Vinil do mês: MARK KNOPFLER – MUSIC FROM THE FILM CAL (VERTIGO, 1984)

Influência Vintage: CAIXAS ACÚSTICAS BOSE 901
agosto 5, 2022
PLAYLIST DE AGOSTO
agosto 5, 2022

Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Todo mês um LP com boa música & gravação.

Gênero: Trilha Sonora / Rock / Folk.

Formatos Interessantes: Vinil Importado / Vinil Nacional.

Continuando a idéia de sugerir discos musicalmente bons – e com boas gravações – este mês tirei do fundo do baú uma trilha sonora obscura, de um filme igualmente obscuro para o gosto cinematográfico do brasileiro, mas que tem uma excelente qualidade sonora, e é assinada por um dos grandes guitarristas vivos.

As trilhas sonoras do escocês Mark Knopfler sempre soam como um rock instrumental mais suave, carregadas de blues e folk,
sentimentais e com um toque étnico. No caso de Cal, o toque é irlandês, celta – e, ao ouvir, dá praticamente para ‘ver’ a Irlanda!

Knopfler é o líder, fundador, guitarrista, vocalista, compositor, cacique e manda-chuva do grupo de rock inglês Dire Straits – conhecido por todo mundo que estava na Via Láctea na década de 1980. Quase uma década antes de fechar as portas do Dire Straits e assumir uma carreira solo que hoje tem mais discos que o próprio grupo, Knopfler começou a compor trilhas sonoras, sendo a deste artigo – do filme irlandês Cal – sua segunda tentativa, depois do excelente Local Hero (filme escocês, do mesmo produtor de Cal, aliás). Local Hero, que é mais rock e menos folk, me chamou a atenção só porque Knopfler resolveu tocar o tema do filme no disco ao vivo Alchemy, do Dire Straits – senão era capaz de ter passado batido. Veja, estamos ainda na década de 80. Mas Knopfler, nas horas vagas do grupo, e depois de desmanchá-lo, sempre foi ‘low profile’, mas com uma audiência cativa. Até 2016 ele havia composto pelo menos 9 trilhas sonoras!

Mark Knopfler

Music From the Film Cal é um exercício de beleza da música celta e do folk, é atmosférico, emocional e relaxante ao mesmo tempo. O filme, do mesmo ano, do diretor irlandês Pat O’Connor, trata da história de um jovem membro do Exército Republicano Irlandês (IRA) que se apaixona pela esposa de um policial protestante, que havia sido morto pelo próprio IRA um ano antes.

A trilha sonora de Cal, composta e arranjada totalmente por Mark Knopfler, foi gravada no Air Studios, em Londres, pelo engenheiro Neil Dorfsman – que foi engenheiro do célebre estúdio Power Station, de Nova York. A banda de acompanhamento não é nada além de, praticamente, todo o Dire Straits, com: Guy Fletcher nos teclados, John Illsley no baixo, e Terry Williams na bateria. Completando o quadro – e o tempero irlandês – temos Paul Brady no bandolim e tin whistle, e Liam O’Flynn na gaita irlandesa.

Mark Freuder Knopfler nasceu em Glasgow, na Escócia, em 1949, filho de uma professora inglesa e um arquiteto judeu hungaro fugido do nazismo. Quando ele tinha apenas 7 anos de idade, sua família mudou-se para o nordeste da Inglaterra, perto de Newcastle. Sua primeira inspiração musical foi um tio que tocava gaita e piano, e sua primeira guitarra foi uma Höfner Super Solid. Com grande
influência de guitarristas de rock, blues e jazz, o autodidata Knopfler formou vários duos e grupos, enquanto trabalhava em um jornal de Newcastle – após entrar no curso de jornalismo no Harlow College.

Em 1972, Knopfler mudou-se para Londres, onde o único instrumento que conseguiu foi um violão velho com o braço empenado, e que ele só conseguia tocar com a técnica de ‘finger picking’ – e foi aí que ele encontrou suas sonoridade particular, própria, que ele usa tanto no violão quanto na guitarra. Em 1977, Mark fundou o Dire Straits, com seu irmão David – e com o baixista John Illsley com quem David dividia o apartamento.

Para quem é esse disco? Para os fãs da música de Mark Knopfler, do Dire Straits, de rock folk, de música pop-rock com influência celta, de trilhas sonoras, e de música bonita bem gravada!

Na ordem de prensagem ‘fenomenal’ para uma ‘não-tão-fenomenal’: uma prensagem japonesa desse disco é de ouvir ajoelhado.

epois viria uma prensagem européia, principalmente alemã. Em terceiro lugar: prensagem americana. E, em quarto lugar: prensagem brasileira em bom estado. Sim, amigos leitores: a prensagem brasileira é assustadoramente boa. Até onde eu sei, esse disco não foi reeditado em vinil moderno de 180g.

Bom agosto, e sempre música em excesso!

Ouça um trecho de “Cal”, no YouTube

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