Jogo dos Erros: JOGO DOS 5 ERROS DA SALA ERRADA

Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

1) Acústica – Uma sala cheia de paredes nuas reflete constantemente os médios-agudos e agudos, trazendo um desequilíbrio tonal irritante e sujo, e uma reverberação desagradável que nada tem a ver com a música – como conversar em um corredor com paredes nuas – onde ambos não ajudam em nada o timbre e a naturalidade da música (para não falar do equilíbrio tonal). Quadros, móveis, prateleiras, armários, cortinas, não só ajudam a amortecer esse brilho das paredes, como também alguns desses funcionam parcialmente como difusores, trazendo uma limpeza maior nos médios e agudos. Solução? Procurem uma sala onde existam móveis e elementos de decoração, e fujam de ambientes com paredes vivas.

2) Cabos – Pelo menos usar, nesse caso, um cabo de caixa de cobre de melhor qualidade e bastante mais grosso, bem superior ao ‘fio de abajur’ que está visível na foto, vai trazer mais e melhor corpo harmônico, assim como transientes melhores e mais extensão tanto no agudo quanto no grave. E o custo de cabo assim está muito longe de ser proibitivo, e é facilmente encontrável.

3) Posição das Caixas na Sala – Não se deixa as caixas encostadas na parede, pois isso impede a formação de uma ilusão de palco boa e com profundidade. Além disso, o equilíbrio tonal fica todo estragado com o excesso de graves que a proximidade com a parede reforça – e diminuir o controle de graves no amplificador não é suficiente, porque apenas diminui a intensidade do grave, e não resolve a perda de definição do mesmo, causada por esse reforço. Caixas têm que ficar afastadas da parede às costas delas – para desespero de esposas e decoradores. Por isso que ter caixas embutidas nunca soará tão bem quanto caixas afastadas da parede – e todo mundo quer qualidade sonora e aproveitar o melhor que seu sistema pode dar, não?

4) Posição das Caixas em Relação ao Ouvinte – Falo deste erro separadamente porque, mesmo tendo afastado as caixas da parede, é preciso saber que o tweeter – e boa parte das frequências médias – são direcionais, então o tweeter precisa ficar aproximadamente na mesma altura em que estiverem as orelhas dos ouvintes sentados, pois quanto mais afastado desse eixo, mais o som vai ser comprometido timbricamente pelo desvio de fase. E, claro, há o reforço dado pelo chão aos graves, e aos médios e agudos pelo reflexo próximo. Algum tipo de pedestal, mesmo improvisado, faz-se necessário para a função, e seu custo pode ser bem tranquilo para o bolso.

5) Posição do Ouvinte na Sala – Mais um abordado separadamente. Veja, claro que você pode (e deve!) por um disco para tocar e ir na cozinha preparar um lanche, ou mesmo na janela olhar o movimento. Mas, a hora que você quer se focar em apenas ouvir música, com a melhor qualidade que seu sistema pode prover, é necessário que pelo menos um assento da sua sala esteja virado de frente para as caixas – em uma formação que usualmente é de triângulo equilátero (com as caixas em posição simétrica com você). Frescura de audiófilo? Não se o que você quer é ter uma ilusão de palco e um equilíbrio tonal o mais correto possível, para se sentir ‘dentro da música’ (ou ter o ‘acontecimento musical trazido para sua sala’).

O custo tudo isso é baixíssimo – e realmente quase que só é trabalhoso.

Não fazer isso, é como comprar um carro cuja categoria e custo têm totalmente a ver com performance, usar rodas quadradas nele, e dirigir sempre só na segunda marcha – e ainda ter um ódio sem sentido por quem se esforça para apontar tais erros.

Um melhor resultado sonoro – e isso todos nós queremos – às vezes só demanda um pouco de trabalho, e quase nenhum custo significativo.

Tem dúvidas em relação à sua sala e à utilização de seu sistema? Entre em contato conosco pelo e-mail: christian@clubedoaudio.com.br