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Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

A Focal, grande fabricante francesa de equipamentos de áudio hi-end, já não é mais uma novata no mundo dos fones de ouvido. Sua estreia impactou o mercado profundamente, formando uma verdadeira legião de admiradores que podem desfrutar de sua assinatura sônica na sala de estar, no carro, e com fones andando por aí.

Com o modelo Elegia, a Focal ganhou o mundo, não só pela beleza e construção. É claro que ter uma peça de design que acompanha o estilo das mais badaladas grifes de moda do mundo, ajuda – mas seu som era realmente surpreendente e tomou uma grande fatia do mercado em sua categoria.

Para continuar convertendo compradores em entusiastas seguidores da marca, a Focal foi além, lançando recentemente o Celestee, que substitui o Elegia com extrema competência.

O Elegia era um ótimo fone, mas a Focal conseguiu melhorar alguns pontos que, a meu ver, não eram ruins, mas sim uma questão de escolha de mercado. O som era mais vibrante e casava muito bem com músicas vibrantes, e quando precisava desacelerar e ser intimista, mais relaxado, ele nem sempre conseguia – faltava folga a ele, tudo estava certo, equilibrado, mas faltava folga sonora para lidar passagens complexas de alguns estilos musicais.

A Focal fez as melhorias necessárias sem precisar virar o fone do avesso. As mudanças nos drivers e outros pequenos acertos, fizeram o Celestee subir de nível, tornando-o mais amigável com estilos musicais maduros, tecnicamente falando, como a música erudita, ao mesmo tempo que mantém o entusiasmo quando se ouve hip-hop, por exemplo.

Os drivers dinâmicos de 40 mm de cúpula em forma de M, feitos de alumínio e magnésio, são uma evolução palpável, mas as conchas continuam fechadas, a espuma de excelente memória e compressão, continuam as mesmas do fone anterior – são cobertas por couro de excelente qualidade, com costuras dignas de carros luxuosos. Isto faz uma diferença enorme em fones fechados, pois não ficamos com aquela sensação de estarmos com as orelhas em uma sauna: a pele respira e aquela sensação de entupimento, comum em fones fechados, praticamente não existe. O mesmo couro está presente no arco da cabeça, trazendo ainda mais conforto para curtir horas de audição.

O design é irretocável, tanto é que para essa nova versão não mexeram tanto na parte estética (eu chamo de parte artística) do fone, apenas nas cores e, como é de praxe na Focal, eles arrebentaram novamente utilizando cores ousadas, mas que harmonizam entre si e combinam muito com o nome do fone – o azul com toques em cobre ficou maravilhoso! É ‘tcham’, mas não é ‘tcharam!!’: é impactante sem ser cansativo aos olhos.

O cabo de interligação segue o mesmo bom gosto do fone, utilizando terminais banhados a ouro com acabamento também em cobre, puxando para um cobre rosê, tudo muito chique. O estojo de viagem não poderia ser algo simples: o case rígido tem zíper que imita banhado a prata com puxadores cobertos por silicone. Soberbo!

Sem mais delongas, vamos para o que interessa, que é como o Focal Celestee toca!

Utilizamos o amplificador de fones de ouvido dual-monaural Teac HA-501 com mod by Sunrise Lab, e o estágio de fone de ouvido do DAC Gold Note DS-10 com fonte externa, além do Astell & Kern modelo KANN. Cabo de interligação: original e Sunrise Lab modelo Premium MS.

Começamos as audições do Focal Celestee com o Teac HA-501, pois é o mais potente deles, e o casamento foi muito bom. Com o DS-10, as possibilidades aumentaram um pouco mais e mantivemos com ele até o final do amaciamento, mudando os equipamentos apenas para fechar o teste. O fone é fácil de empurrar, e até por celular ele responde bem. Com o KANN então, tocou solto sem pedir potência – ou seja, dá para curtir o Celestee com a maioria dos portáteis do mercado sem problema algum!

Como em todo equipamento novo, é perceptível a necessidade de amaciamento, só que as audições não viram uma tortura: o equilíbrio do fone é muito bom desde os primeiros acordes musicais. O incômodo inicial fica por conta de uma certa dureza nos agudos, e falta de articulação nos graves. A região média não é tão frontal como se esperava de um fone novo, e isso ajuda nas primeiras horas de audição. Por se tratar de um fone refinado, essas questões de amaciamento sempre ficam mais expostas que em fones mais simples, que não possuem extensão suficiente para mostrar tais características de amaciamento mecânico dos drivers, de sinal e cabeamento. Já em fones pensados para a alta fidelidade, como é o caso deste Focal, é justamente o contrário: eles mostram absolutamente tudo, então é importante ter um pouco de paciência e aguardar o período de amaciamento.

Após 100 horas de uso, o fone está totalmente amaciado e toda a dureza e falta de extensão vão embora, dando lugar a agudos com decaimentos mais suaves, extensão de graves mais correta, e uma holografia maravilhosa. A localização dos músicos no palco melhora muito após o amaciamento.

Os timbres de cordas e vozes são um show à parte neste fone: a precisão tonal é muito boa, e a velocidade dos transientes está em perfeito equilíbrio com seu som pulsante.

Ele gosta de música, e não faz cara feia para o que recebe. Seu equilíbrio tonal não pende para os graves nem exagera nos médios, trazendo-os para frente para evidenciar vozes (artifício já muito manjado em fones). Sua compatibilidade com estilos musicais diversos é um ponto forte a seu favor, indo do jazz ao heavy metal sem grandes mudanças em seu corpo harmônico. O palco, por exemplo, se mantém firme mesmo com músicas comprimidas, com exceção de discos realmente mal captados ou assassinados na mixagem, que aí nenhum santo faz milagre. Seu conforto auditivo vem de um silêncio de fundo muito bom, os sons brotam de sua concha com muita facilidade, e a velocidade faz parecer que ele não se esforça muito para manter um bom equilíbrio, desembolando as passagens musicais complexas sem endurecer o som.

Diana Krall Live in Paris, Boz Scaggs Greatest Hits Live 2004, José James Lean On Me, Touch Yello faixa 3, Dianne Reeves Bridges, Buika Volver Volver, e The London Double Bass Sound faixa 1 – são alguns exemplos de como este fone consegue tornar a música ainda mais intimista e vibrante!

CONCLUSÃO

Para a Focal, não basta agradar os ouvidos, é preciso agradar aos olhos também, e o tato não fica atrás – este pensamento é um dos pontos fortes da marca, que sempre excedeu as expectativas quanto aos materiais que utiliza no acabamento dos seus produtos. Do tecido que recobre o estojo rígido, ao zíper que aparenta banho de prata protegido por silicone, e o couro azul e apliques na cor cobre, tudo neste fone exala requinte e uma enorme satisfação em possuí-lo, o som vem como um presente celestial.


PONTOS POSITIVOS

Som equilibrado, muito divertido. Construção segue a excelência da marca. Design luxuoso. Confortável e gostoso de usar.

PONTOS NEGATIVOS

Nenhum.


ESPECIFICAÇÕES
TipoFone de ouvido circumaural fechado
Impedância35 Ohms
Sensibilidade105 dB SPL (1 mW @ 1 kHz)
Resposta de frequência5 Hz – 23 kHz
Driver40 mm dinâmico de Alumínio/Magnésio com formato em ‘M’
Peso430 g
Cabo1.2 m OFC 24 AWG (3.5 mm) com adaptador de 3.5 mm para 6.35 mm
Case para transporte250 x 240 x 120 mm
FONE DE OUVIDO FOCAL CELESTEE
Conforto Auditivo 10,5
Ergonomia / Construção 10,5
Equilíbrio Tonal 10,5
Textura 10,0
Transientes 10,0
Dinâmica 10,0
Organicidade 10,0
Musicalidade 10,0
Total 81,5
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
DIAMANTEREFERENCIA



Audiogene
audiogene@audiogene.com.br
(11) 3726.8200
US$ 899

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