AUDIOFONE – Editorial: MAIS DE 1 BILHÃO DE JOVENS E ADULTOS ESTÃO COM A AUDIÇÃO COMPROMETIDA

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Quantas vezes já escrevemos aqui no editorial esse risco alarmante nos últimos doze meses? Só que agora o problema tomou proporções de pandemia, e finalmente todas as mídias resolveram tratar do assunto com a devida importância que o problema exige! O estudo englobou o período de 2000 a 2021, e foi organizado pela OMS em colaboração com instituições dos Estados Unidos, Suécia, Suíça, Espanha, Reino Unido e México, e o resultado foi divulgado na revista científica BMJ Global Health. Foram pesquisados jovens e adultos de 12 a 34 anos que escutam diariamente mais de duas horas de música via streaming, MP3 e se expõem em shows e baladas à decibéis acima do tolerado para a audição humana. A pesquisa detectou que 48,5% dessa faixa etária faz uso indevido de volume em suas audições diárias, e estão correndo sérios riscos de perda de audição permanente. Considerando que são 2,8 bilhões de pessoas nessa faixa etária em que a pesquisa focou, estamos falando que entre 666 milhões e 1,35 bilhões de jovens e adultos terão sequelas irreversíveis em um curto espaço de tempo. O que é mais estarrecedor, foi verificar que a pesquisa detectou que uma enorme parcela de jovens se expõe a 105 dB por períodos acima de uma hora diariamente. Para o leitor ter ideia exata do que representa 105 dB, fique ao lado por alguns segundos de uma britadeira sem protetor auricular. Pois esses jovens escutam sua música por mais de uma hora, diariamente nesse volume! Outro dado levantado na pesquisa é que o volume médio nos shows e baladas é de 112 dB! Um volume que é admissível, sem proteção auricular, por menos de 5 minutos! As consequências sociais e econômicas serão enormes. Estima-se gastos de mais de 1,1 trilhão de dólares por ano com tantos jovens e adultos com perda auditiva, além de uma qualidade de vida social e familiar comprometida. Não é possível mais adiar medidas que ataquem esse problema imediatamente, e não basta apenas a OMS alertar sobre os riscos e produzir recomendações para uma escuta segura. As empresas de áudio precisam abraçar a causa, afinal elas pagarão um alto preço à medida que esse contingente de consumidores tiver comprometido irreversivelmente sua audição. As casas de shows e espetáculos também necessitam fazer sua parte. E pais e educadores precisam informar da gravidade e dos riscos, e governos desenvolverem campanhas de alerta ao risco iminente. Se todos fizerem sua parte, podemos diminuir o impacto desse grave problema. Mas o momento é agora e não amanhã. Da nossa parte, desde a primeira edição da Audiofone, defendemos essa ideia e só testamos produtos que estejam dentro desse padrão de qualidade, em que o equilíbrio tonal do produto testado, permita audições em volumes seguros.

E continuaremos com essa linha editorial sempre!

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