Christian Pruks
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Carl Orff: nascido em Munique, na Alemanha, em 1895. Seu avô paterno era um judeu que se converteu ao catolicismo, e a família tinha bastante presença nas forças armadas. Aos cinco anos começou a estudar piano e, logo depois, violoncelo e órgão, e seu interesse em compor era maior do que o de ser intérprete. Na adolescência, ainda sem ter estudado harmonia e composição, escreveu várias canções – e sua mãe ajudava-o a escrever a partitura. Orff acabou sendo um autodidata em composição ao estudar a fundo obras-primas de grandes mestres. Aos 16 anos publicou suas primeiras obras, e logo compôs, influenciado tanto pela obra de Richard Strauss quanto pelo impressionismo de Claude Debussy. Estudou na Academia de Música de Munique até 1914, depois servindo ao exército durante a Primeira Guerra Mundial, onde foi ferido. Após dirigir algumas casas de ópera pela Alemanha, voltou a Munique para continuar seus estudos. Fundou com Dorothee Günther a Escola Günther, que dava aulas de música, ginástica e dança, onde trabalhou extensamente com educação musical infantil. Antes da composição de sua obra mais conhecida, Carmina Burana, em 1937, editou várias óperas do século XVII. Após a Guerra, com sua relação com o Partido Nazista esclarecida, Orff voltou a compor e apresentar sua música, e a usufruir dos direitos autorais de Carmina Burana. Casou-se quatro vezes, com Alice Solscher, Gertrud Willert, Luise Rinser e Liselotte Schmitz, divorciando-se das três primeiras. Com Alice Solscher teve sua única filha, Godela, nascida em 1921. Viveu com Liselotte até falecer em 1982, aos 86 anos, em Munique, onde foi enterrado no Mosteiro Beneditino de Andechs.
Zoltán Kodály: nascido em Kecskemét, na Hungria, em 1882, tendo aprendido a tocar violino quando ainda criança. Um dos mais importantes compositores húngaros, começou seus estudos em Galánta, e depois em Budapeste, com Hans von Koessler, na Academia de Música Franz Liszt. A partir de 1905, começou a visitar vilarejos remotos e gravar as músicas folclóricas húngaras com um fonógrafo de cilindro. Logo fez amizade com Béla Bartók, com quem compartilhou o interesse na música folclórica. Estima-se que tenha resgatado mais de cem mil obras, canções e melodias folclóricas e populares húngaras – usando várias delas em suas composições – além da música eslovaca, albanesa, búlgara e de outras culturas do leste europeu. No ano seguinte passou a lecionar na Academia Liszt. Atingiu o sucesso apenas após 1923, com a composição de seu Psalmus Hungaricus. Dedicou boa parte de sua vida à educação e aos métodos de ensino da música. Permaneceu em Budapeste durante a Segunda Guerra, e foi aclamado por seu patriotismo. Em 1958, Emma Gruber, sua primeira esposa, falece após uma feliz união de 48 anos. No ano seguinte Kodály casa-se novamente, com uma estudante de 19 anos da Academia de Música Franz Liszt, de nome Sarolta Pèczely, com quem viveu até falecer em 1967, aos 84 anos.
Béla Bartók: nascido na cidade de Nagyszentmiklós, parte do império Austro-Húngaro, em 1881, sendo seu pai descendente de família nobre húngara. Demonstrando talento musical já na tenra idade, aos quatro anos já sabia tocar dezenas de peças ao piano, e começou seus estudos formais de música com sua mãe no ano seguinte. Após a morte do pai, Bartók, aos 11 anos deu seu primeiro recital público, na cidade de Pozsony. Aos 18 anos foi estudar piano com um pupilo de Franz Liszt e composição na Academia Real de Música de Budapeste, onde fez uma grande amizade com o compositor Zoltán Kodály. Quatro anos depois escreveu sua primeira grande composição, o poema sinfônico Kossuth. Uma de suas primeiras grandes influências foi o compositor alemão Richard Strauss, que Bartók conheceu em uma apresentação de Assim Falou Zaratustra, em 1903. No verão de 1904, em visita à Transilvânia, seu contato com as canções folclóricas locais influenciou sua dedicação à música folclórica. E, a partir de 1907, sua maior influência passou a ser a obra de Debussy, que o amigo Kodály trouxe de Paris. Tornou-se professor de piano na Academia Real e, em 1909, casou-se com sua primeira esposa, Márta Ziegler, e em 1923, com a pianista Ditta Pasztory, tendo um filho em cada casamento. Em 1911, compôs sua única ópera, O Castelo do Barba Azul, dedicada à sua esposa Márta e, nos anos seguintes, até a Primeira Guerra, dedicou seu tempo a transcrever para partitura a música folclórica húngara, eslovaca e romena, entre outras. Depois voltou a compor, escrevendo conhecidos balés e música de câmara. Em 1940, emigrou para os EUA, onde começou a ter problemas de saúde, sendo diagnosticado com leucemia. Continuou produzindo até sua morte em setembro de 1945, em Nova York.
Igor Stravinsky: nascido em São Petersburgo, na Rússia, em 1882. Filho de um cantor lírico do Teatro Mariinsky e descendente de uma família nobre polonesa, começou a ter aulas de piano quando bem jovem, estudando também teoria musical e fazendo suas primeiras tentativas de composição. Aos 15 anos já tocava o Concerto para Piano de Mendelssohn com perfeição. Por exigência da família, foi estudar Direito na Universidade de São Petersburgo em 1901, mas sua frequência nas aulas foi errática. No ano seguinte, conheceu um dos mais célebres compositores russos da época, Nikolai Rimsky-Korsakov, que sugeriu que ele tivesse aulas particulares de composição. Em 1905, deixando a universidade, passou a ter aulas duas vezes por semana com Rimsky-Korsakov até 1908, quando o compositor faleceu. Em 1909, o fundador dos ‘Ballets Russes’, Sergei Diaghilev, encomendou o balé O Pássaro de Fogo. Stravinsky foi a Paris para a estreia da obra, e logo depois sua família juntou-se a ele e mudaram-se para a Suíça, onde compôs várias de suas principais obras. Seu último retorno à Ucrânia foi logo antes da Primeira Guerra e do fechamento das fronteiras. Ele pisaria em solo russo novamente apenas em 1962. Em 1920, recebeu um convite da estilista Coco Chanel para que ele e a família ficassem em sua casa em Paris. Chanel também patrocinou uma produção da Sagração da Primavera em Paris. Logo após sua naturalização francesa, na década de 1930, perdeu tanto sua filha mais velha como sua esposa, Katya, para a tuberculose. Com a chegada da Segunda Guerra, mudou-se para os EUA, estabelecendo-se em Hollywood e casando-se com a bailarina Vera de Bosset. Lá, conviveu com músicos como Otto Klemperer e Arthur Rubinstein, e escritores como W. H. Auden e Aldous Huxley. Em 1962, viajou à Rússia, visitou Moscou e conheceu vários compositores importantes da época, como Shostakovich e Khachaturian. Em 1969, mudou-se para Nova York, onde morou até falecer em 1971, aos 88 anos, de falência cardíaca. Foi enterrado na ilha de San Michele, em Veneza, em um túmulo próximo ao de Sergei Diaghilev.
1827 – Morre Beethoven.
1863 – Nasce o compositor francês Claude Debussy, em Saint-Germain-en-Laye.
1875 – Nasce o compositor Maurice Ravel, em Ciboure, na França.
1881 – Nasce o compositor Béla Bartók, na Hungria.
1882 – Nasce o compositor Zoltán Kodály, na Hungria. Nasce o compositor Igor Stravinsky, em São Petersburgo, na Rússia.
1883 – Morre Richard Wagner, em Veneza, na Itália.
1891 – Abre o Carnegie Hall, em Nova York.
1895 – Nasce o compositor Carl Orff, em Munique.
1896 – O maestro Arturo Toscanini rege seu primeiro concerto sinfônico, em Turim, com obras de Schubert, Brahms, Tchaikovsky e Wagner.
1909 – Stravinsky compõe o balé O Pássaro de Fogo.
1918 – Morre Debussy, em Paris.
1923 – Kodály compõe os Psalmus Hungaricus.
1936 – Bartók compõe a Música para Cordas, Percussão e Celesta.
1937 – Pablo Picasso pinta seu famoso quadro Guernica. Carl Orff compõe Carmina Burana.
1945 – Morre Bartók, em Nova York.
1967 – Morre Kodály.
1971 – Morre Stravinsky, em Nova York.
1982 – Morre Carl Orff, em Munique.