Discos do Mês: JAZZ, CLÁSSICO & TRILHA SONORA

AUDIOFONE – Editorial: NÚMEROS ALARMANTES!
outubro 15, 2021
PLAYLIST DE OUTUBRO
outubro 15, 2021

Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Cada um tem seu gosto musical. Não gosto de interferir, até porque já não gosto da ideia de ter que convencer alguém de que alguma peça musical é boa – cada música deve tocar cada um sem interferência externa. Por isso sugiro que, em cada disco aqui apresentado, o melômano procure ouvir um trecho e perceber se aquela música funciona para ele. Ou não.

Mas, outro dia li um artigo onde um sistema de milhão de dólares era demonstrado no sul da China. As cidades tecnológicas – e altamente ricas – da China, ficam no sul, quase grudadas à ilha de Hong Kong, e são nessas cidades que são produzidos os eletrônicos para as marcas internacionais que os contratam, e para as emergentes marcas chinesas. Apesar de ainda estarem se estruturando, e terem um comportamento um pouco caótico, as marcas chinesas de áudio estão começando a produzir equipamentos de boa qualidade sonora. Então era de se esperar que começassem a aparecer grifes incrivelmente exclusivas provendo equipamentos de um milhão de dólares. O que não se espera é que a demonstração desses aparelhos sejam feitas usando música não apropriada.

E o que é ‘música não apropriada’? Vou entrar menos no mérito da qualidade musical e mais na eficácia e mostrar os atributos sonoros daquele aparelho. Metade da tal demonstração trazia algo que os orientais adoram: cantoras orientais com repertório que é geralmente de canções inofensivas, cantadas em idiomas locais, mas com roupagem ‘jazzística’ tênue ocidental. E a outra metade da demonstração incluía canções pop de luminares como Whitney Houston. E incluía uma pausa para um chá especial chinês cujo quilo das folhas custa muito mais que mil dólares… Ambos gêneros, infelizmente, não conseguem mostrar todas as qualidades e capacidades de um sistema, nem para demonstração de um, e muito menos para a regulagem e avaliação do mesmo – seja em que nível for.

Sei que a música, para muitos, é vista apenas como uma conexão emocional, e são poucos que complementam seu gosto musical com algo mais sofisticado. E obviamente, nesse caso aí, a faixa etária atingida está até além da minha – e olha que eu já me considero velho!

Acho que, também, não existe conexão dessas pessoas com um público jovem – que também não tem geralmente como gastar esse dinheiro em um aparelho de som. Assim como o público jovem parece ter uma busca incessante pela música que seja ‘deles’ – mesmo que isso implique ouvir gravações pavorosas, e até gêneros que pouco permitem a apreciação de conceitos como textura e corpo harmônico, e tudo o que isso implica em matéria de qualidade.

Quando os jovens se tornam velhos? Quando os velhos se tornam jovens de espírito? Quando passamos a ver a música como ‘gourmets’, aceitando menos o arroz, feijão e bife?

Bom, chega de divagações, e vamos ver os Discos do Mês;

Nesta edição, as sugestões de boa música são as seguintes. Primeiro, um disco de jazz contemporâneo canadense, muito interessante e muito bem gravado. Segundo, um disco de música clássica bem bolado, por uma das mãos mais populares do rock/pop. E, em terceiro, uma trilha sonora atmosférica e bem legal, e um bocado bem gravada!

Vamos à eles:

Marc Vallée Trio – Hamadryade (Fidelio, 2003)

Anos atrás, eu tive contato com uma coleção de mais 500 SACDs, de um cliente entusiasta do formato. Acabei por ouvir, ainda que um pouco superficialmente, praticamente todos – com um foco mais na qualidade sonora. Queria saber qual era o grande barato do SACD, e tinha em mãos uma amostragem gigantesca – até porque eram quase todos de selos audiófilos ou especializados, e a maioria de artistas bem conhecidos do meio melômano/audiófilo. Eu queria saber qual era a diferença entre as camadas SACD e PCM, e o quanto essa mídia cara e um pouco exclusivista valia a pena ou não. A parte do ‘valer a pena’ o tempo demonstrou claramente que não –
principalmente por causa do exclusivismo, tanto que hoje existe apenas um certo interesse no formato de áudio digital DSD, que é o usado pelo SACD, principalmente por causa de sua acessibilidade.

Mas, além de obter uma resposta ‘sonora’ – que carrego até hoje – sobre minhas dúvidas, acabei por descobrir alguns discos muito interessantes. E um deles é esse, Hamadryade, do Marc Vallée Trio, da região francófona de Québec, no Canadá.

Para quem é esse disco? Para todos os fãs de jazz contemporâneo, que tenham desenvolvido o gosto pelo ‘pouco usual’, pelo que foge das normas pré-estabelecidas de sonoridade e formações – e é engraçado como o jazz é um gênero musical de experimentalismo, de constante mutação, de crescimento e aprendizado e improvisação, mas é também o gênero onde mais vejo os fãs aceitando pouco ou nada de mudança, se atendo a sub-gêneros do jazz, sem aprender coisas novas. Bom, Hamadryade traz uma banda bem entrosada, beleza melódica e harmônica, e é um disco fácil de ouvir e muito bem tocado.

‘Hamadryade’ é um ser mitológico, que é o espírito de uma árvore, e que vive enquanto essa árvore viver – e vem da mitologia greco-romana. É também um disco de um pouco usual trio de jazz de Québec – extremamente bem gravado pelo selo canadense Fidelio Music – e que recebe de apreciadores e críticos os rótulos de jazz, jazz contemporâneo, folk, world music, improvisação, entre outros.
Informações sobre o violonista Marc Vallée são mais difíceis de achar que o paradeiro do pássaro Do-do. (E o Google insiste que eu esteja procurando o músico brasileiro Marcos Valle, ou o cineasta canadense Jean-Marc Vallée). A ausência de informações é perturbadora – apesar do disco ser muito bem considerado pela comunidade audiófila, principalmente no hemisfério norte. A mais recente informação que achei sobre esse violonista, era a participação dele em um disco de 2016, da cantora nativa-americana Andrée Levesque-Sioui.

Marc Vallée

Vallée me parece ser, por dedução, nativo da província de Québec, no Canadá, e tem uma discografia de participações em 15 gravações – que inclui o disco Hamadryade – tocando tanto jazz como violão clássico. Os outros dois participantes do Trio – o qual já se apresentou no Montreal Jazz Festival – são: David Hughes, que toca um famoso baixo chamado Chapman Stick de 10 cordas (amplamente usado por luminares como Tony Levin no King Crimson e na banda do Peter Gabriel) e toca também um instrumento de sopro aborígene australiano chamado didgeridoo (que o próprio Hughes fabricou). E, completando o Trio, temos o baterista e percussionista Christian Paré, fundador da Academie de Percussion Kamir Kouba, que promove intercâmbio cultural entre as comunidades nativas e étnicas da província de Québec.

A gravadora Fidelio Music, sediada em Montreal no Canadá, é um dos dois projetos de gravação de música do engenheiro René Laflamme. Com mais de 20 anos de experiência, Laflamme já desenvolveu seus próprios microfones valvulados, é consultor da suíça Nagra Audio nas Américas, e um dos sócios do selo Fidelio Music e do selo de gravações de alta resolução e fitas de rolo 2xHD – ambos dedicados ao mercado audiófilo de gravações de alta qualidade. O selo Fidelio, ele começou em 1998, gravando jazz e clássico, somente em analógico, com um gravador Nagra IV-S e seus microfones RL1. Já o disco Hamadryade, do Marc Vallée Trio, foi seu primeiro lançamento em SACD, em 2003.

Atenção especial deve ser dada às faixas Lights of Barcelona, Hamadryade, e… várias outras! Excelente disco para ouvir inteiro!
Pode ser encontrado em: SACD Híbrido / Download / Serviços de Streaming selecionados. O SACD, na camada PCM, era muito, muito bom. Já o conteúdo no streaming não tem a mesma definição, mas toca decentemente bem, sim! Como existem sites que vendem o download desse disco em hi-res, suponho que esse seja o melhor de todos os caminhos. E, claro, esse é um disco que merecia ter um bom vinil!

Ouça um trecho da faixa “Lights of Barcelona” no YouTube

Paul McCartney – Standing Stone (EMI Classics, 1997)

Sim, esta é uma obra de música clássica – composta diretamente para uma orquestra sinfônica. Por um dos Beatles. Para a maioria das pessoas, é o que menos se espera.

Meu pai, fã incondicional de música clássica, nunca foi fã dos Beatles. Ele entendia a importância da banda, afinal foi na juventude dele, e ele e os Garotos de Liverpool tinham mais ou menos a mesma idade. E ele sempre respeitou a capacidade melódica e harmônica do grupo, apreciando a existência de clássicos como Yesterday, e The Long and Winding Road – e sobre essa última, que usava arranjos de orquestra muito bem feitos, meu pai declarou: “Se continuarem assim, os Beatles poderão um dia compor um disco de música clássica”. E, na verdade, não sei se meu pai acompanhava os trabalhos dos ex-membros da banda, esperando que um dia isso acontecesse mesmo, mas foi ele que me alertou para a obra orquestral de Paul McCartney – que na época tinha apenas o Liverpool Oratorio, e Standing Stone, mas que hoje já compreende cinco discos!

Desses dois citados acima, o que mais me interessou, o que mais gostava de ouvir, era Standing Stone, por ser mais focado em orquestra do que o Oratório, e por ser uma obra mais madura do que a cronologicamente anterior.

Standing Stone, como uma espécie de poema sinfônico – na verdade baseado em um poema escrito por Paul – seria uma descrição da “maneira como o homem celta pensava sobre as origens da vida e o mistério da existência”. Foi uma obra encomendada à Paul por Richard Lyttleton, então presidente da EMI Classics, em comemoração ao centenário da EMI.

Para quem é esse disco? Eu poderia responder que seria para qualquer fã de Paul McCartney e dos Beatles, mas esta música clássica pouco ou nada tem a ver com a banda inglesa – a não ser a boa e famosa capacidade melódica de Paul, que aqui transparece claramente. Eu diria que todos os fãs de música clássica britânica melódica, irão gostar desse trabalho. A curiosidade de ouvir uma obra clássica da mão de um Beatle geralmente suscita uma de duas interpretações: ou ouvem achando que tem que ser tão genial e inovador quanto os Beatles foram, ou ouvem achando que tem que competir no mesmo nível dos grandes compositores clássicos. Eu mesmo ouvi sem competições ou expectativas, a não ser esperar uma música agradável de ouvir que não seja banal ou pobre ou brega – e não é!

Claro que para a façanha, Paul teve vários tipos de ajuda. A primeira é ter a London Symphony Orchestra ao seu dispor, que é uma orquestra coesa e poderosa, uma de minhas favoritas. Essa coesão tímbrica, melódica e harmônica, e o poder sônico impactante da London Symphony pode ser facilmente lembrado em muitas grandes gravações de obras do repertório clássico internacional, nas mãos de grandes regentes do século 20 e 21, como André Previn, Claudio Abbado, Colin Davis e Valery Gergiev.

Além disso, uma infinidade de trilhas sonoras, principalmente as dos primeiros filmes de Star Wars, foram feitas com essa orquestra. Eu, inclusive, lembro de um exemplo prático muito interessante: eu sempre achei que um dos maiores impactos que Star Wars trouxe para o cinema mundial, foi sua trilha sonora, e especificamente o impacto inicial quando entra o tema do filme, na abertura, praticamente à partir do silêncio, onde isso faz você ser jogado ao espaço, e à uma “galáxia muito, muito distante”, com a ferocidade de uma catapulta hiperespacial. O fato é que, quando fui ver o primeiro dos novos filmes da franquia, quando na mão dos estúdios Disney… não teve impacto algum! Nada! O tema no começo do filme foi pífio! Me informei depois de sair do cinema, e descobri que mudaram a orquestra para a Filarmônica de Los Angeles! O motivo é óbvio: um dos maiores mantenedores dessa orquestra é a própria Disney, tanto que, inclusive, o auditório que é sede da Filarmônica de Los Angeles, chama-se Disney Hall…

Paul McCartney

Voltando à Standing Stone, uma limitação de Paul precisa ser explicada, para melhorar o contexto e a compreensão. Paul McCartney é conhecido, e nunca escondeu isso, por não saber ler ou escrever partitura, por ser um músico autodidata. Quando foi ‘escrever’ suas obras de música erudita, conseguiu fazê-lo com o uso de uma ferramenta: um computador com um sintetizador de música ligado, um teclado, rodando um software que convertia o MIDI do teclado em partitura – e, ainda assim, as arestas e a metodologia eram aparadas pelo maestro e pelo trabalho diário de Paul com a orquestra, em estúdio. O regente era o americano Lawrence Foster, atual diretor da Orquestra da Rádio Nacional Polonesa, e que já trabalhou com grandes orquestras, como a de Houston, de Jerusalém e de Barcelona, entre outras.

Sir James Paul McCartney nasceu em junho de 1942, em Liverpool, no noroeste da Inglaterra, e o destino o encontrou com John Winston Lennon e o amigo de escola George Harrison, que enlouquecidos pelo novíssimo rock’n’roll formaram uma banda, foram tocar em Hamburgo, na Alemanha, conseguiram reconhecimento, voltaram para Liverpool, tocaram no prestigioso Cavern Club, foram descobertos por seu futuro empresário e dono de loja de discos Brian Epstein, e depois assinaram contrato com a Parlophone, subsidiária da EMI, sob a asa do gênio da produção George Martin, e agregaram o baterista Richard Starkey, também de Liverpool. E, enquanto houver alguém neste planeta azul, os Beatles, os Garotos de Liverpool, serão lembrados!

Destaque para as faixas Fire/Rain, e ‘Human’ Theme – de um disco surpreendentemente bonito e bem concebido – interessante de ser ouvido inteiro.
Pode ser encontrado em: CD / Vinil / Serviços de streaming selecionados. Boa sorte em encontrar o vinil, que saiu duplo pela EMI Classics, somente no Reino Unido, na época do lançamento, em 1997 – tem um desses pra vender no Mercado Livre pela bagatela de R$2500! Tudo bem que Paul é um dos músicos mais famosos do mundo, e qualquer coisa dele e dos Beatles atinge status mitológico, mas aí já é demais para um disco de vinil. Mas o CD é bem bom, e o disco foi bem masterizado e transferido para os serviços de streaming.

Ouça um trecho da faixa “Fire/Rain” no YouTube

James Horner – The Name of the Rose (Teldec / Virgin /RCA, 1986)

No miolo da década de 80, o livro O Nome da Rosa, do autor italiano Umberto Eco, teve um impacto um bocado grande entre os interessados em literatura mais culta, porém ainda assim interessante e instigante – e literalmente o livro fez o nome mundialmente do escritor, intelectual, filósofo, semiólogo, lingüista e bibliófilo italiano Umberto Eco. Na minha casa todos adoraram O Nome da Rosa – e acho que a parte intelectual da minha família se identificava um pouco com Umberto Eco.

Eu, como adolescente, achei mais interessante o filme que foi feito em 1986, dirigido pelo francês Jean-Jacques Annaud, um excelente e atmosférico filme de mistério e suspense, e que é estrelado pelo igualmente excelente Sean Connery. Percebi que, para os reais fãs da obra literária, perde-se o intelectualismo de Eco, e seu profundo conhecimento de linguística, ou seja, perde-se o que faz o livro ser especial. Bom, continua sendo um grande filme, e eu continuo gostando muito dele! E de sua trilha sonora!

Para quem é esse disco? Bom, para todos os fãs de trilhas de filmes em geral – esta é uma das boas. Para todos os fãs do trabalho do grande compositor James Horner. Para todos os fãs do altamente atmosférico filme adaptado da obra literária de Umberto Eco. E para todos os que gostam de discos de vinil muito bem gravados e baratos de serem adquiridos, rs…

Para quem tem gosto pelos rótulos, essa trilha de O Nome da Rosa é categorizada como trilha sonora, clássico, medieval, folk e world, entre outros!

Em 1986, James Horner já havia feito grandes trilhas, como Cocoon, Star Trek II e III, Krull, entre outras. E estava para fazer a trilha de Aliens. Portanto, quando ele fez esta trilha de O Nome da Rosa, Horner ainda não era o compositor de primeiro time que ganhou Oscar por Titanic, que ainda não tinha feito Jogos Patrióticos, Braveheart e Apollo 13.

Em O Nome da Rosa ele usou mais sintetizadores, fugindo de suas orquestrações usuais, com uma sonoridade lenta, emocional e melancólica – o que, no fundo, colabora profundamente para a atmosfera do filme. E existe uma lenda que diz que o diretor efetivamente pediu para que Horner usasse sintetizadores, assim como – diz a produção – que o tempo para terminar a trilha foi curto, e houveram desentendimentos entre o diretor Annaud e James Horner quanto a certas partes da trilha, exacerbados pela tal falta de tempo (e até pela vontade de Annaud de que o filme não tivesse trilha alguma, diz outra lenda). Claro que, junto aos sintetizadores, há uma série de instrumentos, como flauta, harpa, sinos e alaúde, a maioria deles usados pelo sampler dos sintetizadores, claro.

Apenas em três faixas são usados outros intérpretes: Beata Viscera é cantada pelo contratenor Charles Brett, e Kyrie e Veni Sancte Spiritus são ambos com o Coro da Escola de Canto Maria Schütz, regido por Kurt Rieth. Curiosamente, essas três faixas não são de autoria de Horner, e são de domínio público – ou seja, peças autênticas de época, medievais.

James Horner

James Roy Horner nasceu em 1953, em Los Angeles – de uma família de imigrantes judeus austro-húngaros – e cujo pai trabalhava na indústria cinematográfica de Hollywood. Horner começou estudando piano aos 5 anos de idade e, logo depois, violino. Depois foi à Londres estudar no Royal College of Music, voltou à Universidade do Sul da Califórnia onde obteve um mestrado em música, e na UCLA, onde fez doutorado. Horner logo enveredou-se pela profissão de compositor de trilhas sonoras para filmes, onde fez uma carreira brilhante e muito conhecida.

Horner, um ávido piloto de aviões, e colecionador de várias pequenas aeronaves, faleceu em um acidente, ao cair com seu avião Tucano (modelo produzido na Irlanda do Norte sob licença da Embraer brasileira), na floresta nacional de Los Padres, na Califórnia, em junho de 2015, deixando um legado de mais de 120 trilhas sonoras compostas, e inúmeros prêmios.

O destaque especial deste disco vai para as faixas Main Title, e The Scriptorium – mas é um disco que pode rodar inteiro!

Pode ser encontrado em: CD / Vinil / Streamings selecionados. Apesar de estrelar o escocês Sean Connery, o filme é uma produção franco-ítalo-alemã, dirigida por um francês, adaptada de um livro italiano que é altamente intelectual. E, talvez porque o Brasil tem bastante interesse em trilhas sonoras, essa trilha foi prensada em vinil aqui na terrinha – e é muito fácil de achar. E muito bem gravado para um vinil nacional! Deve ter sido um daqueles casos onde a gravadora não se interessava tanto pelo lançamento, então não perdeu tempo (o nosso tempo) fuçando na master – e isso resultou em uma prensagem com sonoridade excelente! Inclusive, esse vinil brasileiro saiu pelo selo Lup, sob licença da Fermata do Brasil, prensado pela BMG/Ariola Discos. Ufa! Nem imagino como deve tocar uma prensagem do mesmo em vinil alemão, ou japonês (se é que tem). O CD é decente, assim como streaming.

Ouça um trecho de “Main Title” no YouTube

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