Fernando Andrette
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Não vou aqui citar o filósofo Nietzsche para justificar o título deste editorial. E nem precisaria, pois o assunto que vou tratar já foi tema de diversos artigos e editoriais meus. Sim, estou mais uma vez a escrever a respeito do vinil, o moribundo que constrangeu todos os futurólogos tecnológicos, que insistem desde 1984 a dizer que o LP estava morto e, em menos de uma década, seria peça de museu, lembram? E para deixar os futurologistas ainda mais ressabiados, afirmo que o mesmo ocorrerá com o CD, que ainda terá uma sobrevida, apesar dos avanços galopantes do streaming! Pois bem, a revista Rolling Stone, acaba de divulgar os números do primeiro semestre de 2019 de vendas de álbuns de vinil levantados pelo instituto de pesquisas Nielsen Music, e houve um crescimento de 9,6% em relação ao mesmo período de 2018 – estes são números apenas dos Estados Unidos (na Europa e Ásia o levantamento é apenas anual). Foram comercializados 7,72 milhões de álbuns de vinil, sendo que bandas veteranas como Beatles e Pink Floyd ajudaram a sustentar este crescimento, junto com novos artistas como a cantora pop Billie Eilish, de apenas 17 anos, que conseguiu a façanha de vender 47 mil cópias. Outro número curioso foi da trilha sonora do filme Bohemian Rhapsody, cinebiografia do Queen, com 61 mil cópias. A estimativa do mercado fonográfico é de que a venda mundial de LPs este ano ultrapasse 48 milhões de discos. Pois o mercado está aquecido com a venda de quase 3 milhões de novos toca-discos em 2018! O que se nota, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem da revista Rolling Stone, é que os jovens definitivamente embarcaram nessa onda de ouvir seus artistas preferidos em vinil, e a demanda é tão crescente que mais três fábricas de vinil entrarão em produção no segundo semestre de 2019 (uma nos Estados Unidos, uma na Hungria e uma em Hong Kong). Essas três novas fábricas serão responsáveis, quando estiverem produzindo à plena carga, pela manufatura de 3 milhões de LPs por ano! Espero que o vinil tenha ensinado alguma coisa ao mercado fonográfico e as máquinas que produzem CD não sejam entregues aos ferros-velhos, como o que ocorreu com as máquinas de vinil no final dos anos 80, pois insisto que o CD, depois de passada essa febre por streaming, voltará a ser consumido com tanta voracidade quanto os LPs.
Uma outra boa notícia para o nosso mercado é a chegada de novas marcas hi-end no Brasil, que parece estar começando a se liberar de quase 5 anos de marasmo. Nos próximos meses contaremos aqui as marcas que estão chegando – posso adiantar que são marcas de ponta no mercado internacional e irão dar uma chacoalhada nessa estagnação que estamos vivendo. O mesmo se pode dizer da área de vídeo, com Samsung, TCL, LG e Sony, que estão trazendo seus novos televisores 8K, o que mudará por completo o panorama de vídeo hi-end no segundo semestre.
Nesta edição, você leitor terá a oportunidade de conhecer uma caixa de alta sensibilidade, ideal para amplificadores valvulados de baixa potência, e um pré de phono de performance excepcional e construção impecável! Uma bookshelf que parece reescrever as leis da física quanto à reprodução de graves com falantes de 6 polegadas, e uma proposta hi-end de cabos de interconexão e caixa que podem ser a solução para quem deseja ajustar seu sistema Estado da Arte sem penhorar a casa! E nós também temos novidades! Depois do início da série de vídeos em nossa sala com o equipamento principal de cada edição, estamos finalizando nosso novo site, que estará no ar no início de agosto. Mais interativo, rico, detalhado, mais fácil de navegar e com um pedido de todos os leitores: facilidade de buscar todos os produtos já testados por nós! Estamos confiantes que uma luz no final do túnel começa a aparecer. Nos próximos meses saberemos se é mais uma quimera ou se estamos finalmente iniciando um ciclo de crescimento sustentável.