Música de graça: DIFERENCIADOS: ‘AMBIENT ACÚSTICO’, TRILHA SONORA & ELETRÔNICO

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Christian Pruks
christian@clubedoaudio.com.br

Música de graça mensalmente na Internet ao alcance dos nossos dedos!

Garimpando no YouTube encontra-se muito conteúdo interessante para o melômano, vídeos de música ao vivo, com qualidade pelo menos decente de imagem e som – que nesta coluna sugerimos mensalmente.

E é só ao vivo que você percebe o verdadeiro entrosamento entre os músicos, sua linguagem corporal e suas verdadeiras capacidades!

COMO E ONDE OUVIR

Através de um computador ou smartphone, com bons fones de ouvido – ou mesmo conectando eles ao DAC de nosso sistema de som, fisicamente, por wi-fi, por Chromecast ou por Bluetooth. Uma segunda opção é assistir esse conteúdo em uma TV tipo smart, no aplicativo do YouTube, e conectar a saída ótica de áudio digital dela ao sistema de som, de home-theater ou mesmo à uma soundbar.

PARA QUEM SÃO AS SUGESTÕES DESTE MÊS?

Para todos os fãs de música ‘diferente’, de novos gêneros, ou mesmo gêneros que estão por aí faz tempo, mas são incompreendidos. Música que desafia rótulos! Temos, primeiro, um pequeno grupo de instrumentistas alemães que fazem o que só dá para ser chamado de ‘ambient acústico’, ou quase acústico. Depois, um excerto de um show ao vivo de uma trilha de uma série de TV, que é tão criativa que o show conta mais de 15 instrumentistas, quase todos tocando percussão e instrumentos acústicos. E, para finalizar, um dos papas precursores da música eletrônica tocando ao vivo seu primeiro disco de estúdio, na íntegra, somente com sintetizadores analógicos da época.

The New Inspired Ambient Orchestra 2020: Echoes (2020, 34 min)

Abrindo o menu deste mês, temos um dos trabalhos mais diferentes que vi nos últimos anos – apesar de, como resultado final, não ser chocante ou soar ‘alienígena’, nada disso.

Cheguei na New Inspired Ambient Orchestra através do trabalho – já publicado aqui na revista – do grupo americano de música minimalista contemporânea, Bang on a Can, onde regravaram o clássico álbum de música eletrônica estilo ambient Music for Airports, do multi-instrumentista inglês Brian Eno.

Eno é creditado por ser um dos inventores, na década de 70, do gênero de música eletrônica ambient, que no fim das contas, como resultado, é intimamente ligado ao minimalismo musical. O diferencial do Bang on a Can foi o de refazer o disco com instrumentos totalmente acústicos, cuja riqueza tímbrica e harmônica é uma ordem de magnitude maior do que a dos sintetizadores usados no disco original.

Após ouvir, e pesquisar bastante, a obra do Bang on a Can, descobri o trabalho do grupo alemão The New Inspired Ambient Orchestra, que acaba fazendo tocando conteúdo autoral de minimalismo musical, quase que totalmente acústico (pois usa uma guitarra elétrica), que não só é tão interessante quanto o Bang on a Can, como já traz em seu nome a indicação de sua predileção pela estética adquirida do eletrônico ambient.

A música do New Inspired Ambient é rica em texturas e harmônicos, trazendo Klaus Rädisch na percussão, e Enrico Rode nas ‘soundscapes’, ou ‘paisagens sonoras’ (feitas na guitarra elétrica), acompanhados de Angela Bütow tocando címbalos tibetanos, tongue drum, e handpans, e de Carsten Bütow no didgeridoo e tambores.

Pouco ou nenhuma informação achei na Internet sobre o grupo, exceto que têm um disco lançado por um selo alemão – que está disponível nas plataformas de streaming – e que trazem vários e diferentes colaboradores em suas apresentações. Seu líder e fundador é o percussionista alemão Klaus Rädisch, que tem décadas de experiência como professor de bateria, músico de turnê e de estúdio.

Clique no link para acessar o vídeo completo

Bear McCreary And The Battlestar Orchestra Live! (2017, 35 min)

Na década de 70, a versão original da série de ficção científica e aventura, Battlestar Galactica, foi um sucesso na TV por todo o mundo, durante anos. Em 2003, o produtor e escritor de séries, Ronald D. Moore (de Star Trek), criou uma nova série de Battlestar Galactica (BSG), de grande sucesso e longevidade, a qual é chamada de “re-imaginada”, contando a história toda de novo desde o começo.

Como piloto dessa série, Moore criou uma minissérie de 3 horas de duração, que tinha a música de Richard Gibbs, tendo como assistente o jovem McCreary. Com o tremendo sucesso, o piloto virou uma série de 4 temporadas, mais uma série curta derivada, mais um longa metragem – todos com McCreary como compositor titular, já que Gibbs abdicou do posto logo após a minissérie.

A trilha completa da série, com quatro álbuns lançados, está disponível nas plataformas de streaming, e é centrada em uma variedade de tipos de percussão, além de usar muito instrumentos reais, principalmente acústicos – em vez de ser feita por sintetizadores.

Trazendo muitas influências étnicas, a trilha faz uso de múltiplas flautas e do duduk – um instrumento de sopro de origem armênia – além de várias guitarras acústicas e elétricas. Claro que a trilha, na série, também faz uso frequente de orquestra de cordas – mas a apresentação deste vídeo é focada em seu lado mais étnico e percussivo, em seu lado mais interessante e bombástico!

Nascido na Flórida, e filho de uma escritora e um professor, Bear McCreary foi criado no estado de Washington, perto da fronteira do Canadá. Foi treinado em piano clássico, e autodidata no acordeon, além de ter estudado composição com o célebre Elmer Bernstein, e composição de trilhas sonoras na USC Thornton School of Music. A carreira de McCreary é extensa, com trabalhos para TV como as séries Battlestar Galactica, Black Sails, Outlander, Dark Mirror e Foundation. Isso além de trilhas para mais de 30 filmes e 10 videogames.

Neste vídeo, sob a regência do próprio compositor – que também toca teclados – o palco é ocupado por uma parede musical composta de: Brendan McCreary nos vocais e guitarras, Raya Yarbrough nos vocais, Chris Bleth e Eric Rigler nos sopros, Steve Bartek (do Oingo Boingo) e Ira Ingber nas guitarras, Michael Valerio no baixo, Johnny ‘Vatos’ Hernandez (do Oingo Boingo) na bateria, M.B. Gordy e Bruce Carver e Jonathan Ortega na percussão, Paul Cartwright e Robbie Anderson nos violinos, Tom Lea na viola, e Tina Guo no cello. Ufa!

Clique no link para acessar o vídeo completo

Jean Michel Jarre – Oxygene Live In Your Living Room (2007, 60 min)

Todo mundo conhece o nome Jean Michel Jarre. Além dos que são fãs e acompanham sua carreira desde quando ele foi um dos pioneiros do eletrônico na década de 70, até os que lembram de seus altamente grandiosos concertos ao vivo na década de 80, vários deles televisionados para o mundo inteiro. Eu mesmo vi alguns, nos canais de TV aberta, como o Concerto de Houston – que originou o excelente álbum ao vivo In Concert: Houston Lyon.

Eu sempre gostei de várias vertentes e expoentes da música eletrônica, quando esta era ligada intimamente ao que chamávamos de Rock Progressivo, com sonoridades complexas e elaboradas (e até ‘viajadas’), como é o trabalho do grego Vangelis. E também, assim são quase todos os discos das décadas de 70 e 80 do francês Jarre, todos tocados principalmente em sintetizadores analógicos, que têm uma sonoridade própria e muito mais interessante. Indico os títulos Oxygene, Equinoxe, Magnetic Fields, Concerts in China, e Rendez-vous.

Este vídeo é algo muito interessante para os fãs mais antigos e puristas, pois Jarre resolveu trazer nele (ao vivo sem plateia) a íntegra de seu primeiro disco comercial e mundialmente distribuído, Oxygene (de 1976) – e é todo tocado em em seus sintetizadores originais, do amplo acervo do compositor, por ele e mais três instrumentistas: Francis Rimbert, Claude Samard, e Dominique Perrier. Porque é impossível operar todos esses sintetizadores manualmente sozinho, ao vivo.

Nascido Jean-Michel André Jarre em 24 de agosto de 1948, em Lyon, na França, Jarre é filho do célebre compositor de trilhas sonoras Maurice Jarre.

Clique no link para acessar o vídeo completo

Um bom abril, com muita música neste outono!

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