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CABO USB SHADOW 2 DA DYNAMIQUE AUDIO

Fernando Andrette

Se todos teremos que conviver com streaming daqui para frente, então tenha em mente que será preciso se perder algum tempo compreendendo o que necessitamos fazer para que possamos extrair o melhor dessa nova mídia.

Aqui vão alguns conselhos que, para muitos de vocês, podem parecer desnecessários, mas para os que estão iniciando essa jornada será de grande valia.

A primeira é: escolha uma plataforma que ofereça alta definição, como Tidal ou Qobuz. Se optar por streamer separado do DAC, escolha um que tenha saída USB e Coaxial. E, por último, veja qual dessas duas opções soa melhor para suas expectativas.

E se no seu caso for com cabo USB, então leia esse teste, pois ele pode ser a solução para quem busca extrair o melhor desta mídia digital sem gastar muito.

Tirando os que não acreditam que cabos possam ter performances distintas, a maioria dos nossos leitores sabem que é preciso se perder um tempo ouvindo cabos para chegar a aquele ajuste fino tão desejado.

Nos últimos dois anos, testei e ouvi no nosso Sistema de Referência uma dezena de cabos USB, de 200 a 5.000 dólares, e todos se comportaram de maneira audivelmente diferente.

O positivo dessa disparidade de valores, é que todos que avaliamos partiram de um nível de correção que certamente atenderá a 99% dos nossos leitores. Então, se você está nesse momento à procura do seu cabo USB, sugiro uma leitura nas últimas três edições de Melhores do Ano, para ver se algum dos produtos avaliados se enquadra no seu bolso e gosto.

Muitos dos nossos leitores, ao lerem o teste do cabo USB Dynamique Apex, se assustaram com seu preço e nos perguntaram se este fabricante não teria um USB com o mesmo ‘DNA’, porém adequado para a realidade nossa.
Já testei inúmeros cabos deste fabricante, e utilizo a linha Apex como nossa referência em nosso sistema principal.
E o que posso garantir, é que mesmo as linhas abaixo, como: a Zenith 2, Hallo 2 e a Shadow 2, possuem a mesma assinatura sônica e muitas das qualidades da série Apex.

Outra característica que muito aprecio, é a qualidade de construção e apresentação final de todas as séries. Exemplo: se você fizer uma avaliação visual do cabo USB Shadow 2 com o Apex, a primeira impressão que você terá é que a diferença mais visível se encontra no diâmetro dos dois cabos. Pois todo o restante é muito similar.

O fabricante informa que o Shadow 2 USB é um design de prata pura. Dois condutores de dados de prata pura / ar PTFE 22AWG, blindados – e sob essa blindagem são trançados com fios de cobre e carbono, e as linhas de dados e energia são fisicamente separadas. Os invólucros dos conectores de alumínio anodizado fornecem blindagem contínua até o ponto de terminação, com os pinos banhados a ouro.

Para esse teste, usamos o streamer Innuos ZENmini Mk3 com o Nagra TUBE DAC, passando os discos da CAVI Records e alguns de nossa Metodologia – primeiro no USB Apex e depois no USB Shadow 2.

O resto do sistema utilizamos os integrados Norma Audio Revo IPA-140 e Soulnote A-3 (leia Teste 1 na edição 312). As caixas foram a Wharfedale Aura 2, Rega Aya (leia Teste 2 na edição 312) e a Estelon X Diamond Mk2. Todos os cabos utilizados de interconexão foram também Apex da Dynamique Audio.

O Shadow 2 USB tem um equilíbrio tonal excelente, sem ênfase em nenhuma parte do espectro audível. Graves precisos, incisivos e com excelente energia e deslocamento de ar. Região média com grande naturalidade e transparência na medida certa. E os agudos, se não têm o mesmo grau de arejamento do USB Apex, possuem ótimo decaimento e extensão.

Pedi para um amigo músico, que participou dos nossos discos da CAVI, ouvir as mesmas faixas em ambos os cabos, e sua conclusão foi que para se ouvir diferenças grandes, somente quando reproduzido no Sistema de Referência da revista, pois nas caixas da Rega e da Wharfedale, apenas os agudos eram mais fáceis de se detectar. O que representa muito para um cabo que custa uma fração do Apex, e que por isso mesmo certamente será ligado e utilizado em sistemas mais ‘realistas’.

Seu soundstage é excelente! Pois conseguiu dar profundidade e um foco e recorte que nos permitem ouvir realmente uma imagem sonora 3D. O que é fundamental para DACs e Streamers mais de entrada, que pecam por ter uma imagem sonora mais bidimensional.

Os planos são mantidos mesmo nos crescendos, então fique tranquilo que os metais em uma obra sinfônica não irão soar dentro da sua caixa direita (se a gravação não tiver cometido esse lamentável erro com o posicionamento dos microfones no momento da captação).

As texturas são refinadas, com uma apresentação vívida das paletas dos instrumentos e uma facilidade em observarmos as intencionalidades.

Se você é exigente com a marcação de tempo, andamento e ritmo, o Shadow 2 não o decepcionará. Usamos gravações encardidas na reprodução de transientes, e ele se mostrou em todos os exemplos firme e preciso.

A dinâmica é exemplar para um cabo que custa, na Inglaterra, menos de 500 libras! Tanto a macro quanto a micro são reproduzidas com enorme inteligibilidade e folga.

Temos o receio que cabos mais ‘baratos’ possam falhar na reprodução de macrodinâmica, dando uma embolada, ou aquela sensação de deixar o som bidimensional nos fortíssimos, tirando o prazer de ouvirmos aquela passagem no volume correto. Não será um problema para o Shadow 2 esses desafios.

Corpo harmônico em streamer ainda é uma pedra no sapato, aceitem ou não os defensores dessa mídia. No entanto, tenho ouvido gravações como a que indiquei na seção Playlist de outubro, que me surpreenderam neste quesito – e se o cabo em teste não tem o impacto desse quesito no USB Apex, feio não faz o Shadow 2.

É possível ouvir as diferenças de corpo harmônico com facilidade de um cello para um contrabaixo, ou de um clarinete para um clarone!

A segunda pedra no sapato do streamer ainda é convencer nosso cérebro que os músicos estão ali à nossa frente. Pelo menos o meu cérebro ainda não foi enganado, quem sabe ainda o seja até o fim de 2025! Quem sabe!

Mas em excelentes gravações, ao menos conseguimos focar e ouvir com interesse a obra que escolhemos para avaliar esse tão exigente quesito de nossa Metodologia.

CONCLUSÃO

Eu realmente achei surpreendente o nível de desempenho do Dynamique Audio USB Shadow 2, pelo seu valor.

Acredito que se ele cabe no seu orçamento, e seu sistema pode render um sumo a mais com um melhor cabo USB, o Shadow 2 precisa estar nessa sua lista de audição. Pois seu pacote, além de muito interessante, segue a filosofia desse fabricante de não ser usado como um ‘equalizador’ para sistemas com desequilíbrio tonal.

Se for esse seu caso, de estar buscando um cabo para atenuar agudos brilhantes ou dar uma leve secada nos graves para caberem sem ressoar em sua sala, esqueça. Pois ele não tem esse perfil de ‘equalizador’.

No entanto, se você possui um sistema que só precisa de um cabo digital que realce suas qualidades, e lhe dê um maior grau de inteligibilidade e conforto auditivo, você vai se impressionar com ele.

Como disse na apresentação deste teste, existe uma dezena de bons cabos USB no mercado, e o Shadow 2 se junta a essa legião com algumas características muito ‘peculiares’ deste fabricante, que escolheu seguir por uma terceira via – a da Neutralidade!

Para quem deseja saber os benefícios que essa ‘Neutralidade’ pode dar ao seu sistema, eis uma oportunidade de fazê-lo sem gastar uma fortuna.

Nota: 100,0
AVMAG #312
German Audio

comercial@germanaudio.com.br
(+1) 619 2436615
US$ 1.061 (o metro)

CABO USB DYNAMIQUE AUDIO APEX

Fernando Andrette

Lá vem o Andrette com mais um cabo digital!

Para os que acreditam que cabos bem feitos soam todos iguais, e se não soarem estão ‘com defeito’, então será uma perda de tempo ler mais uma avaliação de um cabo USB.

Agora, se você é aquele leitor que está tentando ajustar seu streamer, e tirar o sumo do sumo dessa plataforma, e já investiu em um bom cabo de rede, escolheu o melhor DAC dentro do seu orçamento, mais ainda falta o último elo importante que é o cabo USB, então acho que você veio à página certa.

E tenho duas propostas muito interessantes com preços bem distintos do mesmo fabricante, para te apresentar.

Dois cabos USB tão bons, que seria uma injustiça não os apresentar separadamente, então anote aí: em setembro eu publicarei o teste do USB Shadow 2, e já aviso que o que o separa do cabo USB top desse fabricante, é apenas o grau de requinte e refinamento final na maneira de apresentar o acontecimento musical. Compartilham do mesmo princípio central da Dynamique Audio, que é o grau de neutralidade almejado por todas as séries, que no meu modo de ver é essencial para que o streamer avance onde ainda está mais atrás da mídia física.

Sei que incomodo a muitos de vocês leitores, ao lembrar que o streamer ainda não chegou lá, mas eu não virei as costas para essa ‘realidade’, e busco de todas as maneiras soluções para essas lacunas existentes ainda em sua performance, tanto que estou realizando um upgrade em meu streamer e torcendo para que minha escolha me leve um pouco mais adiante.

E nessa sincera busca, nada mais legal que poder compartilhar descobertas consistentes que fizeram o meu streamer atual soar melhor, e observar que características pontuais que me incomodam, como a pouca profundidade, corpo harmônico que me remete aos anos 90 dos players e DACs daquele período, vozes e instrumentos que soam na minha frente como pizzas brotinhos flutuando no espaço.

Os streamers com melhor corpo harmônico e planos mais 3D, não são nada baratos, e os de entrada carecem de algo essencial na alta fidelidade: um excelente equilíbrio tonal, para que as texturas se apresentem mais naturais, transientes precisos e uma macro-dinâmica pelo menos mais próxima do CD-Player!

Muitos se incomodam quando brinco que os streamers de entrada são o gravador K7 dos anos 80. Claro que estou sendo sarcástico, mas quero que apenas você leitor se pergunte: a escolha tem que ser realmente praticidade em detrimento da qualidade?

Já cometemos esse erro com o disquinho prateado, e demoramos 20 anos para descobrir que o problema não estava na mídia e nem na amostragem em 16-bits/44khz.

O problema era justamente onde não poderia haver limitações: no leitor e conversor!

E agora, onde se encontra a limitação que faz o streamer soar tão pouco realista?

Não tenho dúvida que a primeira causa está nas plataformas e seus codecs, depois no software que faz a reprodução (que roda dentro dos streamers, e que rodava nos computadores que eram usados como streamers), depois no próprio aparelho streamers quanto ao seu hardware e fonte de alimentação e, finalmente, os cabos USB – ou mesmo S/PDIF e em streamers mais simples.

E afirmo a todos que estão nessa busca pelo melhor ajuste e melhor definição sonora de seus streamers de alta qualidade, que o cabo USB tem uma vital importância na comunicação entre seu streamer e seu DAC.

Óbvio que não estou falando de streamers e DACs de entrada, de até 500 dólares, idolatrados por muitos ‘formadores de opinião’, que repetem como um mantra que ‘bits são bits’ e que, portanto, não há diferença entre um DAC de 500 dólares e um de 10 mil dólares!

E se não há diferença entre DACs bem construídos, o que dirá de cabos digitais que podem custar a partir 20 dólares, e alguns USB que podem custar mais de 5 mil dólares – isso parece ultrajante e descabido de qualquer ‘objetividade’.

Hoje mesmo, antes de sentar para escrever esse teste, assisti no You Tube um vídeo em que o tema era provar que transportes não podem e não devem soar diferentes. E para provar sua tese, o sujeito mostrou três músicas em um transporte de 100 dólares, e em um de 7000 dólares.

A conclusão dele foi que as diferenças, se existirem, são ‘inaudíveis’! Portanto estaria provado que transporte não faz diferença! Queria ver esse gringo dizer isso para quem participou de todas as seções do nosso Workshop, em abril em São Paulo, e ouviu as diferenças ‘audíveis’ entre CD-Player, Transporte e DAC.

E não estou falando de sistemas superlativos para se escutar as inúmeras diferenças, pois elas eram cristalinas em todos os setups utilizados.

O que precisamos para notar as diferenças é, primeiro, saber o que observar, e segundo usar gravações que expressem o que precisamos ouvir de maneira eficaz!

É tão simples como descascar uma banana, acredite!

Se você tem o exemplo musical certo para descrever o que desejamos que o participante escute com atenção, ele irá perceber por si. Isso ficou expresso no semblante de todos que lá estiveram.

Vou dar apenas dois exemplos: o da macro-dinâmica e planos (com apresentação de recorte, foco e ambiência) em que utilizei uma gravação de Copland que pedia apenas para os participantes notarem a posição dos tímpanos, pratos e metais. E que também se concentrassem em ouvir o deslocamento de ar dos tímpanos, e o decaimento dos mesmos.

Depois, a cada novo sistema, pedia para nesse mesmo exemplo eles me dizerem se as distâncias entre os músicos, o foco, recorte e o fortíssimo eram as mesmas, e se havia alguma alteração na apresentação no tamanho da sala.

E, por fim, eu perguntava como, à medida que os sistemas subiam de patamar de dois em dois pontos, como soava o corpo harmônico dos instrumentos de percussão e os naipes dos metais?

Perguntas objetivas e diretas – e respostas também objetivas e muito conclusivas.

O segundo exemplo era a tão desejada materialização do acontecimento musical à nossa frente, a Organicidade, e nada melhor que uma gravação com violão e voz bem captada e bem mixada, em que a cantora, nos sistemas mais refinados, além da sensação de materialização física nos permitia ouvir detalhes da inflexão da voz e detalhes sutis da digitação do violonista, nos passando a tal da ‘intencionalidade’ que tanto digo ser o ápice da qualidade da textura de um genuíno sistema hi-end.

Formule a pergunta certa, em um exemplo consistente, e terá respostas tão contundentes que cairá por terra a falácia de que ‘cada um escuta de uma maneira’, o que tornaria impossível que um grupo de audiófilos chegasse às mesmas conclusões!

E descrevi todos esses fatos pois, para atingir tão consistente resultado, nos três sistemas mais refinados do Workshop, fiz uso de um set completo de cabos da Dynamique Audio, hora usando Zenith com Hallo 2, e hora adicionando um Apex, para manter a assinatura sonora de cada sistema, já que são os únicos cabos que conheço e uso que possuem esse grau de neutralidade tão essencial para demonstrar tudo que eu precisava apresentar aos participantes.

Eles não se deram conta do esforço feito para a apresentação de cada set dos seis apresentados, e as semanas de ensaio, escolhendo as gravações ideais, para que cada exemplo fosse assimilado sem dúvidas e, agora, eu conto a mágica do elemento central desse êxito: os cabos da Dynamique Audio.

Sem eles eu teria entrado por um labirinto sem fim, pois cada cabo possui uma assinatura sônica, e essa assinatura por mais sutil que seja interfere no resultado final.

E a ideia central do workshop era justamente mostrar a importância de se buscar o melhor equilíbrio tonal possível, então eu não poderia abrir mão de usar cabos que interferissem o mínimo possível nos setups escolhidos.

Como não usei streamer no Workshop, só não consegui mostrar os dois USB da Dynamique, que apresento agora a vocês em primeira mão, no mundo!

E o Apex USB me fez repensar muitas questões sobre as limitações do streamer, pois com a sua neutralidade inerente, as qualidades e defeitos do meu streamer atual ficaram muito mais evidentes.

Mas antes de descrever minhas observações sonoras, pedi para o Daniel Hassany, projetista dos cabos da Dynamique, que me falasse um pouco da construção do Apex USB. Ele me disse que os condutores são de núcleo de prata pura banhada a ouro (4N), núcleo sólido de prata pura banhada a paládio (4N), e multifilamentos de cobre OFC banhado a prata (6N). O isolamento é de Teflon PTFE espaçado a ar, e Teflon FEP. A construção é por par trançado, e como todo cabo Dynamique o filtro de ressonância também é trançado de cobre com carbono. O plug é de alumínio anodizado, revestido com pinos banhados a ouro.

Sua construção e acabamento estão entre os melhores cabos USB que tive, ouvi e testei.

Como toda a linha Apex, são muito maleáveis e fáceis de manusear, não irão entortar os terminais com sobrepeso descomunal e nem têm bitolas que impeçam curvas ou dificultem o manuseio em espaços apertados e mal iluminados.

O encaixe é sempre suave e perfeito!

E a performance? Eu diria que ele é muita areia para o meu caminhão atual, que se chama Innuos ZENmini Mk3. Pois quando você coloca um cabo com esse grau de neutralidade, em um streamer de bom nível, mas abaixo do potencial do cabo, todas as limitações do seu streamer irão ficar absolutamente explícitas!

Pois as limitações que citei no início do teste, são expostas implacavelmente! Com ele, as gravações ruins mostram em detalhe o que as tornou ruins, ou limitadas tecnicamente. Em compensação, as boas ganham vitalidade.

E você sabe a minha opinião sobre expurgar discos que amamos. Eu já fiz muito isso no passado, e hoje não me permito repetir esse erro.

Então o USB Apex me levou a tomar a decisão de que estava na hora de realizar um upgrade no meu streamer, e estou a caminho de realizar esse intuito.

Se eu ‘burlasse’ meus princípios , só ouviria no streamer as gravações tecnicamente melhores, e até poderia dar uma sobrevida ao meu streamer atual, que um brilhante trabalho fez ao ajudar mensalmente a produzir a seção Playlist. Ou poderia manter os meus USB de referência da Kubala Sosna (ainda o mais palatável e o melhor de todos para esse setup Innuos), o da Sunrise Lab, o da Virtual Reality, e um que pouco cito mas que continua sendo um achado, que gosto de mostrar a todos que querem um bom cabo USB correto: um SAEC japonês de apenas 180 dólares.

Como você pode ver, eu sempre busquei ter um arsenal de cabos USB para todas as situações de testes. Mas nenhum de minha coleção possui esse atributo tão nítido da Neutralidade, então é difícil avaliar um cabo em que você não consegue ‘detectar’ suas características sônicas – pois ele não tem!

No entanto, quando ele entra no momento certo com seus melhores ‘pares’, se torna obrigatório.

Fico pensando na esmagadora maioria dos audiófilos, que buscam por décadas cabos que deem um ‘tempero’ a mais nos seus sistemas, que corrijam pequenos defeitos no equilíbrio tonal, como deve ser frustrante ouvir esse Dynamique Apex, que em vez de atenuar uma limitação, a escancara!

E quanto mais penso nessa realidade, mais admiração nutro pelo Daniel Hassany, pela sua coragem em trilhar um caminho tão árduo e solitário!

Porém, quando mais audiófilos experimentarem e ouvirem os benefícios de uma cablagem neutra em sistemas bem ajustados, o que garanto é que esses não voltarão atrás. Pois eles perceberão que se livraram de uma armadilha de tentar resolver com cabos o que seus sistemas não resolveram, o que eles têm de deficiente.

Quando apresentei três sistemas, todos com cabos da Dynamique, no nosso Workshop Hi-End Show, os participantes sem saber ou sequer pensar que cabos eu estava usando nesses três setups, conseguiram se concentrar apenas na música e na qualidade que cada um daqueles equipamentos estava lhes proporcionando.

E esse ‘efeito’ meu amigo, acredite: é mérito do sistema ligado a cabos neutros! A neutralidade faz com que tudo se encaixe de forma harmoniosa, sem arestas sem protagonistas, é o famoso vir a ser, como se comporta a música ao vivo.

Você está ali exposto ao acontecimento musical, e o grau de envolvimento emocional vai se ampliando até não haver espaço para nada mais.

A psicologia chama esse momento de Catarse, de uma liberação de emoções ou tensões. Gosto do termo e o acho propício para tentar explicar a você, que não esteve no nosso Workshop, o que lá ocorreu com os participantes.

E o elemento central dessa ‘comunhão’ foi a Neutralidade.

Com os cabos da Dynamique, eu consegui que cada sistema mostrasse seu DNA sonoro, em que todos os equipamentos convergiram na mesma direção. Uns chamam isso de sorte, eu chamo de conhecimento prático.

Não ousarei destrinchar quesito por quesito do cabo USB Apex, pois ele com sua neutralidade toma o ‘corpo sonoro’ do equipamento que estiver conectado. Então o que posso lhe dizer é: se você investiu muito em seu streamer e o considera um produto superlativo, tire a prova dos nove e ligue-o com um USB Apex da Dynamique Audio.

Ele fará uma ‘ressonância magnética’ sonora precisa do nível do seu setup de streamer/DAC.

Agora, se você se decepcionar com o resultado, por favor não o culpe, pois ele não tem a menor vocação para ‘apimentar’ ou dar um sabor diferente a nenhum sistema.

Se é isso que você tanto procura, bateu na porta errada.

Agora, se seu sistema realmente for de nível superlativo, a neutralidade deste cabo irá apenas enaltecer todas as qualidades inerentes.

Não conheço nenhum outro cabo que seja tão neutro, e tão justo!

AVMAG #307
German Audio

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£ 3.900 (1m)
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CABO DE FORÇA VIRTUAL REALITY ARGENTUM

Fernando Andrette

Quando o Ebert, no final do ano passado, me falou que estava lançando um novo cabo de força e de caixa, fiquei curioso em ouvir já que tenho o cabo de caixa Trançado e o uso frequentemente para testar equipamentos, e também o apresentei no Workshop Hi-End Show, em abril passado.

Tenho muito respeito pelo trabalho do Ebert, e sua linha de cabos Virtual Reality, por ter conquistado um patamar de custo/performance muito consistente.

E fiquei muito feliz de ver o carinho e interesse dos visitantes no Workshop Hi-End Show, em poder falar com o projetista, e ter um contato tátil e visual com seus cabos.

É muito importante para o nosso leitor esse contato real, de poder tirar dúvidas, avaliar visualmente o produto e poder constatar o esmero na fabricação de cada um dos modelos.

Mesmo antes de ouvir e testar os cabos deste fabricante nacional, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a qualidade final do produto, e quando soube dos preços ao consumidor, fiquei ainda mais impressionado!

Poder ouvir o seu melhor cabo de força, foi muito interessante, pois o Ebert costuma deixar seus cabos conosco pelo tempo que acharmos necessário (ainda que eu saiba que cada cabo é fabricado manualmente, e que muitas vezes ele não tenha mais esse modelo para levar na casa dos clientes). Por isso mesmo procuro ser o mais rápido possível.
Ainda que o ideal nesses casos, para agilizar o tempo de avaliação, seja contar com um set completo de cabos, quando isso não é possível, tenho que me adequar a realidade.

Então meu ritual com qualquer cabo de força que recebo, sendo um único exemplar, eu tenho uma primeira impressão geralmente ligando-o ou no pré-amplificador ou em alguma das nossas fontes, seja analógica ou digital, e depois o coloco em queima de pelo menos 100 horas, alimentando alguma régua ou algum produto eletrônico que também esteja em amaciamento.

Felizmente, com a chegada do Argentum, também estiveram em amaciamento diversos integrados – e o amplificador de fone, fonte de alimentação e o DAC da Ferrum Audio (leia teste do Oor na Audiofone da edição 309). Então pude deixá-lo ligado 24 horas com todos esses equipamentos e, depois de 100 horas, quando senti que estava estabilizado tonalmente, passei para a segunda parte do meu ritual: ver a compatibilidade do cabo em teste com os cabos de força que utilizo em nosso Sistema de Referência.

Felizmente, o Argentum se mostrou de uma enorme compatibilidade com o Dynamique Apex, o Sunrise Quintessence Aniversário, e os Transparent Reference G6.

Checada essa segunda etapa, comecei a avaliar a performance do Argentum com os inúmeros equipamentos em teste.

E foi possível detectar duas coisas: ele tem um grau de compatibilidade enorme, mas como só tínhamos um a disposição, os melhores resultados foram alimentando fontes como a Hypsos da Ferrum Audio (teste na edição de setembro de 2024), as fontes PSU Nagra tanto do pré de linha e TUBE DAC, como do Transporte Nagra, e todos os digitais: DAC Wandla da Ferrum Audio, TUBE DAC e streamer Innuos ZENmini Mk3.

E já no final do teste, também conseguimos um excelente resultado no pré de phono E-2 da Soulnote (teste edição 308) e também no integrado da Soulnote A-2 (teste na edição de setembro de 2024).

Como precisaríamos de dois para ligar nos powers HD da Nagra, ou nos powers Gold Note PA-1175, não pudemos saber como o Argentum se comportaria neles.

Sua construção e acabamento são de primeira linha, não ficando nada a dever comparado com cabos importados muito mais caros e de renome.

Ainda que seja um cabo de bitola larga, ele é bastante flexível. Internamente são 4 bitolas diferentes de condutores de cobre puro, trançados, sendo um deles banhado em prata com isolação em Teflon. Possui baixa capacitância e baixa indutância. E segundo o fabricante não há necessidade de blindagem, uma vez que a geometria do cabo cancela os campos magnéticos evitando interferências. O acabamento é em malha náutica e os plugs são Furutech FI-50 NCF.

As fotos não fazem justiça ao primor de construção e acabamento, então sugiro a todos que tenham interesse em conhecê-lo, que o façam testando-o em seus sistemas.

O modelo enviado foi de 1.5m, e seu preço para o consumidor é de R$4.750. Um valor impressionante pela performance do cabo.

Eu sugiro 150 horas mínima de queima, para que o cabo estabilize, e o ideal é deixá-lo quieto depois de instalado no sistema, enquanto faz o amaciamento.

Aos ansiosos, deixe o cabo estabilizar antes de sair ligando em todos os componentes do sistema.

E não tire conclusões apressadas, OK?

Isso para os que acreditam em diferenças de cabo de força e em amaciamento. Pois aos que não acreditam, serão inúteis essas dicas de ouro!

O Argentum tem a qualidade de não sair tocando torto ou abafado. O que falta a ele antes do amaciamento é uma correta profundidade, abrir as duas pontas para o cabo respirar tanto em cima quanto em baixo, e ganhar melhor foco, ambiência e planos.

Mas nada de sair com excesso de brilho ou graves sem bordas definidas ou região média congestionada.

Mas, Andrette, um cabo de força sem amaciar, pode ter todas essas limitações?

Pode, e isso não é algo raro de ocorrer.

E depois ir tudo para o lugar? Aí depende, meu amigo, alguns irão e outros ficarão no meio do caminho, se as limitações forem muito grandes.

O que muitos não entendem é que, às vezes há, desde o início, uma incompatibilidade entre o cabo e a eletrônica. E certamente a culpa irá cair sempre sobre o cabo, nunca na eletrônica (principalmente se a eletrônica for o xodó do audiófilo).

Mas essas dicas só servem para os que acreditam que cabos de força fazem diferença real, e não ‘efeito placebo’ (a maneira que os objetivistas ortodoxos costumam se referir às observações auditivas de quem percebe diferenças audíveis).

Mas a esses objetivistas ortodoxos, sempre haverá a famosa frase que eles repetem como papagaios treinados: “Como que o último metro de um cabo de força, pode fazer alguma diferença?”.

E se invertermos a pergunta para: “O quanto o último um metro pode fazer de diferença?”.

As pessoas experientes e com a curiosidade tão elementar ao ser humano, só saberão obviamente ouvindo.

Só não o farão aqueles que apenas olham para um osciloscópio e se contentam com o que as medições lhe dizem.
Essas pessoas me lembram os personagens da Caverna de Platão, que se contentam em experimentar o mundo e tirar suas conclusões olhando apenas as sombras e nunca diretamente para a realidade.

Ou aqueles que não perdem seu tempo olhando para os detalhes de uma floresta, já que na sua cabeça o verde é suficiente para saber onde estão.

E dão de ombros quando alguém lhes diz que existem diferenças no azul do céu, dependendo da estação.

Quando eu cruzo com algum objetivista ortodoxo, eu não perco tempo em discussões estéreis, eu apenas me convido para ouvir seu sistema. Pois ele me dirá tudo a respeito de suas crenças e de seus equívocos.

E tive a sorte de conseguir que alguns me permitissem ouvir seus sistemas, e entender plenamente a sua dificuldade de compreender a razão de não escutarem diferenças entre cabos e, em alguns casos, nem mesmo de amplificadores ou caixas acústicas.

Pois para eles as medições é que irão definir suas escolhas, então ouvir é uma total perda de tempo.

Mas voltemos ao Argentum, seu equilíbrio tonal depois de amaciado é de alto nível, graves corretos com energia, excelente deslocamento de ar e velocidade. Médios naturais, com excelente silêncio de fundo, e agudos limpos, corretos e com ótima extensão e decaimentos suaves.

Andrette, o que você quer dizer com decaimento suave?

Para você saber se seu sistema, ou um componente de seu sistema, possui boa extensão nos agudos e o decaimento suave, os melhores exemplos serão sempre pratos de condução. Pegue boas gravações, em que os pratos foram bem gravados, e ouça-os – você se surpreenderá como eles soam diferentes em diversos tweeters, cabos de caixa e até pelas limitações na fonte digital ou analógica.

Eu uso um famoso exemplo de uma gravação da Shirley Horn, em que o baterista utiliza um prato de condução com rebite, e no último toque esse prato fará no mínimo 13 ondas sonoras até não se ouvir mais. O problema é que muitos sistemas não se ouvem nem as 13, cessando em 10 ou 11 ondas.

E, pasmem, à medida que o sistema tem melhor extensão e decaimento mais suave, temos mais de 13 ondas (só não irei contar quantas o microfone utilizado captou na gravação).

O decaimento suave está associado ao respiro das altas frequências, essencial para o nosso conforto auditivo. Pois somos muito sensíveis às altas frequências, quanto a brilho, aspereza e endurecimento.

Outra questão da importância do decaimento suave, é que ele nos mostra melhor a localização dos instrumentos no espaço entre as caixas, e a qualidade de captação da ambiência.

O que vocês precisam compreender é que nosso cérebro não se engana facilmente, se ele espera uma apresentação realmente hi-end, na ‘prática’ todos os detalhes são essenciais.

Um sistema Estado da Arte é como uma volta perfeita de um carro de Fórmula 1, para ser o Pole Position.

Se no automobilismo o que separa o primeiro do segundo são os milésimos, no hi-end Estado da Arte, é o cuidado com todos os detalhes. Somente assim nosso cérebro realmente irá se interessar pelo que está ouvindo, plenamente.
Pois bem, o Argentum em termos de equilíbrio tonal, chegou lá!

Sua construção do palco sonoro é muito convincente, tanto em termos de largura, como de profundidade e altura.

Já dei essa dica dezenas de vezes: quer saber o quanto seu sistema é bom em profundidade, então jogue fora sua resistência em ouvir música clássica por um tempo, e veja se ele é capaz de manter os naipes da orquestra em sua correta posição nos fortíssimos.

Se os contrabaixos no fortíssimo pularem por cima dos cellos, virando tudo uma massaroca no seu canal direito, seu sistema precisa de ajustes.

E saiba que cabos são um dos elementos que podem ajudar a solucionar o problema (desde que o sistema não esteja incorreto, claro).

E cabos de força podem contribuir para que os naipes e solistas tenham melhor respiro e espaço entre cada fileira.

Óbvio que falo de gravações que sejam referência nesse quesito. Eu mostrei uma gravação excelente no Workshop, do Copland – feita pelo selo Telarc, é impecável para foco, recorte, planos, ambiência e macro-dinâmica.

O Argentum cumpriu seu papel com segurança e autoridade!

As texturas foram retratadas com todo seu espectro de cores de cada instrumento acústico ou vozes, e ficou evidente sua facilidade em nos mostrar as intencionalidades em cada gravação.

Velocidade, tempo e ritmo costumam ser uma pedra no sapato de muitos cabos de força (principalmente aqueles que os objetivistas ortodoxos utilizam, os emborrachados originais de fábrica), deixando o som arrastado, letárgico e sem graça de se ouvir.

E, pior, que ‘comem’ notas ou deixam a passagem totalmente turva!

Mas se não aparece no osciloscópio, não há razão para se preocupar, não é verdade?

O Argentum, ao contrário, é de uma precisão ‘metronômica’ (termo usado por um querido amigo músico ao se referir aos transientes corretos). Mesmo em passagens complexas, como dos violonistas Paco de Lucía e Al Di Meola, no Friday Night in San Francisco, você ouvirá nota por nota!

A gravação que citei acima, do Copland, também uso para fechar a nota de macro-dinâmica, e com o Argentum a reprodução dos tímpanos foi com absoluta autoridade e, o mais importante: folga!

As pessoas muitas vezes se contentam em ouvir passagens fortíssimas, como se fosse um vulto em alta velocidade a passar em frente ao nosso campo de visão. E assim acham que sua reprodução de macro dinâmica está perfeita.

Não, meu amigo, um bom sistema irá te mostrar como aquela passagem musical foi realizada, o quanto de esforço, precisão e concentração foram usados.

E o mais essencial: não nos fazer deixar de ouvir aquele momento dentro do contexto completo da obra.

Ouvi centenas de vezes os tiros de canhão da Abertura 1812 de Tchaikovsky, e raramente os tiros me deixaram continuar ouvindo toda a orquestra. Sim! A orquestra continua tocando enquanto os tiros de canhão ocorrem! Pois em muitos sistemas não existe folga para reproduzir os tiros e a orquestra continuar sendo ouvida.

Isso se chama Folga!

Ou o sistema tem ou não tem!

O Argentum não sofre dessa limitação.

O corpo harmônico se mostrou excelente em qualquer equipamento em que ele foi utilizado, e sua reconstrução do acontecimento musical (organicidade) foi de alto nível.

CONCLUSÃO

De todos os cabos de força Estado da Arte nacionais, o Argentum consegue novamente estabelecer a melhor relação custo/performance.

Conseguir esse feito com esse valor é algo realmente digno de nota.

Se você deseja ou busca, para o seu sistema, um cabo de força definitivo com um orçamento restrito, ele deve ser sua primeira opção.

Ouça-o, e veja se ele pode dar ao seu sistema aquele ajuste fino que você tanto almeja.

Méritos ele mostrou ter de sobra!

Nota: 100,0
AVMAG #309
Virtual Reality

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(12) 99147.7504
R$ 4.750 (1,5 m)

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