Editorial: AFINAL, ONDE É ARMAZENADA A MEMÓRIA DE LONGO PRAZO?

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Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br

Se você compartilha a opinião de que nossa memória de longo prazo auditiva não existe, pule esse editorial, pois ele irá colocar por terra essa contestação. Estudos coordenados por neurocientistas da Universidade da Califórnia, estão questionando a teoria mais aceita de que a memória seja apenas armazenada no hipocampo e que só com o tempo passe para o neocórtex, a região conhecida por ser responsável pela linguagem e raciocínio lógico, e onde se fixam as memórias de longo prazo. A nova teoria mostra que esse consenso nem sempre se sustenta, uma vez que algumas memórias nunca chegam a ser transferidas para o neocórtex. Segundo esses neurocientistas, a memória se consolidará no neocórtex apenas se for para melhorar a generalização do cérebro, para que o indivíduo possa entender melhor aquela memória, como por exemplo: associar água à sede. Por essa nova teoria, a memória não caminha de um ponto para o outro no cérebro, e sim que o órgão cria uma nova memória que é uma generalização da memória inicial, e aí define se ela irá continuar no hipocampo ou terá a necessidade de ser movida para o neocórtex. Você deve estar se perguntando: na prática essa nova teoria muda o que, em relação a memória de longo prazo? E no caso específico da memória auditiva, o que contribui? O fato de a memória não ser apenas armazenada no hipocampo, e migrar para o neocórtex e possibilitar a generalização da memória inicial, para que a memória a ser trabalhada possa ser melhor compreendida, ajuda-nos a entender a importância de exercitarmos cada vez mais nossa Percepção Auditiva, para que possamos usá-la com maior assertividade quando assim desejarmos. Na prática, o hipocampo memoriza os timbres dos instrumentos, para que possamos identificá-los cada vez que precisamos. Mas quem permite que possamos distinguir o timbre de um Stradivarius do de um violino de estudante, será o neocórtex, ao generalizar a memória inicial do timbre do violino, aperfeiçoando nossa percepção das diferenças entre os dois instrumentos. O que redefine inclusive nossa capacidade de ampliar nossa memorização auditiva de longo prazo, à medida que podemos alimentar a memória inicial armazenada no hipocampo, através do neocórtex e o processo de generalização. Isso muda completamente de patamar não só nossa capacidade de alimentar nossa memória auditiva de longo prazo, como também nossa responsabilidade e dedicação em entender como esse processo ocorre em nosso cérebro. E comprova o que escrevemos aqui mensalmente: nossa audição precisa ser tanto exercitada como educada, e para isso não existe nenhum outro caminho a não ser a referência de instrumentos ao vivo, começando pelos não amplificados.

Somente a prática nos leva à perfeição!

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