Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
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PRIMEIRO MOVIMENTO – PRIMEIRO CONTATO
Dividirei o teste em quatro atos (ou movimentos), para ser coerente com a chamada de capa, tentando ser o mais criterioso, tanto na descrição e histórico da empresa, como nas observações auditivas na avaliação subjetiva do produto.
Na verdade, enquanto eu preparava o esboço do que escreveria, muitas vezes tive o desejo de mudar a chamada de capa para “Quando a música se faz no presente”, mas acabei de deixar como estava, por intuir que seria da forma que imaginei mais ‘livre’ para a interpretação pessoal de cada leitor.
No entanto, para mim, à medida que os dias foram passando, a leitura que fiz desta caixa estaria em maior conformidade com o ‘no presente’ – e mais adiante explicarei o motivo.
Não é comum uma empresa com apenas uma década de existência ganhar tamanha notoriedade, principalmente em um mercado repleto de excelentes caixas acústicas, sendo que algumas estão no mercado há mais de um quarto de século.
Mas, como em todo mercado altamente competitivo, sempre existem exceções – e a Estelon fez isso com enorme competência e maestria. E o homem por trás desta linda história se chama Alfred Vassilkov engenheiro especialista em eletroacústica formado pela Universidade de São Petersburgo, que decidiu montar com suas duas filhas a própria empresa. Mas, antes desta decisão, Vassilkov havia trabalhado por 25 anos projetando caixas acústicas e crossovers para inúmeras empresas, tanto na Rússia como nos ex países satélites da antiga União Soviética.
Alfred já vinha maturando essa ideia desde o início do novo século, a de construir caixas que combinassem design e performance inovadores, e sua maior inspiração foram as florestas exuberantes ainda intactas de sua terra natal, a Estônia. Por mais de uma década ele estudou formas, combinação de materiais, que pudessem revolucionar a maneira de construir caixas acústicas. Pois, para ele, forma e performance não podem caminhar separadamente.
Em várias entrevistas concedidas, ele sempre afirma que cada projeto da Estelon é concebido de maneira integral, para que o resultado seja o mais harmonioso e preciso.
Como sempre escrevo: uma coisa é a teoria e outra é a prática – pois muitas vezes o que concebemos parece incrível no papel ou nas medições preliminares e, no entanto, o resultado muitas vezes não nos convence. Mas, pelo visto, Alfred estava mais do que certo em suas convicções, pois com apenas uma década a Estelon já é considerada uma das mais brilhantes referências de caixas de nível superlativo do mercado, com excelentes críticas e prêmios importantes, como duas vezes o Prêmio de Inovação da Consumer Electronic Show (CES), e um Red Dot Design Award.
Mas, para um revisor atento, o que mais me chamou a atenção foram as críticas recebidas nos testes feitos em todos os continentes, levando muitas vezes o revisor a adotar o modelo em teste como sua nova referência em termos de caixa acústica. Isso é um detalhe que chama muito a minha atenção, principalmente se tratando de um produto fora do ‘eixo’ dos grandes fabricantes de áudio hi-end.
E mais impressionante é ter alcançado este padrão de qualidade em um país que, até então, não tinha nenhum histórico de produtos Hi-End de ponta!
Mas, vamos aos conceitos do engenheiro Alfred e como seus 35 anos de engenharia foram aplicados no desenvolvimento de seus produtos. Todos os produtos Estelon são construídos de dentro para fora, com o objetivo de atingir as melhores condições para a reprodução musical, driblando as indesejadas ressonâncias de gabinete e fazendo com que uma caixa Estelon se adeque a salas com ou sem tratamento acústico.
Para se atingir tão elevado propósito, Alfred decidiu desenvolver seus próprios gabinetes, que são construídos com um material composto de mármore, patenteado, na forma adequada para se evitar ressonâncias e difrações, para que o som seja o mais detalhado e realista possível, livres de qualquer coloração de gabinete.
Os falantes utilizados na série X são os drivers da empresa alemã Thiel & Partner, falantes de altíssima qualidade, feitos de materiais rígidos e leves como a cerâmica, diamante CVD, e alumínio, sob a marca Accuton, desde 1994.
Para o teste, a German Audio nos enviou o modelo XB Diamond MkII que, segundo o fabricante, é a alternativa mais próxima para o modelo top de linha desta série, o X Diamond MkII. Ele foi desenhado para salas menores (entre 20 e 40 metros quadrados), com design e performance semelhantes ao modelo maior.
O XB Diamond MkII tem um tweeter de diamante de 1 polegada, junto com um novo cabeamento e um crossover que oferece altas frequências estendidas, para uma sensação de arejamento e detalhamento superiores à versão anterior. O falante de médio é um Accuton de 6,25 polegadas de membrana de cerâmica, assim como é o woofer de 8,7 polegadas. A fiação interna é toda Kubala Sosna de cobre puro.
Segundo o fabricante, sua resposta é de 22Hz a 60kHz, potência de 150 Watts, impedância nominal de 6 ohms com mínimo de 3,5 ohms a 50 Hz, sensibilidade de 87dB/2,83V, e é indicado para uma potência mínima de 30 Watts. Esse modelo tem as seguintes dimensões: altura de 1260 mm, largura de 420 mm, e profundidade de 590 mm, e um peso de 69 kg.
O fabricante disponibiliza aproximadamente 10 acabamentos, todos com pintura automotiva, com inúmeras camadas sobrepostas, o que lhe confere um acabamento de alto luxo. Eu nunca tive em nossa Sala de Referência uma caixa com um acabamento tão vistoso e bem feito.
Quanto ao seu design, sempre haverá resistência, e algumas pessoas que tiveram o prazer de vir conhecer a caixa, a acharam ‘futurista’ demais. Já o olhar feminino foi unânime, e repleto de suspiros de admiração!
Para mim, o interesse era saber o quanto aquele design diferenciado poderia ou não beneficiar sua performance, pois já tive nesta sala todo tipo de caixa acústica – e que a forma dos gabinetes não é para mim o mais importante!
SEGUNDO MOVIMENTO – PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Como a caixa enviada para teste já veio vendida, nada mais importante que convidar o ‘felizardo’ para acompanhar a montagem da caixa em nossa sala, e ele ter uma ideia do que havia adquirido. Junto com o meu querido sobrinho Viner, abrimos o enorme case e tivemos a grata surpresa: a mesma já vem com rodinhas, e que basta deixar o case em pé que uma plataforma faz com que a caixa deslize para fora sem termos que fazer o mínimo esforço.
A caixa vem embrulhada em um delicado tecido branco, e com telas que não podem ser retiradas para a segurança dos três falantes. Como sabia que o amaciamento seria longo, resolvemos fazer um posicionamento inicial da caixa (muito semelhante ao da nossa Wilson Audio) e fizemos a primeira audição.
Não tenho nenhuma informação se as Estelons saem de fábrica com algum amaciamento, mas pelo que ela tocou de imediato, imagino que sim. Pois não me lembro de ouvir caixas zeradas saírem tocando com este grau de refinamento e informação.
O dono da caixa saiu radiante com o que escutou, e certo de ter feito um upgrade seguro para o seu belo sistema!
TERCEIRO MOVIMENTO – A CONSTATAÇÃO
Passado o primeiro impacto das primeiras impressões, era hora de acelerar a queima, pois tínhamos exatamente 30 dias para fazer o teste. Como estava também amaciando o pré de phono da Hegel V10 (leia Teste 2 nesta edição), tratei de colocar dezenas de LPs para acelerar principalmente o amaciamento do woofer, e soltar o cone (não existe amaciamento melhor do que com analógico para se soltar woofers).
Como não sabia quem era quem no processo de amaciamento, a cada 20 horas ligava novamente a XB Diamond ao nosso sistema, para ver sua evolução. Ainda que o equilíbrio tonal fosse muito bom desde o momento que ouvimos a caixa pela primeira vez, com o passar dos dias os médios-altos foram se abrindo, assim como o extremo agudo. E o grave não acompanhou essa evolução, o que tornou alguns discos irritantes de se ouvir. Foi aí que ‘radicalizei’, colocando por 50 horas apenas gravações de órgão de tubo.
Se minha sala não fosse isolada acusticamente, teria recebido várias notificações do condomínio com certeza. Nunca ouvi tanto Toccata & Fuga de Bach na vida, rs!
Mas o tratamento de choque valeu a pena, pois com 100 horas os graves se alinharam com o resto do espectro audível e tudo começou a fazer enorme sentido, e o desejo de permanecer na sala e ouvir inúmeras gravações teve início.
E ainda que meu desejo fosse colocar logo os spikes, me contive, pois sabia que a caixa poderia render muito mais depois do amaciamento encerrado.
O que era digno de nota com 100 horas de amaciamento, era o grau de realismo e definição que tudo era apresentado. Voltei a torturar as caixas com mais 100 horas de obras sinfônicas com dois pianos e orquestra, percussão japonesa, naipe de metais de big band, intercalando com pequenos grupos e quartetos, para sentar e ouvir como se comportava na evolução do amaciamento outros quesitos como: textura, organicidade, corpo harmônico, dinâmica e transientes.
Com 200 horas, tive a ajuda do Juan e do Ulisses, que vieram me trazer os cabos Sunrise Lab Quintessence Aniversário (finalmente o projeto finalizado), e me ajudaram a colocar os spikes, e conheceram a caixa.
QUARTO MOVIMENTO – QUANDO A MÚSICA SE FAZ NO PRESENTE
Essa é uma antiga discussão que, por mais relevante que seja para o audiófilo escolher o caminho que deseja seguir, muitos poucos entendem a importância de compreender o que significa trilhar um caminho ou outro.
Quando estamos falando de sistemas superlativos, duas escolas até a virada de século eram muito claras: a da transparência total, que procurava revelar em detalhes tudo que foi captado, mixado e masterizado, levando o ouvinte a observar a micro da microdinâmica (com todos os prós e contras), e a outra vertente, que não possui este grau de transparência, mas dava total ênfase em nos apresentar a música de forma coerente e natural.
Essa dicotomia foi muito intensa até a primeira década deste novo século, porém – e felizmente – vem aparecendo equipamentos que conseguiram um ponto de equilíbrio muito interessante entre essas duas ‘escolas’. Que são os produtos que possuem uma excelente transparência, tendo na mesma proporção um realismo e naturalidade.
E a Estelon XB Diamond é uma digna defensora desta nova tendência. E vou mais longe: instiga outras grandes caixas a trilharem este caminho (se forem capazes).
Morrerei defendendo que, para se ter o melhor desse dois mundos, só é preciso alcançar o mais correto equilíbrio tonal possível, pois todo o resto é consequência direta deste objetivo. E a caixa da Estelon só veio ‘provar’ que este é o caminho a ser percorrido por todos os fabricantes que desejam fazer história neste mercado.
Mas a Estelon foi muito mais adiante com este objetivo, ao possibilitar, com um design extremamente engenhoso, fazer com que vários ‘paradigmas’ caíssem por terra. Começo pelo paradigma do ‘sweetspot’, que para inúmeras caixas é rigoroso e que, nesta Estelon, pouco muda se o ouvinte está na posição de uma das vértices do triângulo equilátero ou não.
Outra é em relação aos graves, em termos de definição e extensão, já que a resposta que esta caixa consegue com um único woofer de 8 polegadas é algo impressionante, e deveria ser estudado com afinco pelos concorrentes!
E, por último, a qualidade da imagem tridimensional desta caixa, que nos permite ouvir – quando a sala permite (e a nossa permite) – ouvir os pontos corretos e os planos de cada naipe de instrumentos da orquestra sinfônica!
E quais os benefícios desses três diferenciais em termos de audição? Realismo, meu amigo leitor. Mais do que detalhamento de roçar dos pés no piso da sala de gravação, e do virar de páginas de partitura: o todo se comporta de maneira tão real, que nosso cérebro se entrega instantaneamente ao que está ouvindo.
As pessoas habituadas a assistirem apresentações ao vivo não amplificadas, certamente rirão se lhe perguntarem se conseguem ouvir as chaves de um fagote no solo, ou o virar das páginas da partitura. Pois o que chega até elas será o todo, e não partes. Sistemas que trafegam por essa via, só apresentarão os detalhes que chegaram até o processo final e estão impressos na mídia física – mas o que irá sempre prevalecer será o todo, nunca as partes.
Seu cérebro não deixará de acompanhar a linha melódica, por um triângulo que ganhou a mesma ênfase que o naipe de contrabaixos, ou perderá a concentração pela tosse inevitável na plateia em gravações ao vivo. O acontecimento secundário será ouvido, mas sem interferir no principal. Este grau de atenção e entrega do ouvinte, só ocorre quando as condições de naturalidade, realismo, precisão e tridimensionalidade ocorrem. E são essas as condições que a Estelon disponibiliza ao ouvinte – ela é apenas um instrumento a serviço da música, não quer reinventar a roda ou ser mais importante que o acontecimento musical.
E à medida que você reconhece e compreende seus atributos, a música se torna presente. Não falo da materialização do acontecimento musical- este ‘truque’ já é velho, e inúmeros sistemas nos dão este prazer. Falo da música soar como se estivesse ocorrendo no presente, e fossemos testemunhas deste fenômeno, em que como em uma apresentação ao vivo, interagimos, pois, nossa visão enriquece e nos dá detalhes que nossa audição não teria como detectar, como expressões faciais por exemplo.
E passamos, para o segundo plano, o que essas caixas exprimem de forma tão contundente e comovente: a intencionalidade! Jamais escutei em outra caixa tamanho poder de nos mostrar o que ouvimos, com tantos detalhes, com tamanha precisão e emoção!
E aí temos o maior dos paradoxos, pois ao mesmo tempo que ela se exime de nos mostrar ruídos de sapatos no palco ou ranger de cadeiras dos músicos, ela nos brinda com as inflexões e técnicas vocais dos cantores, com a sutileza das digitações, com a simplicidade de um acorde de dó maior executado por um virtuose e, o mais divino: nos faz esquecer do tempo e espaço à nossa volta!
O difícil ao ouvir a Estelon é manter nossa mente tagarelando, ou mantendo nossa audição em segundo plano enquanto nos preocupamos com assuntos diversos. Como um exímio ilusionista, que deixa em transe sua plateia, a Estelon usa do mesmo ‘artifício’ para deixar os ouvintes perplexos com a sonoridade que sai daquele ‘totem’, que foi pensado detalhadamente para exprimir a música reproduzida eletronicamente de maneira distinta de todos os outros grandes projetistas de caixas acústicas.
O que posso lhe garantir, amigo leitor – agora que já estou ouvindo o modelo YB, cujo teste publicarei na edição janeiro/fevereiro – é que a mesma música não soará em nenhuma outra caixa como em uma Estelon.
E não falo de ser melhor ou não, pois sempre haverá a questão do gosto, que tem uma grande parcela de subjetividade – mas falo sim da forma como a música se expressa através de uma Estelon. Pois tanto nesta XB Diamond MkII, como na YB MkII da série de entrada, a assinatura sônica é a mesma – ainda que na série Diamond as caixas sejam bass reflex, e as YB sejam seladas! Em ambas, o grau de realismo é inerente ao conceito da Estelon.
Independente dos falantes serem tão distintos (na YB os falantes são Scanspeak), ou os crossovers, o que determina este tão impressionante ‘DNA’ sonoro, certamente se encontra no design e na construção dos gabinetes, que permitem este grau de requinte e refinamento.
A música flui com tamanha naturalidade, que avaliar os quesitos de nossa Metodologia torna-se um esforço desnecessário, mas vital para o leitor entender o grau de qualidade que estamos descrevendo.
O seu equilíbrio tonal é tão correto, que foi interessante o colocar à prova com gravações que estão no limite entre o erro e o acerto, e ver como ela sequer tomou conhecimento deste limite tênue. E falo de instrumentos complicados, como: trompete com surdina, gaita, sax soprano, violino e piano última oitava da mão direita.
Neste pacote do equilíbrio tonal perfeito se junta a apresentação de texturas, que se mostraram ser as mais corretas em qualquer caixa que já tenha ouvido, testado ou tido como referência.
Os transientes são mais do que corretos! São, como diria meu pai, “eficazes”, pois tornam o andamento, ritmo e tempo tão precisos, que acompanhamos o desenrolar sem perder o todo. Toda vez que ouço uma música que tem muita variação de tempo, nas passagens mais complexas eu me pego ouvindo a mudança de andamento deixando a música em segundo plano, faço isso recorrentemente, e quando me pego já perdi o todo. Na Estelon, foi a primeira vez em que este fenômeno não ocorreu. E só fui perceber que não havia perdido o todo, quando aquela passagem acabou!
Para ter certeza que era isso mesmo, ouvi outros exemplos, cavernosos, para ter certeza que era isso realmente. Para os que adoram mudanças de andamentos em obras com muita percussão, irão se deliciar com a capacidade de resposta de transientes desta caixa.
Veja que sequer citei o quesito soundstage – e não o fiz, pois acho que fui contundente ao descrever a qualidade dos planos e recortes da Estelon. O único adendo que acho ser conveniente descrever, é o quanto de profundidade e largura temos, pois elas extrapolam qualquer outra caixa por nós testada nesta Sala de Referência. É preciso ouvir para entender como elas somem na sala de audição!
A macrodinâmica, para um woofer de 8 polegadas, é algo que ainda não consegui assimilar completamente, pois além de peso, possui uma extensão impressionante.
O que ela perde em relação a nossa caixa de referência, é quanto o deslocamento de ar e energia entre as caixas (mas nossa Wilson Sasha DAW possui dois woofers de 8 polegadas e um gabinete com o triplo de espaço cúbico). Mas se formos falar em termos de precisão e riqueza tímbrica, a Estelon XB Diamond MkII é uma referência absoluta!
O corpo harmônico é tão bom quanto foi captado na gravação. E em algumas gravações digitais, fiquei surpreso o quanto eram maiores do que costumo ouvir em caixas até maiores que a Estelon. E nas gravações analógicas, o corpo é simplesmente magnífico, em tamanho e realismo (olha aí de novo).
Falar de Organicidade para esta caixa é como perguntar a alguém morto de sede se quer água. O que posso dizer em relação a este quesito é que, jamais, caixa alguma, materializou o acontecimento musical em nossa frente como a Estelon fez! Seria redundante especificar ou alongar mais do que isso.
Quem teve a oportunidade de escutar, a primeira coisa que exclamou foi: “que realismo!” ou “que naturalidade!”.
Foram 30 dias de enorme aprendizado, e a certeza, no encerramento deste teste, que tivemos o privilégio de testar um produto que faz jus a todos os elogios e prêmios que no futuro venha a receber.
Trata-se de uma caixa acústica que foge completamente do ‘lugar comum’, e expõe de maneira clara que pensar fora da zona de conforto, às vezes, muda de patamar o nível de referência que tínhamos em relação a um determinado segmento.
Ouvi e testei excelentes caixas acústicas nesses meus 30 anos de revisor crítico de áudio, e algumas me tocaram profundamente a ponto de desejar tê-las como Referência. Outras, completamente fora da minha realidade financeira, apreciei e sofri quando tive que devolvê-las. Mas ainda não havia experimentado o sentimento de escutar algo que mudaria por completo minha forma de ouvir música.
E muito menos sabia que essa caixa existia (por mais que todos os testes deste fabricante sejam muito contundentes e positivos), pois tendemos a nos ‘anestesiar’ depois de ouvirmos diariamente que ‘o novo produto x é inacreditável’!
Como sempre, lembro aos meus leitores, sou pior que São Tomé: preciso ouvir e conviver com um produto tempo suficiente para tirar minhas conclusões. E se tem algo que tirei deste teste é que este fabricante está trilhando um caminho novo, audacioso e muito promissor.
E que os dois produtos que estou ouvindo confirmam o que Alfred Vassilkov disse às suas duas filhas quando decidiu, em 2010, montar sua própria empresa: “Há muito que tenho a ambição de criar a melhor coluna do mundo”, e iniciou sua brilhante jornada.
Se ele vai atingir tão ambicioso objetivo eu não sei, mas que pelos primeiros dez anos de vida de sua empresa ele está indo muito bem, não resta dúvida!
Sei que são caras, e com este dólar ainda batendo nos seis reais, tudo se torna ainda mais difícil. Mas se você deseja uma caixa de nível superlativo em todos os detalhes, e seu desejo mais íntimo é fazer a música presente em sua vida, o caminho é esse!
Quando design e performance se juntam em um grande projeto, é difícil concorrer.
O preço, claro.
Resposta de frequência | 22 Hz – 50 kHz |
Impedância nominal | 6 Ohm (min 3.5 Ohm em 50 Hz) |
Sensibilidade | 87 dB |
Drivers | Woofer de cerâmica e mid-woofer de cerâmica Accuton, e tweeter de diamante Accuton |
Potência | 150 W |
Dimensões (L x A x P) | 420 x 1260 x 590 mm |
Peso | 69 Kg (cada) |
CAIXAS ACÚSTICAS ESTELON XB DIAMOND MKII | ||||
---|---|---|---|---|
Equilíbrio Tonal | 13,0 | |||
Soundstage | 13,0 | |||
Textura | 13,0 | |||
Transientes | 13,0 | |||
Dinâmica | 11,0 | |||
Corpo Harmônico | 13,0 | |||
Organicidade | 13,0 | |||
Musicalidade | 13,0 | |||
Total | 102,0 |
VOCAL | ||||||||||
ROCK, POP | ||||||||||
JAZZ, BLUES | ||||||||||
MÚSICA DE CÂMARA | ||||||||||
SINFÔNICA |
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