Teste 4: CABO DE CAIXA FEEL DIFFERENT FDIII – SÉRIE 3

Teste 5: PRO-JECT STREAM BOX S2 ULTRA
agosto 16, 2020
Teste 3: NETWORK PLAYER STREAMER CAMBRIDGE AUDIO AZUR 851N
agosto 16, 2020

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Dando sequência aos testes da série FDIII, este mês compartilhamos nossas impressões do cabo de caixa. Como escrevi no mês passado, ao avaliarmos o cabo de força desta mesma série, o que chama a atenção é a qualidade de construção deste fabricante e os cuidados com todos os detalhes. Ao ponto de não parecer, à olhos nus, que o cabo seja feito de forma artesanal e sim de maneira industrial.

Toda a linha FDIII utiliza cobre OFC 99%, cobre OFC 89%, prata 98%, banho de ródio e grafeno (americano) e bitola de 5,5mm. Geometria: Helicoidal e trançada com blindagem dupla. As conexões são WBT NextGen Gold.

O enviado para teste tinha 2 metros de comprimento, e conexões forquilha do lado do amplificador e banana do lado da caixa. Ele nos foi entregue com um pré amaciamento de 25 horas, o que nos permitiu, assim que o set completo chegou, fazer uma audição de 4 horas para as primeiras impressões e, depois, todos os cabos seguiram para a queima de mais 50 horas.

Gosto deste procedimento do fabricante, de já enviar seus cabos com um pré amaciamento de 25 horas, pois isso permite que o consumidor já tenha uma ideia razoável do que está testando. Sabemos que inúmeros audiófilos não acreditam em amaciamento, e outro dia descobri um revisor crítico de áudio australiano que também não acredita – o que deve ser alentador para os que acham isso uma bobagem, saber que um revisor não escuta diferença alguma entre um produto quando zero e depois de 250 horas de queima. Certamente esse revisor não deve ter se deparado com os novos capacitores HD, em que o próprio fabricante indica de 250 a 400 horas de burn-in para o capacitor se estabilizar. Pois ao menos neste caso, ele certamente ouviria as diferenças.

Quanto a cabos, testei alguns que, com uma hora de uso, não mudaram uma vírgula sua assinatura sonora. Outros com apenas 24 horas estabilizaram completamente, para jamais sofrer nenhum tipo de alteração, e muitos que necessitam realmente de pelo menos 100 horas ou mais.

O que percebi, ao longo de todos esses anos, é que não existe uma lógica para tentar determinar se o que influencia a necessidade de queima ou não, esteja na bitola do cabo ou geometria. O que posso afirmar é que cabos com maior bitola sofrem maior estresse mecânico no transporte e na manipulação do cabo (principalmente os de força e caixa), e o ideal é que depois de instalados, fiquem tempo suficiente para eliminar este stress. Feito este procedimento, tenham certeza que muitos ouvirão melhorias consistentes.

A mais contundente é no equilíbrio tonal. Seguida da melhora do arejamento e, consequentemente, dos planos, foco e recorte. Agora, não creiam em milagres, pois se o cabo chegou torto em termos de equilíbrio tonal, não haverá salvação.

Este não foi o caso do cabo de caixa FDIII Série 3, que chegou tocando muito bem logo de cara (serão as 25 horas de burn-in feitas pelo fabricante?). Um excelente equilíbrio tonal com as duas pontas com enorme extensão, velocidade e corpo. E uma região média “palpável” e com excelente detalhamento, microdinâmica, velocidade e corpo.

Estava com o Genuinamente Brasileiro Volume 2 no Scarlatti, quando coloquei o FDIII entre os powers da Nagra e as caixas Wilson Audio Sasha DAW, e a presença das seis vozes no Água de Beber foi notável. A sensação correta de espacialidade entre os seis cantores alinhados, mas com espaço entre eles suficiente para não haver vazamento dos microfones, foi fidedignamente apresentado. Assim como o violão atrás dos cantores e o percussionista.
Costumo muitas vezes ouvir, em diversos cabos de caixa, alturas menores para os cantores que estavam em pé e nenhuma diferença para os instrumentistas (ambos sentados). Ou então as alturas estão corretas, mas a distância entre os cantores não existe, como se estivessem quase tocando um ombro no outro cantor ao lado.

Os céticos devem estar pensando quanto detalhismo deste Andrette – o que interessa saber se as distâncias estão corretas?

A esses, respondo: Estamos falando de uma gravação com apenas 8 elementos (três vozes masculinas, três vozes femininas, um violonista e um percussionista). Se a reprodução espacial desta gravação com apenas 8 elementos estiver congestionada, o que ocorrerá com a reprodução de uma big band ou uma orquestra sinfônica? Ouviremos músicos como se a orquestra estivesse toda dentro de um elevador? Como apreciar os detalhes, intencionalidades, texturas e corpos, com todos engalfinhados, sem nenhum respiro e arejamento?

Durante muitos anos, relevei essas críticas, pois se fosse responder a todas não faria mais nada na vida. E sempre achei que a ignorância pode realmente ser uma benção para muitos. Hoje penso exatamente ao contrário. É importante se posicionar claramente e mostrar que não se trata de nenhuma vaidade ou perfeccionismo. É totalmente factível, em salas acusticamente eficientes, e com sistemas bem ajustados de bom nível, ouvir todos esses detalhes. E o mais importante: permitir que nosso cérebro seja enganado e esqueça se tratar de reprodução eletrônica.

Para quem almeja este objetivo, toda informação será muito bem-vinda. Afinal são dicas valiosas que podem levar o leitor, no seu próximo upgrade de cabo de caixas, querer observar como os cabos tratam essas questões de arejamento, espacialidade, foco, recorte, planos, etc.

Agora, por favor, não espere milagre de um cabo de caixa – se sua sala acusticamente não ajudar e seu sistema não estiver à altura do cabo. Este é outro assunto que dá muito pano pra manga: Elo Fraco. O que posso dizer a este respeito é: se você não identifica o(s) elo(s) fraco(s) do seu sistema, certamente também não ouvirá diferença entre cabos, sala tratada acusticamente e a importância em uma elétrica dedicada. Então não perca seu valioso tempo lendo essa publicação, pois nada que escrevemos aqui lhe ajudará.

Simples assim: eu não perco tempo com nada que não me interesse, pois a vida é realmente uma dádiva e quero utilizar todo o tempo que me resta investindo somente no que é importante para mim e para os que me rodeiam.

O cabo de caixa FDIII, depois deste primeiro contato, recebeu 50 horas de queima e voltou novamente para teste. A “espacialidade” (uma de suas maiores qualidades) ampliou mais ainda, tornando as audições de música com diversos instrumentos muito prazerosas.

Os médios deram a nítida sensação de terem encaixado, fazendo com que as passagens do médio-alto para os agudos ficassem bem mais harmoniosas. Os graves ficaram mais enérgicos, com aquele salutar deslocamento de ar que tanto admiramos em bumbos, tímpanos e órgãos de tubo.

Achamos que ainda poderíamos extrair um sumo a mais, se ampliássemos o burn-in por mais 50 horas! Quando o cabo voltou ao nosso set de referência, observamos melhoras consistentes nos transientes, corpo e organicidade. Os solistas se materializaram à nossa frente, a diferença de corpo entre os instrumentos tornou-se muito mais próxima do real, e a precisão de tempo e andamento se tornou cirúrgica!

O FDIII estava literalmente para repassar todas as 80 faixas utilizadas em nossa metodologia. Uma prova de fogo, só destinada àqueles que se mostram prontos para ingressar no batalhão que sobe ao Pódio!

Foram três meses de audições feitas com nosso Sistema de Referência, com as caixas da série PerformaBe da Revel, Boenicke W11SE (que chegou há 20 dias) , amplificador estéreo CH Precision A1.5, e os integrados Pass Labs Int25, V8 SS da Sunrise Lab, e o pré da Shindo (leia Teste 1 nesta edição). Os cabos foram, na maior parte do tempo, os nossos de referência (Dynamique Apex de interconexão, e Reference Digital da Transparent Audio, e Crystal Cable Absolute Dream, junto com o set completo FDIII de força, digital/coaxial e interconexão/RCA).

Além de casar brilhantemente com seus pares da mesma série, mostrou-se muito compatível com todos os outros cabos, caixas e amplificadores. Sempre ressalto a questão da compatibilidade, pois todo cabo de qualidade precisa ter uma grande “sobrevida” de futuros upgrades. Pois ninguém investe em um cabo de caixa deste valor para ter que descartar o mesmo no próximo upgrade de caixa ou eletrônica.

Afirmo que o FDIII Série 3, possui todos os atributos para ser o cabo de caixa para qualquer sistema Estado da Arte de nível superlativo!

Extremamente refinado, com um grau de equilíbrio entre transparência e musicalidade de quem chegou lá em termos de equilíbrio tonal!

CONCLUSÃO

É dignificante para mim, que defendo o fabricante nacional desde o primeiro instante da revista, ver quanto os projetistas de cabos evoluíram.

São fabricantes que podem perfeitamente atender ao audiófilo
mais exigente e que tenha tido inúmeros cabos importados de
renome.

O FDIII é um cabo excepcional tanto em sua performance como em seu preço. Arrisco dizer que seja uma barganha em termos de custo pelo que toca.

Altamente recomendado!


Pontos positivos

Um cabo de caixa com excepcional relação preço/performance.

Pontos negativos

Absolutamente nada.


ESPECIFICAÇÕES
CondutoresCobre 99% OFC, Cobre 89% OFC, Prata 98%, Ródio (Banho), Grafeno (Americano)
Bitola5,5 mm
GeometriaHelicoidal e trançada
Blindagem2
ConexãoWBT Next Gen Gold
Metragem padrão2 m
CABO DE CAIXA FEEL DIFFERENT FDIII - SÉRIE 3
Equilíbrio Tonal 12,0
Soundstage 13,0
Textura 12,0
Transientes 13,0
Dinâmica 12,0
Corpo Harmônico 12,0
Organicidade 13,0
Musicalidade 13,0
Total 100,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADO DA ARTE SUPERLATIVO



Feel Different
(21) 99143.4227
R$ 11.500 - 2 m padrão

1 Comments

  1. Sérgio Ribeiro disse:

    Obrigado pelo review.
    Já estava namorando estes cabos para meu sistema visto que os amigos que possuem dizem maravilhas dele.
    Diante deste teste e pela confiabilidade da Revista e seus articulistas, resolvi e encomendei os FD3 de Caixa e Rca.
    Abraço

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