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RECEIVER STEREO CAMBRIDGE AUDIO AXR100

Juan Lourenço

A Impel, importadora oficial da Cambridge Audio trouxe para o Brasil o Cambridge AXR100, um receiver estéreo que serve bem tanto aqueles que querem apreciar as programações das rádios, como aquele que quer unir todo o seu sistema, CD-Player, streaming de música e toca-discos de vinil, em torno de um só aparelho, desfrutando de boa qualidade sonora, boa potência e visual minimalista.

O ARX100 utiliza um transformador toroidal poderoso, capaz de alimentá-lo à fornecer 100 W por canal em 8 Ohms (20 – 20.000 Hz) com 0,15% de distorção harmônica, com entradas analógicas, sendo uma delas phono para cápsulas MM, duas entradas Toslink, receptor AM/FM com RDS (Radio Data System) utilizado em transmissores FM que, basicamente, faz a transmissão de dados digitais para os ouvintes (como o nome da estação, a música que está tocando, propagandas, entre outras informações relevantes) – para apreciadores da Rádio Cultura, como eu, é um prato cheio! Possui saída de 3,5 mm para fone de ouvido, e receptor Bluetooth integrado. Seu DAC interno reproduz arquivos PCM de até 24-bit /
192 kHz, mas a entrada USB-C não transmite música (é apenas para atualização e serviços de fábrica), e ele possui uma saída para subwoofer.

O AXR100 possui dois pares de terminais para caixas acústicas, podendo selecionar um par, dois ao mesmo tempo em zonas diferentes, ou usá-las para bicablar ou biamplificar um par de caixas acústicas bi-wire alimentando os quatro terminais delas, por exemplo. É preciso atentar-se apenas para o fato de que, se optar por usar duas zonas, as caixas acústicas precisam ter a mesma impedância.

Para o teste utilizamos os seguintes equipamentos. Fontes digitais: Innuos Zen 3 Mini com fonte externa, e DAC Hegel HD30. Cabos de força: Sunrise Lab Reference II e Illusion Magic Scope. Cabos de interligação: Sunrise Lab Reference II e Illusion Magic Scope. Cabos de caixa: Sunrise Lab Reference II e Illusion Magic Scope. Caixas acústicas: Dynaudio Evoke 20, Q Acoustics 3020i, Dynaudio Emit M30. Fones de ouvido: Grado SR125e, e Sennheiser HD 600.

O Cambridge AXR100 chegou lacrado, sua embalagem segue o padrão Cambridge Audio, bem-feita, cheia de detalhes de proteção que a maioria sequer pensa em tomar cuidado.

Suas primeiras audições foram com a Q Acoustics 3020i, que casaram maravilhosamente bem com ele logo de cara. Tirando as questões de amaciamento, asperezas nas frequências (principalmente nas altas), o casamento foi sensacional. O AXR100 não acorda afoito, nem sedento por potência – ele acorda de sua hibernação sereno e comportado, mostrando um bom equilíbrio entre as frequências e bastante musical.

Ele adora blues e folk. A região média favorece este tipo de gênero musical, trazendo um bom arejamento nesta região. Os graves só foram desenrolar lá pelas 180 horas de uso, escorregando mais e com mais articulação. Daí pra frente veio a Dynaudio Evoke 20, e aí tudo ganhou uma nova apresentação, com mais refinamento, principalmente nas altas. Mas a Dynaudio é uma devoradora de potência e, com isto, exige mais refinamento do amplificador para se mostrar.

Seu amaciamento completo se deu por volta de 290 horas. Voltei com a Q Acoustics e confirmei que, em nossos testes, ela é a caixa ideal para fazer par com Cambridge ARX100. Ela consegue trazer à tona todas as virtudes do amplificador sem fazê-lo suar, tentando contornar alguma exigência extra que outras caixas possam trazer. Com a Dynaudio parecia muita areia para seu caminhão. Seria bom poder ouvir a Evoke 10 – acredito que seria mais uma ótima caixa para ele.

Sua macrodinâmica é excelente, a intencionalidade brota com bastante facilidade por causa da progressão das dinâmicas, a microdinâmica fica levemente tímida devido ao silêncio de fundo que, embora esteja dentro do esperado, fica devendo um pouco mais, para o meu gosto.

Por fim, colocamos a Emit 30 e aqui ele se mostrou tão à vontade quanto quando empurrava a Q Acoustics, dando conta da caixa e controlando com autoridade, provendo potência e ótima qualidade de palco, uma excelente articulação em todas as frequências. Com certeza é uma ótima candidata à par ideal.

O DAC do ARX100 é suficiente para integração com outros aparelhos, como televisores, receptores de TV por assinatura, e ouvir música do celular diretamente nele via Bluetooth. Como não tem USB, ficou limitado para avaliar melhor o DAC.

Fone de ouvido foi uma boa surpresa: ela entrega a mesma assinatura do aparelho, o que me agrada bastante já que não tenta inventar a roda – entrega um nível de refinamento que, para a maioria dos fones, está mais que suficiente. O fone Grado se saiu muito bem, pois tem ótima sensibilidade, uma sonoridade bastante musical e texturas maravilhosas! Com o Sennheiser fica gostoso, mas ele denuncia algumas particularidades do integrado – acaba não sendo um bom casamento.

Utilizando o sintonizador FM, a qualidade de reprodução é muito boa, não há uma perda muito grande em relação à intensidade de volume nem de sinal. O estéreo é bom, tem boa inteligibilidade, mas as rádios não ajudam muito, transmitindo um sinal de baixa qualidade. Na Rádio Cultura, que de tempos em tempos o sinal falha, com o ARX100 não houve tantos problemas: o sinal se manteve íntegro na maior parte do tempo.

CONCLUSÃO

A Cambridge Audio coloca no mercado um aparelho voltado ao melômano, com qualidade para surpreender e agradar aos que iniciam no hobby do áudio residencial, e satisfazer aquele que já cansou de gastar dinheiro com som, quer sossegar e apenas ouvir música, sem grandes pretensões.

Nota: 68,0
AVMAG #269
Mediagear
(16) 3621.7699
R$ 7.657

SISTEMA WIRELESS HARMAN KARDON SURROUND 5.1

Juan Lourenço

A Harman do Brasil disponibilizou para teste o sistema de hometheater sem fio HK Surround 5.1. Trata-se de um conjunto composto por uma central multimídia, quatro caixas satélites com potência de 50 W RMS e tweeter de 1,25”, resposta de 20 Hz a 20 kHz, uma caixa central de 50 W com tweeter de 1,25”, e um subwoofer do tipo bass-reflex com 120 W RMS extremamente esguio.

Com ele, a Harman promete total imersão sonora e uma qualidade de vídeo 4K que supera as expectativas. Tudo com a comodidade do sistema sem fio wireless, sem a necessidade de cabos espalhados pela sala.

O sistema HK Surround foi projetado em torno do Chromecast, que é sem dúvida um dos melhores e mais bem sucedidos gadgets para streaming de vídeo e música dos últimos anos. O HKSurround garante processamento nativo 4K de alto desempenho, conexão com uma infinidade de aparelhos celulares, computadores e sistemas de automação.

Os cinco alto-falantes e o subwoofer sem fio são pré-configurados de fábrica, trazendo mais comodidade ao usuário que não vai precisar lidar com esta tarefa tão chata e complicada.

udo o que ele precisa é conectar os alto-falantes à energia (cada caixa vem com um cabo de energia destacado) e colocá-los na posição correta, como explica no manual. O sistema reconhece as caixas automaticamente e está pronto para uso.

A central é minúscula, possui tela sensível ao toque por onde podemos fazer todas as configurações, inclusive ajuste de atraso do sinal e volume de caída caixa individualmente.

Também acompanha um controle remoto completo construído em alumínio escuro. Nele é possível selecionar as quatro portas HDMI, acessar as configurações, adicionar mais grave ao subwoofer e escolher os modos TV, Filme e outros.

Na parte de trás temos 4 entradas HDMI, e 1 saída HDMI com ARC com conexão HDCP 2.2, além disto ele suporta Bluetooth 4.2 e tem conexão com a internet via wireless e via cabo de rede.

Todo o conjunto vem embalado em uma única caixa grande e pesada. Todos os componentes são embalados em caixas separadas e numeradas, e dentro de cada embalagem está a caixa acústica e seus acessórios: cabo de energia e suporte para parede.

No caso do subwoofer, vem o cabo de energia e os dois pés de apoio. Como as saídas bass-reflex ficam nas laterais, o pé de apoio fica rente ao chão, o que é uma ótima sacada para esconder o sub sem precisar dispor de um grande espaço em volta dele.

COMO TOCA

Para o teste utilizamos os seguintes equipamentos. TV Samsung Q LED Q6FN, TV Sony KD-49X755F, e Blu-Ray-Player Samsung 4k UBD-K8500. Cabos: força Sunrise Lab Reference. HDMI: Met Supra Cables.

Posicionar as cinco caixas é super fácil – embaixo delas vem escrito o que cada uma delas são. As RF e LF são as frontais direito e esquerdo, que ficarão de frente para o ouvinte, a central fica no meio, podendo ficar logo abaixo da TV como um soundbar. As SR e SL são as surround respectivamente, e ficaram nas laterais traseira pouco atrás das orelhas ou onde for possível, já que é o sistema que tem que se adaptar a nós e não o contrário.

Após instalar os cabos de alimentação pela primeira vez, as caixas piscam um LED branco por alguns segundos. Assim que sincronizadas, o LED permanece aceso até que o sistema seja desligado.

A conexão é bastante estável e, dos mais de 15 dias comigo, o sistema HK Surround engasgou o áudio duas vezes apenas, e nas duas vezes aconteceu assistindo TV por assinatura (ou aberta), geralmente quando rolando os canais, e falta sinal de áudio do decodificador da TV, mas assim que se encontra um canal o som volta ao normal. Para evitar isso, vou direto ao canal que gosto ou uso as teclas de busca do controle do decodificador até encontrar o que quero assistir.

Em filmes não há qualquer engasgo, qualquer atraso entre o áudio e a imagem.
Por falar em imagem, devo dizer que a primeira vez que liga o sistema, toma-se um susto. A imagem não é nada do que esperamos que seja, fica levemente borrada e sem definição algum. Após duas horas de uso a imagem vai ganhando definição e os detalhes como tons de pele e cabelo, dobras de roupas vão aparecendo. Com 4 horas a imagem é simplesmente espetacular! Eu uso um dispositivo passivo que melhora a imagem via streaming e que, por tabela, melhora todas as portas HDMI do aparelho conectado. Para fazer o teste do HK Surround, eu removi este apetrecho. Pois não é que o HK me deu uma imagem melhor que com este brinquedinho!? Fiquei muito impressionado.

Filmes antigos, feitos ainda com película 8 mm, e outros, ganham detalhes surpreendentes e, infelizmente, nos filmes com bastante computação gráfica, como o primeiro Transformers, é possível perceber toda a limitação da tecnologia da computação gráfica!!! O que acho fantástico para um aparelho tão pequeno ser capaz de revelar tantos detalhes.

Após o amaciamento total do Media Server com as caixas – sim, sistemas wireless também possuem processos mecânicos que precisam de amaciamento – voltei o apetrecho e o resultado foi ainda melhor! Sentirei falta da imagem que o HK Surround me deu. É de um realismo fora de série, as cores se tornam suaves, nada daquela imagem saturada de loja.

ada de imagens rasas, muito pelo contrário, tinha muita profundidade e um senso de realismo extraordinário. Os tons de preto em imagens com pouca luz são mostrados com muita precisão, os tons de pele recebem calor na medida certa, mesmo sem calibração!

No som, seu maior trunfo, é a calibração do subwoofer. A transição das caixas satélites com o sub é mágica. Você não percebe qualquer buraco entre as freqüências, o sub sobe nas freqüências e encontra as caixas satélites com enorme facilidade e o entrosamento é perfeito. Descendo é a mesma coisa, até que o sub assuma os graves. E é aí que está o segredo, não se ouve o sub, não se identifica a posição dele na sala. O grave simplesmente brota!

CONCLUSÃO

O HK Surround não é o tipo de sistema para dar festas, seu propósito é proporcionar prazer ao assistir filmes ou ouvir música com a família. Suas caixas têm potência para dar imersão musical e visual sem sobras. Eu diria que ele se encaixa bem para quem cansou do soundbar com subwoofer, cansou do zero de envolvimento que esta dupla promove, mas não quer caixas enormes e um receiver monstruoso prejudicando o design e a harmonia entre os móveis e acessórios da sala.

Ele sintetiza esta evolução na forma de consumir filmes, seriados e música trazendo a imersão dos sistemas parrudos sem o visual carregado que os acompanha.

Nota: 74,0
AVMAG #264
Harman Kardon

www.harmankardon.com.br
R$ 17.999

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