Editorial: GABINETES DE CAIXAS ACÚSTICAS DEVEM SER VIVOS OU RÍGIDOS?
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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Nunca vivemos uma epidemia tão intensa de informações falsas, em todos os segmentos. Se abrirmos a guarda, e não checarmos todo o tipo de informação que recebemos nas mídias sociais, corremos o risco de, em questão de dias, estar completamente “avessos” à realidade.

Eu tomei uma atitude radical: textos sem assinatura, daqueles que acabam com o: “divulguem para o maior número de pessoas”, nem perco meu tempo em ler, assim como os que citam uma enormidade de números, estatísticas e informações sem fontes confiáveis e, por último, os vídeos no YouTube de “formadores de opinião” totalmente desconhecidos e que nunca ouvi falar na minha vida.

Digo sempre, aos que insistem em me mandar este tipo de material, que não achei minha inteligência e nem meu senso crítico no lixo, para ler e ver tanta insanidade diária.
Interessante que as pessoas que defendem essa “liberdade de expressão” vivem vomitando que as mídias oficiais são só lixo e, no entanto, não conseguem sequer discernir o que estão divulgando, o quanto tem de inconsistente e de mentiras.

O nosso segmento também vive de inúmeros fakes, mas até um tempo atrás o que predominava era apenas a “fofoca” ou mentiras, que tentavam atingir pessoas ou empresas pontualmente. Algumas “colavam” e podiam fazer estragos, e outras eram passageiras, sem grandes estragos.

De uma década para cá, cresceram vertiginosamente as campanhas de denegrir todas as empresas de hi-end que foram vendidas ou se instalaram na China. Como se o simples fato de a produção ter sido transferida para lá, da noite para o dia o produto deixou de ser confiável e bom. Sempre fui extremamente cauteloso com essa questão, pois vi realmente empresas perderem muito do padrão de qualidade e exigirem muito mais manutenção técnica e, outras, que ao contrário se tornaram muito mais competitivas pois conseguiram baratear o produto final e atingir um maior número de consumidores e, ainda, melhorar o nível de performance dos seus produtos.

Então nada pode ser visto de forma definitiva, como as mídias sociais tentam impor e denegrir. E o que mais me choca não é o grau de virulência utilizado atualmente, e sim o grau de estupidez em certas informações e discussões que leio esporadicamente. Pois algumas passam totalmente do limite de “razoabilidade” em termos de informação e conhecimento.
Citarei apenas duas (pois também pincelei no Editorial desta edição): uma muito comum nos fóruns internacionais, à respeito de que todos os powers bem construídos soam iguais e não é possível ouvir diferenças, e uma que um leitor recentemente me questionou, discutida aqui, de que o CD-Player não pode ser considerado uma mídia hi-end por ter sua resposta limitada a 35Hz!

Parece bizarro a qualquer um que tenha uma vivência consistente neste mercado, levar a sério essas duas informações. Mas o fato é que este tipo de “fake” pode criar enorme confusão a quem esteja engatinhando neste hobby.

E como se combate toda essa estupidez?

Com fatos. Procurando questionar de onde ele tirou essa conclusão, qual o seu grau de conhecimento e experiência para defender descalabros.

Calar, baixar a cabeça, só irá dar espaço para que este tipo de informações distorcidas e falsas se propaguem e causem um enorme estrago e confusão.

Fui, por muito tempo, omisso em denunciar esses absurdos, pois acreditava que as pessoas têm a capacidade de aprender e corrigir erros passados. Continuo com minha fé inabalável no potencial humano, mas não posso achar que, por “milagre”, essas pessoas deixarão sua estupidez de lado e irão compartilhar apenas fatos comprovados.

Então, querido amigo leitor, fique atento para não comprar fake por fato.

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