Editorial: GABINETES DE CAIXAS ACÚSTICAS DEVEM SER VIVOS OU RÍGIDOS?

SONY BRASIL ANUNCIA TVS COM SELO “IDEAL PARA O PLAYSTATION 5” E RESOLUÇÃO DE ATÉ 8K
agosto 16, 2020
Espaço Aberto: FATO OU FAKE
setembro 16, 2020


Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Eis uma pergunta recorrente aos longos de todos os anos, feitas por nossos leitores. Fizemos até algumas matérias técnicas tentando explicar as vantagens e desvantagens de cada proposta, mas parece que essa discussão não terá fim tão cedo. Afinal, o mercado hi-end está repleto de excelentes caixas acústicas que defendem com méritos, ambos os caminhos. No entanto, devo alertar aos novos leitores, que caixas acústicas nos nossos 24 anos de vida foram os produtos mais abortados (do total de devolução de produtos enviados para teste, 63% foram caixas acústicas), e desses, as caixas com gabinetes vivos ganham disparado em relação aos gabinetes rígidos. Claro que temos que levar em conta que os gabinetes mais finos e simples predominam nos produtos de entrada, e isso certamente deve ser levado em consideração em nossas estáticas, e geralmente os gabinetes mais rígidos são utilizados em caixas de maior valor (pelo próprio custo do material). E, na minha opinião, só existe um jeito de verificar se a caixa (independente do seu gabinete), é correta ou não: ouvindo. Na audiofilia testes objetivos só dizem uma parte do que é o produto, a parte essencial quem vai avaliar é o consumidor (seja ele experiente ou não). Pois, como no caso dos gabinetes de caixas, nos testes de laboratório é comum produtos com excelente resultado soarem ruins, assim como o inverso também é possível (testes ruins de laboratório e o produto ter um desempenho magnífico). Um exemplo que sempre me vêm à cabeça é de um pré de phono da Shindo, que o revisor Art Dudley adorou e o colocou entre seus prés de phonos preferidos, e que no teste de laboratório teve resultados abaixo do aceitável! Isso mesmo, amigo leitor, os testes de laboratório foram contundentemente contrários ao que a avaliação subjetiva percebeu. Voltando aos gabinetes de caixas acústicas, tenho a mania desde a minha infância de fazer o teste de gabinete com o nó dos dedos. Uma mania que se tornou um “tique” em mim. Então toda caixa que chega a nossa sala de testes, lá vou eu, antes mesmo de ligá-las, realizar o teste e tentar decifrar se aquela caixa soará ou não decentemente. Eis um teste que mais acertei do que errei. Geralmente se o gabinete for muito vivo, e ele “soar” em frequências diferentes nas laterais para as costas da caixa, haverá problema de ressonância, interferindo ora na região grave, ora nos médios. Já as caixas com gabinetes ultra rígidos em sua totalidade, a ressonância geralmente irá soar na região média. O legal é que, quando o fabricante é muito competente, ele consegue “driblar” este problema no crossover ou com características físicas no cone do falante. E se o fabricante não tiver este grau de conhecimento, os problemas serão inevitavelmente audíveis. E se forem muito evidentes, irão aparecer no equilíbrio tonal e aí não nos resta outra opção, a não ser abortar o teste! Então só posso dar um conselho à você, que irá em breve realizar um upgrade nas caixas acústicas: fique atento às especificações técnicas, para ver se haverá um bom casamento com o seu power (sensibilidade da caixa), certifique-se que seu power não irá “engasgar” caso a caixa desça abaixo de 2 Ohms em determinadas frequências e se a resposta dos graves da caixa, sua sala sem tratamento acústico aceita. Feita a avaliação das especificações técnicas da caixa, vem o mais importante: ouça-as com os seus discos e, se puder, na sua sala com o seu sistema. Se você perceber que, ao aumentar o volume, determinadas frequências ressoam mais do que deviam, alterando o equilíbrio tonal, desconfie do gabinete, que pode ser muito vivo. E, caso os graves pareçam estar embotados e muito secos em gravações que você sabe que os graves não soam dessa maneira, desconfie que o gabinete pode ser rígido demais. Escrevi este editorial em respeito aos onze leitores que mandaram essa mesma dúvida em uma única semana. Talvez os esclarecimentos possam ser úteis a todos que estão pensando em fazer um upgrade de caixa.

Nesta edição testamos um pré minimalista da Shindo, e o batizei de “joia rara”. Também testamos um condicionador que irá revolucionar os dispositivos de limpeza de rede elétrica. Testamos o streamer Azur 851N da Cambridge Audio, com uma performance digna dos prêmios internacionais conquistados, o Project Stream Box S2, que pode perfeitamente ser o streamer de entrada de muitos que querem melhorar seu setup digital, e o cabo de caixa da Feel Different FDIII, que fará a alegria de inúmeros leitores que aspiram um cabo Estado da Arte Superlativo custando 2.000 dólares!

Se cuidem, sejam firmes e não percam as esperanças – podemos e devemos seguir em frente!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *