AUDIOFONE – Teste 1: FONE DE OUVIDO BOWERS & WILKINS PX8

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Na edição 264, nosso colaborador Juan Lourenço testou a versão Px7, e na apresentação do produto ele nos lembra do grande feito do fabricante Inglês, já que produzir fone de ouvido Bluetooth e com cancelamento de ruído ativo com pretensões hi-end, é uma tarefa que exige domínio tecnológico e uma implementação eficaz desses recursos.

O Px7 foi um sucesso de público e crítica, e colocou a linha PX da Bowers & Wilkins na linha de frente junto com a Focal e a T+A, duas marcas bastante em evidência no mercado hi-end.

O Px8 mantém o design elegante e bem acabado do Px7, com avanços centrados, acima de tudo, na performance no novo modelo. O couro Napa que é utilizado na faixa da cabeça e nos protetores do ouvido, além de extremamente agradável, é confortável e reduz com eficiência o ruído externo, ainda que o fone esteja desligado.

Você pode escolher a versão em preto (o que nos foi enviado), ou a versão McLaren comemorando a parceria em que os carros dessa montadora são equipados com sistemas de áudio Bowers & Wilkins desde 2015. Nesse caso, o acabamento em cinza galvânico possui detalhes em laranja papaia, inspirados nos primeiros carros de corrida do fundador Bruce McLaren, ou no modelo comemorativo ‘aniversário diamante’ em couro Midnight Blue, em homenagem ao smoking usado pelo personagem James Bond em sua primeira aparição em 1962. Nessa versão, além do couro exclusivo, a parte em metal possui detalhes e o clássico logotipo 007 na parte superior, e um controle deslizante vermelho exclusivo (veja foto dos três modelos e preços no final do teste).

Em termos de performance não há nenhuma diferença entre as três versões.

Seu peso final é de 320 gramas, deixando-o ainda mais confortável, e a faixa permite que o peso seja muito bem distribuído na cabeça. Esse, na minha opinião, é um dos pontos fortes desse fone.

Internamente, em relação ao Px7, foram feitas profundas modificações, começando no material do cone de 40mm e do uso de fibra de carbono no lugar da biocelulose do Px7. Segundo o fabricante, esse novo cone é mais leve e mais rígido, reduzindo significativamente a distorção e melhorando a transparência e a inteligibilidade.

O Px8 mantém o Bluetooth 5.2, com a compatibilidade aptX Adaptive, o uso de quatro microfones para o cancelamento de ruído e mais dois para a captação de voz em chamadas telefônicas.

A bateria não sofreu alteração, mantendo a duração de 30 horas sem precisar recarregar, o que dá ao usuário uma autonomia de mais de um dia, caso esteja em longas viagens intercontinentais. Outra escolha assertiva, foi manter os micros botões, em vez de seguir a nova tendência de toques rápidos em um único comando.

Fácil de decorar, e os controles pela sua precisão ajudam muito a não trocarmos os comandos.

Os comandos, no fone de ouvido esquerdo, alternam entre as opções de cancelamento de ruído – ligar ou desligar – e ativar o assistente de voz.

No aplicativo Bowers & Wilkins Music é possível ajustar os controles de grave e agudo com a possibilidade de utilizar plataformas como o Tidal, QoBuz e Deezer.

O Px8 vem em uma embalagem elegante, e uma bolsa resistente e de bom acabamento para proteger o fone na mochila. O fabricante disponibiliza um cabo USB-C para 3.5mm, caso você não queira usar o Bluetooth. Vi várias discussões em fóruns de usuários que gostariam de uma melhor opção desse cabo, pois ele se mostrou inferior ao Bluetooth, mas tenho a nítida impressão que isso foi pensado pelo fabricante, pois o objetivo é que o usuário desfrute das suas virtudes como um fone sem fio.

Seu cancelamento de ruído achei muito bom, nos deixando quase que completamente isolados do mundo externo.
Sua sonoridade com o cabo realmente é inferior, e com um problema: em volumes reduzidos se perde muita informação. Então esqueça essa opção, e tire o melhor proveito do Px8 em Bluetooth, aí sim você poderá ouvir em volumes seguros e com excelente detalhamento.

Seu equilíbrio tonal é bem correto, com graves sem excesso e muito precisos. A região média tem excelente inteligibilidade, independente da complexidade e do número de instrumentos soando simultaneamente. Vozes e instrumentos acústicos soam com enorme naturalidade e conforto auditivo. E os agudos possuem ótima extensão e decaimento.

Vi discussões acaloradas em alguns fóruns, em que os participantes gostariam de graves com maior ‘peso’, e outros que os agudos soaram ‘tímidos’. Eu sempre me pergunto o quanto esses usuários possuem de referência para chegarem às suas conclusões. E fico buscando por dicas de faixas ou discos que esses participantes
utilizaram para tirar suas conclusões, e quando consigo, tenho enorme interesse em conhecer para entender essas conclusões.

E na maioria esmagadora dos casos, as músicas utilizadas são simplesmente desprovidas de qualquer relação com instrumento real, e têm um grau de compressão estúpido. Chama muito a atenção o quanto o que chamam de ‘peso’, são graves distorcidos, turbinados e de uma nota só! E o agudo possui tanto brilho de equalização, somado com reverberação digital de ‘catedral’, que simplesmente alterou por completo o timbre dos instrumentos que estão soando nesta região.

Aí, me desculpe a todos aqueles que deram esse tipo de opinião, mas fones como o Px8 não são para reproduzir essas ‘referências’. Acredito que fones muito mais baratos, e com um equilíbrio tonal ‘sorriso’ na sua curva de equalização, lhes darão o que esperam de um fone com mais ‘peso’ nos graves e mais ‘brilho’ nos agudos.

As texturas, graças a sua região média refinada, são um grande deleite de serem apreciadas. Pois são reproduzidas com uma qualidade de cores e paletas tão intensas, que podemos fazer uma imersão profunda no acontecimento musical por horas.

E ir saboreando cada intenção, das mais sutis às mais explícitas.

Talvez seja esse quesito o ponto mais alto desse fone!

Os transientes são muito corretos, e com um grau de precisão que nos deixa sempre atentos ao andamento e variações de tempo e ritmo da música.

Sua macrodinâmica é surpreendente, e em volumes seguros e corretos da gravação, não haverá decepções.
E a microdinâmica é muito bem retratada, e nos permite acompanhar sem esforço todos os detalhes dos ruídos óbvios de chaves, tosses da plateia, aos sussurros de maestros em êxtase com o que estão conduzindo. Você pode ficar surpreso do quanto os maestros sussurram e expressam suas emoções no momento da gravação!
A sensação da materialização física dentro de nossa cabeça, é um evento que muitos adoram e outros, como eu, acham profundamente estranho!

Já disse centenas de vezes, que minha relação com fones é rigorosamente ‘profissional’, pois nunca consegui conviver por mais de duas a três horas por dia com eles, independentemente de seu grau de performance e conforto. Então, esse quesito de nossa Metodologia prefiro mil vezes ver se materializar à minha frente em nossa Sala de Referência, do que dentro de minha cabeça em tamanho ‘miniatura’.

Mas é interessante ver que existem fones em que essa ‘materialização física’ dentro da minha mente parece, às vezes, ser mais ‘etérea’ e outras vezes mais sólida. E no caso do Px8, ficou evidente que nas gravações excepcionais tecnicamente essa materialização foi bastante ‘sólida’.

Musicalmente, diria a todos os interessados que o Px8 está mais para a reprodução ‘quen te’ do que para a analítica. E isso no meu ponto de vista é muito melhor, pois permite que você possa desfrutar por mais horas de sua companhia, sem fadiga auditiva!

O fato dele não ter graves exagerados e tão pouco agudos brilhantes, ajuda demasiadamente para seu conforto auditivo.

CONCLUSÃO

Acho que a Bowers & Wilkins deu mais um passo consistente em sua odisseia no universo de fones de ouvido hi-end.
Com enorme competência e méritos!

Ainda que seja um fone relativamente caro para muitos dos nossos leitores da Audiofone, suas qualidades justificam esse valor.

Pois, além de um fone muito bem concebido, construído e com um excelente acabamento, ele se coloca consistentemente na linha de frente dos fones sem fio com cancelamento de ruído.

Se você busca um fone sem fio nesse padrão de qualidade e performance, será um erro não o escutar!


PONTOS POSITIVOS

Acabamento e performance.

PONTOS NEGATIVOS

O preço.


ESPECIFICAÇÕES

TipoFones Over-Ear Wireless Bluetooth
Peso320g (sem o case)
Dimensões (com case) (L x A x P)189 x 233 x 63 mm
RecursosCancelamento de ruído híbrido, pass-through de sons do ambiente, sensor de uso, áudio Bluetooth, carregamento USB-C, app para controle
Codecs BluetoothaptX Adaptive, aptX HD, aptX, AAC, SBC
Perfis BluetoothA2DP, AVRCP, HFP, HSP, BLE GATT
Drivers2x 40mm dinâmicos full range de carbono
Microfones4x mics para o ANC
2x mics para telefonia
Distorção (THD)<0.1% (1 kHz/10mW)
Tipo de bateriaLithium Ion recarregável
Vida da bateria30 horas de reprodução
7 horas com carga rápida de 7 minutos
FONE DE OUVIDO BOWERS & WILKINS PX8
Conforto Auditivo 11,0
Ergonomia / Construção 12,0
Equilíbrio Tonal 11,0
Textura 12,0
Transientes 11,0
Dinâmica 11,0
Organicidade 10,0
Musicalidade 11,0
Total 89,0
VOCAL                    
ROCK, POP                    
JAZZ, BLUES                    
MÚSICA DE CÂMARA                    
SINFÔNICA                    
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Som Maior
sommaior@sommaior.com.br
(47) 3472.2666
PX8 - R$ 5.990
PX8 - 007 Edition - R$ 7.990
PX8 - MacLaren Edition - R$ 7.990

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