Fernando Andrette
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Eu fiquei devendo os últimos dois CDs da Metodologia que usarei nos sistemas do Workshop Hi-End Audio Show, em final de abril, em São Paulo – e continuarei devendo, pois ainda não decidi entre as três gravações de vozes femininas, e também o disco do octeto ou sexteto que completará os oito quesitos da Metodologia.
Por dois motivos: ainda não chegaram dois dos amplificadores integrados que irei utilizar no Workshop, e escrever a edição de abril, cuidar de todos os preparativos do evento, e montar os setups e amaciá-los, está sendo muito mais trabalhoso do que eu imaginei.
E como nem tinha começado a separar os CDs e LPs das Jam Sessions noturnas, achei prudente deixar de lado a escolha dos dois discos da Metodologia, e iniciar a escolha das gravações que ainda nem havia iniciado.
A escolha dos LPs até que foi mais fácil, pois inúmeros de vocês me solicitaram que eu levasse as gravações que uso no meu dia a dia, e as que mais cito em meus testes.
Pedido feito, pedido cumprido.
A lista só não está completa, pois ainda não defini o disco do Bill Evans que irei mostrar, pois tenho mais de 30 LPs desse pianista, e alguns fazem parte das ‘gravações de cabeceira’ que ouço principalmente quando estou no único final de semana livre entre o término de uma edição e o início da próxima.
Entre os 31 LPs já definidos, temos diversos gêneros de diversos períodos. Mostrarei LPs que estão comigo a mais de 50 anos, como Genesis – Foxtrot, ou até mais antigos, como Duke Ellington – Blue In Orbit e o Belafonte – Sings The Blues, gravações que convivi desde meus 5 anos de idade e me são muito caros emocionalmente!
Mais que me basear apenas na qualidade técnica e artística das gravações escolhidas, eu me propus a ter o mesmo espírito que me alimentava na juventude, ao ir todos os sábados no centro de São Paulo comprar nosso ‘alimento para a alma’!
Então, meu amigo leitor, seja bem vindo as nossas Jam noturnas, e se sinta acolhido para compartilhar das gravações que irei apresentar.
Dois LPs que foram solicitados em peso para que eu colocasse na minha lista: Shakti – A Handful Of Beauty que tanto falo em minhas análises de produtos analógicos sobre o quesito transientes e, claro, o tão mencionado Friday Night In San Francisco com o trio de virtuoses do violão Al Di Meola, John McLaughlin e o Paco De Lucia.
Minha filha, ao me ver sentado na sala rodeado de uma centena de LPs, me intimou a mostrar dois virtuoses brasileiros que ela tanto admira – e pedido de filhos nós apenas cumprimos, e deixei ela me ajudar a escolher: Baden Powell – Essence Of Bossa Nova Guitar, gravação Philips, prensagem japonesa (disco disputadíssimo no Japão hoje em dia), e claro Egberto Gismonti com o belíssimo Nó Caipira.
E dos meus ‘de cabeceira’, não poderia deixar fora da lista: O Grande Circo Místico do Edu Lobo e Chico Buarque, e o São Paulo – Brasil do César Camargo Mariano & Cia.
Minha filha, ainda não satisfeita, continua reivindicando qualquer um do Milton Nascimento – e quem sabe eu ceda ao seu pedido e, além do LP do Bill Evans, também pegue o Angelus ou o Clube da Esquina no.2 do Milton!
Os apaixonados por rock progressivo podem sossegar, pois além do Genesis Foxtrot e do Live, separei o Yes Album e o Close To The Edge. E do King Crimson, o Three of a Perfect Pair.
De rock: Led Zeppelin – Physical Graffiti, Beatles – Love e The Police – Ghost In The Machine.
Também teremos: Stevie Wonder – The Original Musiquarium 1, Paul Simon – Graceland, Quincy Jones – Back on the Block, e o primeiro disco da cantora Samara Joy.
Para os amantes do blues, espero ter escolhido a dedo as duas opções: B.B King & Eric Clapton – Riding With The King e Jimi Hendrix – Blues.
Na área do jazz: Mingus Dynasty – Chair In The Sky, Jaco Pastorius – Invitation, Weather Report – Domino Theory e Keith
Jarret – Bordeaux Concert.
Não podia deixar de fora o estupendo disco do Astor Piazzola: Concierto para Bandoneon & Três Tangos, com a regência de Lalo Schifrin.
E os três LPs de música clássica escolhidos foram: Tchaikovsky – 4th Symphony, gravação selo Telarc, minha referência absoluta dessa gravação desde 1979! Berlioz – Symphonie Fantastique do selo Reference Recording (também minha referência desta obra). E o Richard Strauss – Also Sprach Zarathustra com o regente Eugene Ormandy, com a Sinfônica da Filadélfia, em prensagem japonesa 45 RPM, outra gravação disputada a tapa entre os melômanos asiáticos.
Como expliquei na introdução deste texto, falta ainda a escolha do trio do pianista Bill Evans e provavelmente um disco também do Milton Nascimento.
Desejo ter sido assertivo, e que possa agradar a um grande número dos leitores que nos prestigiarem em nossas Jam Sessions.
Nos últimos três Hi-End Shows, as noites eram encerradas assim, com pais, filhos, esposas, namoradas, todos no mais absoluto silêncio, saboreando cada nota ou acorde do que apresentamos.
E ouvi de inúmeros jovens, ao acabar a sessão, que finalmente alguém lhes tinha mostrado a magia do vinil!
Esse é o intuito, preservar na memória de todos que amam a música acima de sistemas, a beleza que ainda se pode extrair de uma tecnologia centenária!
Espero que possamos repetir o sucesso e salas sempre cheias, das 19 às 22hs, na sexta e sábado, e das 18 às 20hs no domingo.
Espero você lá, de braços abertos! Enquanto isso não acontece, desfrutem dos discos indicados.