Christian Pruks
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Tão variado em estilos e formas é o século XX, com sua pluralidade de ideias e gêneros culturais, cujos resultados chegam a diferir bastante dentro de uma mesma sociedade. O que dizer então das grandes diferenças musicais entre a produção erudita norte-americana, com suas influências de, entre outras fontes, o jazz e os musicais, e a produção russo-soviética, com seu isolamento forçado do formalismo e do resto do mundo, além das suas temáticas político-sociais? É um dos meus CDs preferidos da nossa coleção História da Música Clássica.
FAIXA 1 – JOHN PHILIP SOUSA (1854-1932) – MARCHA: THE STARS AND STRIPES FOREVER (1896) – (NAXOS 8.559013, FAIXA 15)
Obra-prima de Sousa, foi composta no dia do Natal de 1896, quando o compositor estava em um navio de cruzeiro retornando das férias que tinha ido passar na Europa com sua esposa, e havia acabado de receber a notícia da morte do empresário de sua Sousa Band, David Blakely. Sousa compôs e guardou-a na memória, registrando-a em partitura apenas quando chegou em terra firme. Em um ato do Congresso Norte-Americano, em 1987, The Stars and Stripes Forever – aqui apresentada em sua versão orquestral – passou a ser a Marcha Nacional Oficial dos Estados Unidos da América. Sua primeira apresentação, recebida com entusiasmo do público, foi em maio de 1897, em Willow Grove Park, próximo à Filadélfia.
FAIXA 2 – GEORGE GERSHWIN (1898-1937) – CONCERTO PARA PIANO EM FÁ MAIOR – III. ALLEGRO CON BRIO (1925) – (NAXOS 8.559705, FAIXA 3)
Obra encomendada a Gershwin pelo maestro Walter Damrosch, que havia assistido a estreia de Rhapsody in Blue e contatou o compositor no dia seguinte, pedindo um concerto para piano em forma clássica, orquestrado pelo próprio Gershwin, para ser apresentado pela Orquestra Sinfônica de Nova York. Como ainda não tinha recebido treinamento formal em orquestração, harmonia e composição, Gershwin comprou livros sobre o assunto e estudou-os sozinho, finalizando a obra perto do fim do prazo (1925), passando apenas revisões após sugestões do próprio Damrosch. A realização dessa obra foi responsável por um desenvolvimento enorme na técnica de composição de Gershwin, recebendo elogios de outros compositores.
FAIXA 3 – FERDE GROFÉ (1892-1972) – SUÍTE GRAND CANYON – III. ON THE TRAIL (1931) – (NAXOS 8.571205, FAIXA 4)
Finalizada em 1931, foi inicialmente chamada de ‘Cinco Retratos do Grand Canyon’, cada uma das cinco partes evocando uma cena típica do Grand Canyon, parque natural formado pelo Rio Colorado no Estado do Arizona, nos EUA. Sua estreia foi em 22 de novembro de 1931, no Teatro Studebaker, em Chicago, sob a regência de Paul Whiteman, para quem Grofé trabalhava como arranjador.
FAIXA 4 – SAMUEL BARBER (1910-1981) – CONCERTO PARA VIOLINO – I. ALLEGRO (1939) – (NAXOS 8.559044, FAIXA 1)
Obra encomendada pelo industrial e filantropo da Filadélfia Samuel Simeon Fels, para ser tocada pelo violinista Iso Briselli, aluno do Curtis Institute of Music. Barber viajou para a Suíça para trabalhar na obra, mas foi interrompido pelo início das hostilidades da Segunda Guerra Mundial e pelo aviso para que todos os norte-americanos da Europa deixassem o continente. Retornou à América em setembro, para finalizar a obra. Quando recebeu a partitura do movimento final, Briselli ficou decepcionado, achando que não explorava o virtuosismo do instrumento, sugerindo que fosse refeito, o que Barber se recusou a fazer. Briselli acabou por desistir da obra, a qual foi tocada por Herbert Baumel na temporada seguinte da orquestra do Curtis Institute sob a regência de Fritz Reiner. O Concerto para Violino de Barber logo entrou para o repertório padrão de violino e orquestra, sendo frequentemente tocado até hoje.
FAIXA 5 – SERGEI PROKOFIEV (1891-1953) – ALEXANDER NEVSKY – V. THE BATTLE ON ICE (1939) – (NAXOS 8.555710, FAIXA 5)
Uma das principais obras de Prokofiev do período após seu retorno à União Soviética em 1936, Alexander Nevsky é a adaptação do compositor de sua trilha dramática feita para o filme épico de mesmo nome, dirigido por Sergei Eisenstein em 1938, para a forma de uma grande cantata para mezzo-soprano, orquestra e coro. O rearranjo em forma de cantata é uma das obras mais gravadas de Prokofiev, sendo que em 1993 a trilha do filme foi regravada para um relançamento e, em 2003, uma gravação da trilha completa reconstruída a partir dos manuscritos originais foi feita pela Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim. A estreia original da cantata foi em 17 de maio de 1939, com o próprio compositor regendo a Filarmônica de Moscou.
FAIXA 6 – LEONARD BERNSTEIN (1918-1990) – SINFONIA No 1, ‘JEREMIAH’ – II. PROFANATION (1942) – (NAXOS 8.559100, FAIXA 2)
Composta logo no início da carreira de Bernstein, quando ele já havia estabelecido certa fama como regente e estava começando a emergir como compositor, a Primeira Sinfonia é uma obra programática, para orquestra e mezzo-soprano, sobre a história bíblica do profeta Jeremias, e usa texto do Livro das Lamentações, da Bíblia Hebraica. Estreou em Pittsburgh em janeiro de 1944, com a Orquestra de Pittsburgh sob a regência do próprio Bernstein, com a mezzo-soprano Jennie Tourel como solista. Ganhou o Prêmio dos Críticos de Nova York como a melhor obra norte-americana do ano de 1944.
FAIXA 7 – DMITRI SHOSTAKOVICH (1906-1975) – SINFONIA No 8 – III. ALLEGRO NON TROPPO (1943) – (NAXOS 8.572392, FAIXA 3)
Uma das obras de conteúdo mais melancólico e violento de Shostakovich, chegou em um momento onde o Exército Vermelho não estava indo bem, e o público e as autoridades soviéticas precisavam de uma obra triunfante. Isso levou o governo a colocar o subtítulo de ‘Stalingrado’ na obra, dando-lhe a impressão de expressar luto pela sangrenta Batalha de Stalingrado. Mesmo assim a sinfonia acabou sendo chamada de contrarrevolucionária e antissoviética. É a mais trágica obra de Shostakovich, não sendo apresentada com muita frequência, apesar de ser considerada um de seus melhores trabalhos. Sua estreia foi em novembro de 1943, com a Orquestra Sinfônica da URSS, sob a regência de Yevgeny Mravinsky.
FAIXA 8 – AARON COPLAND (1900-1990) – SINFONIA No 3 – MOLTO MODERATO (1946) – (NAXOS 8.559106, FAIXA 2)
Como várias de suas obras mais famosas, a Terceira Sinfonia foi composta em um estilo acessível, chamado pelo compositor de ‘populista’, no que é considerado por muitos como o arquétipo da música norte-americana. É a sinfonia mais conhecida de Copland, e sua última. Seu quarto movimento usa como tema outra obra muito conhecida dele, a Fanfarra ao Homem Comum. Composta no fim da Segunda Guerra Mundial, sua estreia foi em outubro de 1946, com a Orquestra Sinfônica de Boston, sob a regência do célebre maestro Serge Koussevitzky, então diretor artístico da orquestra, que declarou-a ser ‘simplesmente a maior sinfonia norte-americana já escrita’.
FAIXA 9 – ARAM KHACHATURIAN (1903-1978) – SPARTACUS: SUÍTE No 2 – ADÁGIO DE SPARTACUS E PHRYGIA (1954) – (NAXOS 8.550801, FAIXA 6)
Uma das duas obras mais conhecidas do compositor, o movimento Adágio de Spartacus e Phrygia, do balé Spartacus, foi extensamente utilizado em filmes e programas de TV, sendo uma das mais populares peças de música clássica do repertório. Conta a história do líder de uma revolta de escravos contra Roma, e deu à Khachaturian o Prêmio Lenin em 1954. Sua estreia, com a coreografia de Leonid Yacobson, foi em Leningrado em 1956, estreando no Teatro Bolshoi dois anos depois. Em 1968, o balé Spartacus, coreografado por Yuri Grigorovich, atingiu proeminência internacional.
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