Teste 1: CAIXA DEVORE Fidelity ORANGUTAN O/96

Teste 2: PRÉ DE PHONO BOULDER 508
agosto 16, 2019
TOP 5 – AVMAG
agosto 16, 2019


Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Lembro-me da dificuldade que era conseguir, na década de 90 e no começo do novo século, uma caixa compatível com amplificadores valvulados de 8 a 25 Watts, no Brasil. Era uma peregrinação sem nenhum resultado eficaz! Pois a maioria das caixas importadas neste período possuíam sensibilidade incompatível com esses amplificadores. Uma caixa com 90 dB de sensibilidade era como achar um oásis no deserto!

A primeira Living Voice que chegou ao país, em 2002 (testada por nós), com os seus 90 dB de sensibilidade, foi saudada com todas as honras possíveis. E ela só aterrissou por aqui pelo fato do importador também ter fechado a representação de um amplificador de topologia OTL que necessitava, para tocar decentemente, de uma caixa de melhor sensibilidade.

Os tempos mudaram, felizmente, e atualmente os amantes de amplificadores valvulados 300B, com a 4 a 8 Watts de potência, já podem sorrir pois a DeVore Fidelity, um renomado fabricante de caixas do Brooklyn, em Nova York, está de volta ao Brasil pelas mãos do Fernando Kawabe.

Aqui mesmo já testamos a bookshelf modelo Gibbon 3XL, na edição 238, e a torre modelo Gibbon 88 na edição 241 – que nos surpreendeu pela performance e pela sua alta compatibilidade com diversos amplificadores. John DeVore, antes de construir suas próprias caixas, trabalhou em lojas de som hi-end em Nova York, além de ser baixista. E nesse tempo foi consolidando suas ideias e observações, chegando à conclusão que as caixas hi-end que comercializava poderiam ser divididas em duas classes: as que soavam bem por algum par de horas e depois cansavam, e as que eram musicais porém não eram muito precisas em termos de timbre (claro que simplifiquei as coisas, pois certamente essas conclusões não foram extraídas da noite para o dia). John DeVore então começou a pensar que as caixas hi-end ideais deveriam soar como um instrumento acústico, com todo o seu gabinete, trabalhando em conjunto com os falantes e não um gabinete morto e sem nenhuma relação com os drivers. John sempre repete em suas entrevistas que cada um de seus projetos é criado de uma folha em branco, começando do zero, tentando imaginar como podem ser úteis aos seus numerosos clientes. Isso declina longos períodos de maturação, antes de um novo produto ser considerado viável.

Tudo é pensado por John minuciosamente, a tal ponto que até a escolha do pano da tela da caixa que deve, quando utilizada pelo cliente, não comprometer de maneira alguma a performance da caixa. DeVore chegou à conclusão que o tecido das telas de suas caixas não poderia ser como as de seus concorrentes (fios peludos e longos, quando se olha em um microscópio), e sim de fios de fibra de vidro finos – muito finos – envolvidos em vinil. Pois ele não desejaria que, se o usuário ouvir com a tela de proteção, os agudos sejam atenuados.

Perfeccionismos? Sim John leva seus projetos ao limite do que imaginou em termos de performance, e no seu conceito de que caixas devem soar por inteiras e não apenas a sonoridade dos falantes e do crossover. A beleza do hi-end está justamente (no meu modo de ver) em ter múltiplas escolhas e caminhos, pois o ser humano é justamente assim. Essa pluralidade é que nos permite ir sempre mais além.

No desenvolvimento da DeVore O/96 (permitam-me abreviar), além de sua alta eficiência (96dB), ele desejava uma caixa que fosse bastante amigável e que nunca descesse abaixo de 8 ohms em toda a faixa de frequência. Definido todo o projeto, John apresentou aos seus dealers a caixa, e a resposta de muitos foi: ¨Nunca conseguirei vender esta caixa, com este design”. John então fez um acordo com eles, que se as caixas não vendessem, ele as receberia de volta! Nenhuma voltou e, em apenas 8 meses, a O/96 tornou-se a caixa mais vendida da DeVore!

Todo leitor que participou de nossos Cursos de Percepção Auditiva irá se lembrar da primeira dica que dou para quem quer se aventurar em montar um sistema hi-end: a escolha deve começar pelas caixas acústicas! Pois elas serão a assinatura sônica de seu sistema. Independente da escolha dos cabos e eletrônica, o sistema terá a identidade final das caixas acústicas. E não me venham com a história de que o ideal é escolher uma caixa de sonoridade neutra, pois essa caixa ainda não foi fabricada e provavelmente nunca será! Então a escolha das caixas que mais lhe agradam é o passo inicial correto para quem começará do zero. E é óbvio que a escolha será trabalhosa e necessitará de perseverança e enorme paciência.

E um pormenor essencial, quando achar a caixa ideal: ouça-a com um sistema compatível com o seu orçamento. Pois de nada adianta ouvir a caixa que o seduziu com uma eletrônica muito acima do valor dela!

Quando desembalei a caixa, junto com o Fernando Kawabe (na verdade, com a minha mão no estado atual, só consigo emprestar a mão e o braço esquerdo – então todo o trabalho pesado foi feito pelo Kawabe), o design da O/96 me lembrou de cara as caixas da Audio Note. Muito semelhantes, inclusive no falante de médio-grave de cone azul de ambas. Porém, ao contrário das caixas da Audio Note, que trabalham sempre encostadas à parede, as DeVore precisam de respiro à sua volta para terem a melhor performance possível.

E depois de ouvir a DeVore, diria que as semelhanças entre ambas acabam realmente no design! O seu criador descreve sua criatura da seguinte maneira: “ Uma caixa em que o essencial é a musicalidade e precisão para amantes de amplificadores valvulados de baixa potência. Um falante de 10 polegadas com cone de papel faz o trabalho no médio-grave e um tweeter de cúpula de seda com um poderoso sistema de motor de imã duplo trabalha as altas frequências”. Defensor de um par de plugues apenas, a DeVore tem as seguintes especificações, segundo o fabricante: 96dB de sensibilidade (há controvérsias em relação a esta sensibilidade, pois John Atkinson da revista Stereophile não a confirmou, para ele ficando mais próximo de 92dB – eu concordo com ele, pois em todos os amplificadores que utilizei, em comparação com a minha Kharma que tem uma sensibilidade de 91dB, segundo a Kharma, os volumes foram muito próximos, e isso não ocorreria se a DeVore tivesse realmente 96 dB) e a resposta de frequência é de 25Hz a 31kHz.

Seu gabinete utiliza uma placa defletora de bétula (onde estão afixados seus falantes) e dois tipos de MDF são usados para o restante, sendo um para o painel traseiro e outro para a parte superior e inferior e laterais. Os plugs são Cardas de puro cobre e o crossover (não especificado pelo fabricante) é baseado no circuito da Gibbon, e é proprietário da DeVore. As caixas são ligadas por baixo, por isto a necessidade dos pedestais proprietários para a realização da ligação, e no painel traseiro dois dutos em paralelo, na parte de baixo do gabinete, foram colocados. O gabinete, com o simples toque do nó dos dedos, nos permite ver que realmente as densidades do MDF e do painel frontal, soam diferentes. A frente soa mais seca, atrás um pouco menos, e nas laterais mais vivo.

Para o teste utilizamos os seguintes equipamentos. Amplificadores: power Air Tight 300B (leia teste na edição de junho/2019), Cambridge Audio Edge e Hegel H30. Pré-amplificadores: Dan D’Agostino e Edge da Cambridge Audio. Fontes digitais: MSB Select DAC (leia teste na edição de junho/2019), dCS Vivaldi (clock e DAC) e nosso sistema dCS Scarlatti. Cabos de caixa: Nordost Tyr 2, Frey 2 (leia teste 4 nesta edição) e Sunrise Lab Quintessence. Cabos de interconexão RCA: Nordost Frey 2, Sunrise Lab Quintessence e Sax Soul Ágata 1. Cabos XLR: Transparent Opus G5, Sunrise Lab Quintessence e Sax Soul Ágata 2. Fonte analógica: pré de phono Boulder 508 (leia teste 2 nesta edição), toca-discos Basis debut IV, braço SME Series V, e cápsulas Clearaudio Stradivarius Mk2 e Transfiguration Protheus.

A DeVore O/96 veio com apenas 50 horas de amaciamento. Em todos os fóruns falam em, no mínimo, 480 horas para se começar a colocar a caixa em ordem para audição, alguns falam em 800 horas! Então, assim que fizemos nossa primeira audição, começou o longo processo de queima inicial de 250 horas para então realizarmos as primeiras anotações.

Com 50 horas, o palco é baixo como se os músicos estivessem tocando sentados, os graves são engessados e os agudos não possuem nenhuma extensão. É uma chuva de médios bidimensionais na sua cara. Então qualquer desavisado que ouvir esta caixa com 50 horas de queima, irá fatalmente descartá-la de imediato. Os seus fãs (que estão em todos os continentes) irão lembrar que, como um bom vinho, quanto mais velho melhor! E posso garantir que eles estão certos, com instrumentos musicais ocorre o mesmo fenômeno – aqui em casa meu filho tem um violão Fender e um Di Giorgio, e ambos mudaram muito quando amadureceram (felizmente para melhor).

O Fender, por mais de um ano possuía um som embotado que parecia não melhorar, nem com a escolha de cordas mais caras. Já o Di Giorgio tinha um som mais aberto e projetado desde quando chegou. E fosse com qualquer encordoamento, esta característica sempre se mostrou presente. Com quase dez anos de vida, ambos possuem uma assinatura sônica muito mais próxima. O Digiorgio pouco mudou e o Fender cresceu exponencialmente! Abriu, ganhou corpo, maior presença mesmo em pianíssimo e tornou-se o violão da casa (todos preferem sua sonoridade, mais equilibrada e quente!). Boas caixas acústicas sofrem o mesmo processo, então é preciso que os desavisados ou os ‘desesperados.com’ levem isto em consideração ao escolher uma caixa zero, pois como diz o ditado popular: “quem tem pressa, come cru”.

Com 250 horas, quase nada mudou. Um pouco mais de profundidade, largura no palco mas, nada dos músicos tocarem em pé! Os graves começaram a encorpar, mas não o suficiente para ouvir obras com baixo elétrico ou órgãos. Os agudos começaram a apresentar maior extensão, porém nada que animasse a ouvir obras sinfônicas. Tomei então uma atitude radical, e deixei as DeVore queimando por 400 horas. Enquanto isso, finalizei o teste do Select, pois o tempo com este aparelho tinha data e hora para terminar.

Finalmente, com o Air Tight 300B também já devidamente amaciado, coloquei-os para tocar em conjunto (o vídeo da DeVore foi feito exatamente com 408 horas de queima). Finalmente a altura veio, as extensões nas duas pontas apareceram e pude iniciar o teste do 300B e começar a entender as características sonoras da O/96. É uma caixa que requer muito cuidado com o posicionamento, e concordo com muitos de seus usuários que lembram que é uma caixa que necessita de respiro a sua volta para soar corretamente. Na nossa sala, dependendo do amplificador ligado à ela, as distâncias entre as mesmas e as paredes laterais e as costas da caixa, mudaram substancialmente. Com o 300B, o melhor resultado foi com elas a 3 metros uma da outra (de tweeter à tweeter), e 1,90 m da parede às costas das caixas, e com um pequeno toe-in apontado para o centro da sala. Com o Edge, de 100 Watts por canal em 8 Ohms, foi possível deixar as caixas mais distantes entre si (3,40 m) e com menos direcionamento para o centro da sala e 1,70 m da parede às costas delas. E com o H30 foi possível reposicionar a caixa abrindo mais, apontando menos para o centro, e a mais distante da parede às costas (1,95 m). Porém, a caixa se mostrou merecedora da queima bem mais longa, ‘florescendo’ totalmente após 600 horas de queima! Aí sim, pudemos conhecer todos os seus atributos sonoros.

É uma caixa que possui uma transparência invejável, e capaz de reconstruir todo tipo de microdinâmica existente na gravação. Sua região média é de uma apresentação física impressionante, e cantores e solos de instrumentos se materializam com enorme facilidade, seja nas gravações tecnicamente mais produzidas ou naquelas em que o engenheiro de gravação não comprimiu ou equalizou. Os graves, depois da caixa integralmente amaciada, possuem velocidade, peso e muito bom corpo. Falta-lhe aquela energia visceral, capaz de sentirmos o deslocamento de ar mas, convenhamos, nenhum amplificador de 8 Watts de potência oferece essa possibilidade.

Mas, para tirar a prova dos nove, tirei o 300B de 9 Watts e coloquei o Edge de estado sólido de 100 Watts. O grave está lá, mas nas passagens macrodinâmicas ele é muito mais comedido que em nossa caixa de referência, que desce a 22 Hz. A região alta é bem apresentada, com excelente extensão, naturalidade e decaimento. Senti pouco de corpo nos pratos de condução, mas nada que desabone a performance da O/96. Entendo o motivo do seus fãs sempre lembrarem de seu alto grau de musicalidade. E certamente parte dessa performance se encontra na apresentação das texturas, que são sempre muito naturais e precisas. Dá para observar tranquilamente a qualidade do instrumento, a captação e a virtuosidade do músico. Ouvi diversas obras de quartetos de cordas, música à capela e obras com instrumentos de época, e a O/96 se mostrou magistral na apresentação destes exemplos.

Você pode passar horas e mais horas sem nenhum resquício de fadiga auditiva! Os transientes também são excelentes, com enorme precisão e ritmo. Ouvi diversas obras de piano solo e percussão e a DeVore se saiu muitíssimo bem. O soundstage, tanto em relação a foco e recorte como os planos, dependerá muito do posicionamento das mesmas na sala. E quanto mais próximas entre si, menor será a sensação de planos entre os naipes, altura e profundidade. E, ao contrário, se elas puderem trabalhar mais distantes, os planos, foco e recorte serão muito mais precisos. O mais delicado será sempre conseguir a altura correta e, mesmo depois de inúmeras tentativas com os três amplificadores e com os cabos de caixa, a altura foi sempre ligeiramente mais baixa do que estou acostumado tanto com a Kharma (que não é uma coluna alta) como com a Dynaudio Evoke 50 que estamos testando. Isso parece um detalhe de gente chata, mas em audições com voz a altura pode fazer uma grande diferença em sistemas Estado da Arte em que desejamos enganar nosso cérebro.

A macrodinâmica da DeVore será uma com um amplificador valvulado de baixa potência e outra bem diferente com um amplificador de maior potência. Para ser honesto com você leitor, para este quesito, montei o power Audio Research VT80SE que está entrando em teste, mas que já está amaciado ou quase que completamente (280 horas), que dá 75 Watts. No quesito macrodinâmica, tivemos um comportamento da DeVore com o 300B e outro completamente distinto com o VT80SE. Para o meu gosto, se tivesse esta caixa, e minha opção fosse por um valvulado, escolheria sem pestanejar o VT80SE com válvulas KT150. Principalmente pelo meu gosto musical ser tão eclético.

Fica aqui a dica. Se gostas de audições com volumes mais próximos do real, e tens uma vasta coleção de obras clássicas ou de Big Bands, a DeVore se sentirá muito mais à vontade com um valvulado de mais potência.

O corpo harmônico dos instrumentos é muito bem apresentado na DeVore, principalmente em analógico. Ouvi uma dezena de gravações de jazz dos anos 50 e 60 e fiquei muito impressionado com a capacidade da O/96 reproduzir de forma fidedigna saxofone, contrabaixo, vozes, trombone, etc.

E a organicidade (materialização física do acontecimento musical) se deu de forma exemplar nas gravações tecnicamente bem produzidas.

CONCLUSÃO

A DeVore Orangutan O/96 é um sucesso desde o seu lançamento, e conquistou diversos prêmios internacionais e segue sendo uma das caixas preferidas de quem tem eletrônica Shindo, Audio Note, Ongaku, Air Tight etc. Suas virtudes e compatibilidade confirmam que as caixas da DeVore Fidelity foram feitas sob medida para os usuários dessas marcas. Com o Air Tight 300B pudemos ter uma ideia do motivo deste sucesso, com audições intimistas, repletas de calor, naturalidade e musicalidade.

Porém a DeVore fica refém das limitações desses amplificadores de baixa potência, não podendo (na minha opinião) mostrar todo seu arsenal de qualidades. Com amplificadores de ao menos 50 Watts por canal, creio que muitos descobrirão mais virtude ainda, como uma maior veracidade nas escalas dinâmicas, maior peso em gravações que exigem maior energia e deslocamento de ar como: órgão de tubo, solos de bateria, as duas últimas oitavas da mão esquerda no piano, etc. Pois com a melhora estrondosa na captação de uma nova geração de microfones, esta é uma realidade já revelada nas gravações mais contemporâneas e que todo audiófilo e melômano deseja ouvir.

Pegue, por exemplo, as mais recentes gravações do saxofonista James Carter e o leitor terá uma ideia exata do que estou afirmando. E a DeVore O/96 possui condições de reproduzir essas gravações com méritos, desde que esteja ligada a um amplificador mais musculoso! Com um ar retrô, acredito que a DeVore não faz reféns: ou você ama ou odeia. E isso faz parte (cada vez mais) do universo hi-end.

Para quem deseja um som intimista, quente, sedutor e natural, a DeVore é uma das candidatas mais desejadas.

Se você se enquadra neste grupo, não deixe de escutá-la.


Pontos positivos

Uma caixa de boa sensibilidade capaz de tocar amplificadores de baixa potência.

Pontos negativos

Um design retrô que não irá agradar a todos.


ESPECIFICAÇÕES
DescriçãoCaixas bass-reflex de duas vias com pedestal
DriversTweeter domo de seda de 1 polegada, woofer de cone de papel de 10 polegadas
Resposta de Frequência25 Hz a 28 kHz
Sensibilidade96 dB/W/m
Impedância10 Ohms nominal, 8.75 Ohms mínimo (em 200 Hz)
Dimensões (L x A x P)460 x 910 x 310 mm (incluindo pedestais)
Peso 25 kg

CAIXA DEVORE FIDELITY ORANGUTAN O/96
Equilíbrio Tonal 10,5
Soundstage 10,0
Textura 11,5
Transientes 10,0
Dinâmica 9,0
Corpo Harmônico 10,0
Organicidade 10,0
Musicalidade 12,0
Total 83,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
Teste 1: CAIXA DEVORE Fidelity ORANGUTAN O/96



KW Hi-Fi
(48) 3236.3385
US$ 18.000

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