Teste 4: CABO COAXIAL DIGITAL LIGHTNING III DA VIRTUAL REALITY

Teste de Vídeo: TV SAMSUNG 8K 65QN800A
junho 15, 2021
Teste 3: CÁPSULA ZYX R50 BLOOM 3 HIGH
junho 15, 2021

Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

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Nos primeiros anos dos nossos Cursos de Percepção Auditiva, no nível 2, dedicado a cabos, o cabo digital era de longe o mais polêmico e o que causava discussões para lá de calorosas.

Lembro de cenas marcantes, e que se tornaram emblemáticas, pois ocorreram situações interessantes como a de um participante que levantou abruptamente e aos berros, proclamou que rasgaria seu diploma de engenheiro se eu conseguisse mostrar a ele e a plateia diferenças entre cabos digitais. Pois cabos bem construídos de 75 Ohms, e sem nenhum defeito, não poderiam jamais soar diferentes!
Não só mostramos as diferenças em termos de equilíbrio tonal e corpo (os quesitos em que as diferenças podem ser bem audíveis), como mostramos uma ‘peculiaridade’ recorrente em diferentes cabos digitais: os transientes! Para mostrar essa diferença, recorria ao exemplo do CD do grupo Uakti – I Ching, faixa 3. As percussões necessitam nesta faixa de serem absolutamente precisas, tanto nas entradas em uníssono, quanto nas saídas. E temos, para complicar a vida dos cabos digitais ‘ruins’ de transientes, um triângulo que possui um andamento distinto e mais longo do que as percussões, mas que as entradas e saídas se encaixam.

Para os participantes entenderem o grau de complexidade, colocava os primeiros 30 segundos no cabo digital correto, e pedia a todos para se concentrarem na precisão na largada de cada novo compasso. Depois de repetir a faixa por quatro, cinco vezes, colocava o cabo digital mais torto em termos de transientes. E a sala vinha abaixo, pois parecia que cada músico havia escolhido seu tempo e andamento “pessoal”, criando um descompasso na música, muito desconcertante auditivamente!

Eu não pedi que o engenheiro rasgasse seu diploma, mas pela sua cara de incredulidade, acredito que pelo menos ele passou alguns meses tentando compreender o fenômeno.

Cabos digitais não são uma classe à parte por lerem apenas zeros e uns!

Por mais que os objetivistas queiram acreditar e até defender que as medições não falham, o que na prática escutamos é que as diferenças são muito audíveis. E por algum motivo que provavelmente morrerei sem saber, cabos digitais e de força são, entre todos os cabos, os que possuem menor compatibilidade, sendo de longe o que devemos ter mais cuidado na hora da escolha.

Cabos de interconexão e caixa são os que, além de maior compatibilidade com os equipamentos eletrônicos, também são bastante ‘amigáveis’ com cabos de outras marcas – desde, é claro, que haja coerência de assinatura sônica e não seja o elo fraco do sistema.
Se levo de dois a quatro meses com cabos de interconexão e caixa, peço sempre o dobro de tempo para avaliação de cabos digitais e de força. Pois é preciso colocá-los na maior quantidade possível de produtos e setups, para se ter certeza de que ouvimos suas qualidades e limitações.

Para o teste do Lightning III, utilizamos ele no Innuos ZEN Mini, ligado tanto na caixa Kii Audio THREE (leia teste na edição de julho), como entre o transporte Nagra e o TUBE DAC Nagra.

Este coaxial é confeccionado com cabo de fabricação americana, com dupla blindagem e condutor de cobre OFHC de alta pureza. O plug no modelo enviado para teste é de excelente acabamento, e a impedância é de 75 Ohms.

Por 590 reais este cabo de 1 metro é um verdadeiro achado! Se você precisa de um cabo coaxial em seu sistema e não quer gastar mais que 600 reais, você precisa colocar em sua lista de audições. Ele foi uma enorme surpresa pelo seu grau de naturalidade e capacidade de organizar de forma correta o acontecimento musical, mesmo em passagens muito complexas com enorme quantidade de informação e variação dinâmica.

Seu equilíbrio tonal permite que mesmo as gravações digitais mais ‘agressivas’ na região alta, se comportem de maneira mais ‘palatável’. Mas não pensem que isso ocorra em detrimento ou corte nas altas, para deixar o som mais aveludado. Ele consegue essa proeza justamente por seu equilíbrio tonal ser muito bom em todo o espectro audível. Ouvimos inúmeras gravações com flautim, violino, trompete, sax soprano, para nos certificarmos que não se tratava de uma ou outra gravação específica. E as melhoras foram realmente dignas de nota!

O soundstage se saiu melhor em termos de foco, recorte e ambiência, e um pouco mais ‘limitado’ em relação a profundidade e largura do palco sonoro.

As texturas seguem a mesma ‘cartilha’ do equilíbrio tonal. Uma gratificante surpresa, para um cabo que custa menos de 600 reais!
Texturas refinadas e muito bem apresentadas, tanto em termos de qualidade dos instrumentos e captação, quanto de intencionalidade.
E na ‘pedra no sapato’ de todo cabo digital, transientes, o Lightning III, saiu-se muito bem! Preciso em termos de andamento, ritmo e tempo. Um deleite ouvir a famosa faixa do disco I Ching do Uakti (aliás ouvi o disco inteiro).

Dinâmica correta, tanto na micro como na macro, mostrando o que já havia escrito sobre a maneira que este cabo organiza o acontecimento musical, sem atropelo e com muito boa inteligibilidade.

O corpo harmônico se mostrou menor que nossos cabos de referência (USB ou AES/EBU), mas estes custam um caminhão de dinheiro a mais que este cabo.

A organicidade dependerá muito da qualidade de gravação, mas se mostrou muito correta em materializar o acontecimento musical, como no disco do José Cura – Anhelo.

Musicalidade: sim o Lightning III é bastante musical, sendo um cabo isento de fadiga auditiva, e nas gravações tecnicamente limitadas possibilita apreciarmos a qualidade artística sem aquela má vontade que não dá para ouvir.

CONCLUSÃO

Aqui encerramos nossa maratona de testes deste fabricante nacional de cabos, a Virtual Reality, que foi uma das mais gratas surpresas dos últimos dois anos.

Pois consegue se posicionar no mercado com produtos de preços e performance quase que imbatíveis. E oferecendo aos leitores, que possuem sistemas Diamante e Estado da Arte, a possibilidade de realizar upgrades definitivos por um custo, inimaginável três anos atrás.

Esperamos sinceramente que a Virtual Reality mantenha essa filosofia de mercado, e nos envie sempre todos seus novos produtos para avaliação.

Se o amigo leitor necessita de um cabo coaxial de excelente nível, ouça-o! A chance de ser a solução que procura pode ser muito alta!


PONTOS POSITIVOS

Excelente construção e muito correto por um valor incrível!

PONTOS NEGATIVOS

Nada a este preço.


CABO COAXIAL DIGITAL LIGHTNING III DA VIRTUAL REALITY
Equilíbrio Tonal 11,0
Soundstage 10,0
Textura 11,0
Transientes 11,0
Dinâmica 10,0
Corpo Harmônico 10,0
Organicidade 11,0
Musicalidade 11,0
Total 85,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



Virtual Reality
ebertgoulart@icloud.com
1 m - R$ 590
1,5 m - R$ 760
2 m - R$ 930
2,5 m - R$ 1.100
3 m - R$ 1.270

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