Teste 4: CABOS DE FORÇA TRANSPARENT AUDIO XLPC2 & OPUS G6

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Eu uso, em meus sistemas, cabos de força da Transparent Audio desde 2009, sendo que nos últimos 10 anos os Powerlink MM2 foram absolutos, e somente em 2017 entraram dois XL Geração 5, um para alimentar a régua e outro para uso no transporte.

O motivo dessa fidelidade é muito simples: relação custo/performance. E, ao longo do tempo, um terceiro elemento se destacou: alta compatibilidade com inúmeros eletrônicos.

Arrisco dizer, sem medo de errar, que o Powerlink MM2 tem um grau de compatibilidade impressionante, seja com amplificadores de estado sólido ou valvulados, CD-Players, Transportes, DACs, condicionadores de energia, prés de phono e amplificadores de fone! E, ainda que esteja fora de linha e seja um projeto de 2009 da Transparent, ele ainda tem enorme procura no mercado de usados, e presta excelentes serviços a sistemas atuais.

Eu sou muito claro em minhas consultorias, e nos Cursos de Percepção Auditiva, em explicar que o ideal para o ajuste fino de qualquer sistema que procurem, é manter cabos sempre de um único fabricante. Pois identificar ‘elos fracos’ com cabos de diversos fabricantes, é muito mais trabalhoso.

Isso não significa que cabos de fabricantes distintos, que tenham assinatura sônica semelhante e alto grau de sinergia, não possam ser utilizados. Mas isso requer paciência, planejamento, e poder ter os cabos que nos interessam em nosso sistema por pelo menos uma semana e já amaciados!

No nosso Sistema de Referência, todos os cabos de força são da Transparent, os Powerlink MM2 (exceto no Innuos que usamos o cabo da Sunrise Lab Quintessence Anniversary), e mantemos cabos de outros fabricantes para serem utilizados em todos os produtos que são testados, por uma questão de coerência com a faixa de preço do produto que está sendo avaliado.

Mas depois de um longo hiato devido a pandemia, e o último cabo de força da Transparent testado ser um XL G5, quando recebemos a proposta de receber a nova geração 6, solicitamos de uma só vez o envio do XLPC2 G6 (a série abaixo da linha Opus), e do Opus G6, pois poderíamos não só avaliar comparando-os com o Powerlink MM2, como fazer um aXb entre os dois da linha G6.

A Ferrari nos emprestou cinco cabos no total (dois XLPC2 e dois Opus G6) e posteriormente eles nos enviaram um terceiro Opus G6. E como estávamos testando dois excelentes integrados (Krell K-300i e o Sunrise Lab V8 Anniversary), iniciamos o amaciamento utilizando um cabo de força no integrado e um cabo de força nos DACs (Bartok 2.0 e Nagra TUBE DAC). Primeiro o XLPC2 G6 e depois o Opus G6, sempre comparando com o Powerlink MM2.

Segundo o fabricante, os novos cabos da Geração 6 modelo XL passaram por uma transformação física significativa, além de especificações de rede mais precisas e abrangentes. A Transparent afirma em seu site, que nunca antes a linha Reference esteve tão mais próxima em termos de performance da série Opus como agora. A Transparent fez um grande investimento em ferramentas para criar os novos gabinetes de rede XL Carbon Fiber Composite (CFC), novas carcaças de acrílico, com um controle mais eficaz de vibração e ressonância, sendo, porém, mais rígidos e mais leves. Outra evolução foi na colocação de uma fina camada termoplástica de amortecimento, eliminando qualquer tipo de vibração que venha pelo ar.

Ao olhos e ao toque, é possível perceber essas melhorias no acabamento e na maleabilidade do cabo, ainda que ele tenha uma bitola maior que o Reference G5.

O que sempre apreciei em qualquer cabo deste fabricante é que o cabo é totalmente audível mesmo no processo de amaciamento. Não sendo nervoso ou com um equilíbrio tonal descompassado até se assentar. O XLPC2 G6 manteve essa máxima, e entrou no setup (integrado/DAC), já soando muito mais refinado que os Powerlink MM2 em todos os quesitos da Metodologia.

É impressionante como toda a cadeia hi-end evoluiu nessa nova década. Como brinco aqui na redação, não existe mais nenhum ‘bobo’ nesse mercado. Se você quiser sobreviver, corra atrás do seu concorrente que sabe o que está fazendo! Do contrário, meu amigo, dê tchau ao mercado!

O silêncio de fundo deste novo G6 também é muito superior à Geração 5. Audível em gravações de música clássica, com os instrumentos e os naipes da orquestra se apresentando com maior fluidez e inteligibilidade em todo o espectro audível. Ouvir obras sinfônicas com esse cabo de força é um verdadeiro deleite, capaz de nos fazer estender essas audições por períodos muito mais longos.

E, consequentemente, com o maior silêncio de fundo, muitas qualidades além da inteligibilidade são beneficiadas, como: apresentação de texturas muito mais ricas e precisas, microdinâmica, foco, recorte e ambiência.

Das gravações da História de um Soldado, de Stravinsky, tenho pelo menos umas seis grandes versões (inclusive a com o próprio Igor Stravinsky regendo – uma de minhas preferidas, junto com a do Boulez). E a que mais ouço pela qualidade técnica é a do Professor Johnson pelo selo Reference Recordings. Impressionante como, no caso específico dessa obra gravada em salas de concerto distintas, a ambiência através do cabo de força XLPC2 G6 se tornou muito mais evidente. Algo que com o Powerlink MM2, não se escuta com tanta precisão os decaimentos, e menos ainda as reverberações e os rebatimentos laterais de cada sala (principalmente dos metais).

Claro que para muitos leitores, isso pode ser absolutamente irrelevante e de um preciosismo que tem um preço a se pagar muito alto. OK! Mas esse é meu trabalho digníssimo leitor, observar e relatar os fenômenos auditivos que ocorrem com todo produto testado, e se essa informação será importante ou decisiva em suas escolhas, não cabe a mim julgar.

Meu papel é o de relatar fatos ocorridos nas audições, que isso fique claro a todos!

Silêncio de fundo também representa maior inteligibilidade em passagens complexas, seja com variação dinâmica ou não.

Então, comparar o Powerlink com qualquer um desses dois cabos da Geração 6, é pura perda de tempo. Pois são de campeonatos diferentes.

E com o G5? Aqui está a pergunta correta a ser respondida.

O G5 tem muito dessas qualidades aqui relatadas, mas não nesse grau de refinamento e precisão.

O importante é que o consumidor que tenha um cabo de força Geração 5, pode realizar o upgrade para o G6 enviando o cabo para a fábrica – e esse custo será menor do que comprar um G6 novo.

Claro que, mandar um cabo daqui para os Estados Unidos com a burocracia que é esse país, faz muitos sequer cogitarem essa possibilidade, mas é uma informação importante saber que quem possui um G5 não precisa se desfazer do cabo para adquirir um G6.

Se, no Powerlink MM2, o equilíbrio tonal já era muito correto, no G5 se tornou ainda melhor, e no G6 impressionantemente melhor!

Os transientes são absolutamente mais precisos, mostrando com enorme precisão tempo e andamento.

E a dinâmica parece possuir mais folga e detalhamento no crescendo do forte para o fortíssimo.

E o grau de compatibilidade, é o mesmo do Powerlink MM2 e do XL G5? Sim, e com um adendo interessante: a capacidade de extrair ainda mais dos aparelhos em que este for ligado. Para o leitor ter ideia, muitas vezes nesses últimos dez anos, quando no momento de fechar a nota, um produto na avaliação de um determinado quesito nos deixava na dúvida se merecia um ponto a mais, e não conseguíamos ter essa certeza, sempre abdicamos de dar esse ponto adicional.

O XLPC2 G6 não nos deixou em dúvida no fechamento de nota, nem do Bartok 2.0, nem do Krell K-300i, e muito menos do V8 Edição de Aniversário. Ele nos mostrou os limites (ou, como chamo: a demarcação de fronteira de cada um desses produtos) com muito maior segurança. O que mostra a importância dos cabos de força deste nível de performance em nosso Sistema de Referência.

Faltava avaliar o Opus G6, e conhecendo essa série como tão bem conheço, desde o Opus MM2 e do G5 – cabos que tivemos por anos em nossos Sistemas de Referência – achamos que seria importante escutá-los no sistema Nagra para não ter dúvida de nossas conclusões.
Mas como não tínhamos cinco Opus G6, tivemos que escolher onde os colocar para o teste. Depois de uma semana ouvindo em todos os equipamentos, misturados com os XLPC2 G6, colocamos os Opus na PSU do pré de linha e do TUBE DAC, e o outro cabo na régua que alimenta todo sistema. E os dois cabos de força XLPC2 G6 nos powers Nagra HD.

Só que, antes de fazer o teste, escolhemos uma faixa de cada quesito da Metodologia, ouvindo com os PowerLink MM2, e depois com este arranjo que fizemos.

Segundo o fabricante, assim como a linha XL está mais próxima da linha Opus, os novos G6 desta série estão mais próximos da linha Magnum Opus G6 (série que jamais tive a sorte de escutar). As diferenças, além de um novo network (como na série XLPC2 G6), estão na nova bitola mais grossa dos cabos.

Felizmente os Opus G6 já vieram amaciados, o que facilitou muito nosso trabalho de avaliação auditiva.

Aqui as coisas são mais difíceis até de explicar, pois parecem nos fazer esquecer quase que instantaneamente se tratar de reprodução eletrônica. Pois a música flui com a mesma ‘materialização’ da apresentação ao vivo! Como explicar esse fenômeno psicoacústico de maneira plausível?

Fica mais fácil pegando o exemplo de quando vamos à Sala São Paulo escutar a orquestra tocando uma obra que não estamos muito familiarizados, ou que não temos uma boa gravação dela. As luzes se apagam, o público se acalma, entra o maestro, crescem os aplausos e aí vem aquele silêncio que pode ir de segundos até um minuto, e as primeiras notas literalmente brotam no ar. Falo deste primeiro impacto, em que nosso cérebro tem sua atenção totalmente voltada para o acontecimento musical. E que, à medida que a música se desenrola, somos tomados por emoções e pensamentos que nos transportam para um outro tempo/espaço.

Difícil repetir essas ‘sensações’ na reprodução eletrônica, pois temos intimidade demais com o ambiente e com nosso sistema, para conseguir sermos surpreendidos por algum elemento que nos tire de nossa mecanicidade diária.

Pois bem, em um Sistema de Referência, com esses cabos Opus G6, esse ‘choque auditivo’ ocorre, de maneira espontânea, por inúmeras gravações bem feitas e bem executadas. Não depende do seu ânimo, ou de sua devoção pela música e admiração pelo seu sistema!

Com os Opus G6 de força, misturados com os XLPC2 G6, tive por dias essa maravilhosa sensação de presença ‘tátil’, e essa atmosfera inebriante da música suspendendo o tempo e espaço. Nesses momentos não existe brecha em nossa mente para a racionalização – ou você mergulha de corpo e alma, ou perderá a sensação mais impressionante que um sistema Estado da Arte pode lhe proporcionar.

Quem tiver um sistema à altura dos Opus G6, deveria ao menos tentar ‘saborear’ essa experiência tão impactante.

Aí alguns corajosos leitores me perguntam: mas com o passar do tempo, nosso cérebro não se acostuma com essa ‘magia’? Aí você só precisa ser mais esperto que os seus hábitos, e dar a si mesmo sempre gravações novas que ele ainda não conhece. Simples não?

Um velho ditado popular, que talvez nem seja mais empregado, diz que as melhores coisas da vida são aquelas que nos surpreendem.

Um sistema alimentado por cabos de força Opus G6, tem esse dom de nos encantar!’


PONTOS POSITIVOS

Construção e performance impressionante.

PONTOS NEGATIVOS

Absolutamente nada.


CABO DE FORÇA TRANSPARENT XLPC2 G6
Equilíbrio Tonal 13,0
Soundstage 13,0
Textura 14,0
Transientes 14,0
Dinâmica 13,0
Corpo Harmônico 13,0
Organicidade 14,0
Musicalidade 14,0
Total 108,0
CABO DE FORÇA TRANSPARENT OPUS G6
Equilíbrio Tonal 14,0
Soundstage 14,0
Textura 14,0
Transientes 14,0
Dinâmica 14,0
Corpo Harmônico 14,0
Organicidade 14,0
Musicalidade 15,0
Total 113,0
VOCAL
ROCK, POP
JAZZ, BLUES
MÚSICA DE CÂMARA
SINFÔNICA
ESTADO DA ARTE SUPERLATIVO



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(11) 98369.3001 / 99471.1477
Cabo de Força XLPC2 G6
U$ 3.290 (2m)
Cabo de Força OPUS G6
U$ 7.200 (2m)

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