AUDIOFONE – Teste 1: FONE DE OUVIDO FOCAL STELLIA

TOP 5 – AVMAG
julho 7, 2022
AUDIOFONE: NOVOS FONES SIVGA TRAZEM ACABAMENTO EM NOGUEIRA E DRIVERS DE BERÍLIO
julho 7, 2022

Juan Lourenço
revista@clubedoaudio.com.br

Dando continuidade aos testes de headphones da francesa Focal, após avaliar o fone Celestee – um fone que realmente reúne os valores pregados pelo áudio hi-end como os audiófilos gostam – tivemos o prazer em ouvir o Stellia, fone de ouvido topo de linha da marca francesa.

Este é a versão fechada do aclamado Utopia, com melhorias óbvias devido aos avanços obtidos ao longo dos anos, entre um modelo e outro. Na hierarquia, o Celestee testado na edição anterior fica dois degraus abaixo deste aqui avaliado.

No quesito beleza, o Stellia consegue arrancar ainda mais suspiros – eu realmente adoro este desenho e toda a complexidade envolvida para torná-lo impactante sem parecer espalhafatoso.

Os materiais falam por si: são de primeiríssima e as formas dadas a cada um deles são como peças de relojoaria. A delicada transição do alumínio da concha e arco da cabeça para o couro que reveste as almofadas e tiara, são de ótima densidade e memória. As cores quentes com a luminosidade certa entre o fosco e o acetinado, ficaram tão harmonicamente encaixadas que faz sentir conforto e acolhimento, uma sensação muito gostosa, quase como comprar o primeiro carro. Se bem que seu preço chega próximo de um primeiro carro!

A Focal manteve o famoso driver com domo de berílio de 40 mm de diâmetro, impedância de 35 ohms, sensibilidade de 106dB, e que responde de 5Hz a 40kHz. O fone pesa um total de 435 gramas.

O berílio é um material que já mostrou suas qualidades em diversas aplicações para o áudio, de tomadas especiais à tweeters. É bastante versátil, de baixíssima massa, e altamente resistente à deformação – o que para um driver de fones de ouvido é quase perfeito! Para completar o time, o fone vem com dois cabos de interligação, um com terminação XLR (não balanceado) e outro cabo com terminação 3.5 mm com um adaptador 6.3mm padrão – que complementam a sonoridade do fone.

A embalagem segue a mesma qualidade de construção do fone, com materiais não tão nobres, claro, mas o bom gosto sim. O mesmo zíper com tonalidades que lembram a prata, silicone nos puxadores do zíper e o encaixe interno preciso, trazem segurança para levar o fone a qualquer lugar. Além da caixa de transporte, ele vem em uma embalagem externa em papel cartão de boa densidade.

COMO TOCA

Para as audições, utilizamos o amplificador de fones de ouvido dual monaural Teac HA-501 com mod by Sunrise Lab, e o estágio de fone de ouvido do DAC Gold Note DS-10 com fonte externa, e o player portátil Astell & Kern modelo KANN. O cabo de interligação foi o original Focal.

Uma coisa bacana da Focal, é que seus produtos seguem uma identidade sonora única e essa assinatura não se perde em nenhum produto da marca. Mesmo o driver sendo apenas berílio, eles conseguem dar ao fone uma qualidade de textura muito parecida com os falantes de graves das caixas acústicas. O que muda de um modelo para outro é o refinamento, mas a sonoridade geral está lá! Se você gosta da sonoridade Focal, pode ir de olhos fechados em qualquer modelo, pois não há a possibilidade de se enganar com o som.

Em comparação com o fone Celestee, testado anteriormente, o Stellia soa mais aberto, mas não tanto. O equilíbrio tonal não pende para as altas e, com isso, os timbres e as texturas se beneficiam muito dessa sonoridade mais relaxada, mostrando detalhes sem deixar tudo superexposto.

A sensação de amplitude de palco também é bastante superior, e os transientes são coisa séria – são muito bons mesmo! Como frisei acima, não soam agressivos ou demasiadamente pronunciados. Refinamento é a palavra chave para este fone. De música erudita à reggae, com gravações limitadas ele soa sempre com bastante folga, majestoso com uma musicalidade que não ouvia no meu antigo Sennheiser HD800, nem trocando cabos, por exemplo.

Como é de se esperar de um fone de altíssimo nível, o Stellia não dá colher de chá, ele não vai bem com celulares, precisa de uma boa amplificação, de preferência com ajuste de amortecimento, ele se beneficia muito da escolha certa do amortecimento. Ele não escolhe gêneros musicais, ele toca de tudo e toca muito bem, mas com esse recurso conseguimos tirar um sumo a mais dele.

O KANN teve dificuldades para empurrá-lo à contento: as altas tendem a saturar e achatar o palco. Talvez esteja aí uma certa reclamação de donos de Focal, principalmente com o Utopia: à amplificação precisa ser parruda.

Novamente, o DAC DS-10 com fonte externa deu um show. Não empurrou como o TEAC, mas no geral tocou melhor. Já vi que preciso trocar a minha amplificação (risos)…

CONCLUSÃO

O Focal Stellia mantém o legado do Utopia intacto, elevando o nível dos fones fechados ao ponto de brigar diretamente com os abertos. Um feito e tanto!


PONTOS POSITIVOS

Equilíbrio tonal excepcional. Construção primorosa e sem mais. Design exuberante e muito confortável.

PONTOS NEGATIVOS

Nenhum.


FONE DE OUVIDO FOCAL STELLIA
Conforto Auditivo 11,0
Ergonomia / Construção 11,0
Equilíbrio Tonal 11,5
Textura 11,5
Transientes 11,5
Dinâmica 11,5
Organicidade 11,5
Musicalidade 11,5
Total 91,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADODAARTE



Audiogene
audiogene@audiogene.com.br
(11) 3726.8200
US$ 3.000

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *