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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Nunca tive nenhuma vocação para ser adivinho, e minhas tentativas esporádicas de resolver minha vida financeira em apostas lotéricas sempre foi um fiasco. Mas algumas vezes minhas ‘apostas’ em tendências tecnológicas acontecem. Se o leitor nos acompanha faz algum tempo, irá lembrar de um artigo meu sobre futuras tendências em que apostei todas as minhas fichas na nanotecnologia e no grafeno como possibilidades concretas de evolução tecnológica. Pois bem, em duas frentes distintas foi anunciado ao mundo que fios de cobre com uma ‘pitada’ de grafeno ganharam uma eficiência inesperada. Pausa para o que os objetivistas devem ter achado dessa minha aposta: “Ridícula e sem nenhum fundamento científico”. Pois bem, veja o que a equipe do Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste (PNNL), nos Estados Unidos, sob a supervisão de Bharat Gwalani, anunciou em uma convenção sobre avanços na área elétrica: “Em um teste que, a princípio, contesta a sabedoria científica de como os metais conduzem eletricidade, um composto de carbono comum permitiu fazer melhorias notáveis de desempenho quando misturamos na proporção certa com cobre, para a manufatura de fios elétricos”. A descoberta tornará a distribuição de eletricidade mais eficiente para residências e empresas, bem como para todo tipo de motores elétricos, equipamentos industriais e, claro, na construção dos cabos utilizados em áudio e vídeo. A equipe de pesquisa de Gwalani descobriu que o grafeno em uma pequena camada em pó, do mesmo grafite encontrado no lápis, pode melhorar uma propriedade importante dos metais chamada de coeficiente de temperatura da resistência, que explica por que os fios de metal ficam quentes quando corrente elétrica passa por eles. Reduzir essa resistência resulta em um aumento considerável da condução de eletricidade, com muito menor stress na fiação. O melhor resultado se deu quando sua equipe adicionou 18 partes por milhão de grafeno ao cobre, o que fez com que o coeficiente de temperatura da resistência diminuísse 11% sem diminuir a condutividade elétrica.

A outra grande notícia foi dada pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia, com a apresentação do primeiro semicondutor feito de grafeno. E, para a surpresa de todos os envolvidos no projeto, descobriu-se que o semicondutor de grafeno tem uma mobilidade 10 vezes maior do que os feitos com silício, além de permitir maior velocidade. Essa descoberta abrirá novos campos de pesquisa para o grafeno, já que semicondutores são utilizados em todo tipo de dispositivos eletrônicos, de smartphones a veículos elétricos e, claro, nos nossos tão adorados sistemas de áudio e vídeo!

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