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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

CHICK COREA: THE MONTREUX YEARS

Assim que entrei no colegial, meu horizonte musical se expandiu para estilos que não ouvíamos em casa, e nem tampouco na casa dos clientes do meu pai.

E essa abertura para o jazz fusion, no início dos anos setenta, ocorreu justamente quando em um sábado em minha peregrinação pelas lojas de discos, me deparei com dois discos que iriam mudar para sempre minha percepção musical: Where Have I Known You Before da banda Return To Forever com o pianista Chick Corea, de 1974, e seu disco solo The Leprechaun de 1975.

OUÇA RETURN TO FOREVER – WHERE HAVE I KNOWN YOU BEFORE, NO TIDAL.
OUÇA CHICK KOREA – THE LEPRECHAUN, NO TIDAL.

Discos originais que tenho até hoje e ouço com enorme interesse, cada vez que realizo um upgrade em meu setup analógico. Pena ambos serem prensagem nacional e estarem bem ‘malhados’.

Se for falar de todos os trabalhos de Chick Corea que possuo, a lista será extensa com mais de 30 gravações. Nascido Armando Anthony “Chick” Corea, em junho de 1941, seu primeiro trabalho de destaque foi justamente sua colaboração na banda de Miles
Davis, no final da década de 60. Antes de sair para formar seu grupo Return Forever, com participação do baixista Stanley Clarke, o baterista Lenny White e o guitarrista Al Di Meola.

Descendente de italianos, seu pai era um trompetista de jazz que liderava uma banda de Dixieland nos anos 40. O que fez com que o garoto Chick Corea escutasse em sua casa, desde cedo, muito jazz e música clássica.

Começou a estudar piano com 6 anos, e teve a sorte grande de estudar com Salvatore Sullo, e que lhe mostrou a riqueza da música clássica e da composição. Para ganhar experiência, ainda bem jovem tocou na banda de Willie Bobo, depois na de Blue Mitchell, até chamar a atenção do saxofonista Stan Getz e realizar uma longa turnê com o ele pela costa leste dos Estados Unidos, em 1967.

Sua primeira gravação como líder foi em 1968, com Miroslav Vitous e Roy Haynes – Now He Sings, Now He Sobs – ainda hoje considerado um disco clássico.

Em 68, com a saída de Herbie Hancock da banda de Miles Davis, Chick Corea foi convidado a fazer um teste. Para sua surpresa, ao chegar para a avaliação, não havia um piano acústico e sim um piano elétrico. Corea não se intimidou, e mostrou a Miles que poderia perfeitamente ser o tecladista que ele desejava. Ficou na banda de Miles por três anos (68 a 70) e participou dos álbuns: Filles de Kilimanjaro, In a Silent Way e Bitches Brew. Chick Corea sempre afirmou que os três anos na banda de Miles, foram como uma pós graduação, e que mudaram sua maneira de pensar musicalmente para sempre – tanto na maneira de compor, como de executar suas ideias.

Fica evidente essa influência já nos seus primeiros trabalhos, tanto com o grupo Return Forever, como nos seus discos individuais, com o uso de piano, um Fender Rhodes e diversos sintetizadores.

Passada a febre do jazz fusion, no final dos anos setenta, ele voltou a se dedicar ao piano e fez excelentes trabalhos em duo com o grande amigo Herbie Hancock. Trios, quartetos com Michael Brecker, Miroslav Vitous e Roy Haynes, e fez dois grandes discos com o grande parceiro vibrafonista Gary Burton.

No Festival de Jazz de Montreux, Chick Corea se apresentou 23 vezes! E com algumas apresentações marcantes, tanto com trios, quartetos como em formações maiores.

A BMG, em parceria com o Montreux Jazz Festival, lançará no dia 23 de setembro o pacote Chick Corea: The Montreux Years, uma coleção com os principais shows entre 1981 e 2010. Esses shows estarão disponíveis em diversas plataformas, em configurações multi-formato, incluindo vinil de 180 gramas, CDs, e em serviços de streaming em versão HD e MQA.

O CD terá a apresentação do festival de 2001, seguido da homenagem a Bud Powell em sua apresentação de 2010, a famosa apresentação de 1988 com seu quarteto acústico, Interlude de 2004, a apresentação solo de 1993, a sua apresentação de 2006, e fechando com a New Waltz de 1993 (sua famosa apresentação em que teve que voltar ao palco quatro vezes para realizar o bis).

Habilmente restaurado e remasterizado em áudio HD superlativo; The Montreux Years será lançado em vinil audiófilo de 180 gramas superior, CD de qualidade MQA e em HD digital. Você poderá encontrar a pré-venda do vinil e do CD no próprio site da Montreux Jazz Festival ou na Amazon. Espero que tenha o mesmo capricho do pacote da Nina Simone, pois assim garanto que será uma bela homenagem a esse grande músico que, se estivesse vivo, teria completando 80 anos!

Link da Montreux Jazz Shop, para a compra da pré-venda do Chick Corea, The Montreux Years, Double Vinyle.
Link da Amazon, para a compra da pré-venda do Chick Corea, The Montreux Years, Double Vinyle.

2 LP – Lado A

  1. Fingerprints (Live – Montreux Jazz Festival 2001)
  2. Bud Powell (Live – Montreux Jazz Festival 2010)
    Lado B
  3. Quartet No. 2 (Pt. 1) (Live – Montreux Jazz Festival 1988)
  4. Interlude (Live – Montreux Jazz Festival 2004)
    Lado C
  5. Who’s Inside the Piano (Live – Montreux Jazz Festival 1993)
  6. Dignity (Live – Montreux Jazz Festival 2001)
  7. America (Continents Pt. 4) (Live – Montreux Jazz Festival 2006)
    Lado D
  8. New Waltz (Live – Montreux Jazz Festival 1993)
  9. Trinkle Tinkle (Live – Montreux Jazz Festival 1981)
Link da Montreux Jazz Shop, para a compra da pré-venda do Chick Corea, The Montreux Years, CD.
Link da Amazon, para a compra da pré-venda do Chick Corea, The Montreux Years, CD.

1 CD

  1. Fingerprints (Live – Montreux Jazz Festival 2001)
  2. Bud Powell (Live – Montreux Jazz Festival 2010)
  3. Quartet No. 2 (Pt. 1) (Live – Montreux Jazz Festival 1988)
  4. Interlude (Live – Montreux Jazz Festival 2004)
  5. Who’s Inside the Piano (Live – Montreux Jazz Festival 1993)
  6. Dignity (Live – Montreux Jazz Festival 2001)
  7. America (Continents Pt. 4) (Live – Montreux Jazz Festival 2006)
  8. New Waltz (Live – Montreux Jazz Festival 1993)

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