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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

O mundo gira, o tempo passa, as costas doem, e todos nós vamos tentando compreender melhor o mundo que nos cerca e no qual atuamos.

Quando eu era jovem, a troca e a indicação de discos era normal – e funcionava bem! E mesmo que os discos voltassem riscados, ou o gasto com fitas cassete não fosse totalmente retribuído: compartilhar era a moda.

Hoje em dia a troca é muito menor – e descobrimos que gostamos de muita coisa que outros não gostam, e vice-versa. Nossa discoteca (no sentido de prateleira de discos e de playlists – sem luzes piscando, por favor) vai ficando ao mesmo tempo mais estrita e maior. Se isso lhe parece uma contradição, é porque na verdade ela cresce menos em número de gêneros e bandas, e mais dentro de poucos gêneros musicais específicos por nós adotados como ‘preferidos’.

A aceitação de gêneros musicais esquisitos – como algum tipo de cantochão acompanhado de apitos e língua-de-sogra, de alguma ilha perdida do Pacífico – se torna menor a cada ano que passa, assim como a ideia de ouvir o gosto musical dos mais jovens não combina com nós, anciãos.

E até a ideia de ouvir conjuntos novos tocando gêneros musicais antigos, parecem nunca estar no mesmo nível daquilo que veio antes… E aqui entra, também, a motivação principal de muitas pessoas escolherem certos tipos de música que ouvem: a memória afetiva. Claro que, muitas pessoas leem, se informam, estudam sobre música, mantém a cabeça aberta, lapidam seu conhecimento e gostos, e estão sempre vorazes por novos discos!

Algumas pessoas são muito tradicionalistas, se atendo a gêneros mais sérios como clássico e jazz, e não tendo interesse em outros gêneros – mesmo sendo música boa. E outros preferem conhecer coisas novas.

Aqui entra o crítico musical – ou, como preferimos ser aqui: aqueles que indicam música boa e decentemente gravada, em uma espécie de ‘seleção informada’. Daqui, ao longo dos anos, nas seções CD do Mês, Vinil do Mês, Playlist e na extinta Música de Graça, sempre fico com a sensação de que algumas pessoas aceitaram uma ou outra das sugestões, e outras lavaram as mãos com creolina depois de clicar Play…rs!

Feedback não é algo muito costumeiro, e o brasileiro é um especialista em comer uma comida muito boa e não falar para ninguém, mas ao comer mal contar para todo mundo!

E aqui vem meu ocasional alento, pois já ouvi (poucas) pessoas eventualmente agradecerem as indicações, e dizerem que expandiram suas discotecas e playlists – mas não chegou ainda aos meus ouvidos ideias como “não vá naquele restaurante do Gordo: a comida não presta!”. Rs!!

Claramente cada pessoa procura na música aquilo que mais a faz se conectar à ela, como se emocionar, se intrigar, ser intelectualmente instigado, perceber perfeição em sua execução, elevar sua alma, elevar seu coração, elevar aquele pequeno virtuose que existe dentro de você.

Se nós aqui, com nossas seções musicais, conseguimos ajudar seus sistemas a tocarem melhor, e suas devidas paixões musicais a admitirem mais alguns discos, mais alguns artistas, mais algumas faixas, então nosso trabalho é, acredite, satisfatório.

Bom novembro! E quaisquer dúvidas, entrem em contato: christian@clubedoaudio.com.br.

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