Música de Graça: UM POUCO DE ELETRÔNICO, ROCK & VIOLÃO ACÚSTICO

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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Música de graça mensalmente na Internet ao alcance dos nossos dedos!

No YouTube encontra-se muito conteúdo interessante para o melômano, vídeos de música ao vivo com qualidade pelo menos decente de imagem e som. Só ao vivo que você percebe o verdadeiro entrosamento entre os músicos, sua linguagem corporal e suas verdadeiras capacidades!

COMO E ONDE OUVIR

Através de um computador, smartphone ou smartTV, com bons fones de ouvido, ou conectados a um DAC no sistema de som, home-theater ou soundbar.

PARA QUEM SÃO AS SUGESTÕES DESTE MÊS?

Este mês traz um eletrônico à moda antiga – leia-se, originário da era do rock progressivo – aqui composto para orquestra, percussão, coro e sopranos, e sintetizadores, claro. Depois um rock-pop dos bons da década de 80, bem elaborado e com bons músicos, que retorna a parceria e, também, aos palcos. E, por fim, um violonista acústico ucraniano que faz um som ‘só dele’.

MYTHODEA – VANGELIS (2001, 76 min)

Vangelis é um nome mundialmente conhecido, por ser um compositor de música eletrônica das antigas, que veio de uma origem de rock e de progressivo, que teve influências fortes de jazz-rock na década de 70, e que sempre prezou muito o trabalho de percussão de seus discos – sendo que ele foi um baterista e percussionista, no começo de carreira (e que toca a percussão de quase todos seus discos).

Por vir de uma família de fãs de Vangelis – onde a gente ouvia seus discos desde o final da década 70 – eu sempre ouvi comentários que ele, facilmente, escreveria ou arranjaria sua própria música para orquestra sinfônica. E, na verdade, uma boa parte de sua obra – que é fruto de uma carreira de mais de 40 anos (ele faleceu em 2022) – sempre foi facilmente perceptível como algo de dimensão sinfônica, como suas várias trilhas sonoras, por exemplo.

Em 1993, Vangelis compôs “Mythodia” (na grafia original), que chegou a ser apresentada em Atenas, em dimensões mais modestas. Em 2000, o músico tinha acabado de assinar com a Sony Classical, e a gravadora achou interessante gravar a obra para ser seu primeiro disco pelo selo.

A ideia acabou rapidamente crescendo para que fosse um concerto ao vivo em Atenas, com Vangelis nos sintetizadores, a London Metropolitan Orchestra, mais duas harpas, o Coro da Ópera Grega (a letra é em grego clássico, composta pelo próprio Vangelis), dois grupos de timpanistas, e duas solistas que foram, nada mais nada menos, que as famosíssimas sopranos americanas Kathleen Battle e Jessye Norman! Foram um total de 224 músicos no palco!

Graças à amizade de Vangelis com o físico teórico Dr Scott Bolton, a obra, o concerto e o CD (uma gravação de estúdio feita com praticamente o mesmo elenco), foram dedicados à Missão Mars Odyssey da NASA, do mesmo ano.

Segundo Vangelis, ele compôs Mythodea em uma hora, apenas! E, devido ao alto custo do concerto, além do próprio governo grego ter dividido os valores com a Sony Music (por questões de promoção do turismo no país), Vangelis abriu mão de seus honorários.

TEARS FOR FEARS: KCRW LIVE FROM THE VILLAGE STUDIOS (2022, 24 min)

Quem estava no mundo na década de 80, sabe quem foi o duo inglês de rock-pop Tears For Fears. Inclusive, eles foram
responsáveis, já na virada para a década de 90, por aquele que eu considero ser um dos dois mais bem gravados discos de rock-pop de todos os tempos, The Seeds of Love (junto com o disco On Every Street, do Dire Straits, também da década de 90).

O Tears For Fears fez pop de altíssima qualidade durante 10 anos, de 81 até sua separação em 91. O guitarrista Roland Orzabal continuou fazendo discos com o nome da banda, mas sem o baixista Curt Smith. E, 20 anos depois, com uma participação aqui e outra ali, turnês com vários outros grupos, composições novas para novos álbuns, a dupla retornou à atividade.

Aqui, com a saída do disco novo, The Tipping Point, o Tears For Fears faz um set curto, tocando algumas faixas novas e algumas consagradas, para o programa ‘Live From…’ da rádio KCRW, de Los Angeles, EUA. A descrição do vídeo infelizmente não divulga quem são os músicos de apoio: um guitarrista, uma backing vocal, um tecladista e um baterista.

O set é composto pelas faixas: No Small Thing, The Tipping Point, Mad World, Everybody Wants to Rule the World, e Sowing the Seeds of Love.

ESTAS TONNE – PERCEPTION [LIVE IN ZURICH] (2019, 25 min)

Estas Tonne é um desses músicos que eu nunca tinha ouvido falar – até ver um de seus vídeos tocando na rua, um dos que se tornam virais na Internet. São sempre algo que aparece improvisação, longos. E eu fiquei, como o público que estava lá, in loco, olhando hipnotizado.

Qualquer coisa que se fale dele, não se pode dizer que ele não sabe tocar violão. Sua técnica é de violão clássico, e sua música algo que evoca folk norte europeu, com música cigana, e com um tempero um tanto esotérico. Sempre em tudo que eu ouvi dele, seu violão estava com uma reverberação forte, quase etérea (e isso é uma escolha dele que vai ofender os puristas). Eu, pessoalmente, gosto muito de sua música.

Stanislav Tonne nasceu em 1975 na Ucrânia, estudou violão clássico, e mudou-se com a família para Israel aos 15 anos de idade – sua família tem origens alemãs e judaicas. Meio nômade, Tonne nunca fica mais que um ano em algum país, sempre viajando, apresentando-se solo em festivais, na rua, shows, exposições de arte e até simpósios de yoga.

Achei divertido um comentário feito na Internet sobre Tonne: “é isso que a minha guitarra ouve quando não estou em casa”.

Tonne, que descreve a si próprio como um “trovador dos tempos modernos”, está na ativa profissionalmente desde 2002, e já tem uma discografia com oito títulos.

O vídeo traz ele tocando solo em 2019, no Samsung Hall, em Zurique, na Suíça. Se ele um dia aparecer aqui nas nossas paragens, pretendo ir assisti-lo tocar.

Bom fim de inverno com bastante música a todos!

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