Christian Pruks
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George Gershwin: nascido no Brooklyn, em Nova York, em 1898, filho de imigrantes judeus russos. Foi criado na comunidade judaica de Nova York e, aos dez anos, fascinado pelo som do violino, interessou-se por música e começou a estudar no piano que fora comprado para o irmão Ira Gershwin. Teve como mentor o pianista Charles Hambitzer, da Beethoven Symphony Orchestra, que ensinou a Gershwin técnica de piano e música clássica europeia. Seu primeiro emprego foi como demonstrador de música, e logo algumas de suas canções fizeram sucesso. A seguir, foi arranjar e gravar em uma empresa que fazia rolos de música para pianolas e, depois, compôs para musicais da Broadway e começou a colaborar com seu irmão Ira. Após compor Rhapsody in Blue, passou um tempo em Paris, onde escreveu a célebre obra Um Americano em Paris. Logo em seguida, compôs sua mais famosa ópera, Porgy and Bess, da qual se originaram canções famosas como Summertime. Em seus últimos anos, foi trabalhar em Hollywood, onde teve um longo relacionamento com a compositora Kay Swift. Em 1937, sofrendo de dores de cabeça e problemas de coordenação, foi diagnosticado com um tumor no cérebro, falecendo aos 38 anos, em 1937, após uma tentativa de cirurgia.
Sergei Prokofiev: nascido em Sontsovka, na Ucrânia, em 1891, então parte do Império Russo. Sua mãe dedicava dois meses por ano a aprender piano, o que inspirou Prokofiev. Aos nove já havia composto sua primeira ópera. Aos 11 anos, teve como mestre o compositor Reinhold Glière em 1902 e 1903, cujos ensinamentos foram considerados por Prokofiev como ‘quadrados’. Depois conheceu o compositor Alexander Glazunov, que incentivou sua entrada no Conservatório de São Petersburgo, tendo como professores Lyadov e Rimsky-Korsakov, e onde foi considerado um rebelde musical. Em 1911, foi a Paris e Londres, onde conheceu os Ballets Russes, de Sergei Diaghilev, que encomendou seu primeiro balé: Chout (The Fool). Durante a guerra retornou ao conservatório, mas sem espaço para sua música mais experimental, deixou a Rússia em 1918, para os EUA, onde não obteve trabalho estável, mudando-se finalmente para Paris dois anos depois, onde compôs óperas, balés e sinfonias. Na década de 1930, estava tendo mais encomendas na União Soviética do que em Paris, mudando-se para lá em 1936, onde seu trabalho passou então pelo escrutínio da União dos Compositores Soviéticos. O período levou a obras com temática soviética e russa, e a vários embates antisstalinistas, chegando a ter obras suas banidas pelo regime. Faleceu em 1953, aos 61 anos, de hemorragia cerebral.
Dmitri Shostakovich: nascido em São Petersburgo, na Rússia, em 1906, descendente de siberianos e poloneses. Criança prodígio musical, começou a aprender piano com sua mãe aos nove anos de idade. Aos 13, entrou para o Conservatório de Petrogrado, cujo diretor era Alexander Glazunov. Sua Primeira Sinfonia chegou a ser apresentada por Bruno Walter em Berlim, e por Leopold Stokowski nos EUA. Passou a dedicar-se à composição, com influências como a obra de Gustav Mahler, entre outros, escrevendo óperas e trilhas sonoras de filmes. Dois anos após a estreia de sua ópera Lady Macbeth of the Mtsensk District, em 1936, sua obra caiu no desfavor de Stalin e do Politburo, em um período de perseguição artística na União Soviética, e passou a compor praticamente só música para filmes – o que era favorecido por Stalin. Voltou a ser favorecido com sua Quinta Sinfonia. Não pode lutar na Segunda Guerra, mas sua Sétima Sinfonia ‘Leningrado’ serviu de incentivo patriótico às tropas. Em 1948, foi denunciado por escrever música inapropriada, perdendo privilégios. Sua recuperação política foi ajudada pela morte de Stalin e por sua entrada no Partido Comunista. Com a saúde há anos debilitada, faleceu de câncer do pulmão em 1975, em Moscou.
Samuel Barber: nascido em West Chester, na Pensilvânia, nos EUA, em 1910. Sua mãe, que era uma pianista, sua tia, uma contralto do Metropolitan Opera, e seu tio, um compositor de canções, foram grandes influências. Começou a estudar piano aos seis anos, e escreveu sua primeira composição aos sete. Aos 14, entrou para o Curtis Institute of Music para estudar piano e composição, onde conheceu seu companheiro de vida e parceiro de composição, Gian Carlo Menotti. Aos 20 e poucos anos já era um compositor requisitado e de sucesso, sendo desse período o famoso Adágio para Cordas, estreado em 1938. Barber serviu o exército na Segunda Guerra Mundial, durante a qual compôs a Symphony Dedicated to the Air Forces, cuja partitura destruiu anos depois. Após a rejeição à sua ópera Antony and Cleopatra, em 1966, Barber passou a sofrer de depressão e suas composições até o fim de sua vida passaram a ser consideradas contemplativas, porém não tristes. Faleceu em 1981, aos 70 anos, de câncer, em Nova York.
John Philip Sousa: nascido em Washington DC, nos EUA, em 1854, descendente de portugueses e alemães. Começou aprendendo violino com John Esputa, quando se descobriu que ele tinha ouvido absoluto. Na infância estudou violino, canto, flauta, piano e trompa, entre outros. Na adolescência alistou-se no Corpo dos Fuzileiros Navais como aprendiz, já que seu pai era trombonista na Banda dos Fuzileiros, onde permaneceu até os 20 anos de idade. Depois, em uma orquestra de fosso de teatro aprendeu regência. Em 1880, assumiu como regente da Banda dos Fuzileiros, depois permanecendo como regente da Banda Presidencial durante o mandato de cinco presidentes norte-americanos. Em 1892, organizou a Sousa Band, com a qual se apresentou até o fim de sua vida, chegando a apresentar-se em paradas, passando pelo Arco do Triunfo, em Paris. Sousa casou-se em 1879, tendo duas filhas e um filho, John Philip Jr. Faleceu em 1932, do coração, em um quarto do Abraham Lincoln Hotel, na Pensilvânia.
Leonard Bernstein: nascido em Lawrence, no Massachusetts, em 1918, filho de judeus ucranianos. Batizado Louis, era chamado pela família de Leonard. Começou a aprender música no piano adquirido de uma prima. Estudou música na Universidade de Harvard, tendo como influências Dmitri Mitropoulos e Aaron Copland, depois regência no Curtis Institute of Music, com Fritz Reiner, e em Tanglewood com Serge Koussevitzky, de quem se tornou assistente. Tornou-se famoso ao substituir Bruno Walter, que estava doente, frente à Filarmônica de Nova York. Após a Segunda Guerra, sua carreira como maestro e compositor deslanchou internacionalmente, regendo estreias mundiais de obras de Messiaen, Britten, Ives, entre outros, ao mesmo tempo palestrando e ensinando em várias instituições, atuando como educador de música até o fim de sua vida. Em 1958, substituiu Mitropoulos como diretor artístico da Filarmônica de Nova York, ficando até 1969. Depois, continuou a compor e a apresentar-se com várias orquestras norte-americanas e europeias, regendo tanto ópera quanto música de concerto, fazendo gravações por vários selos e produzindo documentários para TV sobre música. Sofrendo de enfisema pulmonar, faleceu de ataque cardíaco aos 72 anos, em Nova York, em 1990.
Aaron Copland: nascido no Brooklyn, em Nova York, em 1900, de uma família de judeus de origem lituana, cujo sobrenome original era Kaplan. Sua mãe, que cantava e tocava piano, providenciou aulas de música para todos os filhos. Sua primeira composição foi aos sete anos, mas só aos 15 que resolveu que seguiria a carreira de compositor, estudando com Rubin Goldmark, que lhe deu uma base sólida, e depois com Victor Wittgenstein. Na década de 1920 foi a Paris estudar com Nadia Boulanger, além de ser influenciado pela cena literária e artística de Paris dessa época. De volta aos EUA, estabeleceu-se em Nova York, onde passou a viver frugalmente, em contato com vários artistas de ideal democrático, formando alianças e amizades com diversos compositores contemporâneos, compondo prolificamente. Na década de 1950, foi estudar em Roma e ter contato com compositores de vanguarda, viajando extensamente à Europa e indo até o Japão. Em seus últimos anos, passou a dedicar-se à regência, frente a várias orquestras norte-americanas e inglesas. Faleceu em 1990 de Mal de Alzheimer, em North Tarrytown, no Estado de Nova York.
Aram Khachaturian: nascido em Tbilisi, na Geórgia, em 1903, então Império Russo. Apesar de mostrar grande talento, aprendendo sozinho a tocar piano e tuba ainda na infância, não veio de uma família musical e começou a estudar violoncelo e, depois, composição, somente na década de 1920. Em 1929, foi estudar orquestração com Sergei Vasilenko e composição com Nikolai Myaskovsky no Conservatório de Moscou. Sua maior influência foi a música folclórica, principalmente de seu País ancestral, a Armênia, por onde viajou e pesquisou música extensamente. Apesar de fazer parte do Partido Comunista e do Sindicato dos Compositores, teve problemas no fim da década de 1940, juntamente com Shostakovich e Prokofiev, com o Comitê Central do Partido, que denunciou sua música como inapropriada e a mesma foi banida. Nos anos seguintes, voltando a ser favorecido pelo partido, suas obras ganharam os Prêmios Stalin e Lenin, entre outros. Faleceu em Moscou em 1978, pouco antes de completar 75 anos.
Ferde Grofé: nascido em Nova York, em 1892, descendente de uma família de franceses a qual já havia tido quatro gerações de músicos. Seu pai era um barítono, e sua mãe, Elsa, uma violoncelista profissional que começou a ensinar violino e piano a Grofé, cujo avô fazia parte da orquestra do Metropolitan e o tio era spalla da Sinfônica de Los Angeles. Em 1899, foi estudar piano e composição em Leipzig. Seu domínio sobre vários instrumentos levou Grofé a ser o primeiro arranjador de obras dos outros, antes de compor suas próprias. Fugido de casa aos 14, teve vários tipos de empregos até conseguir trabalhar como músico e compor. Trabalhou em programas de música no rádio, regeu diversos concertos no Carnegie Hall e, em 1937, um concerto tributo a Gershwin no Estádio Lewisohn. Serviu como juiz em vários concursos musicais. Depois se tornou regente e professor da prestigiosa Juilliard School of Music, e compôs várias trilhas para filmes. Foi casado três vezes e teve quatro filhos. Faleceu em Santa Monica, na Califórnia, aos 80 anos, em 1972.
1854 – Nasce o compositor norte-americano John Philip Sousa, em Washington DC.
1891 – Abre o Carnegie Hall, em Nova York. Nasce Sergei Prokofiev, na Ucrânia.
1892 – Nasce Ferde Grofé, em Nova York.
1898 – Nasce George Gershwin, em Nova York.
1900 – Nasce Aaron Copland, em Nova York.
1903 – Nasce Aram Khachaturian, em Tbilisi, na Geórgia.
1906 – Nasce Dmitri Shostakovich, em São Petersburgo,
na Rússia.
1909 – Stravinsky compõe o balé O Pássaro de Fogo.
1910 – Nasce Samuel Barber, em West Chester, na Pensilvânia.
1918 – Falece Debussy, em Paris. Nasce Leonard Bernstein,
nos EUA.
1924 – Gershwin compõe Rhapsody in Blue.
1931 – Grofé compõe sua Suíte Grand Canyon.
1932 – Falece Sousa, aos 77 anos, em Reading, na Pensilvânia.
1936 – Prokofiev compõe Pedro e o Lobo. Barber compõe seu Adágio para Cordas.
1937 – Pablo Picasso pinta seu famoso quadro Guernica. Carl Orff compõe Carmina Burana. Falece Gershwin, em Los Angeles. Shostakovich compõe sua Quinta Sinfonia.
1942 – Khachaturian compõe seu balé Gayane. Copland compõe a Fanfarra ao Homem Comum.
1953 – Falece Prokofiev.
1971 – Falece Stravinsky, em Nova York.
1972 – Falece Grofé, em Santa Monica, na Califórnia.
1975 – Falece Shostakovich, em Moscou.
1978 – Falece Khachaturian, em Moscou.
1981 – Falece Barber, em Nova York.
1990 – Falece Bernstein, em Nova York. Falece Copland, em North Tarrytown.