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Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

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Após a estréia das cápsulas de toca-discos Hana ML, na edição 268, e Hana Umami Red na edição 273, a German Audio, importadora oficial da marca no Brasil, cedeu para testes mais um modelo que, a meu ver, merecia mesmo um review. Trata-se da Hana EH, uma cápsula MC de saída alta (2 mV 130 Ω / 1kHz – carga sugerida de 47 kΩ) perfeitamente compatível com prés de phono MM, com cantilever em alumínio e agulha no formato elíptico (Synthetic Elliptical Diamond), peso de 5,0 g e peso sugerido de 2 g no contrapeso do braço.

A EH faz par com o modelo EL – que tem 0,5 mV 30 Ω / 1 kHz de saída, carga sugerida de 400 Ω e 2 dois gramas de força de rastreio. Ambas possuem o mesmo corpo e cor verde musgo, custando aqui no Brasil por volta de três mil e duzentos reais, no site da German Audio.

Embora a EH seja uma cápsula MC, ela rivaliza diretamente com as cápsulas da Ortofon série 2M e Grado da linha Reference,
fazendo uso inclusive dos mesmos ajustes, utilizando a entrada MM do pré de phono. A maior vantagem em utilizar este recurso é poder fugir de, ou pelo menos minimizar, interferências de radiofreqüência e afins. Para quem mora próximo de antenas de rádio ou tem aquele vizinho radioamador, ou centrais de rádio-táxi, uma cápsula de saída alta é quase obrigatória, pois uma cápsula de saída baixa é muito suscetível a todo tipo de interferência, inclusive magnética de transformadores do próprio pré de phono.

A Hana EH vem embalada em uma caixa de papel cartão, um kit contendo os parafusos e porcas de fixação, uma chave de aperto e pincel de limpeza, uma caixa de madeira onde a cápsula fica acomodada em um veludo preto. A cápsula vem com protetor de agulha que, como manda a tradição, é melhor não utilizar no dia a dia, pois as chances de entortar o cantilever tentando encaixar o protetor são grandes. Além deste inconveniente, não sou muito fã de parafuso com porca em cápsulas mais modestas, onde a praticidade e
facilidade de montagem são essenciais, mas isso é mais implicância minha que alguma falta por parte do fabricante.

Para o teste utilizamos o toca-discos de vinil Ceres da Timeless Audio, com braço SME V e prés de phono PS Audio Stellar e Sunrise Lab 20th Anniversary, com amplificador integrado Sunrise Lab V8 SS e caixa acústica Dynaudio C4 Platinum.

O ajuste da Hana EH inicialmente ficou em 2 gramas, como manda o manual do fabricante, e após o amaciamento de cerca de
45 horas testei algumas alternativas para mais e para menos, também como o ajuste do anti-skating. O melhor ajuste ficou em
2.02 gramas e o anti-skating pouco abaixo do 1.5. Este ajuste de 2.02 gramas faz um enorme efeito no encaixe do foco, nas texturas, principalmente na assinatura geral da cápsula com o braço. Na Hana SL também foi crucial este micro-ajuste para alcançar uma sonoridade sólida, focada e sem letargia.

Ela se deu muito bem com os dois prés de phono, e com os sets de cabos que a acompanhou, desde o mais básico ao refinado. A cápsula tomou para si a responsabilidade da assinatura sônica, dando a palavra final. O ajuste de 47 kΩ é realmente o mais indicado para ela em ambos os prés, desde que em MM, claro. No PS Audio houve uma boa surpresa extra ao encaixar o cabo de braço na entrada MC com ganho médio: ela desabrochou de uma forma espetacular, mas no ganho alto passa do ponto, fica nervosa demais parecendo uma MM pouco refinada mesmo. O mesmo não aconteceu com o pré Sunrise Lab, pois o ganho ficou baixo inviabilizando a audição nesta modalidade como seria de se esperar de todo pré em ganho MC. É, o PS Audio que é fora da curva neste quesito.

As audições iniciaram-se com uma lista de discos bastante eclética, dentre eles estavam Patrícia Barber – Companion, Hiromi & Edmar Castaneda – Live in Montreal, Muddy Waters – Folk Singer, Eagles – Hell Freezes Over, Vladimir Ashkenazy – Mussorgsky Pictures At An Exhibition, Chick Corea – Return to Forever, Ben Webster – At Work in Europe, Norah Jones – Day Breaks, e outros. Imaginando que a EH iria sofrer para entregar uma apresentação condizente com cada estilo musical, sem escurecer ou endurecer as passagens mais difíceis, para minha surpresa a Hana EH não só controlou os graves e médio-graves, como mostrou com bastante vigor músicos entrosados e com muito ritmo, por vezes fazendo esquecer a análise e apreciar a música. A Hana EH é bastante equilibrada o que permite ouvir os mais variados gêneros musicais sem medo de ser feliz, sem se preocupar se tal disco irá mostrar suas limitações. Obviamente que alguns discos mostraram limitações, mas ao contrário de algumas cápsulas que, quando em seu limite, tentam trazer foco em meio ao caos harmônico, fazendo parecer que cada músico está tocando em uma cabine própria e, depois, o engenheiro de gravação juntou todo mundo, pois a cápsula precisa fazer algum tipo de concessão diminuindo a ambiência de cada instrumento, diminuindo os rebatimentos e vazamentos de microfone para que a sensação de foco permaneça, na EH isso simplesmente não existe! A agulha trilha com ótimo equilíbrio entre os dois lados do sulco, o cantilever tem rigidez suficiente para transcrever com suavidade a leitura feita pelo diamante tornando fácil perceber a ‘conversação’ entre o contrabaixista e o baterista, entre a Patricia Barber e o piano, entre os violões dos Eagles e, com muita competência e autoridade, entre os naipes da orquestra – um feito e tanto para uma cápsula nesta faixa de preço.

O que mais chama atenção na Hana EH é que a sonoridade dela é parecida com a SL: quente na medida sem soar melosa, clara e precisa, dona de uma extensão marcante em toda faixa audível, com uma velocidade de fazer inveja a algumas de suas concorrentes, faltando apenas aquele refinamento extra nos dois extremos das frequências, que a agulha shibata encontrada na SL e SH oferece.

ara quem tem preferência por alguma característica musical como vozes femininas, por exemplo, a Hana te surpreende mostrando o todo. Isso é feito com tanta sutileza, que passamos a gostar de vozes e dos outros músicos. Ela retira todos eles do anonimato sem torná-los protagonistas, mas dando-lhes o seu devido valor e com isto, o prazer auditivo aumenta exponencialmente.

CONCLUSÃO

A Hana EH se encaixaria facilmente pelo menos dois níveis acima do que ela originalmente foi pensada, entregando muito mais do que a maioria das pessoas estão dispostas a buscar em uma cápsula nesta faixa de preço, brigando não só na casa dos três mil, mas também na casa dos quatro e meio a cinco mil e quinhentos reais, sem qualquer ressalva de sua parte.


PONTOS POSITIVOS

Design que facilita a visão para melhor ajuste e alinhamento. Ótimo poder de leitura dos sulcos. Excelente equilíbrio entre os canais.

PONTOS NEGATIVOS

Poderiam facilitar a montagem com rosca no próprio corpo da cápsula, pelo menos neste de entrada.


ESPECIFICAÇÕES
Perfil do diamanteElliptical
CantileverAlumínio
Nível de saída (@ 1kHz)2.0 mV
Equilíbrio de saída (@ 1kHz)<2 dB
Força de rastreio2 gramas
Rastreabilidade70 um / 2 gramas
Separação (@ 1kHz)25 dB
Resposta de frequência15-25.000 Hz
Impedância (@ 1 kHz)130 Ohms
Carga sugerida47 KOhms
Peso da cápsula5 Gramas
Cor do corpoMoss Green
CÁPSULA HANA EH
Equilíbrio Tonal 11,5
Soundstage 11,0
Textura 11,5
Transientes 11,5
Dinâmica 11,0
Corpo Harmônico 11,0
Organicidade 11,5
Musicalidade 11,5
Total 90,5
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



German Áudio
contato@germanaudio.com.br
R$ 3.200

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