Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Não me lembro, ao longo dos 25 anos da revista, de termos ‘revisitado’ um produto já testado. A não ser que este tenha sofrido uma mudança significativa ou tenha sido lançada uma nova versão mais aprimorada.
Como as empresas não são obrigadas a dar ‘satisfações’ quando elas fazem alterações pontuais, como troca de algum componente sem mudanças em sua topologia geral, não tenho a menor ideia se o PH-10 testado em 2019 tenha sofrido alguma mudança em seus componentes.
Ainda assim, antes de ligá-lo à sua fonte externa para realizarmos esse teste, fui no meu caderno de anotações pessoais e busquei ouvir os mesmos discos que usei para o amaciamento do pré de phono, na época (pois a German Audio me enviou tudo lacrado).
A grande questão a resolver, foi que de todo o setup do primeiro teste, o único componente à disposição foi o cabo de força
Transparent Audio PowerLink MM2, pois todo o resto de cabos de interconexão, pré de phono e a própria eletrônica nada faz parte hoje do nosso Sistema de Referência. Então, ainda que sugira aos interessados no PH-10 que leiam o teste publicado na edição 249, resolvi refazer todo o teste antes de avaliar os benefícios do uso da fonte externa PSU-10.
O nosso setup atual analógico mudou muito para o setup de 2019, o que nos possibilitou saber se seria possível extrair algum sumo a mais do PH-10 com este novo sistema. E não só foi possível, como nos mostrou o quanto esse pré de phono é versátil e como seus recursos são inteiramente desejáveis à todos que buscam um pré definitivo em seus sistemas Estado da Arte.
O que mais impressiona no caráter sônico do PH-10 é sua vivacidade e transparência sem, no entanto, querer mostrar mais do que foi captado e mixado.
Seu silêncio de fundo é exemplar para um pré de phono em sua faixa de preço, e sua compatibilidade com as mais diversas cápsulas existentes no mercado é um diferencial significativo. Agora que possuo o PH-1000 (leia teste na edição 278), posso dizer que o PH-10 é sua versão compacta, tanto em recursos como em performance.
Para o teste utilizamos o toca-discos Origin Live Sovereign, braço Origin Live Enterprise de 12 polegadas, com cápsulas Hana Umami Red, e ZYX Ultimate Omega G. Cabos de interconexão: Sunrise Lab Quintessence Aniversário (RCA e XLR) e Dynamique Audio Apex (XLR). Cabos de força: Kubala-Sosna Realization, Transparent PowerLink MM2 e Sunrise Lab Quintessence Aniversário. Pré de linha Nagra Classic, com powers Nagra modelos HD e Classic.
Minha conclusão no primeiro teste escrevi: “O que mais nos encantou foi sua quantidade de recursos, versatilidade e facilidade de uso, que são inconcebíveis para sua faixa de preço”.
Ouvindo agora novamente em um setup muito superior ao que tínhamos como referência na época, conseguimos tirar um ‘caldo’ a mais, ouvindo os mesmos discos que usamos para fechar a Metodologia. Acrescentando um ponto a mais no corpo harmônico (11,5), um ponto a mais na Organicidade (11) e um ponto a mais no Soundstage (11).
Elevando a nota final de 93 pontos para 96!
Veja que os três pontos a mais não mudam o caráter sônico do equipamento (equilíbrio tonal, textura, transientes e dinâmica) e sim no que chamamos de refinamento (soundstage, corpo harmônico e organicidade).
Essa é a pergunta que me fiz ao testar o DAC da Gold Note, o DS-10 (leia teste na edição 277). E ao alimentar o DS-10 através de sua fonte dedicada PSU-10 EVO, o produto mudou significativamente de patamar em termos de performance!
O mesmo ocorre com o PH-10?
Pela minha experiência com prés de phono, toda ajuda para melhorar a filtragem de energia em um sinal tão baixo é sempre muito bem-vinda.
Para o teste utilizei os mesmos cabos de força que foram usados direto no PH-10, sem mudança nenhuma no restante dos
componentes. O fabricante explica que o objetivo da fonte externa PSU-10 é melhorar o desempenho geral do PH-10. É uma fonte de duplo indutor que aciona os estágios de alta corrente negativo e positivo. A topologia Dual Choke patenteada, filtra a tensão de sinal para eliminar qualquer interferência e ruído elétrico do sistema de alimentação AC.
Com este isolamento adicional, se melhora a redução de ruído, possibilita melhor dinâmica, melhor resolução, e detalhes antes imperceptíveis se tornam audíveis, garantindo uma maior performance e realismo!
O PSU-10 possui 4 estágios de alimentação, com 4 reguladores de tensão de ruído ultra baixo. O dispositivo é alimentado por
4 transformadores (3 dedicados à fonte de alimentação e 1 para o filtro especial indutivo de dupla indutância). Sua variação máxima de tensão de saída é de 0,05%, rejeição de ruído de linha maior que 80 dB, rejeição de ruído de modo comum também maior que 80 dB, e tempo de resposta de potência completo menor que 2,5 us.
Deixei a fonte ligada por 50 horas antes de iniciar uma nova rodada de audição dos mesmos LPs, no mesmo volume, sempre usando como caixas de referência a Wilson Audio Sasha DAW e a Estelon YB (leia teste 1 nesta edição).
A melhora foi tão significativa como foi no DAC DS-10.
E arriscaria dizer que no PH-10 o que mais favoreceu o uso da fonte externa foi a resolução da dinâmica (tanto macro, como micro), neste quesito a melhora foi maior que no DAC DS-10.
O PH-10 deixa de ser um Estado da Arte e passa a ser um Estado da Arte Superlativo, para resumir o teste! Mas todos os outros quesitos da Metodologia também se beneficiam, como um foco e recorte muito mais cirúrgico, e os planos ganham mais camadas tanto em termos de abertura como de profundidade.
O equilíbrio tonal não muda, mas ganha em extensão e decaimento nas duas pontas (será a melhora substancial do silêncio de fundo?). E a região média, que já era muito boa em termos de transparência, se torna ainda mais evidente!
Some todas as partes, e o conjunto é uma materialização do acontecimento musical ainda mais presente!
Outra vantagem, com todos esses benefícios, é o alargamento da ‘folga’, permitindo que os discos tecnicamente ruins possam ser ouvidos desde que não se extrapole no volume.
O upgrade no PH-10 com o uso da fonte externa é quase que obrigatório, caso se deseje extrair o máximo deste pré de phono. Só não fará sentido se o sistema não estiver à altura do conjunto PH-10 com PSU-10. Caso esteja, garanto ser um upgrade seguro e barato!
Depois de ouvir o avanço que as fontes externas fizeram no DAC e no pré de phono, não me resta outra saída que ouvir a fonte externa do PH-1000!
Um upgrade seguro e obrigatório para quem possua o PH-10.
Absolutamente nenhum.
Entradas | 2 x RCA independentes |
Filtro subsônico | 10 Hz / 36 dB oitava |
Resposta de frequência | 20 Hz – 20 KHz @ +/- 0.3 dB |
Distorção harmônica total | <0.05% MAX |
Relação Sinal / Ruído | -89 dB |
Resposta dinâmica | 105 dB |
Impedância de saída | 50 Ω |
Capacitância de entrada MM | 220 pF |
Sensibilidade de entrada | 0.1 mV MC até 7.0 mV MM |
Impedância de entrada | 9 opções selecionáveis [10 Ω, 22 Ω, 47 Ω, 100 Ω, 220 Ω, 470 Ω, 1000 Ω, 22KΩ, 47 KΩ] |
Ganho | 65 dB (MC) a 45 dB (MM) com quatro opções [-3 dB, 0 dB, +3 dB, +6 dB] |
Nível de saída de linha (fixo) | Estéreo RCA @ 2 Volts e balanceado XLR @ 4 Volts |
Alimentação | 100 V to 245 V (50 / 60 Hz) configurado de fábrica |
Consumo | 30 W (fonte linear) |
Dimensões (L x A x P) | 220 x 80 x 260 mm |
Peso | 3 Kg |
PRÉ DE PHONO GOLD NOTE PH-10 COM FONTE EXTERNA PSU-10 | ||||
---|---|---|---|---|
Equilíbrio Tonal | 12,0 | |||
Soundstage | 12,0 | |||
Textura | 14,0 | |||
Transientes | 12,0 | |||
Dinâmica | 13,0 | |||
Corpo Harmônico | 13,0 | |||
Organicidade | 12,0 | |||
Musicalidade | 13,0 | |||
Total | 101,0 |
VOCAL | ||||||||||
ROCK, POP | ||||||||||
JAZZ, BLUES | ||||||||||
MÚSICA DE CÂMARA | ||||||||||
SINFÔNICA |
German Áudio
contato@germanaudio.com.br
PSU-10: R$ 17.315
PH-10: R$ 9.900