Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br
[layerslider id=”23″]
Na edição 253 da Revista, analisamos a Dynaudio Evoke 10, uma bookshelf surpreendente em todos os sentidos, inclusive no preço. A linha Evoke é composta por duas bookshelfs (10 e 20), duas torres (30 e 50), além da caixa central 25C, para compor um set para home-theater.
A Evoke entra no lugar da Excite – e no caso da Evoke 20, esta assume o posto deixado pela X16. Nesta nova empreitada, a Dynaudio fez a sua famosa distribuição de tecnologia em cascata, sendo assim cada linha abaixo da Confidence vai herdando um pouco das tecnologias empregadas na irmã maior. Com a Evoke, a marca dinamarquesa a posicionou mais para perto das linhas superiores, embarcando muitas das tecnologias das Contour e da Special 40, como processos de fabricação, travamento de gabinete, otimização de espaço interno e componentes – claro, tudo que deu muito certo nas linhas acima. A Evoke herdou e até refinou o tweeter Cerotar da Special 40, adicionando o sistema Hexis. Com isso, a distância entre ela e a Emit, caixa de entrada da marca, passou de alguns metros para alguns quilômetros! Enquanto a Emit se parece com a Focus 220, a Evoke coloca em prática os novos conceitos de design obtidos em uma pesquisa que a marca afirma ter feito nos lares dinamarqueses e nas casas conceito, buscando novas tendências com linhas suaves joviais e que resistam melhor ao tempo.
Como dito acima, a ideia era se aproximar da Contour, mas sem estourar o orçamento. Para tal feito, foi preciso utilizar técnicas de marcenaria de ponta como cantos arredondados e o mesmo estreitamento da parte traseira do gabinete visto nas Contour e Confidence. Em tese isto melhora a vazão do ar e evita o acúmulo de frequências parasitárias e ressonâncias indesejadas no gabinete. Na Contour, vemos o famoso espelho em peça única, feito de metal, que reduz as vibrações espúrias. Já com a Evoke a Dynaudio fez o mesmo, mas de maneira menos dispendiosa, aumentando a espessura da parede frontal em MDF. Estas coisas a linha Emit jamais sonharia em ter.
O cone do woofer Esotec+ é mais leve que o cone da Exite, por exemplo, possuindo apenas 0,4 mm de espessura, e continua sendo produzido com o famoso MSP (polímero de silicato de magnésio), uma tecnologia proprietária da Dynaudio. A bobina tem 52 mm de diâmetro com enrolamento em alumínio, que reduz o peso total dela, mas principalmente dá a sonoridade característica deste fabricante. Com o alumínio, a Dynaudio consegue mais voltas do material no enrolamento da bobina, proporcionando maior controle sobre o cone, com um ótimo equilíbrio entre tamanho e peso. Tudo isto é centralizado pela nova aranha Nomex, mais flexível e mais resistente, melhorando o fluxo de ar, dissipando melhor o calor. O novo imã de ferrite+ completa o woofer, trazendo mais poder de fogo ao falante.
Falando da estética dos falantes, os parafusos de fixação do woofer e tweeter não estão aparentes, como na Emit e Contour – eles são protegidos por um anel externo bastante elegante, dando um toque atemporal ao design do gabinete – neste ponto ela ficou mais bonita que a Contour.
O tweeter de domo macio Cerotar baseia-se no tweeter da Special 40, que herda parte da tecnologia do Esotar 3. A diferença é que este possui uma espécie de difusor interno chamado Hexis, responsável por difundir melhor as frequências, suavizando-as ao passo que também elimina ressonâncias indesejadas. Em termos práticos, este difusor não somente suaviza as altas, mas melhora o encaixe, a transição entre o woofer e o tweeter, melhorando a coerência tonal e de fase, aumentando a inteligibilidade em passagens mais complexas da música. Ouvindo as duas caixas nota-se que a Evoke tem uma suavidade que, em algumas passagens de certas músicas, faz falta na Special 40.
Falando em dados técnicos, a Evoke 20 possui resposta de frequência de 40 Hz a 23 kHz (± 3 dB), sensibilidade de 86 dB (2,83 V a 1 m), impedância de 6 Ohms, seu peso é de cerca de 10 kg, e suas dimensões até que são modestas: 215 x 380 x 307 mm. A caixa tem bom porte e a Dynaudio conseguiu dar um formato suave e limpo, ela não parece um trambolho na sala, se encaixa bem em todo tipo de ambiente. Mesmo a Evoke 50, a maior das torres, não parece grande mesmo numa sala de pouco mais de 20 m².
Para o Teste utilizamos os seguintes equipamentos. Fontes: Innuos Zen Mini com fonte externa, DAC Hegel HD30. Amplificação: Sunrise Lab V8 Mk4 SS. Cabos de força: Transparent MM2, Sunrise Lab Reference II, e Quintessence Magic Scope. Cabos de interconexão: Sunrise Lab Reference II Magic Scope RCA, e Coaxial digital, Sax Soul Cables Zafira III XLR. Cabos de Caixa: Sunrise Lab Reference II Magic Scope, e Sunrise Lab Quintessence Magic Scope.
Assim como aconteceu com a Evoke 10 em sua primeira música, a 20 saiu tocando muito bem logo de cara, com autoridade, bom palco e profundidade. O amaciamento foi como um passeio de barco na lagoa: sem sustos ou solavancos, ela parte de uma audição super confortável e vai se mantendo assim até o final do amaciamento por volta das 260 horas, ganhando corpo, contorno nos extremos, textura em vozes e instrumentos com uma espacialidade muito boa.
Iniciamos os trabalhos com Concha Buika – Niña De Fuego, faixa 8. A Evoke 20 nos apresenta um silêncio realmente espetacular, a textura do violão é outro ponto forte destacado pela caixa acústica. Toda a potência da voz da Buika é despejada com controle e autoridade, as dinâmicas não embolam e têm uma progressão muito boa, juntamente com transientes rápidos que nos dão uma sensação de precisão rítmica surpreendente. A caixa acústica entrega toda a carga dramática da música com enorme desenvoltura, as intencionalidades e as individualidades de cada músico também estão lá preservadas. A faixa 9 segue o mesmo estilo, só que um pouco mais delicada, mas igualmente forte e novamente a Evoke 20 entrega um piano de boa qualidade respeitando as proporções de cada instrumento no imaginário palco sonoro. É muito gostoso acompanhar as variações tonais com a clareza e coerência tonal que a Evoke nos mostra. Nesta levada ouvimos Preservation Hall Jazz Band, disco A Tuba to Cuba, faixa 1 e 2. Tudo deste grupo é maravilhoso, da gravação à energia e técnica dos músicos. Na primeira faixa ouve-se o trânsito na rua enquanto o sax faz um solo riquíssimo. Acho que eles gravaram com a porta aberta de propósito para criar esta atmosfera tão empolgante. Na música seguinte, o gingado do baterista encaixa perfeitamente com o contrabaixista e o coral gravado de forma rústica lembra muito gravações antigas de lavadeiras do sertão brasileiro. Toda esta empolgação e fartura de texturas e intencionalidades, a Evoke 20 consegue transmitir com ótimo nível de realismo e uma dose de graves e harmônicos que surpreendem pelo tamanho da caixa!
Equilíbrio muito bom. Toca bem em salas médias e pequenas. Acabamento impecável.
Nenhum.
Resposta de frequência | 40 Hz a 23 kHz (± 3 dB) |
Sensibilidade | 86 dB (2,83 V a 1m) |
Impedância | 6 Ohms |
Dimensões (L x A x P) | 215 x 380 x 307 mm |
Peso | 10 kg |
CAIXAS ACÚSTICAS DYNAUDIO EVOKE 20 | ||||
---|---|---|---|---|
Equilíbrio Tonal | 10,5 | |||
Soundstage | 10,5 | |||
Textura | 10,5 | |||
Transientes | 10,5 | |||
Dinâmica | 10,5 | |||
Corpo Harmônico | 10,5 | |||
Organicidade | 10,0 | |||
Musicalidade | 10,5 | |||
Total | 83,0 |
VOCAL | ||||||||||
ROCK, POP | ||||||||||
JAZZ, BLUES | ||||||||||
MÚSICA DE CÂMARA | ||||||||||
SINFÔNICA |
Impel
(11) 3582.3994
R$ 28.860