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Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

Há cerca de dois anos, a Bowers & Wilkins lançava o fone de ouvido sem fio modelo PX, seu primeiro fone de ouvido Bluetooth com cancelamento de ruído ativo. Foi um feito e tanto, já que logo na primeira tentativa a B&W conseguiu um design bastante sofisticado unindo materiais nobres, encaixes perfeitos, sem detalhes passando despercebidos e uma tecnologia de cancelamento de ruído que até então era nova para ela.

Geralmente o cancelamento de ruído costuma dar muita dor de cabeça, até para quem domina a tecnologia há bastante tempo, pois não basta desenvolver bem a tecnologia, é preciso implementar de maneira integral cercando todos os detalhes no que diz respeito à experiência do usuário, e a marca inglesa assim o fez. Pensando em todos estes desafios vemos que o sucesso da B&W muito se deve à paciência com que tocou o projeto: ela não se deixou afobar por uma fatia de mercado, aguardou o amadurecimento da tecnologia sem fio e, penso eu, a nova geração do Qualcomm aptX HD, possibilitando que um produto alcançasse o nível Hi-Res de verdade, não só por suportar taxas 24-bit/48 kHz, mas também por melhorar e muito a relação sinal/ruído para streaming de música.

Toda esta espera para conceber um produto com qualidade sonora à altura da marca B&W, balançou o mercado Premium de fones sem fio e fez da marca inglesa um ponto de referência em design, funcionalidade e qualidade de reprodução para muitos de seus concorrentes.

Agora, após dois anos do PX, a B&W lança o PX7, que é mais que uma simples evolução do modelo sem fio topo de linha da marca. Representa um verdadeiro salto em relação ao antigo PX. Ele exala tecnologia e, como aconteceu com o primeiro modelo a B&W, sai na frente com o aptX Adaptive, a tecnologia Bluetooth de última geração da Qualcomm que combina a capacidade de 24-bit/48 kHz do aptX HD com os benefícios do aptX Low Latency (sincronicidade aprimorada do conteúdo de áudio e vídeo entre sua fonte e fones de ouvido).

Visualmente, o PX7 está ainda mais próximo das caixas acústicas da marca: as conchas são envolvidas com o mesmo tecido que cobre os tampos dos alto-falantes das caixas acústicas bookshelf e torre da marca. Um mimo que confere ao PX7 uma textura inconfundível, nos transportando ao passado glorioso da marca que nos conecta intimamente aos modelos mais famosos da B&W. Nada mais justo, já que o PX7 foi desenvolvido pela equipe que desenvolve as caixas acústicas.

O arco e suporte das conchas, que eram de alumínio, agora são feitos de um compósito em fibra de carbono. Mais leve e mais resistente que os materiais comumente utilizados em fones Premium. Este material, além de conferir maior rigidez mecânica, também atenua as vibrações espúrias do conjunto do drive, melhorando o equilíbrio tonal e o silêncio de fundo. Este sem dúvida é um diferencial tecnológico e tanto na corrida para deixar seus principais concorrentes para trás.

A fiação não está aparente como no PX original, agora fica escondida na haste. Por falar nela: como todo o conjunto, haste e concha são feitas do compósito de fibra de carbono – o ganho em cancelamento de ruído passivo é bastante evidente, um dos melhores dentre seus concorrentes. Isto por si só gera um conforto auditivo bastante elevado. O sistema ativo apenas complementa nos dois principais modos: baixo e automático – e, no modo alto, o silêncio é absoluto!

Os drivers de 45 mm com inclinação direcional se ajustam de maneira eficaz garantindo que nenhuma freqüência se perca durante a audição. Com isso, a sensação de amplitude do palco sonoro fica ainda mais envolvente.

A duração da bateria agora é de 30 horas. E seu carregamento é do tipo fast, podendo recarregar cinco horas em apenas 15 minutos.

O estojo do PX7 é de casco duro e tem um apelo vintage muito bonito, e a textura do tecido faz parecer um produto feito à mão. Dentro existe um compartimento para o cabo USB-C e o cabo P2 que acompanha o fone. Caso a bateria acabe, a diversão poderá continuar.

É curioso ver como tendências nos fazem seguir em manadas em busca de algumas modinhas. A B&W não quis dar ao PX nem ao PX7 articulações a mais que as tradicionais encontradas em excelentes fones do tipo aberto. Isto para mim soa como personalidade, e não como um atraso em relação aos seus concorrentes. Afinal de contas, quem tem espaço na mochila para um fone super articulado dentro de um case, tem espaço para o case de um fone tradicional, já que a diferença entre eles não costuma passar de oito centímetros.

Se for para falar de algo realmente incômodo, então vamos falar dos botões da concha direita, que estão maiores e que continuam em uma posição que é impossível não esbarrar neles enquanto posiciona o fone na cabeça. Em compensação, está mais fácil acertar o botão certo, acabou aquele desespero na hora de atender uma ligação procurando o botão correto. Por falar em ligação, o PX7 é de longe o melhor que já testei neste quesito. Não se ouve o retorno da própria voz nem os barulhos externos como se tivesse super audição biônica. Ouve-se apenas a voz do interlocutor, e a nossa própria voz de maneira bastante natural, não como um retorno de show.

Dentro da concha encontra-se a identificação do lado esquerdo e direito do fone. Com isto acabam os temores dos donos do PX que ficavam procurando qual lado era o direito ou esquerdo.

Algumas funções embarcadas inicialmente no PX continuam nesta nova versão. A muito bem-vinda função de pausar a música quando se retira o fone da orelha, e retomar a música quando a concha é recolocada, continua lá. Não sofreu alteração. Em time que está ganhando não se mexe!

O aplicativo da B&W funciona em total sincronismo com o fone: nele é possível configurar ganhos e os modos cancelamento ativo de ruído, Ambient Pass-through, conexão com um ou mais aparelhos pareados, Soundscapes (sons temáticos e relaxantes), e as configurações como nome do fone, atualizações de software e etc.

COMO TOCA

Para o teste utilizamos os seguintes equipamentos. Fontes: Astel & Kern modelo Kann, Sony Walkman NW-A45, Smartphone Samsung A7 (2018) e Samsung S10+, iPhone 8 Plus.

O fone chegou lacrado. Após retirar da embalagem e ligar, pareá-lo é extremamente fácil. Basta manter pressionado o botão ligar por alguns segundos e o fone aparecerá na tela do seu aparelho.

O PX7 impressiona assim que se coloca nos ouvidos. O silêncio que as conchas trazem são um caso à parte, mais silencioso que alguns fones top no modo baixo cancelamento de ruído.

Decidi iniciar as audições assim, sem ligar o cancelamento de ruído. Devo dizer que, em casa, não se fez necessário o uso do dispositivo, as conchas por si só davam conta de isolar perfeitamente o barulho externo – e olha que moro próximo de duas avenidas super movimentadas de São Paulo.

Falando de música, a primeira audição é bastante relaxada, o palco já se forma com ótima espacialidade e bom foco e arejamento. Após 80 horas de amaciamento os timbres se tornam mais fiéis e as texturas dos instrumentos de corda como violoncelo e violão, e os de madeira como saxofone, ficam encantadoras.

Neste tipo de fone, os celulares são uma ótima pedida, mas não dão conta do recado, eles não possuem refinamento necessário para mostrar toda a beleza da música, mesmo assim o fone trata aparelhos menos reveladores com extremo cuidado, não deixando que o equilíbrio tonal despenque a ponto de tornar irritante qualquer audição acima de uma hora de uso. Muito pelo contrário, fiz todo o amaciamento do fone com o Samsung S10+ e as audições passavam fácil das 2 horas contínuas sem qualquer fadiga auditiva por conta de falta de equilíbrio tonal. Estão lá os timbres, os decaimentos e todas as sutilezas e intencionalidades contidas nas músicas. Dos solos de contrabaixo ou saxofone, à vozes femininas sedosas e cheias de ar. Tudo parece estar em seu devido lugar.

Como diz o amigo Ulisses: “O que estraga o bom é que tem o ótimo”. Quando utilizamos o Sony Walkman e o Kann, aí sim a coisa fica séria, as audições passam de muito boas para maravilhosas: as músicas ganham peso, ganham decaimentos mais longos e micro-detalhes vêm à tona com enorme facilidade.

Os músicos se agigantam e os instrumentos ganham foco e recorte impressionantes, melhorando significativamente o palco sonoro.

A região médio-grave se encaixa melhor e a transição dos graves para os médios se torna mais progressiva, nos dando a possibilidade de desfrutar mais de músicas complexas, principalmente de orquestras densas. Gostaria que o fone fosse um pouco mais rápido, que tivesse transientes mais consistentes e que a região grave fosse um pouquinho mais solta Ela escorrega bem, tem um ótimo degradê, mas falta um tiquinho de fluidez para ficar perfeito. Isto fica bastante evidente com contrabaixos elétricos e no disco da Dominique Fils-Aimé – The Red faixa 1, fica bem escancarado. Tá… estou sendo exigente demais, se tivesse isso não seria mais um fone fechado, não é mesmo? Mas que seria bom isso seria. Mesmo assim, o PX7 se mostra bastante equilibrado principalmente na questão dos excessos. Diferente do Sony XB900 (que não é seu concorrente direto) que tem no extra bass o seu ponto forte, no PX7 o ponto forte é o equilíbrio entre freqüências, tornando-o um fone que não escolhe qualquer estilo musical.

É possível perceber que a região média anda sempre no fio da navalha, beirando a invadir outras freqüências, mas nunca sendo inconveniente. Neste ponto se parece bastante com as caixas acústicas da marca, sempre nos mostrando vozes com uma luz muito bonita. Diana Krall – Narrow Daylight fica espetacular! Os detalhes de intencionalidade do violão e a suavidade da vassourinha nas peles e pratos nos transportam para um mundo à parte. A voz da Diana Krall soa iluminada e na temperatura certa.

Detalhes pequenos não capturam nosso cérebro como uma armadilha, tirando o foco do todo. As coisas tendem a se manter em seus lugares e com seu grau de importância na música preservado. Isto é algo raro em fones, principalmente em fones Bluetooth.

CONCLUSÃO

A B&W novamente acerta em cheio na atualização da linha PX. O PX7 é um fone espetacular e completamente alinhado com a filosofia da marca. Certamente agradará e muito aos donos de caixas B&W e ainda mais a quem tem gosto eclético que procura um fone equilibrado e revelador.


Pontos positivos

Confortável de usar. Extremamente musical. Feito com materiais duráveis.

Pontos negativos

Poderia ser mais leve. O veludo das almofadas atrai bolinhas de pelo das roupas.


ESPECIFICAÇÕES
Sistema acústicoAberto
DiafragmaControle de movimento de várias camadas (LMC)
Resposta de frequência5 Hz à 40 kHz
Impedância30 Ohms
Tipo de magnetoNeodímio
Entrada máxima de corrente500 mW
Sensibilidade100 dB @ 1mW
Diâmetro do altifalante50 mm
Distorção<0,1% THD
TipoDinâmico
HEADPHONE BLUETOOTH COM CANCELAMENTO DE RUÍDO B&W PX7
Conforto Auditivo 10,0
Ergonomia / Construção 9,5
Equilíbrio Tonal 9,5
Textura 10,0
Transientes 10,0
Dinâmica 9,5
Organicidade 9,5
Musicalidade 10,0
Total 78,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
DIAMANTERECOMENDADO



Som Maior
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R$ 4.190

1 Comment

  1. José Carlos disse:

    Muito feliz por encontrar essa matéria hoje aqui no Google.
    Parabéns

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