Teste 3: PRÉ DE PHONO GOLD NOTE PH-10 COM FONTE EXTERNA PSU-10

Espaço Aberto: MUDANÇA DE PLANOS
fevereiro 9, 2022
Teste 2: CAIXAS ACÚSTICAS JBL L82 CLASSIC
fevereiro 9, 2022

Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Não me lembro, ao longo dos 25 anos da revista, de termos ‘revisitado’ um produto já testado. A não ser que este tenha sofrido uma mudança significativa ou tenha sido lançada uma nova versão mais aprimorada.

Como as empresas não são obrigadas a dar ‘satisfações’ quando elas fazem alterações pontuais, como troca de algum componente sem mudanças em sua topologia geral, não tenho a menor ideia se o PH-10 testado em 2019 tenha sofrido alguma mudança em seus componentes.

Ainda assim, antes de ligá-lo à sua fonte externa para realizarmos esse teste, fui no meu caderno de anotações pessoais e busquei ouvir os mesmos discos que usei para o amaciamento do pré de phono, na época (pois a German Audio me enviou tudo lacrado).
A grande questão a resolver, foi que de todo o setup do primeiro teste, o único componente à disposição foi o cabo de força
Transparent Audio PowerLink MM2, pois todo o resto de cabos de interconexão, pré de phono e a própria eletrônica nada faz parte hoje do nosso Sistema de Referência. Então, ainda que sugira aos interessados no PH-10 que leiam o teste publicado na edição 249, resolvi refazer todo o teste antes de avaliar os benefícios do uso da fonte externa PSU-10.

O nosso setup atual analógico mudou muito para o setup de 2019, o que nos possibilitou saber se seria possível extrair algum sumo a mais do PH-10 com este novo sistema. E não só foi possível, como nos mostrou o quanto esse pré de phono é versátil e como seus recursos são inteiramente desejáveis à todos que buscam um pré definitivo em seus sistemas Estado da Arte.

O que mais impressiona no caráter sônico do PH-10 é sua vivacidade e transparência sem, no entanto, querer mostrar mais do que foi captado e mixado.

Seu silêncio de fundo é exemplar para um pré de phono em sua faixa de preço, e sua compatibilidade com as mais diversas cápsulas existentes no mercado é um diferencial significativo. Agora que possuo o PH-1000 (leia teste na edição 278), posso dizer que o PH-10 é sua versão compacta, tanto em recursos como em performance.

Para o teste utilizamos o toca-discos Origin Live Sovereign, braço Origin Live Enterprise de 12 polegadas, com cápsulas Hana Umami Red, e ZYX Ultimate Omega G. Cabos de interconexão: Sunrise Lab Quintessence Aniversário (RCA e XLR) e Dynamique Audio Apex (XLR). Cabos de força: Kubala-Sosna Realization, Transparent PowerLink MM2 e Sunrise Lab Quintessence Aniversário. Pré de linha Nagra Classic, com powers Nagra modelos HD e Classic.

Minha conclusão no primeiro teste escrevi: “O que mais nos encantou foi sua quantidade de recursos, versatilidade e facilidade de uso, que são inconcebíveis para sua faixa de preço”.

Ouvindo agora novamente em um setup muito superior ao que tínhamos como referência na época, conseguimos tirar um ‘caldo’ a mais, ouvindo os mesmos discos que usamos para fechar a Metodologia. Acrescentando um ponto a mais no corpo harmônico (11,5), um ponto a mais na Organicidade (11) e um ponto a mais no Soundstage (11).

Elevando a nota final de 93 pontos para 96!

Veja que os três pontos a mais não mudam o caráter sônico do equipamento (equilíbrio tonal, textura, transientes e dinâmica) e sim no que chamamos de refinamento (soundstage, corpo harmônico e organicidade).

O QUE MUDA COM O USO DA FONTE EXTERNA?

Essa é a pergunta que me fiz ao testar o DAC da Gold Note, o DS-10 (leia teste na edição 277). E ao alimentar o DS-10 através de sua fonte dedicada PSU-10 EVO, o produto mudou significativamente de patamar em termos de performance!

O mesmo ocorre com o PH-10?

Pela minha experiência com prés de phono, toda ajuda para melhorar a filtragem de energia em um sinal tão baixo é sempre muito bem-vinda.

Para o teste utilizei os mesmos cabos de força que foram usados direto no PH-10, sem mudança nenhuma no restante dos
componentes. O fabricante explica que o objetivo da fonte externa PSU-10 é melhorar o desempenho geral do PH-10. É uma fonte de duplo indutor que aciona os estágios de alta corrente negativo e positivo. A topologia Dual Choke patenteada, filtra a tensão de sinal para eliminar qualquer interferência e ruído elétrico do sistema de alimentação AC.

Com este isolamento adicional, se melhora a redução de ruído, possibilita melhor dinâmica, melhor resolução, e detalhes antes imperceptíveis se tornam audíveis, garantindo uma maior performance e realismo!

O PSU-10 possui 4 estágios de alimentação, com 4 reguladores de tensão de ruído ultra baixo. O dispositivo é alimentado por
4 transformadores (3 dedicados à fonte de alimentação e 1 para o filtro especial indutivo de dupla indutância). Sua variação máxima de tensão de saída é de 0,05%, rejeição de ruído de linha maior que 80 dB, rejeição de ruído de modo comum também maior que 80 dB, e tempo de resposta de potência completo menor que 2,5 us.

Deixei a fonte ligada por 50 horas antes de iniciar uma nova rodada de audição dos mesmos LPs, no mesmo volume, sempre usando como caixas de referência a Wilson Audio Sasha DAW e a Estelon YB (leia teste 1 nesta edição).

A melhora foi tão significativa como foi no DAC DS-10.

E arriscaria dizer que no PH-10 o que mais favoreceu o uso da fonte externa foi a resolução da dinâmica (tanto macro, como micro), neste quesito a melhora foi maior que no DAC DS-10.

O PH-10 deixa de ser um Estado da Arte e passa a ser um Estado da Arte Superlativo, para resumir o teste! Mas todos os outros quesitos da Metodologia também se beneficiam, como um foco e recorte muito mais cirúrgico, e os planos ganham mais camadas tanto em termos de abertura como de profundidade.

O equilíbrio tonal não muda, mas ganha em extensão e decaimento nas duas pontas (será a melhora substancial do silêncio de fundo?). E a região média, que já era muito boa em termos de transparência, se torna ainda mais evidente!

Some todas as partes, e o conjunto é uma materialização do acontecimento musical ainda mais presente!

Outra vantagem, com todos esses benefícios, é o alargamento da ‘folga’, permitindo que os discos tecnicamente ruins possam ser ouvidos desde que não se extrapole no volume.

CONCLUSÃO

O upgrade no PH-10 com o uso da fonte externa é quase que obrigatório, caso se deseje extrair o máximo deste pré de phono. Só não fará sentido se o sistema não estiver à altura do conjunto PH-10 com PSU-10. Caso esteja, garanto ser um upgrade seguro e barato!
Depois de ouvir o avanço que as fontes externas fizeram no DAC e no pré de phono, não me resta outra saída que ouvir a fonte externa do PH-1000!


PONTOS POSITIVOS

Um upgrade seguro e obrigatório para quem possua o PH-10.

PONTOS NEGATIVOS

Absolutamente nenhum.


ESPECIFICAÇÕES
Entradas2 x RCA independentes
Filtro subsônico10 Hz / 36 dB oitava
Resposta de frequência20 Hz – 20 KHz @ +/- 0.3 dB
Distorção harmônica total<0.05% MAX
Relação Sinal / Ruído-89 dB
Resposta dinâmica105 dB
Impedância de saída50 Ω
Capacitância de entrada MM220 pF
Sensibilidade de entrada0.1 mV MC até 7.0 mV MM
Impedância de entrada9 opções selecionáveis [10 Ω, 22 Ω, 47 Ω, 100 Ω, 220 Ω, 470 Ω, 1000 Ω, 22KΩ, 47 KΩ]
Ganho65 dB (MC) a 45 dB (MM) com quatro opções [-3 dB, 0 dB, +3 dB, +6 dB]
Nível de saída de linha (fixo)Estéreo RCA @ 2 Volts e balanceado XLR @ 4 Volts
Alimentação100 V to 245 V (50 / 60 Hz) configurado de fábrica
Consumo30 W (fonte linear)
Dimensões (L x A x P)220 x 80 x 260 mm
Peso3 Kg
PRÉ DE PHONO GOLD NOTE PH-10 COM FONTE EXTERNA PSU-10
Equilíbrio Tonal 12,0
Soundstage 12,0
Textura 14,0
Transientes 12,0
Dinâmica 13,0
Corpo Harmônico 13,0
Organicidade 12,0
Musicalidade 13,0
Total 101,0
VOCAL                    
ROCK, POP                    
JAZZ, BLUES                    
MÚSICA DE CÂMARA                    
SINFÔNICA                    
ESTADO DA ARTE SUPERLATIVO



German Áudio
contato@germanaudio.com.br
PSU-10: R$ 17.315
PH-10: R$ 9.900

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