AUDIOFONE – Espaço Aberto: ERROS SOBRE FONES DE OUVIDO – PARTE VI

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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Algumas ideias insanas do universo quase ‘folclórico’ dos Fones de Ouvido – trazidas aqui, periodicamente.

As duas primeiras notas que damos aqui na revista, aos fones de ouvido avaliados, são de Conforto e Ergonomia. E somos bem estritos nisso já que, coincidentemente, tanto o Fernando Andrette quanto eu, não somos do tipo que gosta de ficar horas com um fone de ouvido pendurado esquentando as orelhas e/ou apertando a cabeça – e olha que eu sou bem cabeçudo, tanto fisicamente quanto metaforicamente…rs…

Esta edição do ‘Erros Sobre Fones’, então, traz alguns auriculares bizarros, estranhos, feios, desnecessários, e obviamente desconfortáveis – que te fazem perguntar: “Será que pelo menos tocam bem?”. Eu sabia da existência de todos eles, menos do Ol’ Thumpy – que me parece ser um ‘enlouquecimento’ mais recente.

Então, já que fui buscar na memória, aqui estão eles – compartilhados para risadas e incompreensão geral:

– Jecklin Float

O suíço Jürg Jecklin era bastante prolífico em sua área, inventando uma espécie de separador absorvente para uso entre um par de microfones, para gravação de música acústica preservando a imagem estéreo – e esse se chama Jecklin Disc, e é usado até hoje.

Entre outras tecnologias e ideias, em 1971 ele criou um dos primeiros fones eletrostáticos – que também tinha em versão dinâmica – chamados de Jecklin Float, com um visual meio estranho que parece um capacete que foi recortado por um maníaco com uma tesoura em uma mão e um projeto aula de artes na outra. Ou algo usado por um figurante de peça de teatro amador baseada em Star Wars. O som? Bastante transparente, mas com pouco grave.

Acho até bonito, mas não como um fone de ouvido. O Float – ‘Flutuar’, em inglês – faz exatamente isso: flutua, pois só se apoia no topo da cabeça e fica lá, com resultados de pressão nas orelhas sendo simplesmente variáveis de acordo com o tamanho da cabeça.

Ergonomia aparentemente nunca foi o forte de Jecklin.

– Precide Ergo AMT

A empresa suíça Precide faz alto-falantes AMT – Air Motion Transformer – que é um tipo de ribbon só que a dita ‘fita’ é dobrada várias vezes, resultando na vibração ser mais uniforme sobre toda a superfície do diafragma – inventado por um Dr. Oskar Heil, inventor e engenheiro eletrônico alemão. É um tipo de falante muito difundido hoje em dia em seu uso para tweeters na audiofilia.

A Precide, claro, também fabrica os fones de ouvido AMT modelo Ergo – e também existiram Ergos com drivers dinâmicos, com resposta de graves melhor.

Aliás, para que não haja nenhuma dúvida, a Precide era a empresa que fabricava o Jecklin Float, para a Jecklin – então a existência do Ergo AMT não surpreende muito.

O som? Suave e limpo como um tweeter AMT, mas mesmo em forma de fones de ouvido, e com um diafragma bem maior que o de um tweeter, o Ergo não consegue responder bem e rápido (e em quantidade), as frequências graves.
A ergonomia? O Ergo AMT, assim como o Float, também se apoia sobre a cabeça com uma faixa gigantesca – e o Ergo parece exercer mais pressão sobre as orelhas, e lateral da cabeça, do que o próprio Float.

Um reviewer do Ergo declarou que se sentia um idiota vestindo o fone de ouvido. Suponho que usar o mesmo de frente para um espelho, irá suscitar risadas incessantes!

– Pud Ol’ Thumpy

O terceiro fone aqui eu só soube que existia bem recentemente. E, realmente, é a coisa mais bizarra que eu já vi.

A empresa é americana e chama-se Pud’s Small Batch Headphones, e são todos designs amalucados – acho que o projetista é um grande piadista – e são todos feitos à mão.

O Ol’ Thumpy se destaca por ser excessivo, por ser possível vê-lo da Lua sem telescópio, e porque deve ter seu próprio CEP!…rs…

Cada uma dessas ampolas gigantes nas laterais do fone, são Ressonadores de Helmholtz, porque o projetista – Philip J. Kaplan – achou que precisava de mais graves. Diz ele que são fones para um público que busca a máxima qualidade na reprodução dos sons e, suponho, pagar IPVA por um fone de ouvido.

Eu teria sugerido fazer um subwoofer em forma de melancia para pendurar no pescoço – facilitaria na hora de passar por portas.

Não consigo fazer a menor ideia de como toca o fone de ouvido Ol’ Thumpy.

E, para finalizar esta matéria, como bônus, vários fones que dispensam apresentação, como os ‘feitos em casa’ (dos quais existem guias completos para você construir o seu), e séries especiais estranhas:

O assunto, portanto, é praticamente sem fim se o critério, por exemplo, for só feiura! rs…

Boas audições a todos – e sempre cuidado com o volume! Lembrem-se que ‘mais alto’ é Quantidade, não Qualidade.

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