Fernando Andrette
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Como não sei se foi realmente Albert Einstein que disse essa frase, não correrei o risco de cometer esse erro. Mas ela se encaixa perfeitamente no tema deste meu editorial, já que escrevo sobre esse assunto desde as primeiras edições da revista: da importância da música para o nosso bem estar físico, mental e emocional. E quanto mais os anos passam, e as evidências desse bem estar em nossas vidas são comprovados, consigo dar cada vez mais sentido na produção mensal da Áudio & Vídeo Magazine e da Audiofone. Para mim já não se trata mais de testar e compartilhar minhas observações a respeito de inúmeros equipamentos aqui publicados. Mas sim, de poder descrever como cada um desses produtos podem nos ajudar a ouvir com maior detalhe e prazer a música, tão vital em nossas vidas. Em um artigo publicado pelo Professor James Goodwin (doutor em psicologia experimental e psicologia cognitiva), na revista Classic Music, ele afirmou: “A música é uma parte fundamental do equilíbrio da mente, e pode ser um dos maiores fatores de cura para o nossos cérebros e mentes estressadas”. Em seu artigo, James Goodwin nos lembra das palavras de Longfellow (romancista, professor e escritor) de que a música é a linguagem universal da humanidade. E descreve inúmeros dos benefícios que temos ao ouvir música, como o de nos inspirar profundamente, despertar memórias de muitos e muitos anos e reviver sentimentos de quando ouvimos pela primeira vez aquela melodia. E James Goodwin, como membro do grupo de especialistas de um Conselho Global para a saúde do Cérebro, cita a principal questão que o deixou particularmente impressionado: ”A música é a única atividade que envolve simultaneamente mais áreas do cérebro do que qualquer outra atividade da vida diária, abrangendo regiões envolvidas na audição, movimento, atenção, linguagem e emoção, estimulando habilidades de pensamento e ativando os quatro lobos dos hemisférios cerebrais, e do tronco cerebral, fazendo-os trabalhar juntos”. Sendo assim, estamos falando da forma mais poderosa de estimular o cérebro e dar-lhe um treino total. Os participantes deste Conselho Global saíram com a certeza de que a música é importante na promoção do bem estar mental, sendo uma pedra angular da saúde do cérebro e na construção de ‘emoções duradouras’. Outro estudo recente deu evidências sólidas de que tocar e ouvir música melhora a nossa capacidade de lidar com os acontecimentos adversos da vida. E existem evidências de que a música é muito poderosa na melhoria da saúde mental e de bem estar. E, à medida que envelhecemos, ouvir música protege o cérebro contra o declínio cognitivo. São tantos os benefícios já comprovados nas duas últimas décadas de ouvir música, que resgato uma questão colocada por mim em um editorial longínquo do ano 2000:
“Haverá alguma diferença entre ouvir música em um sistema hi-end bem ajustado, e um sistema mid-fi? Seriam mensuráveis e constatadas em imagens de ressonância, essas diferenças?”
Espero um dia que confirmem essa minha certeza, com provas evidentes e incontestáveis!