Teste 2: CAIXAS ACÚSTICAS DYNAUDIO EVOKE 20

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Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

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Na edição 253 da Revista, analisamos a Dynaudio Evoke 10, uma bookshelf surpreendente em todos os sentidos, inclusive no preço. A linha Evoke é composta por duas bookshelfs (10 e 20), duas torres (30 e 50), além da caixa central 25C, para compor um set para home-theater.

A Evoke entra no lugar da Excite – e no caso da Evoke 20, esta assume o posto deixado pela X16. Nesta nova empreitada, a Dynaudio fez a sua famosa distribuição de tecnologia em cascata, sendo assim cada linha abaixo da Confidence vai herdando um pouco das tecnologias empregadas na irmã maior. Com a Evoke, a marca dinamarquesa a posicionou mais para perto das linhas superiores, embarcando muitas das tecnologias das Contour e da Special 40, como processos de fabricação, travamento de gabinete, otimização de espaço interno e componentes – claro, tudo que deu muito certo nas linhas acima. A Evoke herdou e até refinou o tweeter Cerotar da Special 40, adicionando o sistema Hexis. Com isso, a distância entre ela e a Emit, caixa de entrada da marca, passou de alguns metros para alguns quilômetros! Enquanto a Emit se parece com a Focus 220, a Evoke coloca em prática os novos conceitos de design obtidos em uma pesquisa que a marca afirma ter feito nos lares dinamarqueses e nas casas conceito, buscando novas tendências com linhas suaves joviais e que resistam melhor ao tempo.

Como dito acima, a ideia era se aproximar da Contour, mas sem estourar o orçamento. Para tal feito, foi preciso utilizar técnicas de marcenaria de ponta como cantos arredondados e o mesmo estreitamento da parte traseira do gabinete visto nas Contour e Confidence. Em tese isto melhora a vazão do ar e evita o acúmulo de frequências parasitárias e ressonâncias indesejadas no gabinete. Na Contour, vemos o famoso espelho em peça única, feito de metal, que reduz as vibrações espúrias. Já com a Evoke a Dynaudio fez o mesmo, mas de maneira menos dispendiosa, aumentando a espessura da parede frontal em MDF. Estas coisas a linha Emit jamais sonharia em ter.

O cone do woofer Esotec+ é mais leve que o cone da Exite, por exemplo, possuindo apenas 0,4 mm de espessura, e continua sendo produzido com o famoso MSP (polímero de silicato de magnésio), uma tecnologia proprietária da Dynaudio. A bobina tem 52 mm de diâmetro com enrolamento em alumínio, que reduz o peso total dela, mas principalmente dá a sonoridade característica deste fabricante. Com o alumínio, a Dynaudio consegue mais voltas do material no enrolamento da bobina, proporcionando maior controle sobre o cone, com um ótimo equilíbrio entre tamanho e peso. Tudo isto é centralizado pela nova aranha Nomex, mais flexível e mais resistente, melhorando o fluxo de ar, dissipando melhor o calor. O novo imã de ferrite+ completa o woofer, trazendo mais poder de fogo ao falante.

Falando da estética dos falantes, os parafusos de fixação do woofer e tweeter não estão aparentes, como na Emit e Contour – eles são protegidos por um anel externo bastante elegante, dando um toque atemporal ao design do gabinete – neste ponto ela ficou mais bonita que a Contour.

O tweeter de domo macio Cerotar baseia-se no tweeter da Special 40, que herda parte da tecnologia do Esotar 3. A diferença é que este possui uma espécie de difusor interno chamado Hexis, responsável por difundir melhor as frequências, suavizando-as ao passo que também elimina ressonâncias indesejadas. Em termos práticos, este difusor não somente suaviza as altas, mas melhora o encaixe, a transição entre o woofer e o tweeter, melhorando a coerência tonal e de fase, aumentando a inteligibilidade em passagens mais complexas da música. Ouvindo as duas caixas nota-se que a Evoke tem uma suavidade que, em algumas passagens de certas músicas, faz falta na Special 40.

Falando em dados técnicos, a Evoke 20 possui resposta de frequência de 40 Hz a 23 kHz (± 3 dB), sensibilidade de 86 dB (2,83 V a 1 m), impedância de 6 Ohms, seu peso é de cerca de 10 kg, e suas dimensões até que são modestas: 215 x 380 x 307 mm. A caixa tem bom porte e a Dynaudio conseguiu dar um formato suave e limpo, ela não parece um trambolho na sala, se encaixa bem em todo tipo de ambiente. Mesmo a Evoke 50, a maior das torres, não parece grande mesmo numa sala de pouco mais de 20 m².

Para o Teste utilizamos os seguintes equipamentos. Fontes: Innuos Zen Mini com fonte externa, DAC Hegel HD30. Amplificação: Sunrise Lab V8 Mk4 SS. Cabos de força: Transparent MM2, Sunrise Lab Reference II, e Quintessence Magic Scope. Cabos de interconexão: Sunrise Lab Reference II Magic Scope RCA, e Coaxial digital, Sax Soul Cables Zafira III XLR. Cabos de Caixa: Sunrise Lab Reference II Magic Scope, e Sunrise Lab Quintessence Magic Scope.

Assim como aconteceu com a Evoke 10 em sua primeira música, a 20 saiu tocando muito bem logo de cara, com autoridade, bom palco e profundidade. O amaciamento foi como um passeio de barco na lagoa: sem sustos ou solavancos, ela parte de uma audição super confortável e vai se mantendo assim até o final do amaciamento por volta das 260 horas, ganhando corpo, contorno nos extremos, textura em vozes e instrumentos com uma espacialidade muito boa.

Iniciamos os trabalhos com Concha Buika – Niña De Fuego, faixa 8. A Evoke 20 nos apresenta um silêncio realmente espetacular, a textura do violão é outro ponto forte destacado pela caixa acústica. Toda a potência da voz da Buika é despejada com controle e autoridade, as dinâmicas não embolam e têm uma progressão muito boa, juntamente com transientes rápidos que nos dão uma sensação de precisão rítmica surpreendente. A caixa acústica entrega toda a carga dramática da música com enorme desenvoltura, as intencionalidades e as individualidades de cada músico também estão lá preservadas. A faixa 9 segue o mesmo estilo, só que um pouco mais delicada, mas igualmente forte e novamente a Evoke 20 entrega um piano de boa qualidade respeitando as proporções de cada instrumento no imaginário palco sonoro. É muito gostoso acompanhar as variações tonais com a clareza e coerência tonal que a Evoke nos mostra. Nesta levada ouvimos Preservation Hall Jazz Band, disco A Tuba to Cuba, faixa 1 e 2. Tudo deste grupo é maravilhoso, da gravação à energia e técnica dos músicos. Na primeira faixa ouve-se o trânsito na rua enquanto o sax faz um solo riquíssimo. Acho que eles gravaram com a porta aberta de propósito para criar esta atmosfera tão empolgante. Na música seguinte, o gingado do baterista encaixa perfeitamente com o contrabaixista e o coral gravado de forma rústica lembra muito gravações antigas de lavadeiras do sertão brasileiro. Toda esta empolgação e fartura de texturas e intencionalidades, a Evoke 20 consegue transmitir com ótimo nível de realismo e uma dose de graves e harmônicos que surpreendem pelo tamanho da caixa!


PONTOS POSITIVOS

Equilíbrio muito bom. Toca bem em salas médias e pequenas. Acabamento impecável.

PONTOS NEGATIVOS

Nenhum.


ESPECIFICAÇÕES
Resposta de frequência40 Hz a 23 kHz (± 3 dB)
Sensibilidade86 dB (2,83 V a 1m)
Impedância6 Ohms
Dimensões (L x A x P)215 x 380 x 307 mm
Peso10 kg
CAIXAS ACÚSTICAS DYNAUDIO EVOKE 20
Equilíbrio Tonal 10,5
Soundstage 10,5
Textura 10,5
Transientes 10,5
Dinâmica 10,5
Corpo Harmônico 10,5
Organicidade 10,0
Musicalidade 10,5
Total 83,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



Impel (11) 3582.3994
R$ 28.860

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