Teste 3: CABO DE FORÇA SUNRISE LAB QUINTESSENCE 20TH ANNIVERSARY

Teste 4: TAPETE PARA TOCA-DISCOS YELLOW BIRD DA HEXMAT
maio 5, 2022
Teste 2: AMPLIFICADOR INTEGRADO ARCAM SA30
maio 5, 2022

Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Finalmente estamos publicando teste do tão falado, e citado em todos os testes dos últimos 11 meses aqui na revista – e que muitos leitores já nos cobravam quando sairia nossa avaliação.

Acredite, amigo leitor, a culpa não foi minha, rs!

Cobrem o pai da criança, pois ele fez, nesses 11 meses tantos ajustes, que cheguei a brincar que, se demorasse mais um pouco, seria o de aniversário de vinte e um anos da Sunrise, e não do vigésimo ano.

Brincadeiras à parte, posso dizer a todos que acompanham o trabalho do Ulisses, sabem o quanto ele é criterioso e perfeccionista –
mas o quanto isso tem rendido excelentes produtos nos últimos três anos!

Então, agora que finalmente ele bateu o martelo, começaremos por mostrar a linha dos 20 Anos da Sunrise pelo seu cabo de força Quintessence, depois na sequência publicaremos o USB, depois o interconect, culminando com o novo amplificador V8, edição também de Aniversário.

Este foi um daqueles testes que gostaria de ver repetido muito mais vezes, pois foi maravilhoso ouvir cada geração e as melhorias consistentes a cada nova descoberta que era aplicada em sua evolução.

Do primeiro Quintessence Edição Especial, até esse que testei, para o leitor ter ideia da evolução, ele subiu em nossa Metodologia 3 pontos! Colocando-o no nicho dos Estado da Arte de nível Superlativo.

É prazeroso ver como os fabricantes nacionais evoluíram nos últimos 5 anos, e como o consumidor pode agora, com absoluta segurança, comparar os produtos nacionais de alto nível com qualquer produto importado similar. Isso é muito importante para o desenvolvimento do mercado, pois com tantas incertezas mundiais saber que temos opções de alto nível feitas aqui, é alentador.

Segundo o Ulisses, o novo Quintessence Edição Especial de Aniversário é uma geração totalmente nova em relação a série Quintessence anterior. E este é o resultado de quase três anos de pesquisas e desenvolvimento, envolvendo vários colaboradores, que culminou em mais de 10 protótipos até a obtenção do produto final (entenderam o motivo da espera?).

A nova versão é ainda mais focada na naturalidade musical e, para chegar a esse resultado, foi preciso revisar todas as etapas de desenvolvimento, escolhendo uma nova geometria variável, com inserção de outros materiais nobres em sua composição.

Sua seção total agora é de cerca de 15mm2, e lhe confere capacidade instantânea de corrente de 100 Amperes, limitada apenas pelo plug. Tal arranjo permite um fornecimento de corrente linear e uniforme, sincronizando os harmônicos da banda audível.

Além do cuidado com a escolha dos materiais que compõem o fio, esta nova versão de aniversário utiliza uma blindagem proprietária em múltiplas camadas, sendo uma delas de Kapton.

Após longos testes de bancada e de audições, descobriu-se que a sintonia perfeita do cabo ocorre quando o conjunto geometria e blindagem são alinhados na frequência de 632 Hz (centro geométrico do espectro de áudio).

E, por fim, os plugues foram cuidadosamente selecionados de modo a realçar suas características, sem inserir colorações em sua assinatura extremamente neutra. A escolha dos plugues em fibra de carbono vai muito além da estética, segundo o Ulisses, já que nos testes eles desempenharam importante papel na dissipação de ruídos.

Durante o desenvolvimento da linha Quintessence Edição de Aniversário, tive grandes embates com o Ulisses e o Juan, já que sempre defendi que com o grau de performance alcançado pela série Quintessence anterior (ao qual usei em nosso Sistema de Referência por mais de dois anos), ele teria em mãos uma difícil decisão a tomar.

Pois o nível que ele atingiu poderia seguir o caminho que foi bem alcançado da musicalidade e compatibilidade com diversos sistemas, ou partir para um novo salto e manter as principais características, e tornar a nova geração mais neutra e com uma assinatura sônica com maior folga.

Pode parecer ao leitor que essa decisão possa ser fácil, mas exige enorme conhecimento técnico, e coragem para saber que esse caminho irá limitar suas vendas, pois a grande maioria dos audiófilos ainda utiliza cabos para ajustar ‘desequilíbrios’ no sistema ou na falta de tratamento acústico na sala de audição.

Limitando aos que fizeram a ‘lição de casa’ corretamente, procurar por cabos realmente neutros e que sirvam apenas como ‘pontes’ entre a eletrônica até chegar nas caixas acústicas, e entregar o sinal sem nenhuma interferência deles, mantendo a assinatura sônica do sistema e dos sonofletores.

E lembrei a eles dois que se seguir por essa estrada, o número de ouvintes que irá compreender as qualidades intrínsecas de um cabo neutro é muito menor do que os consumidores que ligam depois de uma hora admirados com os ‘elementos’ inseridos em seu sistema (ainda que depois de ouvir uma dúzia de discos, essa empolgação inicial vá esmorecendo).

E quando falamos de cabos de força então, aí que a ‘porca torce o rabo’, pois se tem um cabo que as pessoas esperam que vá ‘turbinar’ ou ‘amansar’ sistemas, este cabo é justamente o de força.

Mas, para minha surpresa, a Sunrise aceitou o desafio e só posso parabenizá-los pela coragem de tal escolha.

O produto finalmente acabado foi utilizado em todos os produtos que passaram em nossa sala nos últimos meses. Vou dar uma lista aproximada onde eu os ouvi: Todos os produtos da Nagra do Sistema de Referência (exceto o power HD AMP, pois esse é 20 Amperes e a Sunrise estava sem plugs de 20 amperes na ocasião), o CD-Player da Mark Levinson em teste e o Integrado (leia teste na edição 282), integrado Arcam SA30 (leia teste 2 nesta edição), pré de phono Hegel V10 (leia teste na edição 279), integrado Leak (teste na edição de julho), powers monoblocos da Line Magnetic LM-503PA (que esperamos poder receber em breve para teste), o pré de linha Line Magnetic LM-512CA, o DAC MSB Reference (teste na edição de julho), e o integrado Sunrise Lab V8 Aniversário. Também utilizamos o cabo de força em duas réguas.

Ele foi comparado todo o tempo com o Quintessence anterior. E podemos dizer que as melhoras foram notáveis em todos os aspectos, pois melhorou consideravelmente o silêncio de fundo, possibilitando que o acontecimento musical não saia do silêncio em flashes, e sim brote já com o crescendo dinâmico, como se comporta o acontecimento musical ao vivo. As pessoas podem se perguntar se não é assim com todo som reproduzido eletronicamente, e por incrível que pareça, não. Essa sutileza dependerá muito do grau de silêncio do sistema, da sala, da elétrica e, claro, da acústica.

Para essa avaliação, se o som aparece ou não como um ‘flash’, utilizo a faixa 6 do Genuinamente Brasileiro Volume 2, em que a cellista no canal esquerdo inicia o tema após o solo da flauta (no centro do palco e em pé), no pianíssimo, e vai crescendo. E se o silêncio de fundo não for excelente, o ouvinte só percebe depois de alguns microssegundos em que ela já retornou o tema.

E poucos cabos de força conseguem mostrar essa sutileza de maneira tão verossímil! E o Quintessence Edição de Aniversário agora faz parte deste seleto grupo!

O equilíbrio tonal deste cabo também se encontra em um estágio superior ao anterior, com mais extensão nas duas pontas, melhor decaimento, que além de mais suave tem mais corpo, deixando as apresentações de ambiência muito mais reais! Este grau de refinamento em cabos de força é muito difícil de se conseguir, pois é a soma de excelente silêncio de fundo com o melhor equilíbrio tonal possível.

Seus graves são precisos, com excelente energia, corpo e velocidade. E os médios são muito transparentes, mas não querem ser mais reais do que a realidade. Então não esperem dele chamar a atenção da região média, tirando o encanto de tão belo equilíbrio tonal, pois ele não utiliza desses artifícios nunca! Então, o que for a assinatura sônica do sistema, continuará sendo! E, na minha opinião amigo leitor, não existe outra forma de conseguirmos ajustar corretamente nosso sistema. Pois se a eletrônica vai para um lado, as caixas para outro e os cabos em outra direção, a soma deste conjunto resultará fatalmente no ‘expurgo’ de metade de nossa
discoteca.

Então, a arte deste século (já que os produtos evoluíram muito, assim como toda a cadeia desde a captação até a mídia física final) é justamente saber dar a assinatura sônica que desejamos ao nosso sistema, sabendo que quanto mais optarmos por neutralidade nas passagens do sinal, menos riscos correremos de expurgar nossos discos tão estimados.

Dizer que no Estado da Arte seu sistema ainda causa fadiga auditiva, algo está muito desequilibrado. Pois nunca se conseguiu tamanha inteligibilidade, naturalidade e musicalidade com zero de fadiga auditiva. Se os sistemas que você tem como referência, e de amigos, depois de uma hora começam a cansar, algo está seriamente errado! E não use o ‘álibi’ do século passado – das gravações – serem um lixo, pois isso não cola mais!

Voltando ao Quintessence Aniversário, com esse excelente silêncio de fundo, alto padrão no equilíbrio tonal e seu grau de neutralidade, é natural que sua apresentação de texturas seja excepcional, tanto em termos de paletas de cores, como de intencionalidade.

O mesmo ocorre com os transientes, que são precisos, incisivos e com uma marcação de tempo e ritmo impressionantes!

Agora temos o primeiro ‘obstáculo’ à essa nova geração, se o que queremos em termos de macrodinâmica é o cofre de uma tonelada caindo à nossa frente e quase nos matando de susto. O Quintessence não tem esses arroubos ‘pirotécnicos’, ele lhe dará a macrodinâmica captada na gravação, mas não turbinada. Se você já assimilou que ele não irá ‘pintar’ o que não existe na gravação, ficará satisfeito com sua autoridade em apresentar a macrodinâmica.

E quanto à micro, meu amigo, com esse exuberante silêncio de fundo, tudo que estiver na gravação em termos de microdinâmica será apresentado sempre!

O corpo harmônico é excelente, e tão correto, que este é meu cabo número 1 para ser usado em qualquer streamer que venha para teste, DAC e CD-Player, por justamente deixar o corpo bem mais proporcional à realidade e entre diversos instrumentos. Para ouvir meu streamer Innuos ZENmini Mk3, é o cabo de força obrigatório!

A organicidade, para se ter uma materialização física do acontecimento musical em nossa sala, como dizia meu pai: ‘se o equipamento não atrapalhar, já ajuda’, desde é claro a parte técnica da gravação seja impecável. Então, aqui o maior benefício do Quintessence Aniversário é justamente, pela sua neutralidade, não atrapalhar nunca!

CONCLUSÃO

Este é de longe o melhor cabo de força nacional que já testamos! Mas vai além, pois também concorre em pé de igualdade com muitos cabos importados, custando até três ou quatro vezes mais caro!

E com uma vantagem enorme, em minha opinião: sua neutralidade!

Sei que temos muito que andar até que mais audiófilos entendam o ‘pacote’ que está por trás da tão famosa neutralidade, e o quanto muitos tem dificuldade até de distinguir o que é neutro do que é colorido. Isso levará muito tempo, até que mais sistemas neutros estejam soando neste país, e possa ajudar mais leitores a fazerem suas escolhas mais bem referenciadas.

Mas pense da seguinte maneira: não é por eu não ter escutado, que não exista essa possibilidade que o Andrette tanto escreve. Pois ela existe, e fica fácil entender depois que você escuta algumas gravações e percebe as diferenças, e como seu cérebro aprecia ou não essa nova referência.

Um bom primeiro passo é escolher um instrumento que goste muito, e julgue que conhece bem, referenciar uma gravação que você tenha certeza que foi fielmente captada (sem uso de equalizador, com o microfone correto e sem compressão) e passe a ouvir esse mesmo disco em tudo quanto for sistema.

Não tenha vergonha de, enquanto escuta, fazer anotações para não esquecer detalhes importantes. Você irá se surpreender o quanto a assinatura sônica de cada sistema modifica essa gravação.

E, por fim, temos que separar o que agrada aos nossos ouvidos, do que é mais correto. Feito isso, acredite, você estará muito mais próximo de entender como soa um sistema mais neutro.

E se você acredita no que escrevemos aqui todos os meses, e quiser uma ajuda, leve o CD Timbres e escute em todos os sistemas possíveis – eu lhe garanto que todos os instrumentos gravados neste CD foram feitos da maneira mais minimalista e fidedigna. Nesse exemplo, você irá se assustar como cada sistema com sua assinatura pessoal, ‘define’ qual microfone se adequa mais a essa assinatura. E sabendo que apenas a primeira faixa é a mais fidedigna, terá em mãos uma bússola valiosa para descobrir os encantos de se escutar música em um sistema o mais neutro possível. E saber que este cabo de força permite isso.

Para aqueles que já estão galgando essa estrada, é um grande alento!

Pois achar cabos de força neste nível é ainda uma exceção, e não a regra! Acredite em mim!


PONTOS POSITIVOS

Um cabo neutro o suficiente para não impor uma assinatura sônica ao sistema.

PONTOS NEGATIVOS

Nenhum.


CABO DE FORÇA SUNRISE LAB QUINTESSENCE 20TH ANNIVERSARY
Equilíbrio Tonal 13,0
Soundstage 12,0
Textura 13,0
Transientes 13,0
Dinâmica 12,0
Corpo Harmônico 13,0
Organicidade 13,0
Musicalidade 14,0
Total 103,0
VOCAL                    
ROCK, POP                    
JAZZ, BLUES                    
MÚSICA DE CÂMARA                    
SINFÔNICA                    
ESTADO DA ARTE SUPERLATIVO



Sunrise Lab
contato@sunriselab.com.br
(11) 5594.8172
preço (para 1,2 m): R$ 15.000

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