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Sony Walkman NW-A45

Juan Lourenço

Não faz muito tempo que indústria fonográfica aposta alto em arquivos de alta resolução. Sites dedicados à venda de álbuns em arquivos do tipo Flac e DSD se multiplicaram aos montes com a consolidação dos computadores e media servers residenciais, as plataformas de streaming de músicas também passaram a oferecer a opção de baixar o álbum ou faixa de disco que o cliente quiser. O próximo passo seria carregar esses arquivos em alta resolução em equipamento móvel apropriado, coisa que o smartphone não consegue ser – nenhum serve. Então, surgiram inúmeros tocadores dedicados a extrair o melhor dos arquivos de alta resolução. A Sony, que nos deu a liberdade com o toca-fitas portátil em 1979, não ficaria de fora deste novo nicho no qual ela sempre reinou muito bem.

Em 2017, a Sony relançou o Walkman com uma pegada mais audiófila, mas à sua maneira, e após vários lançamentos do nome walkman atrelados a celulares e smartphones, ela partiu para um player dedicado e totalmente novo, utilizando a plataforma digital baseada no sistema operacional de seus aparelhos celulares. O primeiro modelo foi o NW-A35, mas os que pegaram mesmo no mercado foram os modelos de maior capacidade de armazenamento, como o NW-A45 16 GB (objeto do teste desta edição da revista), o NW-A46 32 GB, e o NW-A47 com 64 GB.

A Sony informa que é possível adicionar cartão de memória microSD de até 2TB, porém acho muito difícil encontrar cartões com tamanho espaço, e seu preço supera o preço do player – algo proibitivo.

O Walkman A45 cabe na palma da mão e a espessura é pouco maior que as dos celulares de hoje em dia. Ele é perfeito para carregar no bolso, na mochila ou até na mão mesmo, e até em dias de chuva, já que ele é resistente à água – só não sabemos até que profundidade.

A tela sensível ao toque não é muito grande, tem um visual muito bacana e tem ótima resolução. Com ela as capas dos álbuns terão ótima visibilidade, mesmo segurando o player com o braço esticado. O problema é o sistema operacional que parece ser de alguns anos atrás, com caracteres um pouco ultrapassados, como caixa de ferramentas que indica o menu. É pouco intuitivo e te força a dar vários toques na tela para executar funções simples como, por exemplo, sair do menu para a pasta de álbuns.

Além da tela sensível ao toque, na lateral do aparelho existem botões físicos. Lá está o botão liga/desliga, botões de volume e de troca de faixas, e o popular botão de travamento das teclas.

O Walkman A45 tem Bluetooth com cancelamento de ruído, e pode se conectar com fones Bluetooth apenas por um toque através do protocolo NFC. Além disso, tem entrada para fone de ouvido 3.5 mm (popular plug P2), o que amplia e muito a gama de fones a serem utilizados. Por falar em fones com fio, a amplificação do A45 é feita pelo amplificador digital S-Master HX: 35 mW por canal, que se mostrou bastante versátil, conseguindo empurrar quase todos os meus fones, ficando devendo apenas para os Sennheiser HD 700 e 800, que até tinham uma boa qualidade de som usando o volume máximo do aparelho, mas perdiam fôlego nos graves.

O carregamento fica por conta de um cabo USB padrão WM-PORT Sony, e por ele fazemos a transferência de arquivos – AAC, APE, ATRAC, Apple Lossless, DSD, FLAC, HE-AAC, LDAC, MP3, WMA – do computador para o player, que suporta os sistemas operacionais Apple MacOS X 10.8, MacOS Sierra 10.12, Microsoft Windows 7, Windows 10 e Windows 8.1. Este tipo de conector USB é muito chato, pois te obriga a carregar o cabo para todo lado – nunca se sabe quando irá precisar. Se a Sony fosse um pouco menos teimosa, poderia adotar o padrão USB-C já encontrado em seus fones de ouvido sem fio e todo mundo ficaria muito feliz utilizando apenas um carregador pra tudo! Através deste cabo ainda é possível transformar o Walkman NW-A45 em DAC, melhorando a qualidade do sinal do seu computador.

A bateria tem duração de até 45 horas, mas quando utilizado em regime máximo, tocando DSD direto com fone Bluetooth e a função de cancelamento de ruído ativado, cai para aproximadamente 22 horas.

COMO TOCA

Para este teste, utilizamos os seguintes equipamentos. Fones de ouvido: Sony WH-CH510, Sony WH-XB900N, Sony WI-C200, TLC Elit 400NC, JBL Everest Elite 150 NC.

O aparelho chegou lacrado, fizemos uma primeira inspeção visual e o colocamos para carregar por quatro horas, que é o tempo indicado para carga máxima. Após o carregamento, utilizamos o fone Sony WH-XB900N para tocar. Utilizando o NFC a conexão foi super rápida e logo pudemos ouvir o conjunto.

Seu som é claro, é bastante rápido e tem médios gostosos de ouvir. A região grave não sofre tanto com excesso de grave. Embora o XB900N puxe para o grave, o player exerce uma boa autoridade sobre ele. Se o ouvinte quiser ‘apimentar’ a audição, o NW-A45 possui correção por DSP, ou no que a Sony chama de ClearAudio+, uma espécie de emulador de som que não gostei – se a proposta é ser Hi-Res Audio, então o melhor é deixarmos estes artifícios de lado, mas os recursos estão lá e são fáceis de utilizar.

Com o A45, o fone Sony CH510 teve sua melhor nota, pois ele consegue tirar um pouco do excesso de graves do fone e dar mais textura e extensão a eles, e um foco com melhor qualidade. A reprodução se tornou muito mais realista com ele do que com o celular, ou com outros aparelhos Bluetooth.

Já com o fone Parrot Zik 3 ele casou muito bem também, trazendo uma boa dose de arejamento e uma sensação de palco sonoro mais coerente e com boa definição.

O fone TLC foi o que mais se mostrou problemático para parear. Depois de muito bater cabeça, aprendi que era preciso desligar o fone, ligar e manter pressionado o botão até que o Sony Walkman o encontrasse. A compatibilidade entre os dois aparelhos foi ótima, mostrando que o A45 consegue manter o máximo da assinatura sônica dos fones de ouvido, tanto via Bluetooth quanto por cabo que, aliás, melhora muito a reprodução musical.

Os fones que colocamos para tocar eram de categorias bastante distintas, muitos com topologias e propostas muito diferentes – ainda assim, o A45 conseguiu extrair ótimas audições deles, desnudando o que os fones tinham para mostrar, contendo muitas das pirotecnias dos fones mais engraçadinhos. Como dois dos fones eram Extra Bass, pude observar o quanto ele domava este traço tão marcante nos fones. Por outro lado, a região média-grave e média-alta não tinham o corpo necessário para que fones sem este recurso extra bass pudessem se mostrar mais equilibrados.

CONCLUSÃO

O NW-A45 não tem a pretensão de ocupar o topo da pirâmide audiófila, porém consegue extrair uma sonoridade muito limpa e honesta dos fones dentro de sua pontuação. O seu maior trunfo é exatamente a coerência: ele não tenta te impressionar com pirotecnia, ele pode não ter muita resolução para fones mais ‘parrudos’, mas acaba que também não tem força para eles, então o seu lugar está com os fones de até dois mil reais, onde ele reina com graça e elegância.

Nota: 62,5
AVMAG #262
Sony

www.sony.com.br
US$ 260

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