavemente. Fora isso, todo o conjunto é suave e sem ruídos.

Tocando todo o conjunto Juke Box E, seu som é bastante honesto, tem médios que não passam do ponto, perde um pouco de foco e o palco não é muito recuado – mas, até aí, como é de se esperar, o papel de trazer tudo isto não é dele e sim do toca-discos mais acima na hierarquia da Pro-ject.

Ele sofreu um pouco para empurrar a Q Acoustic 3020i. O ideal é que se use caixas com sensibilidade acima dos 90 dB e com falantes menores ou mais leves.

Já tocando com amplificador externo, assumindo a forma de uma fonte de áudio apenas, ele se mostrou bastante versátil e com muitas virtudes herdadas de seu irmão maior, o T Line, como por exemplo a clareza na região média e o conforto auditivo.

CONCLUSÃO

A Pro-Ject é uma marca de respeito e sabe fazer um aparelho que vai cuidar minimamente bem dos seus discos, e que tem tradição em montar bons conjuntos, confiáveis e com bom compromisso na qualidade de reprodução musical. Com o Juke Box E ela lança algo que pode se tornar uma tendência, um novo nicho, completamente despojado, sem o compromisso de ser uma excelência em reprodução analógica, mas competente em nos dar uma boa dose de musicalidade e qualidade de reprodução. É voltado para quem gosta de ouvir música e não quer bater cabeça procurando amplificadores, pré de phono e um sem fim de cabos. Para estas pessoas o Pro-Ject Juke Box E cai como uma luva!


Pontos positivos

Bom acabamento. Reprodução equilibrada. Boa conectividade.

Pontos negativos

Controle remoto confuso.


ESPECIFICAÇÕES
Potência de saída2 x 50 Watts (4 Ohms)
SaídasCaixa, Line-out (fixa), Phono out
EntradasBluetooth, Line-in (analógica)
Velocidades33, 45 (mudança manual)
PrincípioBelt-drive
Variação de velocidade0.8% (33), 0.7% (45)
Wow & flutter0.29% (33), 0.27% (45)
Prato300 mm, de compensado de madeira, com tapete de feltro
Rolamento principalAço inoxidável com embuchamento de bronze
Braço8.6” em alumínio
Comprimento efetivo do braço218.5 mm
Overhang22.0 mm
Massa efetiva do braço8.0 g
ContrapesoPré-montado (para pesos de rastreio de 3 à 5.5 g)
Força de rastreio0 à 2.5 g (cápsula Ortofon OM5e pré-ajustada para 1.8 g)
Acessórios inclusosFonte de alimentação, tampa acrílica, controle remoto
Consumo110 W (máx)
Dimensões (L x A x P)415 x 118 x 334 mm
Peso5 kg

PRO-JECT JUKE BOX E
Equilíbrio Tonal 8,0
Soundstage 7,5
Textura 7,5
Transientes 7,5
Dinâmica 7,5
Corpo Harmônico 7,5
Organicidade 7,5
Musicalidade 8,0
Total 61,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
OURORECOMENDADO



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