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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Já vivi o suficiente para não criar expectativas quanto a receber um produto para teste, no entanto dizer que não estava curioso em saber o quanto o Meze 109 Pro seria superior ao 99 Classics, eu estaria no mínimo mentindo para mim mesmo.

Os nossos leitores da Audiofone sabem que o 99 Classics da Meze é uma de minhas referências há mais de três anos, e os que apreciam e concordam com a nossa linha editorial, sabem que ele foi um dos escolhidos justamente por ter um excelente equilíbrio tonal em volumes seguros! Mas o 99 Classics não é apenas um fone correto tonalmente, sendo confortável, leve e muito robusto para o uso diário.

O Meze 109 Pro, ao contrário do Classics, é um fone aberto, maior que o Classics, e com um acabamento em nogueira ainda mais bonito e confortável, e como toca!

Atualmente esse fabricante romeno possui 9 modelos em linha, e o que é surpreendente é que independente de ser um fone de entrada ou o top de linha, os cuidados com o acabamento e a performance de todos os modelos exprimem exatamente a personalidade que a Meze deseja aos seus produtos.

O que me deixou ainda mais curioso, ao receber o 109 Pro, foi justamente o fato deste ser o primeiro fone dinâmico aberto da Meze. As especificações do 109 Pro são bastante interessantes: driver de 50 mm, resposta de frequência de 5Hz a 30 kHz, impedância de 40 ohms, sensibilidade de 112 dB e peso 375 gramas.

Como acessórios vem um cabo de 1,5 m com um plugue estéreo de 3,5 mm em uma extremidade e dois plugs TRS de 3,5 mm conectados ao fone, um segundo cabo de 3 m com os mesmos tipos de plug, um adaptador de 1/4 para 1/8, e uma bolsa rígida para o fone.

O exterior do 109 Pro é de madeira nogueira escura, com a parte externa coberta com uma malha preta para proteger o fone, permitindo a passagem de ar e do som. As almofadas são compostas de uma espuma coberta de veludo e são, além de macias, bastante respiráveis. As aletas de metal fundido em cobre, sustentam os fones e ligam o mesmo ao arco principal do fone. O chassi é feito de uma liga de zinco-manganês, ultra leve e rígida. Uma faixa de couro larga é presa de forma elástica a um par de travessas de armação de cor de cobre, para o ajuste perfeito à cabeça. Todo o controle de qualidade e montagem são feitos na Meze em Baia Mare, na Romênia.

O driver usa um diafragma produzido com dois compostos distintos. A cúpula principal tem uma seção transversal em forma de W e é composta de celulose reforçada com fibra de carbono. Com o objetivo de minimizar ressonâncias e possibilitar uma apresentação de detalhes da forma mais fiel possível. Essa cúpula é fixada em um material feito de polímero semicristalino revestido de berílio, para um baixo peso, maior rigidez e uma resposta de transientes precisa. Um anel estabilizador de liga de cobre e zinco é empregado ao redor do diafragma para absorver vibrações parasitas, possibilitando uma distorção baixa e controlada. Todo o diafragma está alojado em uma estrutura de alumínio usinado em CNC, e se utiliza um ímã de neodímio.

O fabricante oferece opções de cabos premium, caso o usuário deseje fazer futuros upgrades no fone.

O 99 Classics é o fone que utilizo no meu celular para a escolha das gravações que irei armazenar em minha coleção pessoal, para futuras Playlist. Então é atualmente o fone que mais escuto no dia a dia.

Então nada mais justo que trocar o 99 pelo 109, quando fui preparar em abril os discos que iria separar. E aí veio a primeira constatação: o DAC interno do meu celular está muito aquém do nível do 109 Pro. E pensar em ouvir nessas condições será subutilizar esse excelente fone.

Aí usei esse expediente apenas para o amaciamento de 50 horas, antes de realmente começar os testes.

Os dois amplificadores de fone utilizados foram: Classic Nagra Preamp de linha, e o amplificador de fone do Gold Note PH-1000. Ambos excelentes, e minhas Referências na atualidade.

O equilíbrio tonal do 109 Pro é mais correto e preciso que o do 99 Classics, com graves ainda mais extensos em termos de fundação, médios mais detalhados e ainda mais naturais. E a região alta com decaimento muito mais extenso e uma capacidade de recriação das ambiências sem cair na armadilha de acentuar o brilho para realizar essa proeza.

Os agudos são realmente muito confortáveis, mesmo em gravações que não primam por um agudo mais correto (não falo de uso de equalização para acentuar os agudos, e sim da escolha errada de microfones ou da qualidade duvidosa dos instrumentos), permitindo um conforto auditivo primoroso nos volumes seguros.

E ainda que o ouvinte se empolgue, e queira escutar nos volumes-limite das gravações, o conforto auditivo estará presente.

Ouvir esse padrão de qualidade em um fone que, lá fora, custa menos de 1000 euros, é um desafio e tanto meu amigo.

As texturas acompanham o mesmo nível de seu equilíbrio tonal, com uma riqueza de paletas que lhe permite observar até mesmo a qualidade técnica de cada músico e seus respectivos instrumentos, como no caso dos quartetos de cordas, instrumentos solo e vozes em capela! Você pode passar uma tarde descobrindo detalhes e riquezas de cores nos timbres e intencionalidades!

Quanto aos transientes, o ouvinte não familiarizado com esse nível de requinte a princípio pode ficar um pouco confuso, com tamanha precisão e folga. Pois ainda que as variações de velocidade sejam muito intensas, não há esforço para reproduzir essas passagens. Sendo uma bela referência em termos de tempo e ritmo.

A dinâmica é outro quesito exemplar para essa faixa de preço, pois tanto a macro em volumes seguros, quanto a micro, são reproduzidas com precisão tanto em escala como em detalhes.

Os crescendos até o ápice, nunca são tensionados ou precisam de um controle rigoroso sobre o volume, nunca endurecendo ou clipando o sinal (desde que nos volumes corretos e seguros, claro).

A materialização física na sua cabeça ou, nas melhores gravações, na frente do globo ocular, são magníficas. E o mais importante: zero fadiga!

CONCLUSÃO

Se o 99 Classics já era uma referência em sua categoria, o 109 Pro extrapola essa fronteira de ser um referencial em sua faixa de preço, penetrando em fileiras muito à frente do seu valor.

Isso certamente é excelente para todos que buscam um excepcional fone dentro de um valor racional e conquistável – e péssimo para a concorrência, sejam modelos dinâmicos fechados ou abertos. Pois o Meze 109 Pro consegue firmar ainda mais esse fabricante romeno como um dos pilares dos fones corretos existentes atualmente no mercado.

E consegue tamanho feito seguindo a fórmula correta de se fazer fones hi-end sem querer reinventar a ‘lâmpada’, tendo o melhor equilíbrio tonal como base sem nenhum artefato pirotécnico ou impactos que agradam no primeiro momento, e depois, como uma piada re-contada, perdem a graça.

Tudo no 109 Pro tem uma razão de ser, pois o único objetivo é fornecer ao ouvinte a ferramenta ideal para ouvir seus discos, sem recorrer a truques ou equalizações. Ele não irá turbinar absolutamente nenhuma gravação e, com isso, ouvi-las nos volumes corretos e seguros será absolutamente prazeroso.

Uns entendem essa maneira de reproduzir como musicalidade. Eu entendo como resultado de saber fazer bem feito!


PONTOS POSITIVOS

Um fone hi-end altamente refinado e correto.

PONTOS NEGATIVOS

Nenhum, para sua faixa de preço.


ESPECIFICAÇÕES

TipoFone de ouvido dinâmico aberto
Tamanho do driver50 mm
Resposta de frequência5 Hz a 30 kHz
Impedância40 ohms
Sensibilidade112 dB (1 kHz, 1mV)
Peso375 gramas
FONE DE OUVIDO MEZE 109 PRO
Conforto Auditivo 10,0
Ergonomia / Construção 10,0
Equilíbrio Tonal 12,0
Textura 12,0
Transientes 12,0
Dinâmica 11,0
Organicidade 12,0
Musicalidade 12,0
Total 90,0
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