Vinil do Mês: PINK FLOYD – THE WALL (HARVEST / CBS, 1979)

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março 6, 2023
PLAYLIST MARÇO 2023
março 6, 2023

Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Todo mês um LP com boa música & gravação

Gênero: Rock Progressivo

Formatos Interessantes: Vinil Duplo Importado

Este disco é bem ‘Discoteca Básica’, pois quem não teve o The Wall, precisa ter o The Wall – faz parte integral da música da década de 80, e de qualquer melômano que aprecie a música de bandas como Pink Floyd.

Ele tem um outro fator especial: a prensagem japonesa tem uma qualidade sonora realmente superior! É um dos dois discos nos quais, em condições especiais, eu ouvi com realismo o bumbo da bateria de um disco de rock/pop (ou outro disco foi um Led Zeppelin II).

Mas, é para comprar esse disco por causa da ‘pirotecnia’ e ‘porque todo mundo tem’? Não, é um tremendo disco musicalmente, e é uma obra, arranjo e produção de alto esmero. Como não se faz mais hoje em dia – pelo menos não nesse gênero musical.

Encarte

Após a perda do companheiro fundador da banda, Syd Barrett (que se ausentou por problemas mentais sérios), passar de sua fase psicodélica para a do progressivo, tomar o mundo com um dos melhores discos já feitos no gênero – que é o The Dark Side of the Moon – o Pink Floyd teve o baixista Roger Waters começando a assumir a liderança do grupo, chegando ao ápice em 1979 com a feitura do que seria um disco duplo, conceitual, com um longa metragem cinematográfico acompanhando (o filme de mesmo nome).

Uns, claro, dizem ser o The Wall o ápice da megalomania de Roger Waters – mas me parece claro que ele conseguiu se superar recentemente, quando resolveu declarar que o The Dark Side of the Moon é uma criação principalmente sua, e regravá-lo. Me parece claro que ‘melancias no pescoço’ são discretas demais para o Sr. Waters… Especialmente porque existem vídeos e livros e documentários sobre o processo criativo do The Dark Side of the Moon, que foi bastante coletivo, aliás.

Enfim, isso não vem ao caso, já que falamos do The Wall que, sim, teve como idealizador e criador mór, o baixista Roger Waters – e que eu considero ser sua obra prima, já que ele não conseguiu fazer melhor nem com e nem sem o Pink Floyd. Durante a gravação do The Wall, Waters teve a empáfia de pedir a demissão do tecladista e fundador da banda, Rick Wright, entre outros desentendimentos que teve com o resto dos membros. O Pink Floyd se desfez poucos anos depois – para ser reformulado ainda na década de 80, como um trio: o guitarrista David Gilmour (que assumiu a liderança), o baterista Nick Mason, e o tecladista Rick Wright. A briga com Waters continua até hoje, de um jeito ou de outro…

Pink Floyd

Tirando o que quer que eu ache de Roger Waters como pessoa, o álbum The Wall é uma tremenda criação sonora e musical, ainda que com menor participação criativa dos outros membros da banda. Demorou praticamente um ano para ser gravado, com músicos extras como Jeff e Joe Porcaro, Lee Ritenour, a Filarmônica de Nova York, a Ópera de Nova York, entre vários outros. Para uma participação aqui ou ali, são um total de 10 vozes, 2 bateristas, 3 percussionistas, clarinete, bandolim, órgão e vários sintetizadores. Ufa!

A história do The Wall, como álbum conceito, retrata a vida do personagem Pink (baseado em Roger Waters), com a perda do pai militar na Segunda Guerra, oprimido pela mãe, atormentado por tiranos e traumas – cada um compondo um dos tijolos do tal muro. Com mau comportamento e tragédias pessoais, The Wall é praticamente uma Ópera Rock ou, no caso, uma Ópera Rock Progressiva! Claro que o disco tem excelentes momentos e faixas, e pode ser curtido individualmente, ou como um todo.

Selo do disco

Algumas prensagens do disco trazem as inscrições “Produzido por David Gilmour” e outras trazem “Escrito por Roger Waters” – entre outras diferenças nos créditos da obra.

Para quem é esse disco? Para todos os fãs de Pink Floyd, de rock dos anos 80 (todo mundo vai lembrar da faixa Another Brick in the Wall), e de rock progressivo – tanto com momentos quase líricos, como com momentos quase teatrais!

Todo mundo conhece esse álbum, mas o que poucos sabem é que uma boa prensagem europeia, ou melhor ainda japonesa, tem uma tremenda qualidade de som. Aliás, esse é um daqueles discos que a prensagem japonesa literalmente massacra a nacional, com requintes de crueldade. Sinceramente não sei como toca uma das várias prensagens recentes de 180 gramas – apesar de que existe uma prensagem 180 gramas japonesa de 2016, e isso me deixa muito curioso…rs… Como esse é um disco um bocado popular, e que está no mercado com várias edições há mais de 40 anos, eu teria um pouco de paciência e encontraria uma prensagem japonesa de 1979 até 1990 – acredite-me: é deslumbrante!

Ouça um trecho de “Comfortably Numb”, no YouTube.

Bom março, e que 2023 seja o ano da música!

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