Opinião: DIFERENÇAS AUDITIVAS ANULAM O CERTO E O ERRADO NO AJUSTE DE UM SISTEMA DE ÁUDIO?
agosto 16, 2019
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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Discípulo de Ustad Aashish Khan – que é filho de Ustad Ali Akbar Khan, neto de Ustad Alaudin Khan e sobrinho de Pandit Ravi Shankar – Krucis Khan desde 1982 dedica-se aos estudos do sitar e do canto dos harmônicos da voz da tradição Sufi. Em 1992, fundou o grupo Sangeet, com a cantora Ratnabali Adhikari, sendo o primeiro a divulgar a música clássica e folclórica da Índia no Brasil. Em 1997, por ocasião do 50° Aniversário da Independência da Índia, foi homenageado pelo Governo Indiano por seu talento e pelo trabalho de divulgação da música clássica indiana no Brasil. Krucis Khan apresenta-se em teatros, centros teosóficos, SESCs, Instituto Moreira Salles, centros de yoga, igrejas, spas, escolas de música e outras instituições por várias cidades brasileiras com recitais, workshops e vivências. Participou, em parceria com a cantora Meeta Ravindra, do lançamento do livro GHANDI – Autobiografia, no SESC Pompéia em São Paulo e do evento Yoga sem Fronteiras, no Rio de Janeiro, entre outros. Participou do Yoga pela Paz por três anos consecutivos, do projeto Índia Brasil
Mangalam, dos Festivais Internacionais de Trovadores e Repentistas em Quixadá e em Quixeramobim no Ceará, do Projeto Música Inteligente no Teatro Frei Caneca em São Paulo, a convite do Maestro Júlio Medaglia, com participação do guitarrista Andréas Kisser do grupo Sepultura, e do encerramento da Teia da Paz, em Curitiba, durante a visita de Sua Santidade, o Dalai Lama, entre outros eventos. É convidado a tocar junto com músicos de rock, MPB e world music, como Sergio Dias Baptista dos Mutantes, Heraldo do Monte do Quarteto Novo, Andréas Kisser do Sepultura, Patrulha do Espaço, Tutti Frutti, entre vários outros.
Em 2012 e 2013, Krucis Khan realizou apresentações em residências e centros de yoga na cidade de Montreal, no Canadá, tais como Transformation Yoga, Sattwa Yoga Shala – Yoga With Live Music, Lulu Lemon Meeting, Diwali – Festival das Luzes da Comunidade Hindu de Bangladesh em Montreal, Centre Yoga Plus, Festival Internacional de Dança de Contato, Equilibrium Yoga (com o cantor Stephane Boisjoli e com o tablista Olivier St. Pierre) e Sivananda Yoga Center – parceria com Reseau Vox Populi TV Montreal. Ainda em Montreal, realizou concertos no restaurante indiano Tabla e no centro sufi Naqshband, com a cantora e alaudista Shams Al-Habib e o percussionista Kattam. Em 2013, com a terapeuta Mara Cristina Greselle, fez o Workshop de Massagem Thai ao Som do Sitar, na Comunidade Monte Crista, em Garuva, Santa Catarina, e participou da apresentação Índia-Brasil no Centro Cultural Indiano de São Paulo e do Festival de Inverno Doce Vale, ambos em parceria com o tablista Edgard Silva.

Como começou seu contato e descobrimento da música?

O contato com a música começou na minha infância, ouvindo rádio em ondas curtas onde captava música indiana, árabe e até canto gregoriano.

Quando e como você soube que iria ser músico profissional?

Comecei, em 1998, a me dedicar profissionalmente à música clássica indiana.

Fale-nos sobre como foram seus estudos formais e informais de música, de sua formação como artista.

Estudei por dois anos na Fundação das Artes em São Caetano do Sul. O estudo de música começou com a música clássica indiana.

Como se dá seu trânsito e sua convivência com vários gêneros musicais, desde o clássico e a música brasileira até o rock?

Recebi bastante influência do rock, do canto gregoriano, da música clássica ocidental, da música brasileira e, especialmente, das que são ligadas a raízes e temas folclóricos.

Fale-nos um pouco sobre o trabalho que você tem desenvolvido em Montreal, no Canadá.

Em Montreal pude viver a experiência de tocar com músicos de várias partes do planeta e com outros músicos que se dedicam aos estudos da música clássica indiana.

Gravar é mais importante do que apresentar-se ao vivo? Qual realiza melhor o processo criativo do músico?

As duas versões têm a sua importância. No estúdio, podemos concretizar ideias e deixá-las de um modo estático. No palco, podemos desenvolver mais as ideias que foram gravadas nos CDs, tornando a música mais viva.

Conte-nos sobre essa profunda ligação entre música, religião e cultura da Índia.

Lá, a música e a espiritualidade caminham de mãos dadas. Com a espiritualidade pode-se entender mais a cultura ancestral que permeia essa música maravilhosa.

Fale-nos um pouco sobre o sitar, a música clássica indiana e o raga.

O sitar é um instrumento do século XIII concebido, de acordo com a história, por Amir Khursro, um poeta hindo-persa pertencente à corte do Imperador Allaudin Kilji. É um instrumento que ainda está em fase de transformação. Raga é o nome que se dá a cada peça musical da música clássica indiana. A palavra raga significa ‘cor’ ou ‘emoção’. Ao interpretarmos um raga, estamos trabalhando também o nosso campo emocional, mexendo com a nossa natureza interna, bem como a natureza ao nosso redor, já que essas peças são tocadas e interpretadas em diferentes partes do dia e da noite, das estações do ano, do clima, do humor do intérprete etc. Tocar um raga fora do horário destinado é como fazer uma oração sem apelo.

Quem são seus ídolos e inspirações no mundo da música e fora dele?

Meus ídolos e inspirações no mundo da música são o meu guru Ustad Aashish Khan, Pandit Ravi Shankar, Baba Alaudin Khan, Ustad Ali Akbar Khan, Pink Floyd, George Harrison, Jackson do Pandeiro, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga, Zakir Hussain, Moody Blues, o grupo Oregon e o grupo maior de fusão: Shakti. Fora dele, me inspiro nas pessoas que influenciaram o mundo da música e, algumas delas, que possuem um trabalho social, que auxiliam outras pessoas necessitadas, como vítimas de guerra e outras.

Como o Krucis Khan vê o seu futuro?

O futuro é formado pelo meu presente: se estou atuando bem e com boas intenções hoje, agindo com atenção, o futuro será promissor. O que eu vibro hoje repercutirá no amanhã. Somos o que fomos e seremos o que somos.

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