Audiofone – Teste 1: FONE DE OUVIDO SENNHEISER HD 560S

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Se tem um mercado altamente competitivo, e que ninguém está dormindo no ponto, esse mercado é o de fones de alta qualidade.

E a Sennheiser, uma das referências desse mercado, vem surpreendendo a cada novo lançamento e, gradativamente, ‘ouvindo’ as tendências e buscando atendê-las sem perder sua identidade sonora. Admiro muito essa postura, pois mostra a ‘personalidade’ e o foco da empresa, que entende o que o mercado deseja, mas não abre mão dos seus princípios essenciais que fizeram dela uma referência em fones.

Por outro lado, para se manter vivo e atuante, concessões precisam ser feitas, como enxugamento de custos, para que o produto se torne competitivo e atraente ao consumidor.

E aí não existe fórmula mágica, o acabamento premium existente nos fones mais top, precisam ser repensados nos fones mais baratos. E aí essas escolhas geralmente são vistas como pontos negativos por muitos revisores.

E fico aqui pensando com os meus botões: o que é mais importante, a performance ou o acabamento?

Então, amigo leitor, em nosso ponto de vista em relação às limitações que qualquer produto analisado aqui, sempre terá maior peso a performance do que o acabamento e ergonomia.

Como todo fone deste fabricante, seu formato busca deixar as orelhas do ouvinte completamente cobertas (ao contrário dos Grado, por exemplo), o que para mim representa um conforto maior e permite mais tempo de uso.

Ele pesa apenas 240 gramas, e para chegar a esse peso soluções tiveram que ser encontradas, como uma estrutura de plástico, e ser pouco moldável para cabeças maiores e mais largas (o que me parece ser um problema de ergonomia). Mas depois de devidamente ajustado, essa sensação de fragilidade desaparece, e olhe que minha cabeça é larga.

Para compensar essa questão de ergonomia, o fabricante colocou almofadas de feltro bem macias, e a haste também possui esse revestimento para não machucar o apoio na cabeça.

A única coisa que me incomodou foi o tamanho do cabo, exageradamente longo, e o adaptador, que é pesado e aumenta ainda mais o cabo. Tirando essa questão, todo o resto até aqui citado achei de menor relevância.

Para o teste, utilizamos os amplificadores de fone do Nagra Classic, do integrado Mark Levinson No.5802 (leia Teste 2 nessa edição), e do Gold Note PH-1000 – além dos celulares da família.

Em relação ao último fone que testamos da Sennheiser, o HD 660S (leia Teste na edição 273), achei que algumas características na sonoridade são muito semelhantes – o que é um baita elogio a este fone, e o coloca como um verdadeiro ‘best buy’.

Ouço de muitos leitores (mais jovens) que reconhecem as qualidades dos fones dessa marca em termos de transparência, detalhamento, conforto auditivo – mas que sempre levantam que falta mais peso nos graves.

E essa observação não vem de hoje, pois tanto que o mundo ao avaliar o HD 800 (meu fone de referência ainda hoje), todos elogiaram os graves do fone, alguns sugerindo que finalmente a Sennheiser havia dado o braço a torcer ao rever essa questão. E acho que para a Sennheiser também foi um ‘divisor de águas’ a enorme aceitação do HD 800, que fica evidente que todas as linhas abaixo estão sendo favorecidas por esses avanços do top de linha.

Agora, não espere que ao ler as inúmeras revisões deste produto, assim como do HD 660S, você vá encontrar coerência, pois as mesmas críticas que li dos graves e agudos do 660S, se repetiram com o HD 560S – como falta mais peso no grave e os agudos não são brilhantes!

Como escrevi no teste do HD 660S, felizmente os agudos não são brilhantes e que bom que o fone não tem ‘sub grave’! Pois se tivessem essas duas características, não seriam Sennheiser, e sim uma falsificação barata de qualquer camelô da 25 de Março.

Ninguém com a história da Sennheiser irá jogar sua reputação no lixo para atender a modismos passageiros. Eu não me incomodo que as pessoas apreciem musicalmente o que desejarem, o que me tira do sério é que existam ‘revisores críticos de áudio’ que não tenham o mínimo de referência musical para escrever e opinar. Pois eles desinformam e, pior, incentivam os jovens a perderem sua audição antes dos 30 anos!

Se isso não é grave, para eu estar mais uma vez criticando essa postura, me desculpe, mas não sei mais o que é importante e correto!
O HD 560S é muito similar ao 660S, tanto em termos de assinatura sônica, quanto em sua construção e ergonomia. Porém, o 660S está mais próximo da linha 800 que obviamente o 560S.

O equilíbrio tonal é semelhante, porém o modelo acima tem mais extensão nas duas pontas, permitindo uma apresentação das ambiências mais fidedigna. Mas o consumidor só notará essa maior extensão em um teste aXb – do contrário, garanto que 90% dos consumidores se darão por satisfeito com o HD 560S!

A região média é muito natural e timbricamente correta. É possível acompanhar cada detalhe de modulação, microdinâmica, sem esforço adicional algum. E os graves, se faltam aquela ‘fundação’ final, são exemplares em termos de inteligibilidade e velocidade.
Pessoalmente, o grave mais comedido, desde que correto, não me incomoda em nada.

O foco e recorte são excelentes, como em todos os fones deste fabricante, sendo possível notar o silêncio em volta dos solistas e aquela apresentação que nos prende a atenção do começo ao fim. Pois muitas pessoas não entendem (principalmente os mais jovens), que quando o silêncio de fundo é excelente, nossa atenção não é forçada. Possibilitando um relaxamento e uma imersão maior na música. E só bons fones tem a capacidade de nos entreter dessa maneira.

Os amantes da ‘espacialidade’ em volta da nossa cabeça, irão se deliciar com o HD 560S!

Os transientes são excelentes, permitindo o acompanhamento de tempo e ritmo com enorme precisão.

A micro dinâmica, graças à transparência dos médios, é ótima e a macrodinâmica também é muito boa.

A materialização física do acontecimento musical em nossa cabeça (organicidade), neste fone é bem interessante. Em gravações muito bem feitas tecnicamente, o efeito psicoacústico nos faz redobrar nossa atenção!

É muito interessante quando mostramos a qualidade da Organicidade em bons fones, para os leitores mais jovens – eles exprimem a sensação de vivenciar isso a primeira vez com frases muitas vezes humoradas, tipo: “parece minha consciência me falando algo!”, rs…
Sua musicalidade tende mais para o neutro, o que para muitos consumidores é traduzido subjetivamente como ‘frio’. Quando é justamente o oposto. O neutro nos dá a possibilidade de avaliarmos cada gravação pelos seus próprios méritos, não acrescentando algo artificialmente.

Essa questão me lembrou um ‘revisor’ que, quando não gosta da neutralidade de um fone (e pelo jeito ele não gosta de nada neutro), ele acaba seus testes mostrando a curva de equalização que ele colocou para deixar o fone mais palatável ao seu ‘gosto’. E fico me perguntando: como alguém que usa como ‘muleta’ equalizar o que testa, pode avaliar produtos de áudio?! Qual é sua referência auditiva, para julgar o que está certo ou errado? Quando esse sujeito vai a uma Sala São Paulo (da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) sem amplificação, e sem seu setup de equalização, como ele escuta a sala e os instrumentos? Que impressões ele guarda de instrumentos reais não amplificados?

Enfim, são perguntas para as quais provavelmente nunca terei as respostas.

Então, voltando à neutralidade, se você busca conhecer nas entranhas as qualidades e defeitos de suas gravações preferidas, a única maneira de conhecer será em um fone ou sistema neutro, do contrário você está interferindo no acontecimento musical – o que pode ser ótimo para o seu gosto pessoal e péssimo para quem pretende ouvir suas músicas da maneira mais fiel possível.

Se você tem o desejo de investir em um fone com uma assinatura sônica ‘neutra’, o HD 560S merece ser avaliado. Acho que se essa é sua proposta, você vai se surpreender!


PONTOS POSITIVOS

Um fone com uma assinatura neutra e muito correto em sua proposta.

PONTOS NEGATIVOS

Para o adaptador do plugue P10, o fabricante poderia achar uma solução mais moderna


ESPECIFICAÇÕES
Impedância120 Ω
Resposta de frequência6 Hz a 38 kHz (-10 dB)
Nível de pressão sonora (SPL)110 dB (1kHz / 1 V RMS)
THD, distorção harmônica total de< 0.05% (1 kHz / 90 dB SPL)
Princípio transdutorDinâmico, aberto
Peso sem cabo240 g
Material do ear padVeludo
FONE DE OUVIDO SENNHEISER HD 560S
Conforto Auditivo 8,0
Ergonomia / Construção 8,0
Equilíbrio Tonal 8,5
Textura 8,0
Transientes 10,0
Dinâmica 8,5
Organicidade 9,0
Musicalidade 9,0
Total 69,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
OUROREFERENCIA



Sennheiser
https://pt-br.sennheiser.com
R$ 1.775

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